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História Melody - Two.


Escrita por: Yugimacy e Taekthszz

Notas do Autor


Depois de 1 ano LKADKLAJSLKAJSA
mas terminada!

Me perdoem qualquer erro e espero que gostem!

Capítulo 2 - Two.


"Jungkook adentrou o lugar e a música parou. Entrando no espetáculo ele se surpreendeu com como aquele lugar estava cheio, como nunca havia visto antes. Arranjou um assento no alto, podia ver o palco perfeitamente. Até que as luzes se apagaram.

A melodia de um piano começara a tocar e então do silêncio surgira a voz mais linda que já havia escutado. Grossa e rouca, ela tocou Jungkook como nada, nem ninguém nunca fizera antes. A iluminação ainda era pouca, mas era possível ver cabelos claros à distância, o corpo sentado a frente ao instrumento o tocava com perfeição e cantava com mais perfeição ainda.

Era a melodia perfeita.

Sim, o dia que tinha a encontrado havia sido agitado."

 

-

 

Sentiu-se anestesiado sentado na cadeira do teatro. A cada vez que o piano era tocado seus pelos se arrepiavam. A cada nota que atingia seus ouvidos ele podia se relembrar dos momentos em sua infância, quando sua família ainda era unida, quando era inocente e genuinamente feliz.

Não era sua intenção, mas lágrimas por conta própria começaram a tomar conta de seus olhos escuros. Felizmente, na escuridão acolhedora do teatro as pessoas em volta não podiam ver muito bem seu rosto, ainda mais por estarem encarando ao espetáculo. Porém, por mais que ele as enxugasse, elas surgiam novamente, molhando as mangas de seu moletom amarelo.

Paz. Era isso que ele podia dizer que era a sensação que lhe preenchia naquele momento. Ele não se sentia feliz, ele não se sentia triste. Ele sentia que realmente estava onde que tinha que estar, no momento certo para dar-se conta de que ele estava ali, que seu irmão estava ali e eles viviam, e era o que importava.

Por outro lado, a voz magnifica e os cabelos tão claros que se iluminavam com os refletores do palco lhe traziam incomodo, curiosidade, dúvidas. Quem era ele?

Como se o próprio universo quisesse lhe dar uma resposta, a música acabou. O teatro foi preenchido pelo som seco das palmas, o cantor levantou-se e automaticamente seus olhos se encontraram com os de Jungkook. Um choque espalhou-se pelo seu corpo, pois aqueles olhos castanhos pareciam saber coisas sobre si que ele nem mesmo sabia. Podendo ver mais claramente seu rosto agora, ele também notara o quanto o rapaz ela lindo, verdadeiramente lindo. O cabelo quase branco destacava sua pele e os lábios preenchidos e rosados eram notáveis mesmo à distância. Parecia não ter defeitos, não que Jungkook houvesse encontrado pelo menos.

Junto as pessoas ele começou a bater palmas também, enquanto o outro no palco continuava a encará-lo. Talvez ele soubesse o que corria por sua mente, talvez, suas lágrimas podiam ser vistas por conta das luzes. Mais uma vez enxugou o rosto húmido com o pulso coberto pelo tecido macio e com medo de que fosse questionado ele saiu, ainda em mente o cantor misterioso. Seguiu para a porta dos fundos.

Ao contrário de antes, o portão dos fundos se encontrava aberto. Seu irmão já esperava sua chegada.

Entrando pelo corredor apertado, ele chegou até o backstage. Cumprimentou alguns dos amigos de Junghyun que já o conheciam e saiu a procurar pelo irmão, já que todos ali pareciam estarem ocupados arrumando as coisas para o próximo dia. Entrou em direção dos camarins e outras salas, coincidentemente cruzando com uma porta que continha o nome “Kim Taehyung” nela, nome até então desconhecido. Enquanto encarava a pequena placa sentiu-se como se aquilo fosse sua resposta para tantas perguntas. Sentia-se estranho, talvez havia bebido demais, talvez o álcool ainda não havia deixado suas veias.

Ignorando o nó na garganta ele seguiu, encontrando Junghyun na sala de figurinos. Continuava o mesmo de sempre, parecia ter ganhado alguns quilos, mas nada de diferente, das suas roupas elegantes e o cabelo penteado perfeitamente. Parecia até a versão de si que havia dado certo. Como de costume seu irmão lhe perguntara como estava indo e ele mentia, mesmo que seu irmão soubesse das coisas que fazia, mas não podia dar a ele mais preocupações. Havia lhe entregue alguns wons, lhe dando os mesmos sermões de sempre, enquanto Jungkook também o lembrava de sua mãe.

Era sempre assim e a conversa entre eles sempre acabava o mais rápido possível, Junghyun sempre lhe dava um abraço depois de lhe atirar todas as pedras possíveis, dizia que o amava e sem poder olhá-lo nos olhos com dignidade o suficiente, ele ia embora do teatro. Porém aquele dia ele não queria ir, ele estava inquieto, pois queria saber quem era o cantor que tocara tão fundo em seus sentimentos.

— O nome dele é Kim Taehyung, já faz alguns meses que ele veio para cá. Me ajudou com uma grana e algumas despesas para usar o teatro. — Parou para dar um gole no copo de Starbucks que segurava. — Ele me lembra muito de você. Gastar tanto dinheiro para tocar num lugar como esse? Ele deve mesmo amar música!

— Você o ensinou alguma de nossas músicas?

— Então você notou? — seu irmão respondeu e seu coração gelou instantaneamente. Não sabia o porquê de aquilo lhe trazer tantos sentimentos. — Foi ele quem pediu para aprender. Acabou achando nossas coisas e ficou interessado. Ele canta bem, não é? Podia ser você lá, Jungkookie.

A cabeça de Jungkook ficara pairando no nome tão marcante que lera antes. Kim Taehyung. Como seria sua voz pessoalmente? Como podia ele ter encontrado suas músicas? Como ele conseguia deixar elas tão mais belas em sua voz unicamente rouca e grave? Desejava respostas.

Depois de conversar mais alguns minutos, resolveu ir embora. Seu irmão havia lhe mandado tomar um banho e descansar, pois, ele cheirava a bebida. Sentia-se péssimo.

Saindo do estabelecimento ele não conseguiu não parar em frente a porta novamente. Queria entrar, queria conhecer aquela pessoa, queria ouvi-lo mais vezes. Não precisou pedir mais, pois enquanto encarava a porta, levou um susto ao ouvi-la destrancar e não conseguiu reagir antes que a mesma se abrisse.

O garoto também pareceu assustar-se ao vê-lo em frente à sua porta. Se encararam por alguns segundos e Jungkook simplesmente não conseguia mover seus músculos. Sua beleza era ainda mais estonteante, assim, tão de perto. Os cabelos estavam bagunçados e seus lábios avermelhados como morango, só seu olhar derrubou todas as estruturas que o rapper tinha naquele momento.

— Oi? — cumprimentou-o com um riso carismático e DEUS, que sorriso era aquele?

— O-Oi. — Não conseguiu segurar o engasgo na garganta, suas mãos suaram de repente. Ele estava muito bêbado, não estava?

— Você está bem? — perguntou e sua voz conseguia ser ainda mais linda.

— Hum? Ahm, eu.. — Não conseguia pronunciar as palavras corretamente, sentia-se um idiota.

— Desculpe ser intrometido, eu vi você chorando lá do palco.

— Ah — suspirou — não se preocupe com isso, eu só fiquei um pouco emocionado. — Concluiu sentindo-se acanhado, pois Taehyung parecia analisá-lo da mesma forma que ele fazia.

— Então. O que faz aqui? Está perdido?

— Não.. — tentou se recompor, instantaneamente retirando o chapéu estilo pescador que usava da cabeça, tentando arrumar seus cabelos com os dedos e parecer, apresentável? Não controlava seu corpo nem seus pensamentos. — Não. Na verdade, eu venho aqui de vez em quando. Sou irmão do Junghyun. Me desculpe incomodar, eu estava perguntando para o meu irmão quem era você e fiquei curioso com o nome na porta, me perdo-

— Você!? — ele interrompeu Jungkook, surpreso. — O irmão do Junghyun?! Bem que eu pensei que vocês se pareciam... — Ele abriu uma brecha na porta, convidando-o para que entrasse em sua sala.

Jungkook entrou, ainda sem controle sobre o que estava acontecendo, só sabia que seu coração parecia querer sair pela boca. Não entendia porque sentia-se tão nervoso, mas algo naquela pessoa lhe dava calafrios. Bons calafrios. No meio daquela bagunça de pensamentos ele só conseguia se sentir envergonhado por estar falando com o loiro enquanto cheirava álcool e os cabelos despenteados, mas ele nem mesmo parecia se importar e aquilo, de novo, lhe trazia um estranho conforto. Taehyung mesmo lhe ofereceu uma lata de cerveja e ele não negou, só assim iria relaxar naquela situação.

Naquela noite eles conversaram até que se cansassem, era como se já tivessem se conhecido há anos. Taehyung havia explicado que havia vindo de Daegu para Busan tentar sua carreira musical, além de tentar entrar em uma das universidades da cidade. E fora quando havia encontrado seu irmão, ofereceu-lhe dinheiro para praticar no teatro, ajudando-o a faturar e assim eles dividiam os lucros e as despesas. No meio dessa história, Taehyung havia ouvido falar muito de Jungkook nos últimos meses pois o irmão sentia-se ansioso para vê-lo em seu aniversário. Aquilo havia lhe cortado o coração.

Fora isso, Taehyung realmente parecia conhecê-lo, mesmo que aquilo fosse estranho demais. Era obvio que ele conhecia sua história, que seu irmão havia lhe contado tudo que haviam passado e além disso, fuçando as coisas de Junghyun ele havia encontrado as antigas coisas dos irmãos, incluindo suas letras de músicas e a favorita de Jungkook. Aprendera coisas sobre ele e tinha vontade de conhecê-lo pois suas letras eram lindas e cheias de paixão, assim ele havia as descrevido, pelo menos. Sentia vontade de cantar consigo, pois, seu irmão sempre elogiava sua voz. Taehyung tinha curiosidade sobre ele também, sobre o homem que se escondia por trás de tantas cortinas de decepções. Simplesmente acreditava que ainda existia alguém lá, esperando para ser salvo.

Porém, Jungkook se sentia tão distante daquele sentimento, de quem ele era antes, por culpa de quem Yoongi o tornou também. Taehyung era doce, apaixonante, romântico e ele se sentia quebrado, errado demais, com uma pessoa como ele. Imaginando que sua vida podia ter sido como a dele, mas não foi, ele era sujo e infectado pela vida que tomara, ele não queria ser como seu pai e arruinar as pessoas...

Porém, mal ele imaginava que Taehyung era tudo que ele realmente precisava e que daquele dia para frente tudo seria diferente em sua vida.

Taehyung riu a abafado com o comentário, mas em seguida o sorriso sumiu e seu semblante mudou. — Eu só não gosto que você continue se apegando nessas lembranças. — Taehyung acariciou seu queixo com o polegar enquanto segurava seu rosto o escarando com o indicador. Como queria beijá-lo. Ele era viciado nos lábios do Kim. — Eu sei que nunca vai se esquecer, mas lembra do que você me disse no dia em que nos conhecemos? Do que nós sentimos naquele dia? Eu só quero que pense nisso a partir de agora.

— Como se esquecer? — encostou o rosto na mão escorada na janela do carro enquanto voltavam a andar quando o sinal brilhou na cor verde.

Realmente, ele jamais se esqueceria.

Jamais esqueceria, o que a bebida e seu coração o fizeram dizer naquele momento. Sentia-se frágil depois de saber que alguém ainda tinha fé nele no meio da escuridão que ele havia se enfiado.

— Eu não sei porque, — sentia-se zonzo — mas eu me sinto mais perto de quem eu era naquela época agora, Taehyung. Você me traz esse sentimento, mas ainda não sou o mesmo de antes, não posso te dar o que você quer.

— Você não precisa voltar a ser quem era antes, mas pode melhorar quem você é agora. Sempre há tempo. Eu admiro você, não sei se conseguiria passar por tantas coisas e eu me sinto tão distante de você nesses aspectos, porém, quando eu ouvi suas músicas... — parou para dar um gole na cerveja, sabiam-se quantas já haviam sido tomadas — Eu acho que eu estou em sincronia com a sua melodia, Jungkook. Juntos nós podemos ser uma bela canção? Quem sabe, huh?

 

Na plenitude de seus 21 anos tudo mudou. Ele o mudou.

Meses depois de conhecer Taehyung, ele foi mudado de um jeito inesperado. Não conseguia, simplesmente ele deixava o loiro tomar conta de si, nem sem se questionar. Confiava nele de olhos fechados. Por mais que Jungkook insistisse, dizendo que não iria dar certo, pois agora ele era um rapper, Taehyung não o forçou a nada, mas, como havia dito antes, estava melhorando o que ele tinha agora.

Os dois trabalharam juntos para produzir coisas novas, Taehyung principalmente sempre se mostrava animado, sempre compunha as mais belas melodias. Jungkook amava sentar-se nas primeiras cadeiras do teatro e olhá-lo cantar, com tanta emoção, com tanta paixão...

Paixão.

Nas primeiras tentativas de escrever novas músicas, Jungkook apenas pensava em desistir. Nada vinha em sua mente, não conseguia combinar suas letras com o ritmo de suas batidas, não conseguia procurar emoções para colocar em suas canções.

Taehyung sempre tentava o ajudar, conversava com ele, sobre tudo, sobre o mundo, sobre o que ele amava e ele amava isso sobre ele. Tentando tirar as emoções de Jungkook, de pouco em pouco, o loiro cavava mais um pouquinho dentro do coração do rapper.

Um rapper e um pianista. Puff! Onde isso daria certo? Mas dava para Taehyung e era por isso também que ele não perdia a esperança. Ele já havia conseguido mudar tantas coisas em sua vida afinal. Havia reestabelecido sua relação com o irmão, agora, passando mais tempo que nunca no teatro. Há tempos ele não via mais os becos, seus shows começaram a desaparecer daquela área e às vezes Yoongi o ligava, querendo saber o que estava acontecendo. Seu peito ainda doía em pensar novamente nas coisas que passou com o garoto dos cabelos azulados, mas, no mesmo instante, sempre que pensamentos ruins tentavam invadir sua mente, Taehyung parecia saber o momento certo, para tocar em seu ombro lhe mostrando o seu sempre belo sorriso e lhe dizendo “E aí? Vamos tentar de novo?”

De pouco em pouco, também, Jungkook foi conseguindo se livrar dos seus demônios, era como gostava de pensar. Suas músicas começaram a dar certo, suas letras ficavam cada vez melhores e ele voltava a ter suas inspirações. Não demorou muito para que ele notasse também, que aquela mesma inspiração, vinha de Taehyung. Que estava apaixonado de novo.

Não demorou para que virasse amor e também, para que ele quisesse negá-lo, afinal, as marcas de Yoongi ainda permaneciam lá. Ainda mais difícil foi quando Taehyung propôs que se mudassem juntos para um apartamento no centro, dividindo as despesas. Nessa época ele largou seus vícios, largou sua vida passada, começou a sorrir novamente. Taehyung começou sua faculdade e começaram a fazer shows pela cidade. Foi quando ele não pode mais escapar, pois Taehyung havia o pego primeiro.

— Eu acho que estou apaixonado por você, sabe, Jungkook? — Confessou, enquanto eles assistiam a chuva cair da varanda do apartamento.

O que ele poderia fazer? O que poderia dizer? Como sempre, ele parecia não mandar em si mesmo quando estava com o pianista. Ele se entregou de novo, pois sentia que agora ele simplesmente tinha encontrado a melodia da sua vida. Uma que não desafinaria, que não abaixaria o seu tom, mas só continuaria a tocar para sempre. E nunca esteve tão certo.

Taehyung acendeu novamente tudo que estava apagado em Jungkook. Era o melhor namorado que podia ter pedido, inclusive, um que o fodia como ninguém já havia feito antes. Poxa. Ele era sortudo.

 

-

 

A boca de Taehyung era melhor que qualquer boca de garrafa, ele jurava.

Afastou-se de Taehyung, permitindo-lhe retirar o cinto de segurança.

— Ual, você está animado de novo, o que foi? Te deu tesão nossa conversa? — Taehyung riu, saindo do carro. Ele fez o mesmo. — Chegamos.

— Eu estava fazendo o que você disse, pensando no dia em que nos conhecemos, mas o tesão ainda está em jogo também. — Lançou uma piscadela para o namorado.

— Você está bem? — perguntou.

Ah, como ele o amava. Ele era sempre assim, tentando por um sorriso em seu rosto, ainda, cuidando de como se sentia, sempre preocupado, sempre cuidadoso. Jungkook sentia-se ao mesmo tempo, sortudo e injusto. Como podia ter conseguido alguém tão maravilhoso?

— Obrigada por ser a minha melodia favorita. Eu te amo. — Deixou um beijo molhado nos lábios já inchados de Taehyung.

— Eu te amo mais que tudo. — Taehyung retribuiu sussurrando próximos aos lábios do moreno. — Mas estou surpreso, não sabia que meu gemido era tão lindo assim.

Jungkook riu de novo, gargalhava.

— Eu desisto, palhaço.

— Ei, ei, Jungkookie. O seu também é bonito, eu amo ouvir, sério.

— Taehyung!

 

E graças a Taehyung sua vida voltaria a ser repleta de sorrisos novamente.

Pelo contrário do que se pode pensar, eles não eram o oposto, mas sim, a combinação perfeita.

 

 

~ fim ~

 


Notas Finais


Obrigada por quem leu.
Espero que tenham gostado!
Deixem comentários <333

Até mais.


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