Stiles encontrava-se próximo a janela do quarto de Isaac, a mesma que quase fugira da última vez, ou melhor, que quase se jogara. Um leve sorriso lateral tinha em sua boca, mas ele se desfez tão rapidamente quanto ele apareceu, a luz da lua, depois de muito tempo, não iluminava a floresta, parecia fraca, triste. Scott caminhava lentamente atrás de si, não queria assustá-lo, não queria interromper o momento reflexivo de seu novo amigo.
— Stiles... — Ele pronunciou, a voz do homem que citou seu nome martelou sua mente, como se seus ouvidos estivessem completamente sensíveis, não suportando toda a situação repentinamente.
— Você me prometeu, prometeu que não deixaria ninguém me machucar de novo.
Stiles não conseguia encará-lo, sabia que aquilo tudo não era culpa de Scott McCall, mas desde que chegaram em sua vida, tudo começara a ficar tão confusos, lobos, homens imaginários, caçadores, tortura, morte... Agora lá estava ele, esperando que sua carona chegasse, observando a tão mórbida noite, nem sequer sabia o nome do garoto.
Miguel...
Talvez soubesse, mas ele parecia tão estranho, confuso, como senão estivesse conversando com Stiles, muito menos consigo mesmo. Encarou o jovem atrás de si, que mantinha seu olhar baixo e sua concentração nos ferimentos do Stilinski, um corte em sua boca, seu braço arranhado, o modo como mantinha seu peso em apenas uma das pernas...
— Eu... não planejei nada disso, não era pra ser assim. — Se defendeu.
— Eu não disse que a culpa é sua, quis dizer que essa não é a minha vida. Poxa, uma semana atrás eu estava preocupado em estudar pra testes que eu sei de cor e agora tem um velho psicopata tentando matar você e parece que eu sou a droga de um obstáculo que vale dinheiro o suficiente pra me prenderem numa cela. Scott, eu perdi alguém hoje, eu nem sequer o conhecia e ele morreu por minha causa, pra me salvar.
— Eu não... — A fala de Scott foi interrompida por uma buzina repentina, vindo de fora da casa. Stiles olhou pela janela, afastando a cortina do seu campo de visão.
— Minha carona chegou. — Stiles pegou a mala que Isaac havia o emprestado e caminhou até o outro homem, parando em sua frente, olhando profundamente em seus olhos. — Apesar das circunstâncias, foi um prazer te conhecer. Adeus, Scott McCall.
Ele nada o respondeu, ficara perdido nos olhos do garoto, tão vidrado ao ponto de só conseguir piscar novamente, quando Stiles acenou positivo, desviou dele e caminhou até a porta e foi embora
...3 dias depois...
Sentado naquela carteira, com a classe inteira atrás de si fazendo a maior zona, o garoto voltara a perguntar.
— Você fez a atividade de química de ontem?
— Matt, por que você não... tenta estudar? — Stiles disse de cabeça cheia, mas sem ser rude.
— Eu tento, eu juro mas eu não consigo entender. Você bem que, não, deixa.
— O quê? Agora diz. — Perguntou curioso.
— Sei lá, sabe... — Donovan começou a coçar a cabeça. — podia me ensinar umas coisas, me ajudar a estudar.
— Eu não acho que sou...
— Eu te pago, por favor. — Matt Donovan e sua cara de dor que me faz ter pena, bufei um riso e ele sorriso. — Me liga e a gente combina tudo certinho.
Ele dizia enquanto pega a atividade que Stiles estendeu e saiu andando para sua carteira, atravessando todo o amontoado de pessoas, ao seu lado, havia uma mulher sentada onde Matt acabara de sair, essa cadeira sempre ficava vazia, mas agora, ela parecia querer se estabelecer ali.
Ela sentou-se olhando para lousa, suas mãos pareciam suar suar pois ela insistia em massageá-las, ela encarava Stiles de canto de olho.
— Você disfarça muito mal. — Falou ele, fazendo anotações em seu caderno e grifando os textos do livro ao lado com seu marca-texto amarelo.
— Desculpa. — Falou ela, agora sim olhando para frente, mas não por muito tempo. — Stiles, né?
— E você é? — Ainda sim, não tiveram contato visual, ele estava concentrado demais em sua atividade.
— Bonnie. — E ainda sim, ele não prestava atenção. — Uma bruxa.
Stiles parou o que estava fazendo e passou a encarar seu caderno, sem mover um músculo, até voltar a fazer o que fazia, ignorando totalmente o comentário da mulher. Até parece, não conseguia se segurar.
— O que quer comigo? Se for me matar, espera a janta, vou comer pizza. — Agora sim a encarou, já havia visto ela pelos corredores, mas nunca teve sua atenção roubada.
— Se eu quisesse te matar, não estaria te alertando. Não vá para a casa de Matt Donovan, confie em mim, não vai querer conhecê-lo.
— E por que não? Por que eu deveria confiar numa bruxa?
— Porque não confia mais em lobisomens. — Disse ela, arrumando seu material e saindo da sala e logo em seguida, o sinal da aula bateu, então o professor não ligou.
— Maravilha.
Declarou, por fim, pensando no que iria fazer, não queria quase morrer novamente.
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