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História Menina Dos Olhos de Deus - Não se Preocupe Comigo


Escrita por: Juliane_mizuki

Capítulo 9 - Não se Preocupe Comigo


"As vezes, as pessoas só precisam de um impulso"
 

Nathan Miller
 

- A Elizabeth é bonitinha, não vou negar.- Comentou um dos garotos.

Fingi não me importar com a conversa, meus olhos estavam centrados no aparelho em mãos.

– Pena que ela é da igreja. – Consigo ver o mais velho revirar os olhos.

– Corta essa. – Éric riu. – Essas meninas de igreja são só de fachada.

Meus dedos param de digitar por alguns segundos.

– Como sabe ?

– Quer fazer uma aposta então ? Apostem qualquer coisa, pelo menos um beijo eu consigo dela. Ou até algo a mais. Se duvidarem eu tiro uma foto. – Garantiu.

Dentro de mim, uma onda de raiva invadiu e meu sangue ferveu. Pressionei o celular e arfei, reunindo coragem para oque ia fazer em seguida.

Limpei a garganta.

– Éric. – Ele me olhou ainda com o seu sorriso babaca no rosto mas não por muito tempo. Ali, em frente a todos que estavam presentes, meus punhos o surpreenderam fazendo o mesmo cambalear pra trás.

E é claro, ele revidou.

Foi preciso a diretora aparecer para nós nos apartarmos.

...

Passei a mão em meus fios, descontente. A memória daquele dia insistia em me assombrar. Eu ainda me pergunto porque fiz tal coisa.

Elizabeth não é alguém especial ou algo do tipo, mas ver alguém falando merdas sobre ela acendeu em mim uma raiva idiota, admito. Porém, isso não significa que simpatizo com a mesma. Olhar para ela me faz lembrar da época em que era da igreja, tão certinho, tão cheio de fé.

Mas isso é passado.

Eu não sei qual é a dessa garota, des do primeiro momento em que a vi com a Bíblia no intervalo, pensei o quanto ela é estranha. Quem traz a Bíblia pra ler, na escola ainda mais ? O que eu não entendo é a raiva que senti das asneiras de Éric ao achar que Elizabeth é uma garota fácil. Porém, eu não acho isso.

Não me pergunte o porquê, nem eu sei.

Escondi minhas mãos no bolso enquanto dava um pequeno passeio antes de entrar na sala, ainda com meu olho roxo, de uma forma estranha,  eu arrancava suspiros de algumas garotas.

– Eaí galã. – Sinto alguém cutucar meu braço e me viro. Karen, uma surpresa.– Esperando alguém ?

– Eu ? Não. Só de passagem, sabe como é. – Sorri de canto, me referindo as garotas que outrora flertava.

Contive o riso ao vê-la revirar os olhos. Karen e eu nunca fomos de falar muito, mas sempre que dava na telha, eu falava com ela e ela comigo. Era sempre assim. 

– Ué, cadê seu grupinho ? Você está de folga deles hoje ? – Enfatizou, divertida.

A resposta é simples, eu poderia muito bem dizer: "Ah, é porque nós brigamos por causa da sua amiga e agora eu não ando mais com eles, me toquei que eles não são minha praia."

Mas, vamos na onda que é melhor:

– Sim, eu tinha tanta coisa pra fazer e deixei meus criados cuidarem de tudo pra mim. Isso tem me causado estresse sabe.

– Nossa, melhoras pra você.

– E sua amiga ? Não vem hoje ? – Mudei de assunto. Não é que eu esteja interessado se ela vem ou não, eu nem mesmo quero saber se essa menina vem hoje. Mas não sabia que uma pergunta tão inofensiva pudesse fazer Karen me lançar um olhar acusador, sério, ela deve ter algum tipo de distúrbio mental pra ficar me olhando daquele jeito. Sem contar no sorriso malicioso que ela abriu.

Aquele momento estranho teve um fim quando ela praticamente pulou no nosso meio.
Começo a tossir engasgado sem motivo algum, isso pode ser tudo menos nervosismo.

– Vocês dois conversando, que raridade. – Vejo seu sorriso simpático.

Sem pensar muito eu solto:

– Escuta santinha, eu falo com quem eu quiser a hora que eu quiser. – Tentei parecer indiferente e saí de perto das duas.

Enquanto me distanciava ouço uma voz irritante e fina imitando minha frase. Essa menina não tem jeito, mas ainda é engraçada.

Não consegui conter o sorriso bobo, que diabos.

Depois disso, tudo oque presenciei depois foi Elizabeth sendo chamada atenção pelo professor na sala. Na real, eu fiquei fora de órbita a aula inteira, até aquilo. Fazer um bilhete pra zoar dela ? Foi cômico.

– Oquê ?!

Olha só ela aí denovo.

...

Passar o intervalo sozinho não era tão ruim assim, afinal...

Mentira, era ruim.

Mas é melhor andar sozinho doque ter uma amizade doente. Des de que me entendo por gente, Éric sempre foi um "lobo" quando o assunto era garotas. Todo dia era uma conversa diferente, além dele ser um cara controlador. As vezes parecia um Bully, sempre pedindo caderno emprestado pra copiar atividades, me convidando pra incomodar uns nerds, apelidando algumas pessoas... Onde foi que eu me meti em me envolver com esse cara ?

– Foi mal. – Sinto alguém esbarrar em meu ombro. Recebi um sorriso esnobe.

Falando no diabo.

Tentei não ligar pro grupinho dele murmurando algo sobre mim quando dei as costas. Distância é tudo oque eu quero.

– Vai mesmo trocar a gente por uma vadia que acabou de conhecer ?– Aquela voz me fez parar.

Calma Nathan, calma Nathan

Por Deus, eu mal conheço essa menina e ela já está arruinando minha vida.

–Isso não tem nada haver com ela, cara.

–Sério ? –Riu.– mas é oque parece.

– Escuta aqui!–

Minha voz foi cortada por uma figura que saiu me puxando pelo braço sem nem me dar tempo de questionar. 

– Com licença galera, Nathan você disse que ia me mostrar como se faz uma notação científica! Vamos lá na biblioteca!

– Liz, isso é loucura! – Karen murmurou quase em pânico.

A encarei de canto, segurando sua Bíblia rosada na mão com suas unhas levemente pintadas de um vermelho vivo. A respiração ofegante denunciava que ela estava apressada. Seus olhos me prendiam como se quisessem que eu somente concordasse com aquela situação.

Éric sorriu vitorioso, passando a mão na cintura de uma garota aleatória e saiu. Esse idiota está me fazendo raiva de propósito.

Quando menos percebi estava sentado com aquelas duas estranhas o qual eu não tinha o menor interesse em iniciar uma conversa. Ótimo, mais mal-entendidos foram plantados na cabeça de quem viu. Não quero que minha fama prejudique ninguém, odeio isso!

-Então... Que tal uma apresentação ?

-Nós já nos conhecemos Karen. - Apoiei o queixo na mão, com uma cara nada boa.

Ela sorriu sem jeito e deu uma cotovelada na loira, que estava fora de órbita.

Elizabeth limpou a garganta e começou:

–Desculpa por antes, você parecia precisar de uma forcinha.

–Forcinha ? Não. Estava tudo bem.

-Sei, parecia que ia enfiar um murro no rosto daquele rapaz qualquer hora.- Murmurou Karen quase inaudível. A olhei sério e ela riu nervosa.

–Não se metam no meu caminho.– Levantei da cadeira sentindo o olhar de Elizabeth me atravessar, sua raiva era óbvia demais.

Primeiro de tudo: Ela não estava preocupada, certo ?

–Você...

– Eu sei me cuidar. – A interrompi e saí deixando aquela sala fria e úmida pra trás. Quando fechei a porta, suspirei.

Eu detesto que se preocupem comigo. Eu sei me defender.

 

Mas por que eu estou sorrindo ?

 


Notas Finais


Hey pessoas! quanto tempo aiai kkkkkk ( eu n tenho jeito)
Nesse longo período de tempo aconteceram muuitas coisas, aprendi muita coisa tbm. E como eu ja esperava, a vontade de escrever me pegou denovo, e cá estamos nós.
Gomenasai a demora

ENTÃÃÃÃÃO, Finalmente vamos começar a ver os pontos de vista dos personagens! Espero que tenham gostado do capítulo sobre o nosso querido Nathan.


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