— Sim.
— Sim o quê? — Indagou Niki confuso.
— Sei lá, só... Sim.
— Então, sim, você gosta de mim e sim, você quer namorar comigo?
— Acho que você tá interpretando as coisas como você quer. — Tombei a cabeça para o lado em desaprovação.
— Eu tô errado?
— Na verdade não.
— Nesse caso... — Juntou nossos lábios em um selinho rápido. — Não tente mais fugir de mim, entendeu?
— Seu idiota! — Estapeei seu ombro. — Não pode fazer isso na escola, tá querendo levar castigo? Porque eu tô fora.
— Tá tudo bem por aqui? — Ouvi a voz de Sunghoon.
Ele emitia um olhar desconfiado, talvez pelo fato de que Niki continua com o braço escorado no armário, e sua proximidade à mim era questionável.
— Tudo ótimo. — Niki ajeitou a postura, se distanciando minimamente de mim. — A gente só tava-
— Fecha a matraca Nishimura. — O adverti. — Tá tudo bem Hoonie! — Fui até o garoto e segurei em seu braço. — Você viu o Sunoo? Eu não o vejo há um tempo.
— Acho que ele tava na sala. — Sunghoon ainda parecia desconfiado.
— Vamos até lá então! — O puxei para sairmos. — Nos vemos depois Niki.
Ignorei a postura carrancuda de Niki e segui em frente com Sunghoon. Mas não é como se fosse fácil enganar esse garoto aqui.
— Agora me solta. — Sunghoon resmungou se desvencilhando de mim assim que viramos o corredor.
— Até parece que eu quero ficar perto de você. — Retruquei emburrada.
— Agora fala a verdade anão de jardim, o que tava rolando lá?
— Eu odeio quando você me chama assim, eu nem sou tão baixa. — Reclamei ofendida.
— Para de mudar de assunto. — Ele cruzou os braços esperando uma resposta.
— Não tinha nada demais lá. — Dei de ombros.
— Será que tem "trouxa" escrito na minha testa? Tá achando que eu sou burro é?
— Não tem, mas eu posso escrever se você quiser. — Provoquei.
— Tá desviando do assunto de novo, eu te conheço Anna, tem coisa aí. — Ele falava com total convicção. E isso é ruim, não adianta continuar negando, ele não vai acreditar.
— Pense o que quiser Hoonie. — O ignorei e andei à sua frente.
— Nem pense que isso acaba por aqui senhorita Evans, eu vou acabar descobrindo. — Ele disse pouco atrás de mim.
(...)
Ao fim das aulas juntei meus materiais e sai da sala. Andei pelos corredores sentindo alguém me seguir. E aposto que tinha o sobrenome Nishimura.
Parei bruscamente fazendo-o parar também.
— Tá fazendo o quê? — Perguntei me virando para olhá-lo.
— Te seguindo. — Respondeu como se fosse óbvio.
— E eu posso saber o porquê?
— Porque você fica brava quando eu me ofereço pra te levar em casa. — Percebi suas bochechas ruborizarem discretamente. E devo admitir, aquilo foi fofo.
— Seu tonto. — Dei um peteleco em sua testa e ouvi resmungar levando a mão até o local. — Vem logo. — Agarrei uma de suas mãos e o puxei para continuar andando.
Mas, parando pra pensar, eu ainda não estou namorando Niki, então, eu estou sendo atirada?
Talvez um pouco.
Podia sentir o nervosismo do loiro pelas suas mãos que soavam um pouco. Sorri soprado. Esse é o mesmo cara que vai pra diretoria cinco vezes por semana?
(...)
— Acho que é isso, estou entregue. — Disse ao nos aproximarmos da minha casa.
A luz já tinha ido embora, e novamente a rua era iluminada pelos poucos postes que haviam ali. Já estava virando um ambiente comum entre nós.
— Antes eu queria te perguntar uma coisa... — Niki parecia sério, o que não era normal vindo dele, está sempre fazendo piadinhas ou coisas do tipo.
— Estou ouvindo. — Ajeitei uma mecha de cabelo atrás da orelha.
— Você... Quer ser a minha namorada? — Seus olhos pareciam brilhar intensamente, até mais que no dia em que se confessou pra mim, nesse mesmo lugar.
— Só se você me devolver meu fone. — Quebrei o clima de romance que me deixava desconcertada.
— Eu não vou devolver. — Retrucou convicto.
— Então continue solteiro. Bye! — Ameacei sair mas fui impedida por seus braços, que voltearam minha cintura, trazendo-me de volta.
— Você não tá falando sério. — Indagou quase manhoso enquanto me pressionava contra seu corpo.
— É claro que estou! Devolva meu fone e estaremos acertados.
— Eu não posso!
— E por que não?
— É uma lembrança da nossa primeira detenção juntos!
— E isso lá é coisa pra se lembrar Nishimura? — Reclamei segurando o riso. Como ele pode achar isso uma coisa boa?
— Está decidido, não vou devolver, já deveria ter desistido. — Seu rosto estava tão próximo que me perdi em seus olhos e em algum momento esqueci sobre o que era a discussão.
— É... É que... Sobre o que falávamos mesmo?
— Você tinha acabado de aceitar minha proposta de namoro.
— Ah é mesmo... — Me perdi novamente. — Espera! Eu não aceitei nada! — Exclamei voltando à mim.
— Não me culpe por tentar. — Sorriu travesso.
— Seu tonto. Devolva meu fone e ninguém se machuca.
— Vamos fazer isso direito, hum?
— Tá falando do quê?
Niki emitiu um sorriso ladino antes de tomar meus lábios em um beijo. Não foi a primeira vez que senti seus lábios nos meus, mas é a primeira que aprofundamos isso.
Esquecendo completamente o que quer que estivéssemos discutindo antes, levei meus braços até seu pescoço; volteando o mesmo.
Senti Niki tocar minha nuca com uma das mãos; adentrando meus fios e provocando um arrepio.
Caramba, esse cara é mesmo meu namorado? Ah espera, eu não aceitei.
Por que eu ainda não aceitei!?
A falta de ar nos obrigou a nos separar, no entanto, Niki não se afastou e continuou alí, com a testa encostada a minha. Eu apenas sentia sua respiração desregulada bater contra meu rosto, enquanto percebia cada vez mais o que Niki causava em mim.
— Você tem que ser a minha namorada. — Disse quase em um sussurro.
— E você tem que devolver meu fone. — Ele se afastou para me encarar.
— Vai continuar insistindo nisso?
— Sabia que eu era assim quando se apaixonou por mim. — Ressaltei.
— Pior que sabia.
— Agora eu vou entrar. — Me desprendi dos braços do loiro que fez uma cara de decepção.
— Você vai mesmo embora sem me dar uma resposta? — Questionou enquanto eu me afastava.
— Te vejo amanhã! — Sorri indo em direção à minha casa.
Pode parecer maldade, mas talvez funcione. Além do mais já estamos praticamente namorando, um sim não vai mudar tanta coisa, afinal.
Fechei a porta atrás de mim após entrar na casa. Não conseguia conter o sorriso bobo no rosto. Como fui capaz de me apaixonar justo por ele?
Nada mais importa, nem mesmo o fato dele ser um dos vândalos da escola. Afinal, todos temos um lado assim.
(...)
O dia correu normalmente. Exceto pelo fato de que Niki me importuna com mais frequência; desde cutucadas com a lápis até seus dedos enrolando e puxando levemente minhas mechas de cabelo.
No entanto, o loiro sumiu durante o intervalo. Eu fui ao banheiro por um momento e quando voltei ele havia sumido, o que era estranho já que ele sempre quer ir ao refeitório comigo.
Me questionei mais algumas vezes sobre onde ele poderia estar, mas não acho que eu vá conseguir descobrir aqui; parada no meio da porta.
Saí dali em direção ao refeitório. É possível que ele tenha sido arrastado pelos amigos dele até lá, certo?
Caminhava alerta pelos corredores, tentando não esbarrar em nenhum aluno, e mesmo assim vez ou outra batendo o ombro em alguém. Os intervalos são sempre barulhentos e movimentados, mas hoje parecia pior.
Posso até estar ficando paranóica com essa sumida de Niki, mas a verdade é que tenho me preocupado desde que ele recebeu aquele alerta de Yihyun. E pra piorar a suspensão dele acabou. Inclusive deve estar por aí, já que não estava na sala.
Cheguei ao refeitório e procurei atentamente pelo loiro, mas não o encontrei. Agora era realmente estranho. Ou ele está aprontando alguma por aí, ou está com problemas.
Problemas? Ele é Nishimura Riki, o arruaceiro da escola, é ele quem causa os problemas.
Eu deveria pensar assim, não é? Mas porque é tão difícil?
— Anna?
Me virei para ver Jungwon.
— Ah, oi. — Respondi meio sem jeito.
— Oi? — Ele riu. — Tá tudo bem? Você não costuma cumprimentar ninguém assim.
— Não é nada. Eu só... Estava procurando alguém mas... — Não sabia como falar à ele sem levantar suspeitas.
— É o Niki? Está procurando por ele?
— Como você sabe?
— É meio óbvio.
— Ele sumiu da sala, talvez esteja em outro lugar.
— Ele com certeza está, vi ele entrando na quadra, mas não estava sozinho.
— Você viu?
— É, eu estava fazendo uma ronda, os alunos tem mania de ficar namorando lá por perto.
— E com quem ele estava?
— Acho que ele entrou com aquele garoto novo, e depois entraram mais dois.
— Isso é ruim. — Fiquei preocupada.
— Por quê?
— Eles são inimigos declarados, vai haver uma quarta guerra mundial lá dentro!
— Nesse caso, é muito ruim.
— Acha que vai acontecer algum tipo de briga de gangues lá dentro?
— Só se ele for brigar sozinho, porque passei pelos amigos dele agora pouco.
— Minha nossa, o que vai acontecer lá? — Pensei em algo mais nada me vinha à cabeça. — Eu vou até lá.
— Tá louca? Vai fazer o que lá?
— Eu não sei, mas preciso ir.
Corri para fora do refeitório antes que Jungwon pudesse me impedir.
Era estritamente proibido correr pelos corredores, mas hoje eu ignoraria mais uma das regras do colégio. Eu não sei o que está acontecendo lá, tão pouco o que irei fazer, só sei que eu preciso chegar lá bem rápido.
Avistei o grande portão da quadra e não exitei em puxá-lo, fazendo um barulho que alarmaria minha chegada.
Observei quatro garotos parados no meio da quadra de basquete. No entanto apenas dois me chamaram atenção, Niki e Yihyun.
Os dois estavam à certa distância, mas se encaravam mortalmente. Enquanto os outros dois assistiam de longe, sentados nas arquibancadas.
Yihyun parecia nervoso com a minha chegada, por outro lado Niki me repreendia com o olhar.
— Vai embora Anna. — Disse Niki irreversível.
— Não até saber o que estão fazendo aqui. — Cruzei os braços me aproximando dos dois.
— É uma confraternização, não está vendo? — Ironizou Yihyun.
— Pra mim não parece nada amigável. — Retruquei.
— É porque não é, agora vai embora, não devia estar aqui. — Indagou Niki.
— Fica quieto que eu ainda não terminei. — Apontei o dedo em sua direção e ele suspirou pesado.
— Ele tem razão princesa, não deveria estar aqui, dê meia volta e-
— Eu ainda não terminei de falar! — Exclamei fazendo com que eles me olhassem.
Corri a mão pelos meus fios tentando me acalmar, esses idiotas me tiram do sério. Deve ser um dom.
— Vocês iam brigar? Bem aqui no meio do colégio? Vocês estão tentando ser expulsos ou só são burros mesmo?
— Anna-
— Se me interromper de novo sou eu quem vou espancar! — Fuzilei o loiro com os olhos.
Niki levou as mãos até a cintura, provavelmente se sentindo afrontado, no entanto, me obedecendo.
— Eu não acho que o motivo da briga seja eu, vocês só são imaturos de mais pra perceberam que isso é uma grande bobagem.
— É que nunca dissemos que íamos brigar. — Disse Yihyun receoso.
— E precisa dizer? Vocês estão no meio da quadra vazia se encarando como se fossem travar uma batalha!
— Eu só queria me aproximar de você e pedir desculpas, então fui atrás dele, mas esse idiota não quer me ajudar.
— Por que eu te ajudaria a se aproximar da minha namorada!? — Niki interferiu.
— Eu não vou roubar ela! Só queria pedir desculpas e dizer que vou adotar aquele cachorro!
— Mesmo assim, seria estranho. Eu não faria isso!
— Seu idiota egoísta, não é como se ela fosse trocar assim que eu pedisse desculpas!
— É claro que não! Ela nem gosta de você!
— Isso não me importa eu só queria me desculpar!
— Eu não vou permitir!
— Yah!
Gritei com os dois que já esgotaram minha paciência.
— Primeiro — Levantei o dedo indicador — Você não tem que permitir nada Niki. — Segundo — Levantei o outro dedo — Pedir desculpas não é o fim do mundo nem precisa de treinamento.
— É que você da medo. — Yihyun parecia receoso.
— Quando se tornou um fracote? Não era assim antes. — Desdenhou Niki.
— Ela dá mais medo que você!
— Pior que dá mesmo, você ainda nem vou ela com raiva, ela é-
— Sabem que eu ainda tô aqui né?
— Foi mal. — Yihyun escondeu as mãos nos bolsos.
— Vai mesmo adotar aquele cachorro?
— Sim. Eu tava com muita raiva aquele dia, mas isso não é desculpa. Prometo que nunca mais vou machucá-lo.
— Sabe que é difícil acreditar em você né?
— Se você me passar o seu número, posso te mandar fotos e vídeos dele, assim vai saber que ele está bem.
— Opa, vai com calma, isso não vai rolar não. — Niki balançou o indicador no ar, negando.
— Acha que é uma desculpa pra pegar o número dela ou o quê?
— Foi uma boa tentativa. Mas pode esquecer.
— Pede logo desculpas Yihyun. — Os interrompi.
— Me desculpa. Eu prometo que vou cuidar bem dele.
— É bom estar sendo sincero. — Estendi o celular dele. — Aqui tem meu número e o endereço de onde deixei ele.
— O quê? Quando você pegou meu celular?
— Enquanto vocês discutiam.
— Caramba, que mão leve.
— Leve? Experimenta levar um soco dela. — Niki sorriu. — Espera aí! Vai dar seu número pra ele!?
— Não tem nada demais nisso.
— Esse é o truque mais baixo que eu já vi! Por que está caindo nele!?
— Para com isso. — Segurei em seu pulso e o puxei para fora da quadra.
— Ele nem deve tá arrependido de verdade!
— Eu vou saber em breve.
— Você não deveria ter feito isso!
— Só porque vocês são inimigos? Ele pode estar falando sério.
— Aposto que é tudo mentira!
Enquanto andávamos pelos corredores, acabei notando que Jungwon vinha em nossa direção, acompanhado por Sunghoon.
— Você tá bem? Estavamos indo te procurar. — Disse Jungwon aparentando preocupação.
— Eu tô bem, e nem precisei usar violência. — Sorri enquanto ele revirava os olhos.
— Eu sabia! Vocês estão juntos, não estão? — Sunghoon apontou minha mão que segurava a de Niki.
— Vê se me erra Sunghoon. — Voltei a puxar Niki para sairmos dali.
— Admite logo, vocês estão namorando!
— É você venceu, estamos namorando. — Confirmei sem para de andar.
— Estamos? — Questionou Niki enquanto nos afastavamos deles.
— Por quê? Você não quer mais?
— É você quem fica enrolando, não eu. — Puxou minha mão, me fazendo parar à sua frente.
— Bom, eu estou aceitando agora.
— Deveria ter feito isso ontem. — Sorri ao ver um bico se formar em seus lábios.
— Essa não, acho que é tarde demais, teremos que seguir caminhos diferentes agora. — Fiz drama.
— Pode parar, foi difícil conseguir essa resposta, então, você não pode fugir agora. — Abraçou minha cintura.
— Tão fofo.
— É melhor não contar pra ninguém, tenho uma reputação a zelar.
— Não contar o quê? Que você é extremamente fofo e se finge de malvadão?
— É... — Pensou um pouco — Espera, você ta me zoando?
— Com certeza.
— Como pode ser tão abusada? Sabe com quem está falando? — Contive um sorriso.
— Eu sei. — Coloquei as mãos em seu rosto, o segurando. — Com o meu namorado fofo.
— Eu tô falando sério, é melhor não fazer isso na frente de outras pessoas.
— Eu jamais faria algo assim.
...
— Vejam como ele é fofo comendo. Não sei como alguém pode ter medo dele. — Comentei observando o loiro emburrado enquanto comia.
— Acho que vai perder sua moral em breve Niki. — Comentou Jay seguido de um sorriso para provocar o amigo.
— Eu disse pra você parar! — Niki reclamou.
— Pode me deixar curtir o momento por favor? O diretor idiota foi transferido e eu até consegui os lanches veganos.
— Isso é ótimo pra você, mas o que tem haver com me desmoralizar?
— Para de fazer drama Nishimura.
— Então para com isso!
— Você vive reclamando que eu não te dou atenção, estou apenas fazendo o que você pediu.
— Não foi o que eu quis dizer!
— Vocês vão mesmo discutir relação agora? — Jake indagou nitidamente cansado de assistir aquilo.
— Eu nem quero falar com ele mesmo. — Dei de ombros pegando meu celular.
Abri o aplicativo de mensagens e cliquei no contato de Sunoo. Na mensagem ele dizia que iriam se reunir no jardim do colégio.
— Onde você vai? — Perguntou Niki ao me ver levantar.
— Embora pra não dizer o quanto você não dá medo. — Provoquei bagunçando seus fios loiros antes de sair.
Segui pelo colégio em direção ao jardim. Fazia um tempo que não nos reuniamos assim. Chegando ao lado de fora do colégio, avistei os três sentados na grama, abaixo da sombra de uma árvore.
Me aproximei sentindo o vento balançar meu cabelo conforme andava.
— Tão rápida. — Comentou Sunghoon ao me ver chegar.
— Eu tinha que ser, o intervalo não vai durar muito. — Me sentei ao lado de Sunoo.
— Achei que fosse trazer seu animal de estimação junto. — Sorriu maldoso.
— Será que da pra parar de implicar com ele?
— Com aquela mala? Não obrigado.
— Não foi pra isso que viemos. — Jungwon nos interrompeu.
— Tem razão. É nosso último ano, vamos fazer direito. — Sunoo se pronunciou.
— É o último ano de vocês, eu vou continuar sofrendo aqui dentro. — Fiz bico.
— Não é como se fossemos parar de nos ver. — Jungwon ressaltou.
— Mas não vai ser a mesma coisa sem vocês. — Toquei a grama, sentindo um pouco da terra.
— Até parece que vai mudar tanta coisa, você vive mais com o Niki que com a gente atualmente. — Sunghoon interferiu.
— Para de ser chato!
— Você é que é!
— Parem de brigar! — Exclamou Jungwon como se fosse fácil. Era inerente à nós estarmos sempre brigando.
— Podem fingir que são comportados por enquanto? — Resmungou Sunoo.
— É sempre ele que começa.
— Isso não importa agora, as férias estão próximas e a nossa formatura também. Vamos apenas nos despedir direito. — Disse Jungwon.
— Eu vou sentir saudades. — Enrrosquei meu braço no de Sunoo e apoiei a cabeça em seu ombro.
— Podemos sair durante as férias, ou nos finais de semana, não vamos nos mudar de cidade.
— Vocês prometem? Mesmo que vocês arrumem namoradas chatas?
— Olha quem fala. — Sunghoon Resmungou.
— Fica quieto seu idiota, não tá vendo que é momento importante!
— Você que é, nunca vi arrumar namorado pior!
— Para de falar mal dele, nem o conhece!
— E nem preciso com uma fama dessas!
— Argh! Park Sunghoon!
(...)
— O que vai fazer durante as férias? — Perguntei enquanto andávamos pela calçada em direção à minha casa.
— Eu? — Ele pareceu pensar. — Te convidar pra sair todos os dias?
— E se eu não quiser ir?
— Nesse caso, eu fico com você em casa.
— Seus amigos também vão se formar esse ano. Vai continuar sendo um idiota mesmo com eles longe?
— Ei, isso machuca.
— Eu não vou me desculpar.
— Eu aceito isso. — Ajeito a mochila em seu ombro. — Sabe que eu parei com as pegadinhas. Mas vai ser chato sem eles.
— Eu sei. Meus amigos também vão se formar esse ano.
— Mas pensa pelo lado positivo, ainda temos um ao outro.
— E se terminarmos e acabarmos nos odiando?
— Isso nao vai acontecer. — Emitia convicção em sua fala.
— Não dá pra você saber. — Avistei minha casa no fim da rua.
— Eu simplesmente não vou deixar.
— Tudo bem. Faça o seu melhor.
— Eu com certeza vou. — Parou ao nos aproximarmos da minha casa. — E nem pense em fugir durante as férias, eu sei onde você mora. — Aquela certamente era uma ameaça bem fofa.
— Nunca passou pela minha cabeça. — Abracei sua cintura, enquanto ele levava a mão até meu cabelo, ajeitando uma mecha atrás da minha orelha.
— Vamos passar as férias juntos. E também o último ano. E o que vier.
— Nem tente o contrário, você é incrívelmente fofo. — Sorri vendo o mesmo revirar os olhos.
— Não estraga.
— Ok.
Ele finalmente emitiu um sorriso. Levou as mãos até meu rosto, o acariciando antes de selar os lábios aos meus.
Niki com toda certeza era fofo, só não aceitou ainda.
Me soltou e eu deixei um último selar em seus lábios antes de me distanciar.
Não importa se é verão ou inverno.
Nem importa se faz sol ou chuva.
Com tanto que ele esteja ao meu lado, vai ficar tudo bem.
Vai ficar tudo bem porque ele é e continuará sendo; meu arruaceiro favorito.
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