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História Meant to be. - Capítulo 9


Escrita por: joaanak

Capítulo 9 - Capítulo 9


(POV MARK)

Na escola de medicina, temos muitas aulas que nos ensinam como combater a morte, e nenhuma que nos ensine a continuar vivendo. Viver é melhor do que morrer. Até que deixe de ser; mas, mesmo que deixar alguém morrer seja a coisa certa a se fazer, cirurgiões são arrogantes o suficiente para acharem que não há ninguém que não possam salvar, não fomos criados para isso.

Quando o corpo começa a falhar, a medicina assume. Sabemos que está na hora, mesmo quando a hora não é aquela; sabemos que é o certo e que fizemos tudo o que podíamos. Mas é difícil não pensar que poderíamos ter feito mais.

A morte parece uma perda, mesmo quando sabemos que não é! Por isso a palavra “morte” parece insuportável na linguagem de um cirurgião; nós fomos treinados para lutar contra a morte, lutar pela vida. Mas, e quando a luta pela vida se torna insuportável demais para continuar batalhando? Será que a morte é mesmo uma perda? Ou seria um descanso?

Árvores.

Gritos.

Pânico.

Destruição.

“Lexie?” – falei enquanto me sentava – “Lex? Lexie?” – eu tentava gritar, contudo, minha voz não saía.

Olhei ao meu redor. Meredith permanecia inconsciente; Yang havia improvisado uma tala para sua mão e caminhava bamba até mim; Arizona estava histérica e gritava. E eu? Eu só conseguia olhá-las com pena. Tentei ficar em pé e depois de algumas tentativas frustradas, consegui.

“Lexie??” – minha voz começava a soar mais forte – “Lexie, cadê você?” – um gritou saiu de minha boca.

Yang me olhava confusa.

“Sloan?” – ela falou enquanto pousava a mão em minha testa a fim de medir minha temperatura.

“Sim?”

“Lexie... Ela não veio conosco. Você não lembra? Hunt pediu para que ela ficasse em Seattle.”

Eu tentava entender o que aquelas palavras significavam.

“Ela... não... veio?” – gaguejei.

Ela negou.

“Lexie, ela não está aqui?” – eu tornei a repetir só para ter certeza.

Cristina me olhou preocupada e impaciente.

“Não. Ela está em Seattle.”

Eu assenti. Ela estava em Seattle. Lexie estava bem. Em Seattle. Aquilo era confuso para mim, porque eu não lembrava disso? Continuei a encará-la sem saber o que fazer.

“Ah, vamos lá. Você deveria ser a pessoa fácil de lidar!!! Já tem aquela lá que não cala a boca.” – ela falou apontando para Arizona que agonizava no chão.

Eu concordei.

“Você está bem?” – ela voltou a perguntar.

“Sim. Estou.”

“Que ótimo. Agora venha me ajudar, nós temos que fazer algo.”

Yang caminhou até Arizona e gritou para ela calar a boca. Ela o fez na mesma hora. Destroços do avião estavam espalhados pelo chão. Havia sangue, muito sangue. A perna de Robbins apresentava uma fratura exposta muito grave. Meredith permanecia inconsciente no chão e eu não fazia ideia de aonde Derek poderia estar.

 

“DEREK!? DEREK?!” – eu ouvia as vozes de Meredith e Cristina se afastando de nós, buscando desesperadamente por Derek. Enquanto isso, sentei ao lado de Robbins e tentei cuidar de sua perna.

“Nós vamos morrer, não vamos? Assim como o piloto...” – ela perguntou chorando.

“Não vamos morrer, Robbins.” – eu falei tentando acalmá-la – “nós dois iremos sobreviver à isso, e Cristina e Meredith encontrarão Derek e em algumas horas, nós todos estaremos em casa.”

Ela chorava descontroladamente.

“Ele está morto, Mark... Nós podemos morrer também... Eu estou com medo.” – ela disse se encostando em meu peito enquanto eu a abraçava.

“Shhhh... Vai dar tudo certo. Nós vamos ficar bem.”

 

Um tamponamento cardíaco é uma emergência médica na qual há acúmulo de líquido no pericárdio. O sangue aumenta significativamente a pressão no coração, impedindo os ventrículos do coração de se encherem adequadamente, isto resulta num bombeamento ineficiente do sangue, choque e frequentemente morte.

Morte.

A vida era difícil. Mas a morte era fácil.

E eu a via se aproximar de mim.

“CRISTINA!” – Arizona gritava ao ver Yang se aproximando. Sua voz parecia tão distante... – “é o Mark! Corra!!”

Robbins passava suas mãos sobre meu rosto me mandando respirar lentamente enquanto me abraçava desesperadamente.

“Qual é Sloan, você disse que daria tudo certo. Por favor, por favor não morre.” – ela chorava.

Vi Yang e Meredith se aproximando de relance.

“Der... Derek... Vocês o a... Vocês achar...?

“Shhhh.” – Meredith falou enquanto Cristina rasgava minha camisa e me deitava no chão – “Derek está bem ali. Ele está bem.” – ela tentou me acalmar.

“Ele vai morrer?” – Robbins ainda soluçava freneticamente.

“FICA QUIETA. EU PRECISO PENSAR.” – Yang gritava.

Ela parou e olhou ao redor, desesperada.

Viver é difícil.

Morrer nem tanto.

“É um tamponamento cardíaco.” – ela afirmou.

“Tem certeza?” – Arizona perguntou.

“Tenho setenta e cinco por cento de certeza, talvez setenta...”

“Não é muita certeza.” – Meredith começou.

“SE QUISER TER CERTEZA, ARRANJE UM ULTRASSOM!” – Yang estava alterada.

Ela respirou fundo.

“É como se o pericárdio fosse explodir; nós temos que drenar o saco pericárdico e aliviar a pressão se não seu coração vai parar.”

Arizona chorava mais ainda. Yang revirou os olhos.

“Derek? Consegue vir até aqui?”

“Estou chegando.” – ele tossia.

Meredith o ajudou a se sentar perto de onde eu estava deitado.

“Cristina quer aliviar a pressão do pericárdio.”

“Com o quê?” – ele pareceu pensativo.

Yang riu.

“Não temos uma agulha espinhal calibre 18...” – ela suspirou.

A àquela altura estavam todos ao meu redor juntamente com a bolsa de primeiros socorros e sem ideia do que fazer.

“Segure isto.” – Derek disse – “tire a tampa!”

Eu não via o que eles seguravam mas com certeza não era algo bom.

“Use o tubo.”

“Brilhante!” – Cristina exclamou enquanto Meredith a olhava sem entender e Arizona se encolhia em um canto segurando minha mão.

“Mer, desinfete.” – ela apontou o instrumento improvisado para Meredith.

“Espero que este tubo seja longo o bastante. Você tem que enfiar na subxifoide. Bisturi?” – Yang parecia tão segura do que falava – “bisturi!”

“Calma Mark, vai dar tudo certo...” – Arizona apertava minha mão.

Cristina abriu um corte no meu peito e segurou minhas pernas.

“Cuidado, não puncione o coração.” – aquilo realmente não me deixava confortável.

Meredith inseriu o cano no buraco aberto em meu peito e depois enfiou mais fundo. Eu gemi e me contorci de dor. Arizona acabou com toda a pressão que circulava pela minha mão e as lágrimas escorriam pelo seu rosto sem cessar.

“Deu certo!” – Cristina exclamou ao ver o sangue jorrando – “você conseguiu.”

Meredith respirou aliviada. Todos nós respiramos aliviados.

Eu estava vivo.

Ainda.

 

“Mark? Mark! Acorde!!” – Robbins dava tapinhas em meu rosto me despertando. Já era noite e ainda estávamos desaparecidos.

“Robbins?”

Ela sorriu.

“Sim?”

“Diga à Lexie que ela é o amor da minha vida, e Sofia... Diz pra Sof...”

Ela pousou seus dedos sobre minha boca.

“Shhhh. Eu não vou falar nada! Nem pra Lexie, nem pra Sofia... Você mesmo vai, tá bom?” – ela fungou engolindo o choro – “nós cinco, nós vamos sair daqui. Vamos sobreviver. E você? Você não vai morrer tá? Você tem Lexie, e Sofia e Callie... E elas estão esperando você voltar Mark... Você não pode deixa-las. Você não pode me deixar.” – ela apertou minha mão.

“Callie é uma ótima mãe, mas ela é um péssimo pai. Você é o pai. Você é o papai da Sofia, entendeu? Não pode deixar a nossa filha assim.” – as lágrimas escorriam pelo seu rosto – “e tem a Lexie, vocês finalmente estão bem. Vocês dois vão casar e vão ter filhos, irmãos para a Sofia. E nós todos vamos ser uma família feliz! A família Grey-Sloan-Robbins-Torres... Você precisa continuar firme, Mark. Por mim. Por elas. Por favor...”

Eu suspirei.

“Tudo bem. Vou aguentar firme.” – falei o mais seguro possível.

Ela beijou minha testa enquanto uma lágrima caía em meu cabelo.

“Eu sei que vai... Eu sei que vai...”


Notas Finais


Gostaram dos dois capítulos postados hoje? Espero que sim...
Se gostaram, comentem e favoritem a história. Vocês são minha motivação para continuar escrevendo.
Obrigada à todos que vem me acompanhando até o momento.
Em breve tem mais.


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