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História Melancholy - Capítulo IX: Liar


Escrita por: hidechanrainbow

Notas do Autor


\o/ boa semana meus lindos! Voltamos com AoKaga por aqui.

Capítulo 10 - Capítulo IX: Liar


– O senhor faz panquecas muito bem _despejou a calda na molheira com cuidado e descansou a louça na bandeja de prata.

– Treinei na casa da minha mãe. Que horas são?

– Hora de virar essa massa ou vai queimar.

O ruivo voltou sua atenção para a frigideira e girou a última panqueca no ar, estava difícil se concentrar apesar de ter a total certeza que Daiki estava bem.

– Angel arrume a mesa, por favor, vou tirar essa camiseta, está fedendo gordura.

– ...senhor... ah, nada.

– Angel?

– Não é nada, me desculpe.

Angel queria conversar sobre algo que a incomodava desde o primeiro dia em que Daiki viera morar na mansão, mas não sabia se tinha o direito de se intrometer. O moreno não estava confortável e isso se tornou visível para a ela, sempre evitava encontrar os empregados, comia suas refeições o mais rápido possível para deixar a mesa e mesmo depois de quase três semanas, fazendo dias lindos de sol, não saiu para o jardim (as escadas de fato atrapalhavam, mas o jardineiro estava sempre disposto a ajudar caso fosse solicitado). Kagami não tinha como perceber tais coisas uma vez que junto dele Daiki se soltava bem mais, alguém teria que enfim tratar daquele assunto. A senhorinha suspirou e rumou para a sala de jantar, ela pensaria melhor sobre mais tarde.

Camaro preto estacionou na frente da residência alguns minutos depois, o ruivo já tinha conhecimento então o esperava na porta de entrada, agradeceu seu motorista antes de capturar o olhar abatido do amado. Ele sorriu sem jeito e esperou ficarem a sós para dizer qualquer coisa.

– Como foi? _o ajudou a tirar o casaco, o moreno preferiu se levantar para estalar os joelhos, mas sentou na cadeira em seguida sendo então guiado por Taiga.

– Foi estranho... a Carry aceitou muito fácil _olhou para cima encontrando um Taiga de olhos arregalados _ela disse que queria se redimir então ia aceitar qualquer decisão minha. Só exigiu presença quando formos contar ao Theo.

– ...bom, isso é... ótimo?

– Ela também disse que virá com ele aqui às vezes... e me convidou para visitá-lo em seu apartamento.

Eles pararam por alguns segundos no meio da sala, o ruivo ficou pensativo e acabou se sentando no sofá.

– Ela não achou estranho...? _apontou para si mesmo.

– Na hora ela fez uma cara de quem levou um soco na cara e ficou lá parada sem reação, mas depois acabou cedendo _se entreolharam desacreditados por alguns segundos.

– Quer saber? Vamos comemorar então! _deu uma piscadela e estendeu a mão para que Daiki se levantasse _me da um abraço, vem!

Até ser envolvido pelos braços quentes de Taiga, Daiki ainda não tinha se tocado do peso que saíra de suas costas após a conversa com Carry, quando sentiu o ruivo afagar seus cabelos e respirou aliviado chegando a rir sozinho. Enfim estava tudo bem!

– Um passo a menos _disse baixinho no ouvido do ruivo.

– Sim e sabe o que eu fiz pra você?

– O que? _se afastou para olhar seu rosto com um “Q” de curiosidade.

– Só se vier caminhando comigo.

“Ah... esses caninos” pensou se segurando na cintura de Taiga, passo a passo eles venciam a distancia até a sala de jantar. Angel que os esperava para servi-los sorriu ao ver a expressão leve de ambos. A qualquer um que visse aqueles sorrisos largos e duradouros, tinha o coração preenchido por amor.

– Panquecas! Meu cara...mba. Ops _olhou sem jeito para a Angel.

– Vou deixá-los a sós _e desapareceu cozinha adentro rindo sozinha, Taiga nunca media a boca suja quando se empolgava com algo e Daiki parecia ser igualzinho.

– Obrigado, Taiga!

– Abre a boca! _prendeu um pedaço de massa no garfo.

– Teu cu, sai daqui com isso _segurou seu pulso morrendo com aquela atitude besta _Taiga!! Oe!!!

Algumas horas mais tarde, exaustos pelas brincadeiras bobas e comida farta, Kagami esperava por Daiki na sala de cinema que havia montado para ele como surpresa de boas vindas. O espaço era preenchido por sofás confortáveis e uma tela digna, havia também estante com filmes e jogos; acabou sendo atraído pela sala muito mais do que o moreno e até a sua vinda, passara horas usufruindo das regalias. Fã de Imagine Dragons, Taiga também acabou comprando um aparelho de som, mas não tinha o testado ainda. Colocou um CD aleatório enquanto escolhia algo interessante na netflix – riu de si mesmo ao perceber que gastara com DVDs sendo que tinham tudo online. Monte de pessoa.

– Terror? _Daiki anunciou fechando a porta atrás de si, amava aquele espaço, era grande e exagerado como o resto da mansão – fato – ainda assim aconchegante. Os empregados entravam apenas para limpar então tinha todo o tempo do mundo para ficar sozinho.

– Não _choramingou, pode ser algum de comédia?

– ...ficção?

– Maratona?

Daiki concordou se acomodando no sofá, ele observou o ruivo mexer incessante no controle remoto até que a musica conhecida chegou aos ouvidos: avicci. “Bons tempos” Pensou com um sorriso ameno que logo se desfez, quando mais jovem amava sair para dançar em baladas, coisa de adolescente.

– Olha, estreou The Flash, o que acha?

– Sério?! Já era, vamos ver esse _estendeu os braços para o ruivo, mas ele se levantou.

– Calma ai, me deixa mudar o cabo ali atrás, liguei o som no home theater. Ah cara, essa música é bonita_ comentou ao começo do novo ritmo.

When your legs don't work like they used to before
And I can't sweep you off of your feet
Will your mouth still remember the taste of my love?
Will your eyes still smile from your cheeks?

Darlin' I will be lovin' you
Till we're seventy
Baby my heart could still fall as hard
At twenty three

*Thinking out loud – Ed Sheeran

– Não conheço, o que ela diz?

– Vem! _pegou em sua mão e o fez levantar _sabe dançar ainda?

– T-Taiga não consigo fazer essas coisas!... não mais.

O ruivo ignorou, colocou sua mão na cintura de Daiki e puxou a dele em seu ombro.

– Ela se chama: pensando alto _empurrou de leve seu corpo para frente induzindo Aomine a lhe seguir.

A dança saiu desajeitada e mais lenta do que deveria, ainda assim Taiga conseguiu mostrar que eles ainda podiam fazer pequenas coisas como aquelas. Daiki agradeceu do fundo do coração por nunca ser deixado para trás.

Baby now
Take me into your loving arms
Kiss me under the light of a thousand stars (oh, darlin')
Place your head on my beating heart
I'm thinking out loud

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Quinta-feira.

– Taiga, por que estamos indo para sua casa hoje?

O garotinho de cabelos arrepiados corria a cada três passos de Taiga para alcançá-lo.

– Já disse, é uma surpresa! _desativou o alarme do carro e abriu a porta do passageiro _não confia mais em mim, Theo?

– Obvio que sim, mas sabe que gosto de respostas às vezes e não somente de perguntas.

Acostumado com a personalidade forte do menino, Taiga apenas afagou seus cabelos e entrou no carro. Depois de conversar com Carry, no dia anterior, agora era a vez de contar ao Theo sobre seus planos. A loira encontraria o casal na mansão algum tempo depois, sabia que o filho ficaria extremamente eufórico ao ver Daiki e não queria atrapalhar.

A viajem até a mansão nunca demorou tanto na opinião do menor, eles pararam em cada semáforo! Assim que teve permissão de descer correu para a porta de entrada sendo recebido por ‘Mione. A mulher sempre ajudava Taiga a cuidar do pequeno e tinha bastante afinidade pelo mesmo.

– Tia Mione, o que estão escondendo de mim? _inflou as bochechas.

– Ah queria eu saber também _mentiu.

O ruivo fez cara de mistério por um segundo antes de abrir a porta.

– Papai!!! _gritou em plenos pulmões assim que o viu acenando no hall de entrada.

– Surpresa!

Theo saltou indo parar direto no colo de Aomine, a euforia – de ambos – durou vários minutos, radiante, o menor começou a contar como fora seu dia e tentou expressar o tamanho de sua saudade. Taiga e Mione assistiam tudo de longe, esperando serem notados.

Mais calmos, alimentados e comportados no sofá da sala de estar, ambos – Daiki e Theo – agora encaravam Taiga como se algo surpreendente fosse acontecer, e de fato ia mesmo. O trio esperava por Carry antes de começar a falar, o garotinho percebeu que alguma coisa estava diferente naquela singela visita.

– Me contem logo! Papai... _puxou a barra de sua camiseta.

– Vamos esperar sua mãe chegar, ok?

E ele mal terminou a frase para ouvir Mione anunciar a presença da senhorita Carry Manson. A loira adentrou o cômodo fazendo o barulho característico do salto alto e seu olho carregado pela maquiagem cinza fez Taiga querer avançar em seu pescoço tamanho a aparente arrogância.

– Boa tarde _cumprimentou os três.

– Sente-se Miss Manson _Taiga ofereceu uma das poltronas.

– Obrigada, Theo, se comportou direitinho? E Daiki, tudo bem?

Pai e filho apenas balançaram a cabeça num gesto positivo.

– Theo meu amor, seu pai tem duas coisas para lhe contar e antes de saber o que é _o menino olhou assustado para Daiki _saiba que sua mãe já sabe e está de acordo.

– O que?! Onde? _olhava de um para o outro repetidamente. A mulher mal chegou e começou a falar pegando ambos no susto.

– B-bom... _ Daiki disse aos tropeços _eu vou morar em Los Angeles de agora em diante.

Theo relaxou os ombros por um segundo, era só isso?! Sua imaginação infantil já o tinha levado para o pior dos dramas, mas enfim era uma boa noticia. Comemorou com um grito particularmente alto e pulou no sofá; sendo pego por Taiga em seguida antes que Carry se enfurecesse com a falta de educação.

– E onde vai morar? Conosco?! _se desvencilhou do ruivo e voltou a subir no colo do pai.

– Vou morar aqui, com o Taiga.

– ...vai morar com o tio Taiga?

– Sim, o que acha? _e apesar do sorriso, sentia milhares de terríveis borboletas voando em seu estomago.

– Legal! Gosto de vir aqui.

Respondeu simples, a inocência de uma criança afinal superava qualquer limite. Eles respiraram aliviados e estavam quase mudando de assunto quando a loira arranhou a garganta chamando a atenção.

– A conversa ainda não terminou. Se não contarem tudo agora, assim que entrarmos no carro ele vai pensar em várias perguntas sem resposta.

– Vou? Ah vou, gosto de perguntas. Já sei! E por que vão vai morar conosco também? Pode ficar lá e aqui.

A conversa seria longa... bem longa.

A noite era de lua cheia, Taiga tinha uma luneta no jardim onde montara um pequeno observatório e era contando estrelas que Daiki e Theo se encontravam nesse momento. O moreno disse que contaria tudo a sós, Taiga e Carry permaneceram dentro da mansão discutindo o assunto.

– Aquela é a constelação de escorpião _disse o pequeno.

– Ah sim, estou vendo _mentiu, a verdade era que nunca conseguia ver os desenhos que as estrelas formavam, era muita imaginação para pouco Daiki.

– Não conheço mais nenhuma... olha! Aquela estrela é gigante _girou a luneta para o lado.

– Theo, você gosta do Taiga? _perguntou como quem não queria nada.

– Sim, o tio Taiga é muito legal, é verdade que você jogava melhor do que ele no colegial?

– Claro que sim! E ainda jogo muito tá? Acerto qualquer cesta _sorriu confiante arrancando risos do menor.

– Puxa! Então você já venceu o Meteor Jam?!

– Ele aprendeu aquilo graças ao seu pai aqui. Foi no torneio sabe, nós jogávamos muito naquela época e ele desenvolveu a técnica _se lembrou do torneio de inverno entrando numa pequena nostalgia. O ruivo era simplesmente o melhor jogador do mundo e trazia um orgulho imenso em seu peito.

As estrelas foram esquecidas e Theo agora prestava total atenção no assunto novo.

– Eu quase desisti de jogar basquete, mas o Taiga me ajudou a superar isso.

– E por que desistiu? Não era o melhor?!

– Exatamente por isso _Theo balançou a cabeça descrente _ele nunca desistiu de me vencer, foi a pessoa que me salvou.

Uma criança de 10 anos não era capaz de entender todo o peso emocional por trás da historia, ainda assim captou no olhar do pai que o amor estava evidente entre eles.

– E é por isso que vão morar juntos? Porque você gosta muito do tio Taiga.

– Sim.

– E é por isso que não vai morar com a mamãe?

– ...sim, eu gosto mais do Taiga do que da sua mãe.

– Ah... que confuso, mas tá valendo. E eu posso vir aqui sempre que quiser?

Daiki o abraçou sentindo os olhos marejarem, Theo parecia compreender a situação e isso fazia seu coração aliviar. Quantas noites mal dormidas por causa daquele assunto! Ele sabia que viriam perguntas futuras quando o menor começasse a entender certas coisas, mas estaria preparado para respondê-las.

– Isso vai ser muito legal, hey dady por que está chorando?

– Ci-cisco nos olhos, assopre pra mim.

– Ah, olhe pra cima, pra cima! _apontou para o céu enquanto tentava ver o suposto cisco. Daiki encontrou a lua piscando para si como quem guardaria todos os seus segredos.

Theo e Carry se despediram horas depois, foi uma noite agradável com jantar farto e sobremesas divinas. Aliviados, o casal se apossou da sala de cinema e começaram a rir antes de qualquer coisa.

– Acabou _Aomine se aconchegou no sofá _nem acredito que conseguimos.

– Nem eu, nem acredito que você está aqui.

– Então vem! Deixa eu te dar um abraço!!

Taiga deitou sobre seu corpo e arrancou beijos carinhosos.

– Aho me ajude com uma coisa? Vai ser reunião de pais e filhos no clube, me ajude a pensar em algum discurso. Aliás, você precisa ir também _deu um toquinho em seu nariz.

– Irei _aproveitou para morder o queixo do outro _te ajudo também.

– Mas só mais tarde _sussurrou _agora eu quero você.

O ruivo se acomodou melhor e distribuiu beijos demorados por todo o pescoço do amante, foi o suficiente para ambos se excitarem e embargado pelo calor do momento o moreno se adiantou.

– Que tal se... fizermos diferente hoje?

– Como? _sussurrou.

– Hn, assim _ levou a mão do ruivo até sua coxa e deslizou até as nádegas, ele sorriu encabulado ao sentir que Taiga se arrepiou.

– Assim não vou durar 10 minutos _admitiu, sem mais perder tempo avançou sobre os lábios macios abaixo de si.

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10:15 am

O Sábado amanheceu preguiçoso, Taiga abriu um dos olhos a procura do irritante despertador e esticou o braço dando um toque certeiro na tela do celular. Sua intenção era abraçar Daiki e dormir só mais um pouquinho, mas ao se virar para o lado não encontrou sua bela adormecida.

– Mentira... _resmungou. Em que mundo Daiki acordava antes de si? _Daiki?

Ele pode ouvir o barulho do chuveiro sendo aberto e então teve a brilhante ideia de se levantar e começar o dia atiçando o moreno só um pouquinho. Só para variar.

– Só um pouquinho _cantarolou deixando seu rosto ser enfeitado por um sorriso malicioso.

Girou o trinco tentando não fazer barulho, porém encontrou-o trancado. Ele olhou para cima amaldiçoando o inventor daquela merda e se deu por vencido.

– Amor? Me deixa entrar?

Aomine respondeu que não, o tom da sua voz era divertido e arrancou um resmungo de Kagami, depois de insistir por nada acabou voltando para a cama. Hoje era enfim o dia da reunião, não tinha planejado absolutamente nada na noite anterior – não se arrependia, jamais trocaria foder Daiki a noite toda por discursos chatos. E quem trocaria?! Olha o absurdo. Riu de si mesmo, estava se comportando como um adolescente desde que fora para o Japão e isso não tinha preço. A felicidade mais uma vez estampada em seu coração.

– Pode vir _Daiki abriu a porta do banheiro apenas o suficiente para passar sua cabeça, se segurou no batente se mantendo em pé.

– Me deixou pra fora _olhou para o lado fingindo uma irritação nada convincente.

– Deixa de birra, princesa! _estreitou os olhos e afastou a porta de madeira um pouco mais, Taiga logo percebeu uma notável ereção escapando por debaixo da toalha presa frouxamente na cintura _e agora?

– Meu caralho _murmurou se levantando de imediato.

15:15 pm

Atrasados não era bem a palavra certa... na verdade não tinha nem palavra para a situação naquele momento: A reunião começaria as 14:30 e já era quase 15:15, ainda assim o casal tentava disfarçar o nervosismo sorrindo um para o outro, encabulados. Aos 17 anos tudo bem, mas com 32 e mil responsabilidades perder a hora por sexo era extremamente complicado – e delicioso.

Taiga empurrou o moreno pelos corredores chegando a deslizar no porcelanato, parou de chofre na porta dupla de madeira que dava acesso à quadra de esporte e respirou fundo.

– Chegamos _se abanou, o que foi?

– Nada _disfarçou seu sorriso _só estou animado! Minha primeira reunião de pais e filhos da minha vida.

Taiga sorriu deixando os caninos a mostra e afagou os cabelos curtinhos de Daiki, ele não era parente de Theo, porém naquele momento quis acreditar que eles formavam uma pequena família; fora dos padrões ditados pela sociedade e igreja, ainda assim amorosa com o peito estufado de orgulho.

– Vamos?

Empurrou a maçaneta deixando o mesmo passar primeiro. O salão não lembrava em nada a quadra que praticava todos os dias com seus alunos, uma grande mesa de guloseimas foi montada no canto direito, ao centro algumas cadeiras e por fim um palco que ele não fazia ideia de onde surgira. As cestas e a pintura da quadra foram deixadas totalmente em segundo plano. Daiki sorriu ao avistar Theo e Carry, logo na primeira fileira, se postou ao lado do menino e fez carinho em sua bochecha; o murmurinho aumentou gradativamente ao perceberem que o moreno chegara justamente com o famoso Kagami Taiga e que aparentemente era o pai de Theo.

O ruivo chamou a atenção de todos, com uma rápida chamada viu que ninguém faltava e se desculpou pelo imprevisto. Começou com um discurso decorado dizendo o quanto estava feliz por lecionar e ensinar algo que amava, seus olhos constantemente brilhavam denunciando toda sua ansiedade. A reunião era apenas uma pequena confraternização antes das férias, seu time de estrelas mirins ia bem cada um com seu ponto forte, infelizmente nada que batesse a geração dos milagres na qual presenciou quando adolescente. Akashi deu a ideia de procurar novos talentos e acabou financiando o clube à quase oito anos atrás, ficou imensamente feliz por Taiga assumir o controle.

Ao final do falatório as mães, que eram a maioria, rodearam o ruivo para mil perguntas e secretamente almejando que ele se interessasse por alguma delas. Os homens se ocuparam em jogar basquete com seus filhos, Daiki olhou um pouco envergonhado para a quadra, ele certamente era melhor do que todos ali presente, entretanto a situação trazia desconforto. Theo brincava com a irmã de seu melhor amigo e Carry estava na rodinha das mulheres, discretamente, achou melhor fazer uma pausa de 5 minutos indo ao banheiro até que Taiga voltasse a falar e mostrasse o calendário de treino das férias escolares das crianças. Aquele dia tinha que ser perfeito e Daiki não pretendia estragar tudo. O moreno saiu pelo corredor um pouco perdido, virou um ou dois corredores até encontrar elevadores, continuou a passear observando a riqueza dos detalhes do local: ele com certeza já sonhou em jogar num ambiente como aquele, com profissionais.

– Bobagem _resmungou.

Caiu em nostalgia se lembrando da final que mais marcou sua vida: Seirin x Rakuzan há anos atrás. Kagami Taiga conseguiu ultrapassar a porta que jurou nunca ser aberta; a verdadeira zona. Naquele dia foi impossível segurar suas lagrimas tamanha a emoção de vê-lo jogar com tanta destreza e paixão pelo esporte, intimamente entregou toda sua devoção confiando que o basquete jamais morreria enquanto ele jogasse. Sua admiração atravessou limites e o coração parecia querer explodir. Aquele era o homem que tinha o salvado.

Abrindo um sorriso enorme, Daiki acordou do devaneio e fez o caminho de volta, para seu alivio os pais agora estavam no salão ao lado esperando seus filhos receberem uma última orientação de Taiga e irem embora. Se sentiu um pouco culpado por deixar Theo sozinho e se aproximou da porta entreaberta espiando se o garotinho ainda estava lá, o encontrou numa rodinha de amigos com os braços colado ao corpo e a expressão fechada. “O que...?” Tentou prestar um pouquinho mais de atenção se curvando para frente, os garotos apontavam para ele e diziam a palavra LIAR. Theo poderia até ser exagerado nas coisas que fazia, mas mentiroso jamais! E vendo seu filho sofrer aquela espécie de bullying estendeu o braço para afastar as portas e entrar, nesse momento Taiga entrou em seu campo de visão com o rosto lívido. Em inglês ele dizia algo que não entendeu direito, sua voz rouca soou pela quadra fazendo todos se calarem imediatamente. O maior deles encarou Taiga e apontou novamente para Theo.

*- Liar! _repetiu _Theo told us that his father is a great player, but he’s a crippled!

– Oe! Don’t say this!! _o ruivo ergueu sua voz fazendo-a vibrar novamente até o fundo da quadra.

O menino que apontava franziu as sobrancelhas, Theo que tinha em seus olhos densas lágrimas correu para a saída e Daiki recuou rapidamente se escondendo atrás de uma coluna, seu filho passou por ele sem notá-lo e foi até o colo de sua mãe, ao longe ainda pode ouvir o menor dizer com a voz embargada e incontida que não queria mais a presença do pai na frente de seus amigos do clube de basquete.

*- Mentiroso! _repetiu _Theo nos disse que seu pai é um grande jogador, mas ele é aleijado!

– Oe! Não diga isso!! [...]

>>> 


Notas Finais


2x0 para o Brasil não é nada comparado ao anúncio da animação de Vento Áureo, a quinta parte de Jojo. Meu coração não aguenta!!!

ps: ah comecei a trabalhar, feliz e triste ao mesmo tempo, mas continuarei a postar regularmente \o/


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