1. Spirit Fanfics >
  2. Menina Selvagem >
  3. Capítulo trinta e nove: Adeus 1998, olá 1999

História Menina Selvagem - Capítulo trinta e nove: Adeus 1998, olá 1999


Escrita por: mili_cruzz

Capítulo 39 - Capítulo trinta e nove: Adeus 1998, olá 1999


  Em uma manhã bem fria, Hestia estava deitada em sua cama, usando uma camisola e máscara de olho. O rádio estava ligado, mas não prestou muita atenção no que dissera. A porta foi aberta por seu elfo-doméstico que trazia consigo uma bandeja com seu café da manhã. Não era comum comer com a família na mansão Carrow. Apenas em festividades. O criado pôs a bandeja na cama, abriu as cortinas com um estalar de dedos e se retirou silenciosamente. A morena retirou a máscara e se sentou para comer. Na bandeja havia uma tigela com frutas, suco, os talheres, o guardanapo e uma edição matinal do Profeta Diário.

Ficou a ler o jornal enquanto se alimentava de morangos. A primeira página relatava a difamação de Skeeter e seu chefe. Os descreveram com duas vítimas, é claro. Carrow ficou surpresa ao ver uma nova coluna acrescentada no jornal chamada Corredor da Discórdia, na quarta página. Leu atentamente cada palavra, chocada pela audácia do Profeta Diário. Largou o café da manhã e a cama. O robe levitou até seu corpo enquanto andava apressada ao quarto da irmã, em frente ao seu.

Flora dormia profundamente em sua cama. Hestia começou a remexê-la.

- Acorda, Flora! Acorde!

- O que é?

- Leia isso!

- Lê você! Eu quero dormir!

- Leia logo, Flora!

Flora retirou a máscara de olho e fez uma careta ao reparar que Hestia segurava o Profeta Diário.

- É sério que tu me acordou para ler essa merda? - Reclamou

- É importante! Estão falando de Astória!

- Qual a novidade? Já fizeram isso.

- Dessa vez é mais sério. Skeeter fez uma coluna só falando dela. Saca só!

Hestia começou a ler em voz alta o que Skeeter tinha escrito.

"CORREDOR DA DISCÓRIDA

Para deixar claro, esta nova coluna não são para jovens desocupados. E sim para os pais preocupados com a educação e influência de seus filhos. O que irão acompanhar nesta leitura são a vida de grandes figuras de Hogwarts. E para evitar atormentos, os mencionados terão codinomes invés dos nomes reais. Se descobrirem a real identidade, não há nada que posso fazer

Não tive que pensar muito para escolher a primeira de quem vou falar. Ao me ver, ela foi quem teve o melhor desenvolvimento. A chamaremos de Rainha Naja. Rainha porque é autoritária e respeitada. E Naja porque sabe ser perigosa e ardilosa. Só os mais valentes (e burros) tiveram a audácia de enfrentá-la e nenhum sobreviveu para contar a história.

É evidente que falo metaforicamente (até onde se sabe). Acontece que suas vítimas foram massacradas sem dó ou piedade. Mas isso é para outra edição. A Rainha Naja nem sempre foi tão poderosa e idolatrada. Há alguns anos, ela não passava de uma Menina Selvagem. Uma garota cuja não tinha vaidade alguma e preferia os personagens de seus livros a pessoas reais. Ela era "comum". Não é de menos que foi hostilizada por várias pessoas. Inclusive, muitas delas se declaram, hoje, suas amigas.

E então, em um passe de mágica, a Menina Selvagem mudou não só seu visual como sua personalidade. Estava mais alto-confiante, mais bem vestida. Foi, finalmente, chamando atenção positivamente. Ninguém sabe exatamente a raiz desta mudança tão radical. Alguns diz que foi fruto do abandono de sua mãe. Outros foi que ela finalmente tomou juízo. Mas nada disso interessa, porque ela evoluiu e se tornou muito mais interessante. Por que nunca falei dela antes? Porque era 1995 e tinha coisas mais importantes para relatar. Mas em nenhum momento tirei meus olhos dela e acompanhei o surgimento e o crescimento da Rainha Naja.

Mas não são só de amigos de uma mulher feita. Dizem que quanto mais alguém tem poder, mais tem podres. E isso se aplica perfeitamente a Rainha Naja. Seu primeiro feito que chamou atenção foi quando fez uma garota anônima ser acusada de roubo por ter batido na sua irmã. Chamaremos ela de Princesa de Cor de Rosa. E não parou por aí. Qualquer pessoa que mexesse com o pessoal dela, O Bonde ostentação, estaria automaticamente morto socialmente

Então, meninas que são desprezadas, vocês tem uma chance ainda (mesmo que mínima) de se tornarem algo. Não percam as esperanças! Claro que não foi do dia para a noite que ela se tornou o que é agora. Foi necessário muito trabalho duro para isso. Nossa queridinha de um ótimo coração e vem recolhendo amigos dia após dia.

Eu poderia passar horas e horas escrevendo sobre a Rainha Naja e suas atitudes, mas falarei de algo mais importante. Onde ela está agora? Fontes dizem que passará o ano novo na Suíça bem acompanhada. E não me refiro aos seus tios suíços. Mas com quem então? Falo, qual de seus admiradores? Será que é o Cavalheiro Dourado? O Bad boy? Ou o Dr. Mauricinho? Descubra nas próximas edições!

- Rita Skeeter".

- É, parece que alguém aprendeu a lição e quis se retratar. - Comentou Flora - Até que eu gostei de Rainha Naja. É bem legal.

- Flora, isso é horrível!

- Horrível por quê? Skeeter não disse nada de ruim. Pelo contrário, disse que ela é foda. Qual o problema?

- Ast quer trabalhar para uma mulher super discreta que nem revela a identidade. Essa fama pode prejudicar ela!

- É mesmo. Mas talvez não. Aqui não diz quem é a Rainha Naja.

- Como se fosse difícil de descobrir. Se Ast continuar famosa quando se tornar assistente, podem descobrir quem é Bagshot. E aí vai tudo p'ro ralo.

- E quem liga p'ra quem é essa mulher? Só Ast que venera ela. Será que ela já soube?

- Não sei. Acho que não. Melhor não a preocuparmos com isso. Ela foi para à Suíça tão abatida. Nem parecia que ia viajar.

- É, ela estava bem estranha e misteriosa. Será que rolou alguma coisa?

- É bem provável que sim. Mas sabe como a Ast é. Ela só vai nos contar quando tiver resolvido tudo.

- Engraçado. Isso me lembra alguém.

Hestia revirou os olhos. Sra. Carrow apareceu no quarto.

- Meninas, se aprontem! Nós vamos à Madame Malkin! - Ordenou

- Hoje é Ano Novo. Vai está fechado. - Avisou Hestia

- Não para nós. Conversei com a proprietária e ela irá nos receber. - Informou - Eu sou muito esperta. Combinei esta data para que ninguém veja o vestido maravilhoso do baile do Cisne Branco de Hestia. Você estará impecável, minha filha!

- E por que outras pessoas não poderiam ver meu vestido?

- Hestia, você não sabe que o que mais existe são invejosas que copiam tudo o que olham? Claro que se tivesse um namorado, não precisaríamos ir.

- Já parou para pensar que eu não quero um namorado?

- E virar uma solteirona? De modo algum! Sua irmã já conseguiu, só falta você. Se arrumem!

Sra. Carrow deixou o quarto. Hestia tampou o rosto com uma almofada e deu um grito.

- Não fica assim, irmã. Tente ver o lado bom. - Aconselhou Flora

- Qual?

- Só falta alguns meses para sairmos daqui.

Hestia deu um suspiro e foi se banhar. Após uns instantes, as Carrows saíram de casa e aparataram no Beco Diagonal. O local estava praticamente vazio - algo muito raro - por causa do feriado. Ao passarem pela porta, foram atendidas pela proprietária.

- Estava esperando por vocês! Venham logo, venham! - Chamou a modista - Qual das meninas que veio testar o vestido?

- Esta aqui. - Apontou Sra. Carrow

- Eu trarei o vestido num instante. Ele é lindo! Lindo!

A madame Malkin foi buscar a veste num estoque interno de roupas e retornou imediatamente. Hestia foi vesti-lo no trocador e sua irmã a esperou do lado de fora. As adultas ficaram conversando sobre moda.

- Estava pensando numa coisa, Flo. - Comentou Hestia - E se Skeeter escrever sobre nós?

- E por que deveria? Não é a Ast, a nova vítima dela?

- Sim, mas pense. Ela deu um nome ao nosso grupo. E - abriu parte da cortina, mostrando apenas o rosto - ela mencionou Francis. Quero dizer, quem você acha que é o Cavalheiro Dourado? É evidente que era ele.

- Se a Skeeter acha que Ast o levaria à Suíça, é uma péssima repórter. Se bem que ela está sempre mentindo. De onde ela tirou que Astória bateu numa garota que acusou Daphne de roubo?

- Flora, foco!

- Foi mal. Agora que você falou, falou. Até que faz sentido. Até porque a coluna se chama Corredor da Discórdia e não a vida da Rainha Naja. De quem será que ela vai falar, em? De mim, aposto que não.

- E por que não?

- Porque, Hestia, apesar de eu ser maravilhosa, minha vida é muito simples. Sou uma futura modelo rica, gostosa e que tem um namorado. Já você, por outro lado.

- Eu o quê?

Hestia puxou a cortina bruscamente, revelando seu vestido por completo.

- Ah, irmã, eu te amo. Mas eu sei que você guarda um segredo.

- Segredo? Que segredo?

- E eu sei lá. Mas eu sei que você guarda uma coisa, Hes. Você é tão misteriosa, irmã. Qual teu segredo, em?

- Eu tenho um pau enorme. Quer ver?

- Você é debochada, viu.

- Pelas barbas de Merlin! Como está linda! - Admirou madame Malkin - Suba aqui, por favor. Preciso ver se está tudo certinho.

Hestia subiu numa espécie palquinho circular para a modista. Pôde ver no espelho o quão esbelta ficou portando um vestido branco cumprido rendado de mangas curtas.

- Pareço uma virgem. - Comentou com desgosto

- E você é o que, menina? - Indagou sua mãe sarcasticamente - E linda do jeito que está, não vai continuar por muito tempo. - Hestia e Flora fizeram uma careta por causa do comentário - Soube que Marcus Flint estará na festa do ministro da magia hoje à noite. Deveria conversar com ele, Hestia.

- Marcus Flint, cara de capiroto? - Indagou Flora

- Flora, não o chame assim! - Ordenou sua mãe

- Mas ele parece um!

- Isso não é verdade! Ele já ajeitou os dentes e está bem atraente. É um bom partido. E seria um ótimo marido. Ótimo, não. Excelente!

- Mamãe, Marcus Flint está apaixonado por Miranda Bayle, aquela cantora de ópera. E mesmo assim, eu não quero um namorado! Imagine um marido!

- É mesmo? - Questionou a modista - Como soube disso?

- Hes sempre sabe das coisas. - Informou Flora - Daria uma repórter melhor que Rita Skeeter.

- Qualquer um é melhor do que Rita Skeeter! - Pregou Sra. Carrow - Souberam o que ela disse sobre aquela amiguinha de vocês, Astória? Que lástima! Se bem que a moral dos Greengrass abaixou um pouco após fazerem as pazes com os Malfoys.

- É mesmo? - Quis saber a comerciante - Eles tiveram essa coragem?

- Não soube? Parece que voltaram a ser bons amigos do nada. Assim como brigaram. Eu queria tanto saber o porque discutiram. Vocês sabem, meninas? A filha de Albert contou?

- Sabemos tanto quanto a senhora. - Respondeu Flora

- Ast disse que o pai dela fica sempre irritado quando lembra da briga. - Contou Hestia - Até quebrar vaso quebra.

- Eu vou buscar a conta do vestido. - Avisou a madame Malkin

Assim que a costureira se ausentou, Sra. Carrow se aproximou das filhas e falou baixinho.

- Eu acho que é por causa de Narcisa Malfoy. - Supôs Sra. Carrow

- E o que ela teria a ver com isso?

- Nunca as contei? Albert gostava dela na época de escola.

- É mesmo?! - Chocou-se as ouvintes

- Sim. Eu e Elouise Parkinson, mãe daquela amiga de vocês, descobrimos que Albert gostava de Narcisa. Mas ele era tão tímido e envergonhado, que não conseguiu se confessar. Além do mais, Narcisa já era prometida a Lúcio, o único amigo que ele tinha. Então não fez nada. Aposto que brigaram por causa dela. Quem sabe até tenham um caso hoje.

- Ah, espera um momento, mamãe! Nada indica que o Sr. Greengrass goste dela! Talvez a senhora e a Sra. Parkinson tenham interpretado mal, na época. - Argumentou Hestia

- E por que Albert e Narcisa se encontram tanto?

- Porque ele foi o único amigo que restou para ela, além daquela irmã renegada. - Explicou Flora - É normal que ela esteja carente. Eles só devem ser bons amigos.

- Pois eu ainda acho que eles têm um caso.

- Melhor guardar essa teoria para a senhora. Se o Sr. Greengrass souber disso, vai ficar uma arara. E ele sabe ser bem vingativo.

A conversa foi encerrada com o retorno da madame Malkin. Elas pagaram a conta e foram embora.



Pansy e Blásio saíam do elevador da casa do rapaz. Zabine morava em um apartamento luxuoso sozinho.

- Percebeu que Draco estava meio estranho? - Questionou Pansy - Como se nem estivesse com a gente.

- Reparei sim. - Confirmou seu namorado - Acho que ele devia 'tá pensando sobre a Rainha Naja. Quem será que vai passar o Ano Novo com Astória?

- Com ela, eu não sei. Mas comigo.

Pansy segurou o namorado pela camisa e tascou um beijo em seus lábios.

- O que você acha de esquentarmos a minha cama? - Propôs Blásio

- Acho uma ótima ideia.

Blásio abriu a porta e entraram na casa dele. O rapaz ficou completamente quieto e, com um sinal com a mão, calou a namorada também. Sacou a varinha imediatamente.

- O que foi, Blásio?

- Tem alguém aqui. Fique atrás de mim!

Pansy sacou a varinha também. Os dois andaram lentamente, procurando por sinal de qualquer vida intrusa. Ao entrar na sala de estar, o capitão reparou que havia uma mulher de costas para ele. Lhe apontou a varinha imediatamente e já estava pronto para atacar quando a intrusa se virou e ele a reconheceu. Ficou tão perplexo que deixou a varinha cair.

- Mamãe?

A Sra. Zabine era uma mulher negra, de cabelos cacheados negros e bem elegante. Ninguém diria que era procurada pelas autoridades. Um sorriso se formou em seus lábios quando avistou o filho.

- Blásio!

Ela correu até ele e lhe entregou um grande e amoroso abraço. Blásio não a correspondeu. Ele ainda estava sem reação por reencontrá-la após tanto tempo. Ela o soltou um pouco e segurou o rosto dele com as duas mãos.

- Nossa, como está grande! E tão lindo! Eu estava com tanta saudade de você, meu filho!

- O que está fazendo na minha casa? - Interrogou Blásio seriamente

O filho estava tão sério que desmanchou o sorriso da mãe completamente.

- Eu vim te ver. Não estava mais aguentando ficar sem notícias de você.

- Não precisaria se tivesse me escrito ou ter comparecido a todos os momentos da minha vida.

- Blásio, vamos conversar primeiro. Nós temos muito o que falar um para o outro. Eu principalmente. Eu tenho tanto o que falar, meu filho. Esperei tanto por este momento. Será que podemos conversar a sós?

Sra. Zabine lançou um olhar à Parkinson, dizendo claramente que ela não era convidada. A sonserina nem se ofendeu tanto porque achava sua presença inútil e não queria presenciar um momento tão íntimo. Já o capitão se incomodou com a condição. Segurou a mão da namorada com firmeza.

- Pansy fica! - Rosnou

Parkinson percebeu que Blásio não queria sua presença apenas para peitar a mãe. E sim, porque ele realmente a queria ali. Antes de tudo, ela era e sempre seria a melhor amiga dele. E era disso que ele precisava naquele momento. Como Sra. Zabine percebeu que não restava outra alternativa, cedeu. Os três se sentaram na sala de estar para escutar a história da Sra. Zabine. As mãos do casal não se desgrudaram nem por um segundo.

- Assim que o Lorde das Trevas foi derrotado, eu percebi que era apenas uma questão de tempo para que seus aliados fossem capturados. Até mesmo eu que não tive muita participação seria presa.

- Você foi uma Comensal da Morte. - Acusou Blásio

- Porque não tive escolha! Conhece muito bem a lei! Toda família puro-sangue tinha que ter ao menos um servo de Voldemort! Não poderia deixar que fosse você! Na primeira oportunidade que surgiu, eu fui embora. Precisava sumir por uns tempos. Ficar longe até a poeira abaixar. E não houve um momento que não pensei em você. Eu queria ter te levado comigo, mas não tive escolha. Precisava deixar você em um lugar seguro. E eu sabia que aqui tinha pessoas que cuidariam de você. E agora vejo que fiz a escolha certa. - Pôs a mão sobre a dele - Blásio, eu te amo muito. E lamento por ter te deixado. Mas não poderia levar você comigo. O meu futuro era indefinido. Eu não sabia o que poderia me acontecer. Eu queria tanto te ver, meu filho. Tanto.

Blásio a encarou como se fosse uma total estranha e tirou sua mãe de perto da dela.

- Eu até entendo ter ido embora sem mim. Mas e quanto o abandono de antes?

- Antes?

- Eu fui praticamente criado pelos meus avós porque você estava ocupada demais casando e depois matando os seus maridos. Um deles, meu pai.

- Isso foi o que sua avó disse! Eu nunca matei nenhum dos meus maridos! Não há provas que me incrimine disso! Sim, é uma triste coincidência que todos morreram de formas trágicas. Mas eu não tive qualquer envolvimento nisso! Tudo o que eu procurei foi amor!

- Procurou amor em maridos porque o do filho não bastava, não é? Quantas vezes fui deixado de lado por causa de um macho? Quantas vezes me ignorou? Ou esqueceu da minha existência? Quantas vezes, mamãe, eu pedi para que cuidasse mim e a senhora disse não?

Blásio estava ficando tão irritado que começou a apertar a mão de Pansy com força sem que percebesse.

- Blásio, a minha mão! - Alertou a adolescente

- Me desculpe. - Pediu e beijou a mão dela - O que eu estava mesmo dizendo? Ah, é. - Se voltou para a mãe - Além de supostamente ter matado o meu pai e outros dos seus maridos, simplesmente me esqueceu. A sorte é que eu tinha e ainda tenho os meus avós. Se não, eu teria sido criado pelo meu elfo-doméstico, que se importava mais comigo do que minha própria mãe. Se quer saber, eu não dou a mínima pelo o que passou, se sente a falta de mim. Eu vivi a minha vida muito bem sem você e posso continuar. Mas se é o dinheiro que quer, posso resolver isso.

Pegou o talão de cheque do bolso e preencheu um. O jogou no chão como se ela fosse uma miserável.

- Agora vê se pega essa merda e some da minha vida!

Blasio se retirou do local e subiu as escadas para ir até o quarto. Pansy chamou por seu nome e foi até ele. O encontrou enchendo um copo com uísque de fogo. O capitão bebeu tudo num gole.

- Não bebe assim, Blásio. Faz mal!

- O que me faz mal já fez. O resto não é nada. Por que ela tinha que vir aqui? Por que ela não continuou vivendo a vida miserável dela? Eu estava bem. Eu estava ótimo! Ela tinha que estragar tudo!

Blásio atirou a garrafa de uísque de fogo no chão, a quebrando em diversos pedacinhos, expressando a raiva que sentia. Ele caminhou até a varanda e segurou a barra de proteção com força. Pansy foi até ele e o abraçou por trás.

- Não deixa ela mexer com você. - Recomendou - Você é mais forte do que isso! Sei que é! Não precisa dela!

Blásio soltou um suspiro. Se voltou para a namorada e segurou o rosto dela com as duas mãos.

- Ainda bem que está aqui, Pan. Não sei o que seria sem você.

- Provavelmente um galinha. - Deram um risinho - Eu sempre vou estar com você, Blás. Eu te-

- Meu senhor. - Interrompeu o elfo-doméstico, na porta - A senhora sua mãe foi embora.

- Ótimo. Não quero mais olhar na cara dela.

- Ela também disse uma coisa. - Acrescentou - Falou que a única coisa que quer é seu coração e não o seu dinheiro. A senhora sua mãe devolveu o cheque.

O elfo-doméstico entregou o cheque. Atrás havia uma pequena mensagem.

"Sei que todos os motivos para me odiar. Mas eu tenho todos os motivos para te amar. Quando estiver pronto para me encontrar, venha aqui

- Mamãe".

Ela havia deixado seu endereço

- Ela não aceitou o dinheiro. - Comentou ele chocado - Ela não aceitou o dinheiro. E esse é o grande amor da vida dela.

- Acha que ela mudou? - Perguntou Pansy

- Eu não sei. Eu preciso pensar.



Os Weasleys haviam sido convidados para comparecer a festa de Ano Novo do ministro da magia Quim. A maioria estava agoniada por não saber bem o que vestir. Apesar do anfitrião pedirem para não se preocuparem, não deu muito certo.

A ruiva Weasley nem se preocupava com isso. Ela não dava a mínima para roupas. Preferiu passar seu tempo estudando para os N.I.E.Ms em seu quarto. Foi quando uma coruja entrou pela janela trazendo um pacote imenso. Antes que pudesse descobrir o conteúdo, uma dúzia veio atrás.

- Pelas barbas de Merlin! - Exclamou

As abriu e viu que estavam cheias de roupas caras e sofisticadas. Lembrou-se imediatamente das roupas que Astória falou que mandaria. A teoria do remetente foi confirmada ao ver um cartão colado em uma das caixas.

"Espero que goste das roupas. Todas estão limpas e devem caber em você. Se não couber, fale que mando minha costeira ajeitar.

- Ast".

Levou uma das caixas - que eram bem pesadas - para a sala. A maioria de seus parentes estavam por lá

- Mamãe, olha só isso!

Pôs a caixa na mesa, onde todos puderam ver as vestes mais atentamente.

- Gina, eu pensei que quisesse jogar Quadribol, não abrir um bazar. - Brincou Rony

- Não vou. Astória que me deu.

- Ela sabe que não é mais natal, não é? - Falou Gui

- Um presente como esse é simples para Ast. Tem mais onze caixas dessa lá no meu quarto.

- Sendu assim, até eu queru essa amigue. - Falou Fluer - E que bom gostu!

- São muitas roupas lindas mesmo! - Admirou Sra. Weasley - Cada peça bonita.

- E essas são as roupas da coleção passada, mamãe. Compras é o esporte predileto de Ast. O closet dela vive cheio. Por isso que ela sempre está doando. Tem coisa que ela só usa uma vez, acredita?

- Ai meu Deus! Ela deve está achando meu suéter um lixo! - Desesperou-se Sra. Weasley

- Que nada! Não ouviu quando ela disse que adorou? Falou que ama o que é exclusivo. Quando ela me disse que ia me dá umas roupinhas, pensei que fosse umas três mudas de vestes. E não tantos pacotes. Eu nem sei onde vou guardar toda essa roupa.

- A gente dá um jeito. - Garantiu a matriarca - Vamos ver o restante.

De fato, havia tantas vestes que era praticamente impossível de guardar todas no roupeiro.

- Acho que vou deixar algumas lá em Harry. - Falou Gina - Não tem como colocar tudo aqui. O que foi, mamãe?

- Nada, só... Queria poder te dar tudo isso também.

- Ah, mamãe. - A abraçou - A senhora já me dá o suficiente. Essas roupas não se comparam a nada. E aposto que Ast pensa igual.

- Ela tem sérios problemas familiares, não é?

- A senhora nem faz ideia. O pai dela era muito ausente na vida dela e na da irmã por causa do trabalho. Só começou a ser mais prestativo depois da Batalha de Hogwarts. E a mãe dela era uma cadela que tinha casos com todo tipo de gente e ignorava as filhas. Ela usou a desculpa de ser Comensal da Morte para sair de casa, mas todo mundo sabe que ela não suportava as filhas que tinha. Astória comeu o pão que o diabo amassou por causa da vadia da mãe dela. Tinha tanta pena dela. Ainda tenho. Sorte que ela está melhor e não fez nenhuma besteira.

- Enquanto eu faria tudo para ter meu filho de volta, essa víbora larga as dela. Quem abandona filho nem é gente. É muito bom, Gininha, que seja amiga dessa menina. Dá para ver que ela sofre por causa disso.

- Oi. - Cumprimentou Harry, na porta - Posso entrar?

- Harry, querido! Entre! Entre! - Sra. Weasley o abraçou - Que saudade! Não te vejo há dias. Por isso está magrinho. Vou preparar alguma coisa para você.

- Não, não precisa. - Sra. Weasley o ignorou e saiu do quarto para cozinhar - E ela foi.

- Sabe que discutir com mamãe é caso perdido. Ela é muito teimosa.

- Tal mãe, tal filha. - Puxou a namorada pela cintura e a osculou - Senti sua falta.

- Eu também. Está trabalhando tanto.

- Eu sei. É que sempre arranjam algo para eu fazer. Prometo estar mais disponível.

- Eu vou cobrar.

Ela o beijou.

- Pode cobrar. Vou adorar te pagar. Que tanto pacote é esse? Espero não ser presente de um pretendente.

Assim como Astória, Gina e Hermione se tornaram bem cobiçadas e receberam diversas propostas de casamento. Harry ficava morto de ciúme quando a namorada era paquerada tão descaradamente.

- Lamento em te dizer, mas é sim. Ela tem um cabelo longo, é bem rica e se tornou a nova vítima da Skeeter.

- Já entendi. É a sua amiga que é super minha fã e me ama de coração.

- Eu sei que está sendo irônico, mas ela gosta de você.

- Ah, claro. Eu percebi como ela foi bem gentil comigo. Ela não me suporta, Gina.

- Não é assim, Harry. Deve ser o ciúme dela. Ela também é ciumenta com a Hermione.

- Não, ela tem inveja da Hermione por ser mais inteligente.

- Astória não é invejosa, só competitiva. Saberia se passasse um tempo com ela. Ela é uma das pessoas mais gente boa! Olha só os presentes que ela me deu! Sem falar aquela camisa autografada de Quadribol.

- Agora sou eu que estou começando a ficar com ciúme. - A beijou - Vai usar uma dessas roupas essa noite?

- Sim, só não sei qual. É tanta coisa bonita. E eu nem sei como se vestir para uma ocasião como esta. Ela bem que podia ter deixado uma dica.

- E deixou.

Harry pegou um vestido cinza bem justo com mangas longas rendadas e um linda calda extensa. Havia um bilhete nele.

"Só peço para que Potter não rasgue quando te comer

- Ast".

- Ainda tem a etiqueta. - Reparou Gina - Foi comprado recentemente. Ela comprou para mim. E gastou uma fortuna!

- Acho que agora estou começando a gostar da sua amiga. Pena que não vou poder cumprir o pedido dela.

- Você que pensa. Se rasgar esse vestido, eu rasgo a sua cara.

Harry tascou um beijo nos lábios dela.

- Ei, pombinhos. - Chamou George - Bernadette e Carlinhos estão chamando. Eles querem dá uma notícia.

Todos os Weasley se reuniram na sala de estar. Bernadette e Carlinhos estavam tão felizes que pareciam que iam explodir.

- Nós temos boas notícias! Ótimas, na verdade! - Revelou Carlinhos - Mamãe, papai, se preparam porque vão ser avós!

- Nós conseguimos a guarda da Anne! - Contou Bernadette

Não houve quem não ficasse feliz. Todos os parabenizaram e o abraçaram.

- E tudo graças a Astória! - Acrescentou Bernadette

- O que que minha amiga tem a ver com isso? - Quis saber Gina

- Graças essa garota maravilhosa que nós conseguimos a nossa filha! - Explicou Carlinhos - Foi ela que falou com alguém importante da central de fadas madrinhas e conseguiu nossa bebê. Essa garota é um verdadeiro anjo!

- Não está exagerando, Carlinhos? - Perguntou Percy

- Claro que não! - Respondeu seu irmão - Ela conseguiu a nossa filha, Percy! Temos uma dívida enorme com ela!

- Astória não é uma garota superficial como pensa, Percy. - Esclareceu a curandeira - Ela é uma garota muito boa e adorada por todo mundo na Irmãs da Fênix. É um doce de menina. As criança sempre vibram por causa dela.

- Estão descrevendo ela praticamente como uma santa.

- Percy, cala a boca! - Ordenou Rony - Esquece a Greengrass! Vamos ser tios!

- Eu não disse nada de mais. Só falei que não deviam vangloriar ela tanto.

- Dá p'ra parar de falar mal da minha amiga? - Ralhou Gina - Ela é muito melhor do que você pensa! Não é porque ela é cheia da grana que é uma idiota esnobe! Astória dá duro como qualquer pessoa! Teria percebido isso se não tivesse o nariz tão erguido! Ela até consegue ser mais Weasley que você!

- É? E o que ela tem que eu não tenho?

- P'ra começar, ela não abandona a família!

A frase fora tão pesada que deixou o clima festivo completamente apagado. Não conseguiu mais encarar o irmão e saiu da casa, batendo a porta com força. Gina foi até o pomar e se sentou sobre a neve, pouco se importando se iria se melar ou ficar com o frio. As lágrimas escapuliram de seus olhos. Harry a seguiu e a cobriu com seu casaco.

- Não quero!

- Quer sim! - Sentou ao lado dela - Você acha que eu vou te deixar congelar aqui?

- Eu não entendo, Harry. Não consigo entender. Como ele pode julgá-la assim? Fred nunca teria feito isso.

- Tem certeza que está irritada com isso?

- É claro! Não ouviu o que ele disse?

- Tem se irritado com Percy demais.

- E tem como não se irritar? Ele é tão chato!

- Ele é seu irmão.

- Não o impede de ser chato.

Harry pegou a mão da namorada e fez carinho com o polegar.

- Me conta o que 'tá rolando. Deixa eu te ajudar.

- As vezes... As vezes eu penso que teria sido melhor se Percy tivesse morrido no lugar de Fred. Eu sei, eu sou uma pessoa horrível. Nem acredito que disse isso em voz alta! Eu me sinto uma-

- Pessoa normal. Gina, é comum que pense isso. Está passando por uma fase difícil. Mas não pode descarregar tudo no seu irmão. É cruel.

- E ele não foi?

- Já pensou que ele pode estar agindo igual a você? Descarregando tudo em Astória. Não duvido que ele se sinta culpado. Ele passou anos longe, menosprezando a família. E no dia que fazem as pazes, Fred morre. Não é algo fácil de lidar.

- Você acha?

- Acredito que sim. Por que não conversa com ele?

- Conversar não é meu forte.

- Mas vai ter que ser. Já perdeu um irmão, não queira perder outro.

- Quando se tornou tão sábio?

- Anos e anos de convivência com Hermione tinha que resultar em algo.

Eles riram e se beijaram.



A festa do Ministro da Magia concorria fortemente para ser a melhor festa do ano. Embora fosse alguém simples e humilde, não havia modo de sua festa ser assim. Metade dos convidados eram pessoas da alta sociedade e quanto a outra metade era gente comum.

Blásio olhava sem parar a janela, muito pensativo. Mesmo que sua mãe fosse procurada pelas autoridades, seus avós conseguiram abafar o caso nas mídias. Portanto, ainda tinham uma imagem agradável. Uma mão foi posta em seu ombro.

- Está tudo bem? - Perguntou sua namorada

- Está sim. - Mentiu

- Acha mesmo que pode me enganar? Eu sou sua melhor amiga, lembra? Te conheço como a palma da mão. O que foi? Ainda pensando na sua mãe?

Ele assentiu.

- Eu não consigo entender porque ela não aceitou o cheque. Sempre foi louca por dinheiro. Por que não aceitou?

Antes que pudesse responder, uma idosa negra elegante interrompeu a conversa deles.

- Blásio, querido, seu avô mandou tomar cuidado por onde anda. Aqui está cheio da ralé.

- Vovó, não fale assim! - Bronqueou seu neto - É errado!

- Por quê? Eles não são? Pansy, meu bem, onde está sua mãe, Elouise?

- Creio que conversando com as amigas dela.

- Irei dá um olá a ela. Tomem cuidado, crianças! Os sangue-ruins podem infectá-los!

A idosa deixou a conversa para socializar com outras idosas preconceituosas e fofoqueiras.

- Sua avó devia tomar cuidado com o que anda falando. - Recomendou a sonserina - Ela pode arranjar uma briga feia por causa disso.

- E se eu for falar com ela?

- Acho uma boa. Mas é bom ser sutil. Sua avó não gosta de ser cortada.

- Não a vovó. Minha mãe. E se eu for falar com ela? Ainda tenho seu endereço.

- Blásio, tem certeza que quer ir? Pode se decepcionar. E é como você disse. Já tem tudo.

- Nem tudo, Pan. Eu perdi meu pai e é impossível tê-lo de volta. Mas posso ter a minha mãe. Talvez ela tenha mudado. O que você acha? Devo ir atrás dela?

Não, Pansy não concordava sobre irem atrás da Sra. Zabine. Acreditava que havia uma grande chance dela não ter se arrependido. Mas esta era uma opinião dela. E se odiaria para sempre se estivesse errada e mandasse seu namorado esquecer a mãe. Seja qual fosse a opção, o resultado poderia ser catastrófico.

- Siga o seu coração. - Recomendou - Ele vai te dizer o que fazer.

Aquele era o conselho mais burro que Pansy podia dá, mas não conseguiu pensar em um melhor. De qualquer forma, sua resposta fez efeito.

- Vou atrás dela.

Blásio iria embora, mas Pansy segurou sua mão.

- Eu vou com você. Estamos juntos nessa! E em todas!

- Podem sentir sua falta.

- A única pessoa que lembra de mim aqui é minha mãe. E ela está bem ocupada curtindo a festa no salão de dança. Eu vou contigo!

Zabine fez um sinal com a cabeça de concordância. Houve um grande rebuliço na entrada da mansão. O casal aproveitou a oportunidade para ir embora pelos fundos.

A razão daquela atenção coletiva foi a chegada dos Weasleys. Não houve uma câmera que não focasse neles. Mesmo que nem todos usassem belas roupas, ainda havia quem os bajulassem. Gina estava esplêndida usando o vestido que ganhara de Astória. Eram poucos os bruxos que não a cobiçavam com o olhar. Por pouco que seus irmãos não se transformaram em seus seguranças particulares. Gina estava um tanto acanhada, ainda não tinha se acostumado a tanta atenção - principalmente deste modo. Harry, tomado pelo ciúme, não quis sair do seu lado nem por um segundo.

- 'tô quase azarando esses idiotas. - Murmurou o moreno

- Sério? Eu até que estou gostando. Olha o Neville ali.

O casal caminhou até Longbottom.

- Oi, Neville. - Cumprimentou Harry - Como é que vai?

- Atolado de estudo, mas bem.

- E sua namorada, onde é que está? - Quis saber a ruiva

- Se é que ela existe. - Brincou Harry

- Ela existe, sim. - Confirmou Longbottom - Por que todo mundo duvida que eu namoro Flora Carrow?

- Eu responderia, mas corro risco de morte. - Falou Harry

- Pode dizer que ela é gostosa, Harry. Eu mesma admito. E falando na diaba.

- E que diaba! - Exclamou o Menino-Que-Sobreviveu

Flora apareceu com um longo vestido verde - destacando cor dos seus olhos -, que tinha uma abertura na sua perna. O cabelo estava preso em um coque. Carrow foi até ao namorado e osculou sua boca.

- Estava com saudades. - Informou ela

- Eu também. Flora, quero que conheça meus amigos, Gina e Harry. Gente, esta é Flora.

Embora fosse bobo, Neville tinha um medo interno que sua namorada se encantasse pelo amigo famoso. Para sua sorte, isso não aconteceu. Na verdade, Flora agiu como se Harry fosse apenas alguém comum, não um herói. Carrow apertou a mão dos dois.

- É um prazer conhecê-los. Nev fala muito bem de vocês.

- De você também. - Informou Gina - Ele está bem apaixonado.

- E não é o único. Se importam de eu roubar ele um pouquinho?

- Claro que não.

- Obrigada. Vem, Nev.

A garota segurou na mão dele e o guiou.

- Para onde estamos indo? - Quis saber ele

- Até meus pais. Quero que conheça eles.

- Se-Se-Seus pa-is?

- Sim. Eu conheci a sua família. Agora quero que conheça a minha. Eles vão te adorar, gatinho!

Flora encaminhou o namorado até seus pais. Neville ficou tão nervoso que as mãos começaram a suar. Ele definitivamente não esperava conhecer os sogros assim. Pararam em frente a eles.

- Papai, mamãe, este é meu namorado Neville. - Apresentou - A minha irmã, você já conhece.

Enquanto Flora estava bem confiante, seu namorado estava para ter um troço. Se sentiu um miserável rato quando os adultos puseram os olhos em si e o estudaram detalhadamente. Sr. Carrow estendeu a mão ao rapaz. Longbottom a apertou.

- É um-um-um prazer conhecê-lo, senhor.

- Digo o mesmo. É bom saber que minha filha sai com um herói.

- Saio não, papai. Namoro e é muito sério! - Corrigiu Flora seriamente - O que eu e Nev temos é p'ra valer!

- É mesmo, rapaz? - Interrogou o sogro

- É-É-É-É-É sim, senhor.

Hestia se segurou para não dá uma risada. A festa estava tão chata para ela que a vergonha do cunhado se tornou a fonte de diversão. Os Srs. Carrows acenderam os cachimbos.

- Fuma?

O grifinório tinha um argumento bem elaborado sobre como seria hipócrita se fumasse, levando em consideração que queria ser herbologista. Mas tudo o que conseguiu fazer foi negar com a cabeça. Se sentia um imbecil diante daquelas pessoas. Nada do que dissera era impressionável. Devo ser pior genro do mundo, pensou. Para sua sorte, encontrou escapatória quando ouviu a banda instrumental tocar.

- Quer dançar? - Propôs Longbottom à namorada

- Adoraria.

Neville a levou à pista de dança e a conduziu muito bem. Era um dos melhores dançarinos da noite. Sua avó estava orgulhosa. Os Srs. Carrows os assistiam atentamente.

- Pelo menos ele sabe dançar. - Reparou Sra. Carrow - O garoto mal conseguiu falar. Já estava me dando nos nervos.

- Isso é o de menos. É um puro-sangue e um herói da Batalha de Hogwarts. Um pretendente mais do que aceitável! - Admirou Sr. Carrow - É bom esperarmos um pouco antes de sugerirmos o noivado à avó dele.

- É bom que se casem após Flora voltar de Roma. Assim o casamento será mais grandioso. Mandarei anunciar na primeira página. O herói Neville Longbottom e a modelo Flora Carrow vão casar.

- Gostei do título. Achei muito bom.

- Que tal antes de planejarem o restante da vida da minha irmã perguntarem se é isso que ela quer? - Propôs Hestia, irritada com aquele assunto

- Estamos apenas decidindo o que é melhor para ela! - Afirmou Sra. Carrow

- É isso que bons pais fazem! Eles cuidam do futuro dos filhos! - Pregou seu pai

- A sua irmã já está com o futuro acertado, só falta você!

- Deixa que eu falo com ela, Amber.

Sr. Carrow encaminhou a filha para fora da casa, onde poderiam conversar sossegadamente. Hestia acendeu o cachimbo.

- Hestia, sabe por que você vai herdar a minha empresa?

- Porque sou a única que realmente me interesso por ela?

- Muitos se interessam, mas você é a única que tem capacidade real. Vai ser a primeira mulher a comandá-la. Mas se tem algo que vem antes de capacidade é reputação. Como quer fazer grandes negócios se não tem uma boa imagem? Pessoas de família lucram mais. Sem falar que ter uma é uma benção.

- Se é uma benção, por que nunca está em casa?

- Isso é para outra conversa. A questão é que precisa fazer alguns sacrifícios para ter o que quer. Não pense, você, que queria casar com sua mãe e nem ela comigo. Mas tivemos que fazer isso para chegarmos onde estamos. E somos bons amigos hoje. Pode conseguir isso. Só precisa fazer o que é necessário.

- E se eu nunca me casar?

- A empresa pode parar nas mãos de um idiota após a sua morte. Conto com você para que continue nosso legado. Sua irmã está limpando nossa imagem com o namorado dela. Você vai garantir que continuemos ricos. É um equilíbrio perfeito.

- 'tá me dizendo que para a família continuar em ordem, tenho que casar com quem não amo?

- Amor é como uma droga. Parece boa, mas só faz estrago. Precisa se manter firme se quer algo. E eu sei que pode. Ou não acessaria a vida das pessoas sem que soubesse e usaria as fraquezas delas ao seu favor.

- Como sabe que sou legilimente?

- Você não é a única com esse dom, minha filha. E fico feliz que o use com sabedoria. Por que, então, não utiliza seu cérebro brilhante para reconhecer que estou certo? Talvez Marcus Flint não seja a melhor opção, mas há quem a queira muito. Por que não voltamos para a festa e descobrimos quem é?

- Claro.

Hestia segurou no braço do pai e foi guiada por ele para a festa. Não importava o que ele ou qualquer um dissesse, Hestia jamais se comprometeria com alguém. Era impossível que roubassem seu coração porque já havia sido pego há muito tempo.



O endereço que a Sra. Zabine havia dito era num subúrbio trouxa bem perigoso. Pansy e Blásio estavam com as varinhas erguidas e de mãos dadas. Não tinha como não ter nojo daquele lugar. Ele não era só precário, como encardido.

- Tem certeza que estamos no bairro certo? - Perguntou Pansy

- O endereço diz que sim. Por aqui, Pan!

As instruções levavam a uma casa de aparência lastimável. Parecia está abandonado há anos. Parkinson acendeu a luz na varinha e a aproximou da janela.

- Não tem ninguém aqui, Blásio. Não deve ter ninguém aqui há anos. Melhor irmos embora.

O som de uma lata de lixo caindo e um vidro se quebrando foi ouvido na lateral da residência. Os dois se aproximaram e avistaram um trouxa ameaçando a Sra. Zabine com uma faca. A mulher estava completamente apavorada.

- ME DÊ O MEU DINHEIRO AGORA! - Exigiu o trouxa

- EU JÁ DISSE QUE NÃO TENHO! ME DEIXE IR, POR FAVOR! EU NÃO TENHO NADA! NADA!

- POIS ENTÃO VAI PAGAR COM SEUS ÓRGÃOS!

- EI! - Blásio o apontou a varinha - BOMBARDA!

O agressor foi atingido e parou há quilômetros de distância. Blásio correu desesperadamente até a mãe e a acolheu em um abraço apertado. Sra. Zabine começou a chorar.

- Eu sinto muito por ter visto isso! Não sabe como estou acanhada! - Lamentou ela

- Eu quase te perdi. Por que não me contou que estava morando nesse barraco?

- Fiquei com vergonha. E não queria que achasse que só me interesso pelo seu dinheiro. Porque não seria verdade! Eu amo você!

- Agora eu reconheço isso. Mas eu ainda estou muito magoado com a senhora. Não posso te perdoar tão facilmente assim. Preciso de tempo.

- Só de saber que me resta uma chance, fico feliz. Meu filho amado!

- Eu vou pagar um lugar adequado para a senhora morar.

- Eu não quero.

- Mas eu vou! Não posso deixar minha mãe morar num lugar como esse! Vou garantir que fique segura. Irei te proteger agora!

- Não sabe como estou orgulhosa de você. Eu te amo tanto!

- Eu também te estimo.

Blásio estava tão emotivo que nem deixou seu cérebro trabalhar a questão. Por sorte, Pansy estava lá. E coube a ela verificar se o trouxa sobreviveu. Como estava vivo, curou as feridas dele e apagou suas memórias. Por que será que a mãe de Blásio pegou dinheiro com esse trouxa? E com o que ela gastou?, pensou.

- Pansy, vem logo! - Chamou Blásio - Deixa esse trouxa aí.

Pansy deixou o homem e foi até eles. Não sabia bem o porque, mas sua intuição dizia para não confiar nem um pouco na mãe de Blásio.

- O Ano Novo é daqui há alguns minutos. Vamos para um lugar melhor. - Convidou Blásio



Harry dançava com Gina. Era difícil decidir quem era pior. Apesar de pisarem nos pés um dos outros constantemente e serem importunados por fotógrafos ou fãs deles, ainda conseguiram de divertir. Potter não tirava os olhos dos seus próprios pés.

- Acho que você tem que olhar para mim. - Disse ela

- E quanto a seus pés?

- Posso viver sem eles por uns minutos. Seus olhos são bem mais atrativos. Apesar de tudo, eu estou me divertindo muito hoje.

- Mesmo correndo o risco de voltar para casa sem pés hoje?

- Já tirou meu coração e agora quer meus pés?

- Quero isso também. - A beijou - Eu te amo.

- Também te amo.

O ombro de Harry foi tocado. Potter já ia dizer que não tiraria nenhuma foto até que percebeu que Percy quem tinha o chamado.

- Posso dançar com minha irmã? - Pediu

- Isso quem decide é ela. Você quer, Gina?

- Pode ser.

Percy ocupou o lugar do cunhado e guiou Gina na dança. Ambos estavam desconfortáveis. A ruiva queria falar, mas não sabia como.

- Queria falar com você. - Avisou seu irmão

- Eu também. - Falou ela

- Primeiro eu, Gina. Sei bem que fui um burro estúpido, que abandonou a família. Me envergonho só de lembrar dos meus atos. E reconheço também que não fiz por onde me retratar.

- Isso não é verdade! Tem ajudado muito cuidando de George. Se tornou praticamente a babá dele.

- É o mínimo que posso fazer. Admito que não foi certo julgar a sua amiga daquela maneira.

- Não mesmo. Ast sofreu tanto quanto nós. Tem coisas que nem todo o dinheiro do mundo pode comprar.

- Falando da mãe dela?

- E de outras coisas também. Mas a mãe dela foi quem fez o maior estrago. Ela criou uma ferida que nunca vai se curar. Assim como a ausência de Fred em nós.

- Eu sinto muito de verdade, Gina. Vou até falar com ela e pedir perdão no baile de Cisne Branco.

- Tenho certeza que ela vai te perdoar. Ela não é muito de guardar rancor. Só preciso que pare de julgá-la.

- Eu vou. É minha nova promessa de Ano Novo. Ser mais justo e não ser preconceituoso. O que queria me dizer?

- Que estava irritada com você. Não por sua causa. Por causa de Fred.

Percy soltou um suspiro.

- Também tenho raiva de mim. Não tem um dia, Gina, que eu não deseje estar no lugar dele.

Os irmãos pararam de dançar e ficaram se encarando com os olhos marejados. Se abraçaram firmemente, pouco se importando estavam arrodeados por diversas pessoas. Até choraram um poucos. Apenas se separaram quando a música parou e o anfitrião pegou o microfone.

- Atenção, pessoal! Falta um minuto para o Ano Novo! - Anunciou

Havia quem não se importasse com a virada do ano. Flora e Neville estavam aos amassos quentes no armário - do tamanho de um quarto comum - de casacos. Longbottom nem lembrava muito bem de ter chegado ali, mas gostou muito que tenha acontecido. O blazer dele foi a primeira peça a cair. Seu cabelo estava completamente bagunçado. Ele não se importava, apenas a desejava muito.

- Você está tão irresistível, Nev!

- Você está como uma as flores na primavera. Muito esbelta.

- Como você consegue sempre dizer a coisa certa, gatinho?

Flora atacou seus lábios intensamente e depois focou em seu pescoço.

- Eu quero você, Flora.

Carrow fitou seus olhos seriamente, se perguntando se ele estava falando sério.

- 'tá falando sério?

- Nunca falei tão sério na minha vida como agora.

- Nev, tem certeza que quer perder a virgindade num armário de casacos?

- Portanto que eu tenha você, o resto não importa. Eu até tenho preservativo trouxa. Só não sei muito bem como se põe.

Flora sorriu e o osculou.

- Deixa que eu te mostro.

Ficaram se beijando enquanto Carrow abria a calça e cueca dele lentamente e depois a deixou cair. Neville se livrou do traje rapidamente. Ela o empurrou para o pequeno sofá que tinha ali e retirou seu vestido na frente dele, ficando apenas de peças íntimas pretas. Não havia como não ficar excitado. Flora era gostosa demais.

Ela sentou no colo nu dele e rebolou, o fazendo gemer baixinho. Se livrou do sutiã e colocou as mãos dele em seus seios fardos.

- Você quer leite, gatinho? - Ele assentiu com a cabeça, sem desviar o olhar dos peitos expostos por um segundo - Então mame.

Não precisou dizer uma segunda vez para que Longbottom apertasse as tetas e as experimentaste com a boca. O gemido dela mostrou como estava gostando. Tanto que prensou o rosto de Neville em seus peitos. Sua calcinha estava completamente molhada. Longbottom virou a cabeça para trás quando Carrow segurou em seu membro e o masturbou lentamente.

- Flora, eu não aguento mais! Eu preciso de você!

Carrow o beijou, retirou a camisinha masculina trouxa da carteira dele e o colocou no pênis. Neville achou que iria morrer de tanto tesão quando a sonserina introduziu-se em seu órgão genital e começou a calvagar. O grifinório se arrependeu rapidamente por ter demorado tanto a transar. Era tão gostoso e Flora só melhorava.

Ela não quicava loucamente, como o beijava no pescoço, arrepiava seu corpo com as unhas e falava sacanagem em seu ouvido. Graças a essas dádivas, não tardou para que ele alcançasse o êxtase. Carrow não gozou daquela vez, mas conseguiu se satisfazer. Ele deitou no sofá, a trazendo consigo, ficando coladinhos. Suas carnes ainda estavam conectadas.

- Acho que essa é a segunda melhor noite da minha vida. - Declarou Neville

- Segunda?

- A primeira foi quando Voldemort morreu.

- Faz sentido. Essa noite também se tornou muito importante para mim.

- Você gostou?

- Claro que gostei!

- Mesmo transando com um virgem?

- Sim, você foi ótimo. Durou um bom tempo para a primeira vez. E vai ficar cada vez melhor que praticamos.

- Se depender de mim, vamos praticar muito.

- De mim também. - O beijou - Acho que já virou o ano.

- Sério? Eu nem percebi. Se parar para pensar, transei durante dois anos.

Flora riu e deu um beijo nela. Ela se levantou e começou a se vestir.

- Eu tenho que ir, Nev. Minha irmã deve 'tá me procurando.

- É melhor eu ir também antes que minha avó acione os aurores.

- Saia cinco minutos depois de mim, está bem?

Ele assentiu e ganhou outro beijo. Quando ficou completamente vestida, ela segurou no rosto dele.

- Essa noite teve muita importância para mim. Eu nunca vou esquecer da nossa primeira vez.

- E nem eu.

Se beijaram e ela saiu do armário. Cinco minutos depois, ele saiu em seguida. Quando estava procurando pela avó, fora abordado por Nott.

- Dá para me dá licença, por favor? - Pediu educadamente, se segurando para não ser grosseiro

- Eu só queria te desejar um feliz ano novo.

- A você também. Agora se permite-

- Eu também queria falar que é um homem de sorte por ter Flora. Ela é realmente muito quente na cama. Bem, nos vemos por aí.

  Nott foi embora como se o que dissera não fizesse impacto algum. Como ele sabe que Flora é quente? Eles não podem ter transado. Podem?, pensou. Enquanto todos estavam comemorando a virada do ano Neville ficou a se perguntar se sua amada namorada realmente tinha sido possuída pelo idiota. Será mesmo que ela se entregou?, pensou.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...