História Melhor amigo do meu primo - Fazendo o que eu amo

Clarissa Somers Narrando 

Reler aquele livro várias e várias vezes me deixou um pouco cansada, mas vamos lá, falta apenas três páginas para termina-lo novamente, e é preciso entende-lo para que eu possa fazer minha prova tranquilamente na segunda-feira. Após virar para outra página, batidas na porta fez tirar minha concentração.

- Pode entrar. - disse suspirando cansada.

- Oi Clari, obrigada por fazer o jantar, estava uma delicia. - disse minha tia Lee adentrando meu quarto.

Deixei meu livro de lado, encarei-a sorrindo.

- Magina tia, achei que a senhora chegaria do trabalho cansada e então resolvi fazer o jantar. - sorri.

- E realmente estou cansada, obrigada novamente meu amor. - beijou minha testa. - Boa noite!

- Boa noite! - observei a sair do quarto.

Olhei para meu relógio e falta apenas meia hora. Fui até meu closet, separei minha calça saruel preta, minha blusa cavada branca e meu Vans vermelho. Suspendi meu corpo e peguei uma mochila branca com detalhes roxos. Peguei minhas roupas e taquei tudo dentro da mochila, em seguida escondendo-a debaixo da cama. Deitei na cama novamente, esperando até dar o horário.

[...]

00:00 AM

Abrindo a porta do meu quarto, observei os corredores para ver se tinha alguém acordado, olhei para todos os lado e nada. Não, não tinha ninguém. Se tiver deve ser Chaz, mas aquele ali não sai do quarto de jeito nenhum, por isso é gordo. Fechei a porta em seguida e peguei minha mochila de baixo da cama. Procurei pelo meu celular e quando achei mandei uma mensagem a Laura como um ”já podem vim.” Esperei alguns minutos e logo ouço barulhos na minha janela. Fui até a mesma e era Laura atacando pedrinhas na mesma.

- Vem, vamos logo já começou Clari. - cochichou acenando com a mão para que eu descesse.

- Calma já to descendo. - cochichei de volta pegando minha mochila e indo até a janela novamente.

Me suspendi um pouco até que eu conseguisse subir a janela, em seguida passei uma de minhas pernas e logo passei a outra. Pulei para fora da janela ficando por cima de uma parte pequena do meu telhado, caminhei devagar para não tropeçar ou fazer barulhos e fui até uma escada que tinha perto dali e desci a mesma. Chegando lá em baixo bati minhas mãos uma na outra e encarei Laura.

- Pronto, agora vamos. - disse e ela assentiu.

Fomos até o carro que nos esperava e adentramos o mesmo.

Eu fiquei na parte traseira do carro porque ainda tinha que me arrumar. Era muito arriscado já ir vestida. Logo o carro deu partida e quem dirigia era o nosso amigo Bryan que tá junto com a gente nessa loucura.

- Oi Bryan. - o cumprimentei dando um tapinha no seu ombro.

- Oi Clari - me respondeu sorrindo de lado sem tirar o olhar da estrada.

- Caramba, que lerdeza Clarissa. - resmungou Laura.

- Cala boca Laura, só foi meia horinha. - respondi abrindo meu shorts. - Olha pra lá Bryan. - falei vendo ele me espiando.

- Não to olhando. - disse ele brincão me fazendo revirar os olhos.

Comecei a tirar meu short, depois minha blusa ficando apenas de calcinha e sutiã. Eu via os olhares de Bryan sobre mim e me senti desconfortável, eu sei, ele é meu amigo e tem uma quedinha por mim, mas eu não sinto nada por ele, sinto apenas carinho, carinho de amigo. Sem graça, comecei a vestir minha calça rapidamente toda desengonçada, vi ele rindo de mim e fiquei mais sem graça ainda, logo tratei de colocar minha blusa e meu Vans. Agora era só chegar lá e curti.

…

Bryan já havia chegado no nosso destino, era um galpão bem afastado da cidade. Ainda do lado de fora você ouvia o estrondo que vinha lá de dentro com aquela música alta, seu corpo começa a querer se levar com aquela música, querer dançar e nunca mais parar e sim, era isso que eu quero, quero dançar e me livrar de todos os problemas possíveis com apenas uma dança me fazendo esquecer de tudo. Quando adentramos o local, foi ai que eu tive a maior certeza de que eu vim no lugar e na hora certa. Todos nossos amigos dançava, competia com outras pessoas, tava tudo escuros, com jogos de luz e uma música de Hip Hop tocando. Era tudo uma diversão. Eu precisa daquilo, eu necessitava, meu corpo pedia. Todos já estavam ali curtindo e fazendo o que eu amo, dançar…

Cumprimentamos todos nossos amigos, todos que estão nessa loucura com a gente, nessa paixão pela dança, e pode ter certeza que o que temos a ganhar com isso vale muito á pena. Puxando meu braço Laura me guiou até o nosso Dj e já imaginaria o que aquela louca queria aprontar.

- Oi Marco, tem como você colocar uma música pra nós. - disse Laura gritando no ouvido do homem devido ao som alto. - Quero ver se hoje ela sabe requebrar quanto eu. - senti que isso foi um desafio.

- Hum… Isso foi um desafio? - perguntei debochada.

- Entenda como quiser. - disse desafiadora.

Quando ficamos cara-cara uma com outra com um olhar desafiador, o Dj colocou pra tocar umas das músicas do Jason Derulo - Talk Dirty. Ouvimos a galera reclamar porque Marco havia mudado de música, e eles nos encarar.

- AE PESSOAL A LAURA DESAFIOU A CLARISSA. - gritou Simon, uns dos nossos amigos mais idiota chamando atenção de todos que colocaram a mão na boca e fizeram um barulho como “uhhh”.

Laura foi para o meio do salão rindo e começou a dançar. Ela mexia os quadril com as mão pra cima começando a fazer passos no ritmo da música, ela descia e subia empinando sua bunda. Ela rebolava mexendo seus cabelos, passando uma mão pela lateral de seu corpo enquanto a outra estava em sua cabeça, rebolando ela andou até o meio da pista e desceu até o chão e subiu rapidamente, em seguida ela se afastou me dando espaço para minha vez.

Andei sensualmente até a pista mexendo meus quadris, olhei para os lados e já tinha uma roda em nossa volta. Quando chegou no refrão da música, desci até o chão apoiei minhas mãos no meu joelho e comecei a treme meu bumbum, rebolava e começava a tremer novamente, em seguida subi passando minhas mãos pelas lateiras do meu corpo. Comecei a girar rebolando enquanto uma mão segurando meu cabelo de um jeito sensual, logo subi minhas mãos pro alto e desci elas até as laterais dos meus seios, passando pela minha barriga, quadril e descendo até o chão. Quando chegou até o chão, empinei minha bunda e dei mais outra tremidinha fazendo todos vibrarem. Subi minhas mãos lentamente esfregando-as em meu corpo de um jeito sexy. Baguncei meu cabelo rindo e comecei a fazer passos movimentando meus braços e por último, pra fechar com classe dei uma abertura.

Isso só foi um aquecimento.

Quando meu show acabou, recebi várias palmas, eu ria agradecendo. E então caminhei suspirando cansada até Laura.

- E ai? Vai me desafiar mais alguma vez? - perguntei debochada.

- Depois disso? Nunca mais. - disse ela me fazendo rir.

- Caramba, o que foi isso Clari? Puta que pariu. - disse Bryan chegando perto de nós. - Laura acho que depois dessa você nem tente á desafiar novamente, por que né… - falou Bryan e soltei uma gargalhada com isso.

Depois de muita dança, competições, gargalhas e brincadeiras de Simon. Fomos para a área de trás do galpão onde ensaiamos para o “nosso grande dia”. Isso tudo pra mim era uma diversão, eu não ligava para o que íamos ganhar com tudo isso, eu faço apenas porque eu gosto, eu amo dançar e vim todos esses dias aqui, dançar, competir, rir, é tudo pra mim, porque essa galera aqui é como se fosse minha família. Eu os conheci através de Laura, nos meus primeiros dias de aula aqui no Canadá, quando ela me viu percebeu que eu não tinha feito muita amizade, porque eu sou péssima com isso, ela me perguntou se eu queria fazer algo diferente, disse que “sim” e foi ai que tudo começou, ela me trouxe aqui e eu conheci essa galera toda.

Ensaiamos mais algumas vezes, foram poucas, agente já havia ensaiado muito essa semana. Era preciso muito ensaio, a gente ia competir com equipes muito boa, era preciso muito esforço. Quando terminamos os ensaios fomos embora. Bryan me deixou em casa e subi pela escada, passando pela janela e adentrando meu quarto. Cansada cai na cama morrendo de sono, não podia tomar banho era 4:00 da manhã, poderia acorda alguém. Peguei meu celular coloquei os fones de ouvido e adormeci…

[…]

Acordei com raios de sol em meu rosto, me levantei da cama fazendo uma careta, indo em direção ao banheiro tomar banho e fazer minha higiene matinal. Já tomada banho, desci as escada um pouco sonolenta por ter dormido pouco e dei “bom dia” a minha tia Lee. Hoje era domingo, ela não trabalhava.

- Dormiu bem querida? - perguntou minha tia, tomando seu café.

- Mais ou menos e você? - disse passando um pouco de manteiga na minha torrada.

- Bem, querida deixa eu te fazer uma pergunta. - disse ela se mexendo na cadeira. - Você ouviu barulhos de madrugada? - perguntou.

- N-não, por que? - perguntei nervosa.

- Sei lá, achei que eu tinha ouvido barulhos, deixa pra lá deve ser coisa da minha cabeça. - deu de ombros.

Assenti ainda nervosa e terminei de tomar meu café. Me levantando da cadeira vejo Chaz chegar na cozinha com a cara toda amassada. Dei “bom dia” á ele, e ele apenas respondeu “hum”. Fui para meu quarto eu precisava terminar mais uma vez aquele livro. Coloquei meus óculos de grau e comecei a ler. Havia se passado horas e não tinha saído do quarto. Mas algo vindo lá de baixo tirou minha concentração.

Aquela Voz… Ele ta aqui.

Continua…