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História Mermaid - Um novo caminho


Escrita por: mandy_pandinha

Capítulo 12 - Um novo caminho


Fanfic / Fanfiction Mermaid - Um novo caminho

A diretora botou ordem em tudo, disse que quem não estivesse no quarto em vinte minutos seria expulso da escola e depois de uma ou duas horas, muitos gritos e drama Jane estava a salvo de si mesma.

Quem dera o meu drama fosse apenas um garoto bobo e indeciso... Eu estava vivendo entre malucos. Não fui pra aula aquela manhã, disse para a expetora que estava com cólica... Fiquei tão entediada que acabei achando o que não deveria. A tinta roxa de Julia.

Comecei a pensar em cada uma das minhas pequenas lá em casa. Nós conversávamos por e-mail quase todos os dias e eu já havia mandado alguns presentinhos pelo correio, mas não toquei nesse papo absurdo de sereias com elas.

Algumas horas e um cabelo roxo psicodélico depois recebi uma carta que foi entregue na recepção. Ao que tudo indicava pela caligrafia era de Luke.

“Cara Mel,

Sei que está irritada, confusa e com raiva, mas há assuntos dos quais precisamos tratar e digamos que se você ficar o tempo toda trancada no quarto será impossível solucionar tais. Primeiramente considero que o mais importante é que comunicar que suas atitudes nas ultimas semanas trouxeram consequências negativas. Jane na noite de ontem, como já deve bem saber, tentou suicídio, o que felizmente conseguimos evitar. Mas diante de sua frustração e em meio a desabafos exagerados temo que ela tenha difamado seu caráter por toda escola.

No inicio fui duro com você nesta questão, me esqueci que a não muito tempo, cerca de quatro anos eu estava exatamente na mesma situação que você, tão transtornado quanto e vi estas mesmas situações acontecerem. Saiba que não a culpo e nem acuso de ser de alguma forma ruim, são apenas instintos, se é que podemos chamar assim esses mistérios de nossa existência.

É primordial que nos encontremos o mais breve possível, há muito mais coisas que deve saber e que não serei indelicado a ponto de contar por carta. Venha a cabana do jardineiro enquanto todos estão em aula, levantará menos suspeitas.

Encarecidamente

Luke

P.S.: Tome cuidado com a expetora, ela costuma seguir os alunos.”

Joguei a carta sobre a cama e bufei encarando o espelho. Sempre fui de opinião que se temos que encarar algo difícil é melhor que seja rápido.

Coloquei as botas de neve que peguei emprestado de Mag e disparei pelos corredores.

*******

-Já estava pensando em ir te procurar na diretoria. – começou Luke. Assim sentado na poltrona com uma caneca de chá fumegante nas mãos ele não parecia tão intimidador como de costume. – Gostei do cabelo.

-Obrigada. - Respirei fundo enquanto fuçava nas coisas dele, algo que visivelmente o incomodava.

-Tenho certeza que seu avô também gostará. – dei um pulo com o susto.

-Avô?!- Luke suspirou retirando os óculos.

-Sim, seu pai ficou desesperado com a descoberta e telefonou para ele. – disparou ele enquanto eu ainda tentava formar ideias coerentes em minha mente – Sinceramente eu preferiria evitar esse tipo de contato, mas foi o melhor a fazer.

-Espera. Meu avô materno... Eu... – minha cabeça girava.

-Vou levar você até ele. – completou  Luke  – Atualmente mora na Espanha em uma região próxima ao mar. – minha expressão devia ser de quem ia desmaiar - Agora acho melhor você se sentar um pouco.

-Alguém já te disse que você não é nada sutil? – perguntei  exasperada enquanto sentava no sofá.

-Com uma frequência assustadora.

*******

E foi assim que acabei trancando minha matricula com menos de mês de aula. Eu estava doente só de pensar na oportunidade que joguei na privada só por causa dessa loucura de sereias.

Luke me levaria a Espanha em menos de uma semana para conhecer meu avô materno e pelo pouco que me contou este não parecia ser o mais amável dos avôs. Ele era um tipo de figurão entre o “povo do mar”, aparentemente havia uma monarquia nessa história também.

Suspirei fundo e voltei para o meu pudim. Era a unica coisa que poderia fazer diante dos olhares que me cercavam no refeitório, Jane, como Luke havia me contado na carta, espalhou coisas horríveis sobre mim pela escola. Pelo jeito agora eu era a vadia que seduziu o amor da vida dela...

-Bom dia! – disse Peter animadamente se sentando a minha frente.

-Não vai me ignorar como os outros? – perguntei confusa.

-Digamos que não sou tão corrompível como os outros. – ri com a resposta.

Ele era de fato um bom amigo, quanto aos outros Mag andava colada a Jane como um carrapato e até mesmo Douglas começou a me evitar em publico.

-Quer matar aula hoje? – perguntou ele me surpreendendo, pois Peter era bem mais que um CDF.

-Essas palavras vieram de você mesmo? – brinquei. Ele mostrou a língua em resposta.

-Agora falando sério. Se vamos então eu vou primeiro e pego o ônibus das oito e você o das oito e quinze, afinal vai pegar mal para mim ser visto com você.

Joguei uma rosquinha de morango na cara dele em resposta e ambos rimos.

*****

Em minha ultima semana na escola eu e Peter praticamente matávamos todas primeiras aulas andando por Londres na companhia de tia Violet. Eles eram bem mais que divertidos, se tornaram meus melhores amigos.

-Posso fazer uma pergunta? – disse a tia Violet certa manhã em que ficamos sozinhas em seu apartamento.

-Faça duas, pois uma já fez. – brincou ela.

-Você acredita em sereias? – disparei e ela sorriu.

-De todo coração minha querida. – fiquei atônita. Será que tia Violet acreditava ser uma sereia também? – Eu viajei o mundo todo e vi muitas coisas incríveis, isso me fez pensar que se o mundo é tão cheio de mistérios porque então esses seres como fadas, elfos e sereias não possam ser? Só porque não os vê não significa que não sejam reais.

******

Na manhã da minha partida eu estava bem mais que nervosa, um suor frio tomava conta das minhas mãos enquanto terminava de me arrumar. O que eu estava fazendo? Respirei fundo e avistei o colar de mamãe sobre a escrivaninha, corri meus dedos sobre o pingente gelado e o coloquei em meus pescoço, de uma forma estranha a cor se harmonizava com o novo tom dos meus cabelos.

Vesti minhas botas e ouvi uma batida na fraca na porta. Um arrepio passou pela minha espinha no mero pensamento que fosse Douglas. Abri a porta assustada, porém para minha surpresa não havia ninguém, apenas uma carta endereçada a mim. Seu conteúdo não era bem uma carta, mas apenas um bilhete.

“Mel, desculpe por ter me distanciado de você. Eu apenas quis evitar cometários maldosos das pessoas e quando você começou a ficar toda amiguinha do Peter confesso que fiquei com muita raiva. Mas a verdade é que eu só consigo pensar no nosso beijo, por favor não vá embora. Nós podemos namorar escondido por enquanto e...”

Acabei nem querendo ler o resto e arremessei o bilhete na cesta de lixo. Pobre Douglas um garoto bonito e vazio.

E então com minha mochila nos ombros e uma determinação irreconhecível para mim algum tempo atrás abri a porta e segui pelo meu novo caminho.

*******

Quando cheguei a cabana do jardineiro havia um carro preto parado na frente, provavelmente o que usaríamos para ir até o aeroporto. O ar gelado e seco castigava minhas bochechas então resolvi entrar para procurar Luke, geralmente não seria eu que deveria atrasar?

Lá dentro havia um doce cheiro de chocolate quente e de fato encontrei uma caneca fumegante para mim em cima da mesa. Por mais que Luke fosse seco, frio, incessível e muito irritante era um ótimo cozinheiro.

A casa estava tão assustadoramente silenciosa que comecei a ficar preocupada, procurei pela sala e na cozinha, mas não havia nem sinal dele. Chamei seu nome e nada. Agora em desespero abri a porta do quarto e me deparei com... Luke completamente nu.

Fiquei paralisada sentindo minhas bochechas queimarem, ele estava de costas. Seus ombros eram tão lagos e seu corpo tão definido que até mesmo os deuses gregos teriam inveja. Porém o que mais me chamou atenção foram as lindas marcas verdes e azuladas em seus ombros e quadril... Seria possível que toda essa loucura fosse mesmo real? Que Luke fosse um tritão e eu uma sereia?

Perdida em meus pensamentos e desejos tomei um susto quando ele se virou assustado com as sobrancelhas indicando desaprovação bati a porta e sai correndo o mais rápido que pude. Mesmo lá fora no frio era impossível não me sentir quente enquanto a lembrança do que vi ainda pairava em minha mente.

******

Minhas bochechas ainda queimavam quando o avião decolou. Não falamos do ocorrido o caminho inteiro até aqui e na verdade eu estava agradecida por isso. Respirei fundo e peguei uma revista com a aeromoça.

-Acredito que tenha se espantado com o que viu. – começou Luke interrompendo minha tentativa de esquecer o assunto.

-Não precisamos falar sobre isso... – tentei.

-As marcas são um vestígio do que somos. Lembra da lenda que te contei? – assenti com a cabeça – Bem, como na história nós só temos a possibilidade, depois da primeira transformação, de nos tornarmos humanos novamente através do poder dos cristais, mas ainda que eles nos deem pernas novamente  é impossível esconder totalmente e este é motivo das marcas que viu em meu corpo.

-Eu vou ter marcas assim também? – perguntei pela primeira vez curiosa com o assunto.

-Sim, dependendo da cor de sua calda. Agora, além disso ha muito mais coisas importantes que tenho de lhe contar. – coloquei a revista de lado e me aproximei, se era para entrar na loucura que fosse de cabeça – Quando é seu aniversário?

-Daqui a duas semanas. – respondi me surpreendendo do quão próximo estava.

-Tempo suficiente. Vou leva-la até seu avô e sua primeira transformação pode ocorrer na Espanha, mas tenho que adverti-la que seu avô Gregório não é a pessoa mais... Acolhedora do mundo, na verdade eu o descreveria como rude e hipócrita em alguns aspectos como o casamento do povo do mar com os humanos. Ele tem ideologias infames sobre a conservação da nossa espécie. Acredita que a união com os humanos só nos deixa mais fracos.

-Por isso ele nunca quis nos conhecer, digo eu e minhas irmãs?

-Provavelmente e também porque sua mãe pode tê-lo convencido que nenhuma de vocês herdara a maldição. Por falar nisso a tempos que queria te perguntar. Você alguma vez esteve no mar? Porque pelo que seu pai me contou todos os procedimentos foram feitos corretamente nos nascimentos.

-Faz muito tempo... No aquário de vida marinha eu tinha sete anos e fui com a escola, pulei a grade de segurança e fui brincar próxima a borda quando um pinguim se aproximou e me bicou, depois pulou na água me deixando ensopada, mas foi a unica coisa que fiz incluindo bichos marinhos. – esclareci trazendo a tona aquela boba que havia escondido até mesmo dos meus pais.

-Parece pouca coisa, mas pode ter sido isso. Na verdade acredito que a esta altura não importa o que desencadeou, mas sim o que você é agora. – disse ele enquanto passava a mão pelos cabelos sedosos e a imagem de seu corpo nú se tornou nítida em minha mente. – Mais uma coisa Melina, não quero assusta-la, mas é muito mais que provável que Gregório vai tentar uni-la a algum primo ou descendente de outro clã agora que sabe de sua existência. Seja o que for que ele tentar vou te ajudar a evitar isto.

-Você quer dizer que ele vai tentar me casar com algum tritão? – repeti horrorizada.

-Provavelmente sim.

Respirei fundo e fechei os olhos tentando evitar o nervosismo que crescia em mim.


Notas Finais


Hello leitoras novas


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