1. Spirit Fanfics >
  2. "Memórias de Nina Garbo" >
  3. Especial 1 - Dança Comigo

História "Memórias de Nina Garbo" - Especial 1 - Dança Comigo


Escrita por: ValentinaEli

Notas do Autor


O próximo especial será o fim desta história!

Capítulo 17 - Especial 1 - Dança Comigo


Fanfic / Fanfiction "Memórias de Nina Garbo" - Especial 1 - Dança Comigo

Narrado por Otávio

- Diz pra mim que isso é real, que não é um sonho - sussurrei no ouvido dela, que se aconchegou ainda mais em meu corpo. O sol começou a nascer muito timidamente, porém logo ficou escondido atrás de algumas nuvens que insistiam em nublar o tempo. 

- Uma vez eu te perdi, Otávio e eu nunca senti tanta dor e tanta solidão - ela girou o corpo ficando de frente para mim. - Eu recebi um aviso, você apareceu em sonho para mim - senti sua mão suave acariciar meu rosto. 

- Como foi esse sonho? - perguntei beijando sua mão. - A única coisa que importa, é que estamos juntos aqui, o sonho veio me mostrar como seria a minha vida sem você - ela emaranhou os dedos em meus cabelos. 

- Eu não quero nunca mais ter que passar por aquilo​ outra vez - sorri carinhosamente para ela. - Não vai, eu nunca consegui amar outra pessoa, porque eu sei que foi por você que eu esperei a minha vida inteira, Nina. Eu quero amar você todos os dias e ficar velhinho ao seu lado - ela me fitou apaixonadamente e nos beijamos com volúpia enquanto o vento agitava os belos cachos de seus cabelos e as árvores ao nosso redor, fazendo com que as folhas fossem praticamente arremessadas para longe. - É melhor você entrar​, eu vou amarrar o cavalo! - ela não queria me soltar. 

- Vai, Nina! - pedi firme protegendo-a do mau tempo quando a ventania piorou e, em poucos segundos, o belo nascer do sol transformou-se num dia nebuloso e de certa tormenta. Ela correu para o chalé e eu amarrei o cavalo em um lugar seguro e coberto, então fui ao encontro dela. Fechamos as portas e as janelas, estava muito frio e foi necessário acender a lareira. Enquanto eu ajeitava as coisas, percebi a inquietude dela, esfregava as próprias mãos e me olhava suplicando alguma coisa. - O que houve? - perguntei sereno. - Eu preciso fazer amor com você agora, senão eu não vou ficar em paz, eu tenho que te sentir comigo - ela se aproximou de mim e meu coração acelerou quando nossos corpos encostaram um no outro. 

- Eu não vou fugir, nós temos todo o tempo do mundo só para nós dois - falei acariciando seus cabelos. - Eu não posso esperar mais nenhum minuto sequer Otávio, porque eu desperdicei muito tempo do nosso amor - a interrompi. - Shi - cerrei seus lábios com meu indicador. - As coisas ruins do nosso passado morreram lá fora, naquela ventania, eu não quero nunca mais me recordar das nossas dores - antes mesmo que eu pudesse terminar a frase, ela se atirou em meus braços e nossas bocas se encontraram ardentemente, a apertei contra o meu corpo e ela começou a tirar o meu sobretudo, suas delicadas mãos apertavam meus​ braços​ e em seguida, ela começou a desabotoar minha camisa com pressa, empurrei sua cintura e a imprensei contra a parede da sala. - Aah - gemeu pela forma como a peguei, mordisquei seu lábio inferior e o sugava gostosamente, suas unhas arranhavam meu peitoral e desciam por meu abdome, meus pêlos arrepiavam pelo prazer delicioso que eu sentia. Com desespero, tirei seu casaco e puxei sua blusa para cima a deixando apenas com o sutiã de renda vermelho, fiz o mesmo com a calça, eu estava ensandecido, minha excitação estava beirando a loucura e quando a vi só de lingerie em minha frente, paralisei, me afastei e olhei atentamente para cada parte de seu corpo, vi que sua face ruborizou, ficou ainda mais bela envergonhada. - Eu esperaria por você uma eternidade - me aproximei e a peguei no colo, carreguei-a até o quarto do chalé e a deitei na cama, fiquei em pé ao lado, simplesmente tentando entender se aquilo tudo era real mesmo, fechei os olhos, passei as mãos pelo meu rosto, em seguida os abri, não era um sonho, ela estava ali e me olhava na expectativa. – Vem! - ela me chamou ansiosa - Eu esperei por isso tanto tempo - senti meu corpo queimar, desabotoei minha calça e a tirei jogando de lado mesmo, deitei parcialmente sobre o corpo dela sem deixar que ela sentisse meu peso, ela abriu as pernas me aconchegando entre elas, rocei minha barba em seu rosto e sussurrei em seu ouvido. 

- Nós nunca mais vamos esquecer esse dia - mordi de leve sua orelha e depois suas maçãs do rosto, queixo e desci pelo pescoço, suguei com intensidade, seus gemidos eram o melhor som que eu poderia ouvir, as unhas dela cravavam em minhas costas e eu pressionava meu membro ainda dentro da cueca por cima de sua calcinha, como se fosse penetrá-la. Ela se contorcia na cama apenas com minhas carícias e com meus dedos afundando em sua pele alva, deixando marcas muito avermelhadas. Abri o fecho de seu sutiã na parte da frente e o tirei com pressa, antes que ela pudesse pensar qualquer coisa, abocanhei com fome um de seus seios enquanto apertava o outro, as marcas dos meus chupões ficavam em sua carne, demonstrando toda a saudade que eu tinha. - Aah - ela gemeu manhosa quando espalmei minhas mãos em seus seios e a beijei com voracidade, senti minha língua ser sugada e meu corpo ser apertado contra o dela como se estivesse com medo de me perder. - Eu preciso sentir, por favor - pediu desesperada. - Calma, eu quero sentir de novo o seu gosto - desci os chupões por todo seu ventre, ela segurou os lençóis já prevendo o que eu iria fazer, pressionei meus lábios contra sua intimidade por cima da calcinha. 

- Não me tortura assim, não me castiga - falou sussurrando rápido e percebi o quanto ela me aguardava, puxei sua calcinha lentamente e passei por entre as pernas, vê-la totalmente nua em minha frente fez meu membro latejar dentro da cueca. Ela abriu as pernas e teve um leve espasmo quando lambi suas coxas, subi até seu ponto de prazer e quando fiz movimentos rápidos em seu clitóris, ela delirou. - Assim amor...assim - seu corpo enrijeceu por inteiro e seu ventre subia e descia descontroladamente, eu tentava entender o que ela balbuciava e em certo momento escutei "você é meu" e também "Eu não quero que isso acabe.” Na maior parte do tempo, ela falava coisas desconexas e isso me ensandeceu ainda mais, seu gosto é maravilhoso, ela erguia o quadris querendo um contato maior, os lençóis da cama eram puxados com força e a penetrei com dois dedos fazendo ela arfar descontrolada.

Narrado por Nina

Eu gemia e sorria de felicidade por ter ele comigo, de todas as vezes que nos encontramos de forma intima essa certamente tem algo especial, a certeza de que nunca mais ficaríamos separados. A sensação de sua língua quente e frenética brincando com meu clitóris está me deixando louca, nem mesmo o frio do ambiente é capaz de conter o suor do meu corpo, do jeito que ele me suga eu não vou aguentar muito tempo, puxei seus cabelos com certa pressão quando senti minhas pernas adormecerem e um frisson inundou meu ventre, minha cabeça girava e comecei a respirar ofegante, quando ele se concentrou em um único ponto não pude mais segurar e me libertei gloriosamente para ele. – Aaah – gemi enlouquecida ao sentir que ele tomava cada gota do líquido que escorreu entre minhas pernas. Relaxei meu corpo na cama e ele se pôs sobre mim abocanhando meus lábios avassaladoramente. – O mesmo gosto, desde a primeira vez – disse entre os beijos, ajoelhou na cama, puxou meus quadris para junto dele e gemi aliviada quando seu membro escorregou para dentro de mim. 

– Ooh – ele ergueu cabeça e tomou fôlego. – Que saudade disso, de você assim – falou entrecortando as palavras e logo suas estocadas tomaram um ritmo intenso, entrelacei minhas pernas envolta de sua cintura e o senti mais fundo ainda. – Sempre deliciosa – me olhou prazeroso, meus quadris se moviam acompanhando o movimento que ele fazia dentro de mim, ele apertava tanto minha pele que eu sentia meu corpo flutuar pela excitação. Ao mesmo tempo em que ele me invadia, chupava meus seios e as vezes libertava seus pensamentos insanos. 

– Corpo maravilhoso, eu quero você inteirinha – ele me olhava ardente e eu delirava. – Vem, entra gostoso – o barulho do nosso sexo me deixava extasiada. – Mais rápido – eu pedia sem vergonha alguma, nosso ato já estava beirando a loucura pela saudade que sentíamos um do outro. Apertei seus ombros e nos virei na cama, cavalguei com pressa em cima dele, massageei seu peitoral, enquanto ele apertava minhas coxas. Nossos olhares eram profundos, vi seus olhos revirarem ao mesmo tempo em que sua boca entreaberta demonstrava sua satisfação. Ele jogava a cabeça para trás em busca de ar e arqueava o corpo quando eu sentava fundo. Otávio segurou meus cabelos e me puxou para junto dele, no auge do nosso momento, senti ele se mover em baixo de mim de maneira brusca, passei a estimular meu ponto de prazer, quando ele pulsou dentro de mim senti um forte calafrio percorrer meu corpo, ele gemeu alto gozando deliciosamente. – Aaah, Nina – ao vê-lo em êxtase, atingi o ápice mais uma vez. Por uns minutos perdemos praticamente os sentidos, aconchegada em seu corpo permaneci em silêncio, apenas digerindo o momento e ouvindo nossas respirações pesadas. Senti todo o carinho dele por mim e selei nossos lábios de maneira bem calma. – Obrigada – agradeci sorrindo. – Sou eu que agradeço por nunca ter deixado de me amar. – acariciou minha face. – Nunca! – exclamei com o coração explodindo de felicidade. Ficamos um bom tempo deitados conversando sobre o futuro, sobre nossos planos, depois tomamos um banho morno e demorado, em seguida, nos deliciamos com um belo tomei café da manhã. A manhã passou rapidamente, como todos os momentos bons da vida, o que me fez recordar de um trecho do poema preferido de Marcela “Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas...” Eu passaria a minha vida inteira nesta cabana com ele, porque durante a minha vida inteira até agora eu me importei demais com outras coisas quando a parte mais importante de mim estava longe. Assim que voltamos para a casa da fazenda, fomos recepcionados pela senhora que cuidava do local, que por sinal, se tornou uma grande amiga para Otávio durante o tratamento. Almoçamos e após a refeição, saímos a pé para caminhar pela propriedade. O tempo ainda estava nublado e bastante frio, mas isso não nos impediu de apreciar a beleza daquele momento. Andamos abraçados e em silêncio durante um bom tempo, havia uma paz tão grande ao nosso redor, uma sensação que nem lembro a última que senti. Encostávamos nas árvores pelo caminho e nos beijávamos, sentindo o amor um do outro, não falamos nada, apenas nossas ações eram o suficiente, e pelo olhar dele eu entendia os sinais. Naquele dia, cavalgamos juntos, apreciamos um bom vinho e perdi as contas de quantas vezes fizemos amor.

Um mês após o julgamento, decidimos morar juntos, por incrível que pareça, a antiga casa abandonada que era nosso refúgio na juventude e que depois se tornou monumento histórico, estava para ser demolida pela própria prefeitura, pois a defesa civil interditou a continuidade das obras devido a grande tempestade que danificou muito a estrutura antiga, mas confesso que agradeço muito àquela chuva. Como Otávio fazia alguns projetos com um engenheiro que trabalhava para a prefeitura, ficou sabendo do leilão da propriedade, a casa teve que ser demolida, mas o terreno estava intacto e ainda por cima, tinha uma bela vista para a Bahia de Guanabara. Arrematamos o leilão e iniciamos a construção da nossa própria casa. Enquanto a mesma não fica pronta, passei a morar com ele depois de ter vendido a minha. Em menos de trinta dias já havia muita coisa pronta da obra e nossa ansiedade só aumentava. Nesse meio tempo, acompanhei Otávio em sua última sessão de quimioterapia, Marcela esteve conosco o tempo inteiro, acho que em toda a minha vida nunca vou ter como agradecê-la como se deve, primeiro pelo seu amor e cuidado comigo, segundo, pela sua lealdade a Otávio. Em sua última consulta com o oncologista, ele estava bastante apreensivo, mas para nossa felicidade, o médico disse que não havia mais perigo, ele estava livre da doença, precisava apenas fazer exames anualmente para novas avaliações. Desse dia em diante, nossa vida mudou completamente, o medo que eu via em seus olhos aos poucos desapareceu, seu vigor ressurgiu, e com ele, a minha alegria.

Era um dia de sábado pela manhã quando Otávio me convenceu a voltar à fazenda justamente para passarmos um dia no chalé, pois à noite teríamos uma pequena festa oferecida pelo médico que tratou dele e que por sinal, tornou-se um grande amigo. Porém, como eu estaria no escritório até a hora do almoço, combinamos de nos encontrar por lá, ele foi antes para acertar os detalhes de um projeto para a reforma do antigo casarão.

- Nina! - Marcela entrou afobada em minha sala. - Não faz isso, Marcela, eu ainda vou morrer por causa dessas suas entradas - falei séria com ela, que riu de mim. - Sempre tão dramática – se aproximou de minha mesa e beijou meus cabelos. – Vamos logo, você ainda vai passar em casa para pegar as coisas – falou aflita. – Tá, eu já estou terminando aqui – Marcela gargalhou. – Se dependesse de você nós sairíamos daqui só amanhã – ri do jeito com que ela falou. – Calma, Macela, isso tudo é vontade de ver o médico gostosão – falei ainda olhando para a papelada em minha mesa. – Não sei de onde você tirou isso – ela pegou minha bolsa e o restante de minhas coisas e ficou em pé na porta à minha espera. – Eu percebi o clima entre vocês. – guardei os papeis em seus devidos lugares. – Talvez – ela falou envergonhada. Levantei e fui em direção à porta. – Pronto, vamos! – falei. – Seu celular, Nina! – voltei correndo para pegar. – O que seria da minha vida sem você? – segurei seu rosto e beijei forte sua bochecha e ela riu. 

– Deus não te castigaria assim, Nina – gargalhamos de nosso momento de reflexão existencial. Saímos do meu escritório e passei em casa, nos arrumamos e optei por um vestido de cetim preto longo, por insistência de Marcela usei uma maquiagem marcante para evidenciar meus olhos verdes, e na boca, passei um batom de coloração bordô. Fiz um coque em meus cabelos e deixei apenas alguns cachos delineando as maças de um rosto. Coloquei um colar e um par de brincos de perolas, por fim, calcei um salto alto agulha. Peguei uma pequena mala e coloquei o que iria precisar dentro dela. Não demorou muito para estarmos a caminho do “Recanto do Perdão”. Seguimos no carro de Marcela, pois eu voltaria com Otávio. Ao chegarmos à fazenda já era quase fim de tarde, um funcionário nos recepcionou e pude perceber que o local estava ainda mais belo. Estranhamente, a casa principal estava vazia e perguntei ao funcionário o por que. – Estão todos no salão de festas que o patrão mandou construir, fica atrás desta casa, ao lado da capela. Alguns garçons saiam da cozinha em direção à parte de trás da casa e aproveitamos para nos servir do vinho. 

– Marcela! – me desesperei quando acidentalmente ela derrubou o liquido em meu vestido. – Nina, me desculpa, foi sem querer – falou aflita, eu não poderia ir mais à festa, não tinha outro vestido. – Calma, Marcela, você se distraiu só isso – tentei acalmá-la, mas eu estava irritada, Otávio estava a minha espera e eu queria muito ficar ao lado dele. – Eu trouxe outro vestido, Nina – a olhei surpresa. - Por que você trouxe outro vestido? - questionei confusa. - Sei lá, Nina, você sabe que sou precavida, eu fico com medo dessas coisas acontecerem ainda mais longe de casa – respirei aliviada, ela e eu usamos o mesmo tamanho, então sorri para ela em sinal de concordância com a ideia. Seguimos até um dos quartos e me desfiz do vestido sujo pelo vinho. - Marcela, é perolado – falei desanimada quando vi a cor do vestido. - Qual é o problema com a tonalidade? – ela perguntou impaciente, mas riu da minha aflição. – Meu vestido é preto, eu queria pelo menos algo escuro – olhei para o vestido, era longo, justo até à cintura, delineando bem o corpo e com apenas uma alça de lado. – Anda logo, Nina, o vestido é lindo e o Otávio deve estar naquela festa sozinho te esperando – me apressou. 

– É lindo sim, mas você sabe como eu sou – expliquei enquanto ela me ajudava vestir. – Para de complicar é o que tão simples – revirei os olhos. – Eu estava me amando naquele vestido, Marcela. – ela fechou o vestido na lateral e me olhei pelo espelho. – As pessoa vão admirar você hoje, apenas sorria – é incrível como ela sempre usava de sua “psicologia” comigo, mas no fundo eu sabia que era ela quem estava certa. Saímos do quarto e nos direcionamos para o local da festa, à medida que nos aproximamos, notei que as portas do salão estavam fechadas e eu não via ninguém circulando. – Marcela, o salão está fechado, que silêncio – era como se nós fossemos as únicas pessoas. – Devem estar todos lá dentro – concluiu. – Nina! – sorri surpresa e mais confusa ainda quando vi Juan acenando. – Você não devia estar em Boston? – caminhamos em direção a ele e perguntei. – É que eu tinha um compromisso mais importante – nos abraçamos e ele fez o mesmo com Marcela, estávamos em frente à antiga capela da fazenda. – Que compromisso é esse? – ele sorriu. – Esta festa! – o encarei sem entender. – Mas você falava o tempo todo dessa viagem, além do mais, você não ia com a sua aluna de dança? – falei provocando-o, pois eu já sabia de seu recente caso com uma moça que frequentava seu estúdio. – Ela está aqui – olhei para os lados. – Aqui? – perguntei achando toda a situação muito estranha. – Ali na capela? – apontei para onde ele olhava. – É! – respondeu. – Estamos todos aqui por você – olhei para Marcela, que acenava para uma pessoa que eu conhecia muito bem. 

– Laura! – exclamei ao ver minha velha amiga, recordei rapidamente da festa em sua casa onde Otávio e eu nos amamos. – O que faz aqui? – questionei quando ela chegou perto de mim e estendeu a mão em minha direção com um buquê de rosas extremamente delicado, a maioria eram brancas e as demais lilases e rosáceas. Meu coração disparou imediatamente, olhei para os três ali em minha frente e um pensamento passou por minha cabeça. – Eu vim por você e por um amigo muito querido – me abraçou e eu estava sem reação nenhuma, mas fiquei boquiaberta e tremi por completo quando as portas da capela se abriram, vislumbrei um belo tapete vermelho, as pessoas nos bancos olhavam para mim e sorriam, marejei meus olhos quando vi Otávio parado ao lado do altar, paralisei diante de todos, fechei os olhos e recordei de um episódio de nossa juventude, ele sabia que meu sonho era casar no campo, numa capela, com muito verde em volta. Nunca me esqueci de suas palavras “Eu vou cumprir minha promessa”, sorri involuntariamente e abri meus olhos mais uma vez. – Eu amo vocês – abracei meus amigos, Juan, um belo cavalheiro, estendeu o braço e entrelacei o meu no dele. – Ele te espera, vamos! – senti meu corpo inteiro ficar dormente quando começou a tocar a Ave Maria apenas ao som da arpa, piano e violino, Otávio me olhava com muita paixão e foi impossível segurar as lágrimas, era como se ninguém mais estivesse naquele lugar, eu caminhava ritmadamente em direção a ele com meu coração batendo descontrolado, sorri e recebi um riso com mais intensidade ainda. Assim que cheguei ao altar, Juan me entregou a Otávio, que segurou minha mão e a beijou. – Eu sei que estou atrasado com a minha promessa, mas estou aqui e jamais me esqueci dela – sussurrou para mim. – Sonhei com esse momento todos os dias da minha vida – falei embargada, senti seus lábios tocarem minha fronte e nos posicionamos em frente ao padre. Durante toda a cerimonia, Otávio me olhava como se pudesse ler minha alma, a as palavras do sacerdote nos deixaram encatados, eu estava explodindo de felicidade. Trocamos as alianças que continham nossos nomes gravados e fizemos todo o juramento cabível. Quando o padre nos declarou marido e mulher, nos beijamos e ouvimos uma linda salva de palma. Saímos da capela e uma chuva de arroz caiu sobre nós. Toda a festa foi realizada no salão ao lado da capela, não nos desgrudamos por nada. Quando percebi uma oportunidade, lembrei-me de suas palavras em meu sonho e fiz o convite. 

– Dança comigo! – ele sorriu lindamente para mim e nos dirigimos até o meio do salão, colamos nossos corpos e senti suas mãos afagarem minhas costas, meu rosto juto ao dele me fazia sentir ainda mais seu calor. A música lenta que embalava o momento não era típica de valsa para casais, mas era especial, uma canção que fez parte da nossa história, à medida em que bailávamos pelo salão, ele cantava o trecho em meu ouvido “I won't let you down (Eu não vou te decepcionar). No better love will be there when you turn around (Não vai haver amor melhor que este quando você procurar). I'll be living for you till the ocean turns to sand (Eu vou viver para você até o oceano se tornar areia).There will never be any man (Nunca vai haver qualquer homem). Could love you just the way that I love you (Que te ame do jeito que eu amo você)”. A maior festa foi a alegria que nós dois compartilhamos desse momento tão puro e verdadeiro, a cada palavra, cada carinho trocado durante a dança, fez eu me sentir no paraíso, eu senti que tudo ia dar certo, que finalmente o mundo havia me dado uma segunda chance, é como se tivéssemos selado nossos espíritos que há muito tempo esperavam por isso desde a nossa juventude, e que vagaram por muito tempo a sós. – Você é tudo que eu preciso – rocei minha bochecha em sua face e toquei seus lábios docemente. – Eu te amo mais do que tudo no mundo – ele sorriu um riso apaixonado. – Eu também te amo Nina, muito mais do que você imagina – todos ao nosso redor também começaram a dançar, apreciando a bela festa organizada por Otávio, Marcela e Juan. Olhei tudo atentamente com uma imensa felicidade que nem cabia dentro do meu peito, realmente percebi que a melhor parte de mim, que por muitos anos achei que tivesse morrido, tornou a viver, tudo isso porque dei uma chance a mim mesma e ao amor. – Eu nem tenho palavras para dizer o quanto eu amei tudo isso – falei para ele. – Não precisa dizer nada, seus olhos dizem tudo – ele me abraçou fortemente e em seguida cortamos o bolo e em seguida joguei o buquê, que para minha felicidade caiu nas mãos de Marcela. No fim da festa, ela se aproximou de nós. 

– Está aqui, Otávio – disse animada entregando um envelope em suas mãos. 

– Obrigada, querida. Eu devo muito a você! – olhei curiosa. – É mais uma surpresa? – eles riram de mim. Ele segurou minha mão e saímos do salão de festa, Marcela e Juan nos acompanharam até a casa da fazenda. 

– Nina, eu fiz uma mala para você! – estranhei o comentário. – Mala, pra que? O que estão aprontando? – Otávio me entregou o envelope e abri afobada. – Você lembrou? – minha voz saiu entrecortada pela emoção. 

– Eu jamais me esqueci de nenhum detalhe seu, está tudo aqui, na minha memória – o agarrei pelo pescoço e beijei várias vezes seus lábios, sua bochecha e também suas mãos. Havia duas passagens para Veneza, sonhei desde a juventude em passar a lua de mel por lá, eu costumava dizer que não havia no mundo lugar mais romântico do que a Itália. – Marcela, como você preparou minha mala? – perguntei. 

– Eficiência, amor. Por que acha que cheguei atrasada no escritório hoje? Eu estava ajudando o Otávio a arrumar as coisas – olhei boquiaberta para os dois. – Eu tenho tanto orgulho da amizade de vocês – os dois me abraçaram. – Viaja tranquila, eu cuido de tudo no trabalho – me despedi de Juan e seguimos até o aeroporto, Marcela nos levou. Antes de embarcarmos, ela me entregou uma caixinha branca. – É para nunca se esquecer do nosso laço de amizade – sorri emocionada ao olhar uma medalha de ouro, dessas que ficam uma metade com cada pessoa, e cada uma tinha a inicial dos nossos nomes. – Eu nunca me esqueço do que é eterno – recebi um imenso abraço de Marcela e colocamos nossas medalhas. – Eu amo você – eu disse contente. – Eu também te amo – ela retribuiu. Ouvimos a chamada de nosso voo e nos despedimos mais uma vez, abracei Otávio pela cintura e seguimos viajem.


Notas Finais


Obrigada por ler até aqui😍
Espero que tenha gostado 😘


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...