História Me mate Lentamente - One-Shot - Capítulo Único

Era dia vinte e três de maio quando me declarei para você.

Ombros baixos, rosto corado até o último fio de cabelo e timbre de voz baixo. Sim, foi assim que me declarei.

Mas é claro que você não aceitaria uma declaração de outro homem.

Você disse que era hétero e que "Nunca aceitaria um homem como companheiro, porque convenhamos é estranho para caralho!" palavras suas, não minhas.

Voltei para casa deprimido, me lembro que escolheria levar mil tiros ser bombardeado com milhões de balas ao ter que ver você com outro alguém.

Minhas lágrimas desciam como uma caichoeira, parecia que tinha estacas de puro ferro fincadas direto no meu coração.

Minha mente embaralhada com tantos sentimentos, tristeza e raiva ou melhor ódio eram os predominantes. Mas mesmo assim eu não conseguia te odiar totalmente.

E derrepente uma dor se abrochou em meu peito, uma dor tão excrurciante que parecia queimar e eu sabia exatamente oque era.

Corri para o banheiro não enchergando nada. Foi quando vi no espelho que meu olho esquerdo tinha sido tampado por flores brancas e roxas, cai ajoelhado enquanto tossia  sangue acompanhado com pétalas de rosa.

Tossi horrores, o meu chão antes branco agora se encontrava banhado em vermelho escarlate.

Enquanto isso acontecia eu ainda chorava mares por você, aquele que me matava lentamente.

Foi quando vi belas pétalas roxas-violetas, algumas pétalas estam em um tom rosa clarinho, bem seria lindo se não fosse trágico.

A flor arranhava minha garganta, nunca pensaria que uma coisa tão bela e delicada fosse me trazer tanto sofrimento.

Mesmo com as flores tampando minha visão, meus olhos e boca transbordando sangue e a dor penetrante no meu peito eu me obriguei a levantar. Fui até meu quarto e peguei papel e caneta, por mais clichê que isso pareça eu ia escrever uma carta.

Uma carta para a pessoa que me causava dor e consequentemente minha morte.

"Olá! Você deve estar se perguntando quem é, certo? Bom, lembra do menino da declaração? Sim sou eu. Então se prepare porque aqui vai mais uma declaração.

Te quero com os cabelos molhados, despenteados ou oque for!

Quero viver contigo.

Amar contigo.

Queria vencer a inveja e o preconceito das pessoas contigo! Mas infelizmente não será possível.

Queria te amar até o fim dos tempos.

Saiba que onde eu estiver eu vou estar te protegendo.

Mesmo que não me ame quando você precisar eu vou estar lá. Te amando e abraçando dizendo que vai ficar tudo bem, mesmo que você não poderá ouvir ou sentir.

                Ass: Hayato :).

               Para: Akira."

Derramei um pouco de sangue e lágrimas no papel mas quem se importa?

Me forcei a colocar a carta dentro de um envelope, e corri escada a baixo.

Minha cabeça doendo com uma dor imensa, meu peito latejando mas persisti.

Consegui sair eram três e meia da tarde então você estaria pronto para receber minha carta.

Dei um beijinho no papel antes de colocar na caixa de correio.

Me arrastei até o banheiro dessa vez não estava eufórico.

Cheguei no banheiro sangrento e coloquei a banheira para encher, quando a banheira transbordava água eu apenas me joguei. Me jogando nos braços do destino.

                     ***

O garoto lia a carta enquanto se sentindo a pessoa mais nojenta da face da terra.

- Hoje as oito da noite encontramos o corpo falecido de Hayato Shinkai - A repórter falava com uma voz robótica.

Enquanto passava as informações a cena muda para uma coisa horripilante.

O banheiro de Hayato com faixas da polícia, a coisa que mais chamava atenção era uma banheira cheia de água e  sangue.

Hayato estava jogado na banheira com flores brancas e roxas  tampando sua visão, tinha flores tanto fora como dentro da banheira, mas com o único detalhe é que todas as pétalas estava cobertas com o sangue do Shinkai, e fincado bem no meio do coração de Hayato estava um buque de rosas roxas-violeta algumas eram em um tom rosa-clarinho.

O piso de porcelanato antes branco agora estava vermelho berrante a mesa de mogno que segurava a pia tinha uma flor branca no meio de todo sangue era como se alguém tivesse vomitado ali.

O peito do garoto se despedaçou, no fim do dia sentia algo pelo garoto que sofria de Hanahaki apenas não queria admitir.

Começou a chorar, se auto julgando. Como um verdadeiro condenado.

Quando sentiu ser envolvido em um abraço acolhedor.

Coisas que pareciam asas o cobriram como um cobertor, e em um estalar de dedos todas as suas angústias sumiram.

E foi quando percebeu que mesmo em forma de anjo, Hayato sempre estaria consigo.

- Obrigado. - Foi a última coisa que disse antes de fechar os olhos e dormir com seu agora amor.