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História Memories of my love. - Hospital I


Escrita por: StylesWay

Capítulo 26 - Hospital I


Fanfic / Fanfiction Memories of my love. - Hospital I

As sirenes da ambulância começaram a deixar o menino aliviado. Estava ajoelhado ao lado da menina no chão, totalmente inconsciente. Uma poça de sangue já começava a se formar, sujando a roupa de ambos.

O veículo estacionou ao lado do casal e rapidamente três pessoas saíram de lá, correndo até os dois.

 – Por favor, se afaste! – a mulher disse para Harry.

Trêmulo e ainda em choque, ele deu espaço para aquelas pessoas. Rapidamente a colocaram na maca, atraindo olhares de curiosos que passavam pelo local. As lágrimas já caíam pelo rosto pálido do menino que, quando finalmente se deu conta do que realmente tinha acontecido, entrou em pânico.

– Sophie! Sophie! – gritava, passou a mão pelos cabelos e correu até o veículo, sentou no banco claro.

As portas foram fechadas e os enfermeiros começaram a fazer os devidos procedimentos, Harry assistia tudo àquilo sem dizer absolutamente nada, mas sentia vontade de gritar.  Milhões de coisas passavam pela sua cabeça, se sentia culpado, inútil...

Derrotado.

Vendo a pequena garota ali, com enfermeiras tentando a todo custo salvar sua vida, sensações ruins e pensamentos infinitamente piores gritavam na sua cabeça.

Não queria passar por tudo aquilo novamente, não podia perdê-la.

O veículo parou e a porta foi aberta, mostrando a equipe médica já pronta para atender Sophie. Harry se arrastou para fora e em segundos corria junto a equipe para dentro do local, segurando na maca da menina, sem despregar seus olhos dela por um minuto sequer.

– Você não pode passar daqui. – a enfermeira disse, impedindo o menino de atravessar a porta da sala de cirurgia. Ele insistiu por alguns minutos, mas não adiantou.

Derrotado, sentou no banco frio e afundou o rosto em suas mãos trêmulas, tentando controlar sua respiração descompassada enquanto fazia preces silenciosas para que Sophie sobrevivesse e tudo ficasse bem.

Estava tão preso em seus pensamentos que sequer notou que John estava ao seu lado.

– Parabéns. – a voz seca e indiferente do homem deixou-o irritado.

– Ela pode morrer! – Harry gritou, levantando-se e puxando John pela gola da blusa preta, deixando-os cara-a-cara – como você tem coragem de falar isso? Qual o seu problema?!

John riu debochado, encarando os olhos enfurecidos do menino.

– Sophie já morreu. Há muito, muito tempo. É por isso que eu odeio vocês. Tiveram a chance que eu não tive. – se soltou bruscamente do menino, mas não desviou o olhar.

‘’Holmes Chapel, 18 de agosto de 1998’’

Adorados por toda a vizinhança, Mary e John estavam casados por cerca de dois anos. Felizes, aproveitavam a vida juntos e estavam ansiosos pelo primeiro filho; há poucas semanas Mary descobriu que estava grávida! O casal morava em uma casa amarela, com um quintal muito bem cuidado, repleto de flores que Mary amava.

Era um domingo nublado, os dois estavam na cozinha; John lavava as louças enquanto Mary se encarregava de guarda-las no devido lugar. Eles riam e trocavam carícias enquanto faziam o trabalho.

Um típico casal apaixonado.

– Amor, precisamos ir ao mercado, quero fazer um almoço especial amanhã. – Mary disse.

– Nosso aniversário de casamento... – ele disse animado – tudo bem, vamos à noite, pode ser? Tenho algumas coisas do trabalho pra fazer.

– Tudo bem querido. – deu um casto beijo no canto dos lábios do homem, que sorriu.

A tarde se arrastou calma; John ficou no escritório terminando a papelada enquanto Mary arrumava o quarto do bebê. Por não saber o sexo, comprou móveis brancos e uma decoração fofa, com bichinhos e estrelinhas enfeitando todo o local. Ela passava boa parte do seu tempo ali.

Desde quando namorava John, sempre falava sobre gravidez. Sempre quis ser mãe, e estava muito ansiosa! Particularmente queria uma menina, e sempre quis lhe dar o nome de Sophie. John também adorava o nome, e isso a deixava feliz. Mary passava bastante tempo no quarto de seu futuro bebê, amava ajeitar as roupinhas e imaginar como a criança seria.

O casal deixou a casa cerca de nove da noite. Uma música suave tocava no rádio, enquanto John estava atento a estrada e Mary batucava os dedos em suas pernas, aproveitando a brisa gelada que batia contra seu rosto. Logo começaram a falar de assuntos diversos, como os planos para o futuro, o bebê, trabalho etc.

Um homem correu para  frente do carro e John bruscamente freiou, assustando o casal. Homens encapuzados cercaram o veículo. Mary olhou para John assustada, e afim de lhe trazer algum conforto, ele segurou na mão de sua esposa e sussurrou para ter calma. Os homens começaram a chutar e bater na lataria, John abriu a porta e Mary fez o mesmo.

– Nossa, bonitinha ela! – um deles gritou, impedindo Mary de correr até seu marido.

– Larga ela! – John gritou, se preparando para bater no homem, mas foi impedido por uma arma sendo apontada para sua cabeça.

– Olha, alguém tá ficando estressado. – zombou, encostando a arma no moreno, que imediatamente prendeu a respiração.

A estrada estava deserta; a pouca iluminação deixava tudo mais assustador.

– Acho que a princesa aqui vai com a gente – subiu suas mãos até os ombros da mulher, que, tomada pelo medo, não conseguia parar de chorar.

– Larguem ela, por favor. Podem fazer o que quiserem comigo, mas deixem-a ir embora.

– Acho que não... – riu, puxando a mulher para mais perto.

Sirenes da polícia já podiam ser ouvidas.

– Vamos! – alguns começaram a entrar no carro, e arrastavam Mary, o que fez a mulher gritar.

– Não! – John gritou, empurrando um homem que estava em sua frente e correndo até Mary.

Segurou o homem pelo colarinho e desferiu um soco em seu rosto, o jogando no chão e correndo para abraçar Mary, que se encolheu nos braços do marido. Os homens já haviam ligado o carro, e o barulho das sirenes se aproximavam cada vez mais.

– Vadia maldita. – um deles disse, apontando a arma para Mary e puxando o gatilho.

Ele se virou e abraçou a mulher, lhe protegendo.

John levou cerca de dez tiros, e em segundos o carro deu partida.

Sua última palavra foi Mary, antes de entrar em óbito às 10:51 pm. 



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