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História Mermaid - A joia


Escrita por: mandy_pandinha

Capítulo 8 - A joia


Fanfic / Fanfiction Mermaid - A joia

Uma semana se passou. Não consegui falar com o Luke sobre meus sintomas estranhos, os sonhos eróticos com Douglas sumiram e o grupo se separou entre Magna e Jane, Douglas e Peter. Fiquei sem saber onde deveria ficar, mas como as garotas me ignoraram totalmente acabei virando amiga foi dos garotos.

-Você já foi a um festival? – perguntou Peter naquela manhã.

-Não, mas quero. – respondi enquanto dava mais uma mordida na minha rosquinha recheada de chocolate.

-Sorte sua que temos um festival de rock incrível por aqui. Se bem que...

-Se bem que o que? – indaguei.

-Você tem cara de quem curte Taylor Swift.

-O que?

-É isso ai. Você pode até ter o cabelo azul e bancar a revoltada, mas tem carinha de quem ama a Disney e gatinhos. – aquilo me enfezou.

-Isso é ridículo! O que gostar ou não da Taylor Swift me impede de gostar de rock também? – desafiei.

-Mas você gosta não é? – revirei os olhos, mas tive que admitir.

-Sim.

Nisso Douglas chegou cheio de pose nos juntando a nós. Eu já havia reparado que ainda que se mante-se distante da mesa dos populares, claramente era um garoto muito cobiçado entre as garotas, desde as nerds até as góticas, todas suspiravam por ele.

-Sobre o que estão falando? – indagou ele assim que se sentou.

-Festivais.

-E Taylor Swift. – complementou Peter e ambos rimos com a careta de Douglas.

-Então vamos mudar de assunto. – disse ele me fazendo rir enquanto comia o ultimo pedaço da rosquinha.

-Aah, Melina. – disse Peter já rindo antes de começar a falar – Os caras estavam falando sobre você na aula de História hoje.

-O que?! – perguntei indignada, afinal eu fazia de tudo para passar despercebida.

-Disseram que você é mais sexy que a Jessica. – quem é Jessica? – Mas que é muito metida. Então o professor Luke ouviu a  conversa e mandou os caras ficarem depois da aula.

Corei sem saber muito bem o que dizer. Primeiramente quem é essa tal de Jessica? Depois, quem são esses idiotas que ficam falando de mim por ai e o que o professor Luke tem haver com isso? E como assim eu metida?

-Que idiotas. – disse Douglas visivelmente irritado.

-Com certeza. – concordei.

-Eu nunca vi o Luke defender ninguém. – brincou Peter – Será Melina Blue entrará para a história como a primeira aluna a seduzir o professor?

Nós três rimos, ainda que Douglas parecesse meio contrariado com o comentário de Peter. Uau! Agora pensando por esse angulo, na minha antiga escola no Brasil eu fazia de tudo  para não ser notada e isso funcionava bem. É certo que as vezes tinha que lidar com alguns paqueradores de plantão, mas eu nunca me considerei a mais sexy e também duvido muito que eu seja isso por aqui.

-Oi gente! – cumprimentou uma voz aguda atrás de nós. Magna.

-O que está fazendo perdida por aqui? – brincou Peter.

-Pensei que nos odiasse. – provocou Douglas.

-Por um tempo odiei você Douglas porque a Jane te odeia, mas agora odeio ainda mais ela. Dá pra acreditar que ela me obrigou a andar com Sara Jones? – disse ela se sentando ao meu lado.

-A Sara não! – reclamou Douglas parecendo estar seriamente irritado.

-Quem é Sara? – perguntei confusa.

-A garota que foi pega brincando de médico com o Douglas no inicio do ano passado. – esclareceu Mag antes de ser fuzilada pelo olhar dos dois garotos.

-Estou chocada! – brinquei apertando minhas bochechas. – Que safado!

******

Naquele sábado eu estava completamente perdida. Acordei cedo como de costume e fui para o salão principal afim de tomar café, mas para minha surpresa não havia quase ninguém lá e as poucas pessoas presentes pareciam sonolentas e aborrecidas.

Nenhum dos meus amigos havia chegado ainda, então tratei de entrar na fila do refeitório. Infelizmente os sonhos estranhos voltaram e ainda mais intensos, no sonho daquela noite eu estava de biquíni encima das rochas coberta por joias fabulosas observando o mar quando uma mão recaia sobre meu ombro. Era Douglas sedento por me beijar, porém ao contrario do que fizera no ultimo sonho eu fugi dele pela areia da praia. Corria o mais rápido possível, mas sempre que me virava ele estava se aproximando. Foi então que avistei a figura alta e forte de cabelos inconfundivelmente negros no entre rochas enormes a minha frente. Puxando meu braço rapidamente confundimos Douglas que continuou procurando por mim enquanto aqueles olhos verdes me guiavam as escondidas para o oceano.

-Senhorita? Senhorita! – chamou alguém, pisquei algumas vezes para entender o que acontecia. –O que vai querer? – perguntou o homem rechonchudo de bochechas rosadas atrás do balcão.

-Uma rosquinha de creme e um iogurte de cereja. – pedi. Nem acredito que viajei tanto na maionese daquela maneira, em todo caso acho que esse sonho é só mais um que devo arrastar para o fundo da minha mente.

-Bom dia Taylor Swift. – brincou Peter se unindo a mim na fila.

-Bom dia. – respondi revirando os olhos.

-E ai, planos pra hoje? – perguntou ele me recordando das instruções de Ana.

-Ainda não. Precisamos ir para a cidade não é?

-Ou morrer de fome aqui. – brincou ele – Eu, o Douglas e a Mag vamos pegar o ônibus pra cidade as dez, e sim isso é um convite.

-OK. Eu vou.

*******

Ainda eram apenas nove horas quando terminei de me arrumar para o meu primeiro dia em Londres, eu esperava fazer algum programa turístico, só temia que meus novos amigos que moraram aqui a vida toda não topassem. Será que um dia seria capaz de andar sozinha por ai como minha mãe fazia em sua época de mochileira?

E por falar nela... Olhei para o potinho purpurinado que havia colocado no beiral da janela, talvez seja um bom dia pra usar aquela coisa. Tirei delicadamente o colar de dentro do potinho e fui até o espelho, aquele objeto fazia minha pele formigar e meus joelhos doerem, só não conseguia definir se a sensação era boa ou ruim.

Fechei os olhos e por um instante pensei ter ouvido o som das ondas. Quando abri os olhos novamente ecarei minha aparência com mais atenção, as postas do meu cabelo haviam desbotado e o que antes era azul se tornou verde em menos tempo que Julia previra, talvez fosse a hora de usar o roxo... Mas por hora não, sinceramente gostei do verde.

De repente ouvi um tintilar estranho em minha janela, me aproximei e abri bem a tempo de ser acertada por sementes.

Olhei para cima a procura de respostas e as encontrei. Eu nunca havia olhado como eram as coisas ali em cima por isso me surpreendi quando vi que havia um terraço bem próximo a minha janela onde passarinhos se aglomeravam em volta de uma figura de cabelos escuros.

-Bom dia. – cumprimentei.

-Aah, Bom dia. – respondeu Luke confuso por me ver ali.

-O que está fazendo ai? – perguntei. Eu tinha que parar com minha mania de fazer perguntas obvias.

-Relaxando e você?

-Esse aqui é meu quarto.

Ele sorriu e ficou observando os pássaros então resolvi que era melhor voltar pra dentro, porém antes que pusesse minha cabeça por completo para dentro do quarto sua voz me parou.

-Quer subir aqui? – peguntou ele sorrindo para mim.

-Sim.

Ele me explicou o caminho e em pouco tempo eu já estava subindo as escadas interditadas até o terraço.

-É melhor não contar desse lugar para nenhum outro aluno ou sou capaz de te dar um zero. – brincou ele me recebendo.

-Ual! – foi tudo que saiu da minha boca quando admirei a vista. Era possível ver todos os dormitórios, a escola, a floresta que cercava a propriedade e até mesmo o que juguei ser o começo de Londres.

-É foi exatamente o que eu disse quando vi esse lugar. – disse ele indicando um lugar para que me sentasse ao seu lado.

Ficamos em silencio observando o lugar ao redor e diante a brisa morna incomum fechei os olhos por um instante. Respirei fundo e abri os olhos de vagar a tempo de vislumbrar os olhos de Luke em mim. Sorri enquanto ruborizava.

-Não terminamos nossa conversa naquele dia. – começou Luke me tirando do transe de seus olhos.

-É, fiquei pensando no que me disse. O que aqueles sintomas querem dizer? – questionei.

-Acredito que pelo colar em seu pescoço você já saiba Melina. – pisquei algumas vezes e encarei a joia.

-Esse colar era da minha mãe, ela faleceu quando eu era pequena, não sei nada sobre ele. – minha voz saiu mais irritada do que eu pretendia, era o tipo de coisa que sempre acontecia quando falava da minha mãe. Ele ficou em silencio e apenas me encarou.

-Então não sabe de nada? – Luke parecia chocado.

-Sobre o que?

-Nesse caso, venha comigo. – ordenou ele se levantando.

-Não posso. Que horas são? – ele consultou  seu relógio de pulso.

-Faltam cinco minutos para as dez.

-Desculpe, eu tenho que pegar o ônibus as dez. – muito embora quisesse ficar e entender o que eu deveria tanto saber. Luke olhou para o céu e voltou seus olhos para mim novamente.

-Certo, mas assim que chegar preciso que vá diretamente falar comigo.

Me soltei do aperto de sua mão em meu braço e segui caminho rumo ao ponto de ônibus.



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