História Me Namora - Capítulo 60

                                 Anos depois...

Michelle POV 

Meu celular despertou as 8 da manha e eu rolei de um lado pro outro na cama. O Paulo ainda dormia sereno ao meu lado. Levantei e taquei um travesseiro nele que nem se mexeu. Taquei de novo e ele não levantou. Mesmo com ele dormindo subi em cima dele, quando fui tacar o travesseiro mais uma vez, num movimento rápido ele me derrubou no colchão 

-Ai Paulo! - falei enquanto ele distribuía beijinhos pelo meu rosto -Minhas costas doeram! 

-Achou que ia me acordar daquele jeito e sair impune? - ele perguntou me encarando com os seus lindos olhos azuis. Mesmo com o cabelo bagunçado e cara amassada, ele conseguia ser o homem mais lindo do mundo 

-Lógico! - dei um beijo nele e me levantei da cama. Fui ate o quarto e acordei o Miguel e logo depois indo até o quarto todo cor-de-rosa da Emanuela fazendo o mesmo. Depois de deixar meus filhos na escola e pegar um café na starbucks segui ate a agência. Com muito trabalho e depois de anos, eu e a Melanie éramos donas da terceira maior agência de fotografia de São Paulo. Quando os meninos nos presentearam, não sabíamos que rumo aquilo iria tomar ou ate mesmo se iríamos conseguir fazer dar certo... E não é que deu muito certo? 

-Bom dia! - ouvi assim que entrei 

-Bom dia! - respondi para alguns dos fotógrafos que trabalhavam para mim. A Melanie não sabia o que era horário, chegava bem mais tarde que eu. Era estranho mandar numa agência, mas confesso que era bem melhor. Quase já achando que a Melanie tinha desistido de vir hoje ela apareceu afobada na sala

-Bom dia! - falei e ela sorriu 

-Bom dia... Já disse que você chega cedo demais? A gente manda nisso aqui! - ela falou com você de metida me fazendo gargalhar

-Ou você que chega muito tarde! - rebati e ela deu de ombros

-E outra, nem é você que abre, temos alguém pra isso! Sinceramente não sei essa sua obsessão por trabalho!

-Você é muito chata! - falei com cara de tédio 

-Cada dia que passa os gêmeos estão mais mimados! - ela falou mudando de assunto e começamos a conversar sobre nossos filhos. Era sim mais fácil ser dona da agência, muito menos trabalho só que também tínhamos que lidar com um monte de papelada. Em meio a um monte de coisas a resolver, o dia passou como todos os outros. 

Melanie POV 

Anos atras quando eu e minha melhor amiga começamos a nossa agência, que foi um presente de nosso maridos, nós não tínhamos ideia do que iria dar aquilo. E hoje, eu sou dona de uma das maiores agências de São Paulo 

-Mel? - o Nathan me chamou e eu olhei para ele 

-Sim?

-Está tudo bem? 

-Por que não estaria? - sorri amarelo para ele 

-Nada... Cê tava com uma cara meio estranha! - ele falou preocupado 

-Não é nada... Só estou meio cansada! Cuidar da agência não é fácil como você pensa... Vou tomar um banho! - falei e subi ate o nosso quarto enquanto ele continuava na sala terminando de ver um filme.

Realmente estava avoada. Meus seios estão doloridos sem motivos nenhum, o que me estava me deixando com uma pulga atras da orelha. Achei que era culpa dos hormônios ou coisa do tipo, mas fazia quase uma semana que isso estava me incomodando. Como tudo que eu sabia de medicina era o que via em Grey's Anatomy, minha primeira suspeita foi que eu estaria gravida já que senti algo parecido quando fiquei gravida dos gêmeos.  O Nathan sempre usa camisinha, já fizemos sem, mas eu tinha tomado remédio. Deduzi que o remédio tinha falhado e que isso acabou resultando uma gravidez. Não queria dizer nada ao Nathan, vai que não era nada e eu estava fazendo alarme falso.

Tomei meu banho sem deixar de pensar nisso um minuto sequer nisso e resolvi que preciso ver isso logo. No outro dia, resolvi pedir ajuda a Michelle

-Mi? - a chamei 

-Hum - ela respondeu ainda olhando para o computador 

-MICHELLE! - gritei 

-Ai que foi... - dessa vez ela olhou para mim. Me levantei e fui ate a mesa dela, ficando para em sua frente 

-Eu to normal? - perguntei e ela me olhou de cima a baixo

-Não, acho que você deu uma engordada!

-Serio? 

-Na realidade, não! Você está normal, Mel - ela falou dando de ombros 

-Okay... E os meus peitos? Estão normais? - perguntei e ela começou a dar risada, mas quando viu que eu continuava seria, parou 

-Sei la, Mel! Pelo o que eu estou vendo está normal... - ela falou me olhando estranho -O que aconteceu?

-Nada... Só minha imaginação!

-Certeza?

-Sim! - afirmei e logo depois ela voltou a atenção ao trabalho. Não consegui voltar a me concentrar, pensando no que estava acontecendo comigo. Quando o Nathan me ligou dizendo que iria demorar para chegar em casa hoje porque estava ensaiando, agradeci mentalmente. Assim, eu passei na farmácia antes de ir pra casa. Como os gêmeos agora iam a escola, eles voltavam cansados e ficavam vendo TV ate dormir. E era isso que eles estavam fazendo, quietos no quarto vendo TV enquanto eu quase enfartava esperando pelo o resultado daquele teste de gravidez de farmácia. Quando os longos minutos finalmente passaram e o resultado saiu eu não sabia se ficava feliz ou se chorava. Negativo, eu não estava grávida. Se eu não estava gravida, que diabos estava acontecendo comigo? 

Nathan POV 

A Melanie estava meio estranha esses dias. Avoada, com o olhar distante, pensativa. Eu tentei questionar, mas ela não falava o que estava acontecendo o que me irritava demais

-Princesa... Como vão as coisas na agência? - perguntei deitado na cama enquanto ela andava de um lado pro outro no quarto fazendo mil e uma coisas 

-Está tudo ótimo, um pouco corrido! Um dos melhores presentes que eu já... - ela parou a frase no meio e se apoiou na parede

-Melanie, o que foi? - me levantei num pulo indo até ela 

-Eu só estou me sentindo meio tonta... - ela falou com voz fraca e se sentou na beirada da cama 

-Calma, eu vou te buscar um remédio! - falei e sai correndo atras de um copo d'água e um remédio que ela tomou sem pestanejar -Amor, isso não é normal! 

-Não é nada! É só cansaço e ai junta com os hormônios... Coisas de mulher sabe? - ela perguntou e eu assenti 

-Quer ir ao medico? - indaguei e ela pareceu analisar a proposta 

-Não

-Certeza?

-Sim! Se não melhorar eu vou, fica tranquilo, Nathan! 

-Está bem! Deita aqui, vem! - a chamei e assim ela fez, se aconchegando em meus braços. 

Paulo POV 

Me acostumar a morar em uma casa de novo  foi fácil, faziam anos e mais anos que eu morava em apartamento, mas não me arrependo de ter voltado a ter uma casa. E dessa vez era diferente, não era só a minha casa era com a minha mulher e meus filhos 

-Caralho, acho que vamos ter que contratar uma empregada! - falei quanto a Mi voltou pra cozinha com a Manu no colo e tirando pães da torradeira enquanto eu fazia vitamina. Terminei e coloquei no copinho das princesas dando para a Emanuela tomar. O Miguel entrou na cozinha, todo sonolento 

-Ô Miguel, por que cê ta andando sozinho? - era pra ele estar na sala vendo TV. Assim que o peguei no colo senti que ele estava quente, mais que o normal

-Pai... - ele falou manhoso 

-Mi, o Miguel ta com febre! - a Michelle o pegou no colo se certificando que ele estava com febre. Em cinco minutos ela deu remédio pra ele e junto da Manu, o levou pro quarto o colocando para ver desenho 

-Acho que vamos ter que contratar uma empregada! - tornei a falar enquanto ela preparava um café na nespresso 

-Acho que aceitaria uma ajuda... Uma empregada-babá! 

-Uma empregada daquelas bem gostosa! - falei e ela me fuzilou. Fui dar um beijo nela 

-Vai lá ca sua empregada gostosa! - ela virou o rosto rindo. Segurei o rosto dela e dei um beijo, ela num ímpeto pulou em meu colo ficando com as pernas em minha cintura e eu a prensei na parede. Ficamos assim por um tempo 

-Faz mó tempão, que eu to querendo te amar e te beijar... - falei no ouvido dela 

-Que clichê! - ela riu e descendo do meu colo 

-Nossa, to forte ne? Nesse meio tempo te segurei esse tempo todo no colo... - brinquei e ela fez uma careta tacando um pedaço de pão em mim -Não desperdiça comida, menina! 

-Idiota! - ela riu e saiu da cozinha. 

Michelle POV 

Um dos meus filhos ficar doentes era como se eu tivesse ficado doente. Eu queria pode ficar doente no lugar deles, pra não ver eles todos abatidinhos. Levei o Miguel para a cama dele, com a febre ele estava todo preguiçoso e assim que dei remédio ele dormiu diferente da Emanuela que estava toda elétrica a essa hora da manha.

Parei na porta do meu quarto e só admirei a cena. Talvez, eu e o Paulo não tivéssemos nada a ver. Eu toda baixinha, delicada e carinha de mimada, ele todo alto, tatuado e cara de bad boy. Éramos varias vezes, o opostos um ao outro. Ele era impulso mal pensado já eu era o bom senso. Direto fazemos besteiras e erramos demais. E a gente briga, ô se briga. É "seu otário" de cá, "sua grossa" pra lá, vamos dormir brigados e acordamos se amando. Mas talvez nada disso importa, por que mesmo em meio desse monte de coisa a gente se amava, a gente se completava e entendia.

Eu ficava toda derretida quando se travava do Paulo com as crianças, igualzinho eu  estava agora. Ele e a Manu estavam deitados na cama, para chamar a atenção dele ela subiu em cima da barriga dele e ele fingiu que não ligou, continuou a prestar atenção na TV. Ela então colocou a mão no rosto do pai dela, que finalmente a olhou  

-Ei papai! - ela falou fofa o fazendo rir e ele começou a morder e fazer cócegas na minha pequena que gargalhava. Meu celular começou a tocar na escrivaninha ao lado da cama e eu finalmente entrei no quarto 

-Alô? 

-Oi Chelle! - a Mel cumprimentou e falou que a havia ligado dizendo que era pra pedir pra eu ir resolver um rolo da agência 

-Mas por que não vai? - perguntei confusa. O Paulo e a Manu que tinham parado de brincar me observavam atentos 

-Eu ia só que não me senti muito bem, quebra essa pra mim? - ela falou e eu suspirei -Esta tudo bem? 

-Está... Ja estou indo pra lá - avisei e encerrei a ligação com pena de deixar o Miguel doente em casa -Está com mal estar? Quer ajuda? 

-Não precisa, eu sei chegar em casa sozinha!

-Certeza? Não acha melhor ligar pro Nathan? 

-Não! - ela falou rápido -Não é nada! 

-Está bem... - concordei meio desconfiada e nos despedimos

-Que foi? - o Paulo perguntou e a Emanuela desinteressada na conversa começou a mexer no iPhone do Paulo para se entreter 

-A Melanie não vai poder resolver um lance la e eu preciso ir no lugar dela!

-Hum... Ela ta bem? 

-Está... Quer dizer, ela não está muito bem, mas disser que não era nada de mais! - falei e ele me olhou confuso depois deu de ombros. Peguei minha bolsa, me despedi deles e fui ate a agência com o pensamento na Mel. Ela estava meio avoada e meio estranha e agora não estava bem? Pensei em ligar para o Nathan perguntar sobre ela, mas talvez realmente não fosse nada e eu só teria desesperado ele sem motivo algum então achei melhor falar com a Melanie mais tarde. 

Fernanda POV 

O Caíque com o passar dos anos aprendeu muito bem a ser pai. A mãe dele foi de extrema importância, ajudando sempre e dando instruções. Já que ele não sabíamos nada de como cuidar de um recém nascido, que hoje em dia nem era tão recém nascido assim. Eu não conseguia acreditar que eu 'sou mãe'. Eu sempre desejei aquilo, especialmente com o Caíque. Agora eu já me acostumei melhor, fazem nove meses que eu morava com o Caíque. Antes eu vivia na casa dele, com ele e o Henrrico e os dois viviam no meu ape até que uma hora a gente decidiu morar juntos e compramos um apartamento na cobertura no mesmo prédio que eu morava. Como eu trabalhava como dona da empresa do meu pai e o Caíque vivia tendo compromissos com a banda tínhamos uma babá pro Henrrico, a Josi de 26 anos. O Henrrico era o a cara do Caíque, os olhos num verde escuro e o cabelo meio castanho claro... 

-Vai Henrri, acorda seu pai! - falei com o bebe que já estava com três anos. O coloquei do lado do Caíque na cama e ele cutucava o pai dele de um jeito engraçado 

-Filho, deixa eu dormir... - o Caíque resmungou, mas em seguida levantou 

-Não sei como em anos você ainda não acostumou! - falei e a campainha tocou, provavelmente era a Josi. Deixei os dois e fui atende-la 

-Bom dia Fernanda! 

-Bom dia! - respondi -Quer café? 

-Não obrigada! E o Henrrico, cade?

-Ta no... - comecei a falar e o Caíque apareceu com ele nos ombros -Ta ai...

-Oi lindo! - ela falou com o meu menininho 

-Oi Josi! - o Caíque a cumprimentou piscando e olhou para mim que o repreendi com o olhar 

-Na realidade eu estava falando com ele! - ela sorriu meio irônica pra ele 

-É por isso que eu te adoro, Jô! - falei e demos risada, menos o Caíque

-Algum compromisso com a banda hoje? 

-Ate agora, não! - ele me respondeu -Mas sabe como é, talvez o Japa chame a gente pra falar sobre...nada!

-Está bem... Eu vou indo! - falei

-Tchau Fernanda, tenha um bom dia! - até hoje estranhava toda essa formalidade que a Josi tinha comigo 

-Tchau amor da minha vida! - dei um beijo na bochecha do Henrrico -Tchau Jô, tchau Ca! 

-Eu achei que eu era o amor da sua vida! - o Caíque falou triste 

-Você perdeu esse posto há uns três anos... Pro seu próprio filho! - falei rindo -Agora é serio, tchau! 

-Tchau marrenta! - ele mandou um beijo e sai do apartamento. No começo fiquei enciumada com o ele e a Josi, mas agora não mais. Eu confio nele.

Peguei o meu celular e vi que tinha uma mensagem da Michelle perguntando se eu tinha notado algo diferente na Melanie. Pensei e na realidade não notei nada. Eu falava com as duas mais por FaceTime do que pessoalmente, só as via de fim de semana. Éramos super ocupadas, donas de nossos próprios negócios. Mas mesmo pelas chamadas de FaceTime a Mel não parecia estranha. As vezes ela parecia se perder e não prestava atenção no que eu dizia, mas isso não era algo tão anormal. Ate eu mesmo fazia isso as vezes. Perguntei o porque da pergunta e ela respondeu que não era nada. Ah claro, me engana que eu gosto! Por mensagem eu já senti que a Michelle suspeitava de algo, ate mesmo porque ela não teria perguntado aquilo. Me perguntei o poderia ter acontecido ca Mel, mas não consegui pensar em nada. Bom, mais tarde eu verifico essa historia com a Michelle. 

Melanie POV 

Eu mal consegui dormir de preocupação. Ainda mais depois que notei manchas pelo meu corpo, me deixando doida querendo saber que merda que estava acontecendo comigo. Tinha algumas coisas para resolver la na agência, mas tive que ligar para a Michelle ir no meu lugar porque precisava me consultar. Eu ate iria fazer isso depois, só que como passei mal mais uma vez fui direto ao hospital.

O médico pediu um monte de exames, que eu iria fazer hoje mesmo só que o resultados demorariam dois dias para sair, só iria saber depois do fim de semana! Mais dois dias de dúvidas 

-Mas doutor, o que você suspeita que seja? - perguntei aflita 

-Melhor não tomar conclusões  precipitadas! As vezes não é nada de tão grave e você acabou se preocupando atoa, com o resultados dos exames teremos um diagnóstico sólido do que está acontecendo! - ele falou e eu apenas concordei. Ele me receitou alguns remédios para eu tomar nesse meio tempo e eu fui embora com o coração na mão. Fiquei tentada a procurar coisas na internet, mas achei melhor não. Também evitei pensar nisso. Resolvi ir a agência ocupar a mente. Cheguei lá e subi direto pro escritório 

-Como foi no medico? - a Michelle perguntou assim que eu abri a porta 

-Nossa, oi amiga tudo bem? Resolveu todos os problema?

-Oi, estou bem. Lógico que resolvi tudo! Agora anda, fala - ela falou seria e eu suspirei sem saber o que dizer a ela 

-O médico pediu uns exames, que vão demorar um tempo pra ficar pronto! Ai só com os exames ele vai falar o que tenho...

-Hum... Melanie você ta gravida? - ela disparou sem rodeios 

-Que? Não! Não... Nem tem como! 

-Ih... - ela falou fazendo uma careta 

-Não, não é isso! É que ao contrário de uns e outros, a gente se cuida...

-Ah, sim! Esqueci que vocês são o casal certinho! - ela falou meio rindo

-Idiota! Eu sou só responsável! 

-Ah é!

-O que, vai dizer que VOCÊ é a responsável? 

-Sim! Eu vim resolver os problemas e deixei meu filho doente em casa!

-O Miguel ta doente?

-Só uma febrinha... Mas o Paulo se vira lá com ele! 

-Ele que é o responsável! 

-Ah com certeza ele é! - ela respondeu rindo.

Paulo POV 

Como nesse fim de semana não tínhamos nenhum show ou outro compromisso nos reunimos todos em casa. Era uma bagunça que só, mas era gostoso. A banda tomou uma proporção que nenhum de nós imaginava. Eram programas de TV, de rádio, entrevistas e mais entrevistas, shows e mais shows... A única chatice eram os paparizzis, ah como eles eram chatos e inconvenientes 

-Michelle, você não tem vergonha? - o Caíque perguntou sentado a mesa da copa 

-Do que? 

-Chama pra social e não faz comida! - ele respondeu e ela gargalhou 

-Falou O cara ne? Você nem chama pra social, mané! 

-Isso não é verdade, vocês que não vão lá! - a Fernanda defendeu 

-Ah, então beleza! Social no Caíque amanha! - o Nathan falou 

-Pode ir! Quero só ver! - o Caíque concordou 

-E ai, pizzas de que? 

-Mussarela!

-Calabresa! 

-Frango e catupiry! 

-Portuguesa! 

-De sorvete... - a Michelle e demos risada

-Gorda! - o Nathan zombou e ela deu a língua

-Ah que lindo! Cada um fala um sabor...

-Pede todas! - a Melanie deu de ombros 

-Está bem! - concordei e liguei pra pizzaria

-Alguém está de olho nas crianças? - a Melanie perguntou 

-Acho que não né... - a Fernanda respondeu vendo que estavam os seis ali

-Ah gente, nada a ver! Eles nem aprontam tanto... - o Caíque falou tranquilo 

-Que exemplo de pai! - brinquei e ele mostrou o dedo do meio 

-Ei, crianças! Parem - a Mi falou e eu fui saindo da cozinha 

-Onde cê ta indo? 

-Ver as crianças! Por que o filho tarado do Nathan Barone está doidinho pela minha filha! - falei e o Nathan me fuzilou 

-Olha bem como você fala... Eu é quem tenho que tomar cuidado! O Miguel deve ser igual o pai, preciso tomar cuidado com a Vale! 

-Vocês dois, parem! - a Melanie falou seria -Eles são apenas crianças! 

-Mas o Gu e a Manu combinam tanto... - a Michelle sorriu meio sarcástica pra mim enquanto a Melanie concordava. Minha filha tinha três anos!

-Michelle, para! - o Caíque falou rindo -Na moral, ta pra nascer cara mais ciumento que ele e você sabe disso! 

-Ai nossa, eu e o Nathan sabemos bem como você nem é ciumento... - zombei e assim foi o resto da noite. De muita risada e pizza. Até que eles foram embora e só sobrou eu e minha família 

-Que chilique foi aquele por causa da Manu? - a Michelle perguntou se deitando na cama 

-Não é chilique! É a verdade... A Manu é uma bebe - falei tirando a camisa e a calça 

-Mas mesmo assim, vai dizer que quando pequeno você não pegava as novinha? - ela perguntou rindo 

-Não, lógico que não! Vai dizer que você pegava os novinhos? - perguntei deitando ao lado dela na cama e ela não confirmou, mas também não negou -Michelle! 

-O que? - ela riu -Já vi que minha filha vai sofrer... E muito! 

-Nenhum marmanjo vai roubar minha filha de mim... 

-Só não esqueça que você foi o marmanjo tatuado que roubou a filha do meu pai! - ela falou e me deu um beijo -Para de implicar com a Manu e o Gu. É muito fofo, okay?

-Não acredito que você está permitindo isso! 

-Não estou permitindo! Só não estou fazendo tempestade em copo d'água, eles são inocentes! Você é que é todo pervertido... 

-Para de reclamar você gosta do marmanjo tatuado, do pervertido... - falei no ouvido dela que riu 

-Fazer o que, ele tem lábia! - e em seguida, me deu um beijo. 

Melanie POV 

Você com certeza conhece essa doença. Você já deve te-la visto em um filme ou ate mesmo uma pessoa próxima a você pode te-la. Ela mostra o quão impotentes nós, seres humanos, somos. Não importa se você é rico ou pobre, se é preto ou branco, se é loira ou morena, se você tem o carro do ano ou um carro popular, se você é chefe ou funcionário. Nada disso importa. Quando o médico começou a falar todo aquele discurso decorado, que ele diz a todos com aquele diagnóstico a primeira pessoa que me veio a cabeça foi o Nathan. Eu me apaixonei perdidamente por aqueles olhos castanhos e aquela barba pra fazer, ele se tornou a minha vida toda. E em seguida, me veio a mente meus filhos, frutos do nosso amor. Você nunca está psicologicamente preparado pra uma notícia desse tamanho, não tem preparo pra isso. Minhas pernas bambearam, meu coração acelerou e minha visão foi ficando turva até que se escureceram por completo e eu apaguei, tudo isso em função de uma frase, em função a algumas palavras que o médico usou para me contar o meu diagnóstico 

-Melanie... - ele começou e para mais um pouco de drama, deu uma pausa antes de continuar -Você está com câncer de mama.