História Mesa 7 (ABO) - Gravidez

Todos estavam terminando seu jantar. Tudo foi tranquilo tirando o breve mau estar de Izuku mas logo foi resolvido quando ele voltou a mesa, Todoroki ficou muito pensativo depois desse pequeno incidente, Bakugou e Midoriya notaram.

Mitsuki contava com euforia a infância inteira do seu filho, em alguns trechos uma discussão se iniciava entre os loiros, o ômega riu pensando que Katsuki não era só parecido aparentemente com sua mãe, ele tinha o mesmo gênio que a loira.

A loira se acalmou rindo da preocupação em cessar a briga da Midoriya, notava-se que elas se davam mais que bem.

A irmã do Todoroki era reservada porém ria em divertimento, o jantar estava fluindo perfeitamente até Fuyumi tocar no assunto "filhos" sem querer.

— Oh... Se possível não quero ter. — Midoriya disse.

— Compartilho da mesma opinião. — A mulher de cabelos brancos disse.

— Por que, Izuku? Fico surpresa, pensei que você seria do time que o sonho é ter uma grande família. — A alpha indagou curiosa.

— É melhor deixar o destino dizer, se for pra ser, quem sabe, né? Mas da minha vontade, eu não quero.

— O sonho do Shoto é ser pai. — Fuyumi falou como se fosse nada. 

— Sério? — Midoriya olhou para ele.

O bicolor não negava mas se mantinha unânime. Ele adoraria ver seu ômega carregando seus filhos, amaria ver pequenos toquinhos com os traços do Bakugou e do Izuku correndo pela mansão, seria maravilhoso pegar o pacotinho no colo depois do parto e se emocionar ao ver o rostinho miúdo.

Esse era o objetivo mais ansiado por si depois que começou o relacionamento deles.

Pena que Izuku o jogou um balde de água fria.

Todoroki levantou seus ombros e depois os relaxou. Foi uma resposta vaga.

— Que porra hein, nós já conversamos sobre isso e a paternidade não é mais um problema. — Bakugou resmungou. — E você, Deku. Tem que fazer um teste de gravidez.

As três mulheres observavam bem a conversa entre eles, coisas como "então eles fizeram." "quem será que é o pai?" rondam em seus pensamentos.

— Vão discutir isso no quarto! Pelo amor de deus. — Mitsuki disse fazendo Midoriya se sentir levemente constrangido.

— Me desculpe. — O esverdeado disso vendo os dois alphas com o olhar de "depois conversamos".

Inko se levantou para pegar o vinho que Fuyumi trouxe, Izuku a ajudou com as taças e a servir.

O jantar correu fluído como uma correnteza, pareciam uma família que por mais que tivessem defeitos era unida por suas diferenças.

Foi especial. Para os três.

Na hora de ir embora Mitsuki meio que manipulou as coisas para deixar Midoriya, Shoto e seu filho a sós. A loira chamou Inko e a Todoroki para ir primeiro por causa de uma desculpa que ela inventou na hora.

As mulheres foram até o estacionamento e deixamos eles ainda na porta do apartamento.

— Sobre o teste de gravidez... — Midoriya se aproximou de Katsuki rodeando seus braços no pescoço dele. — Como eu vou sentir sintomas de gravidez hoje se Todoroki gozou dentro ontem.

Riu da falta de informação do loiro.

— Mas nossas circunstâncias não são normais, pequeno. — O bicolor disse. O ômega saiu dos braços de Katsuki e se aproximou do alpha maior.

— O quer dizer? — Encarou com os olhos esmeraldinos.

— É melhor irmos no consultório da doutora Chiyo só para ter certeza. — Shoto acariciou a face sardenta.

— O meio-a-meio tem razão. Vamos amanhã pela tarde, o que acha? — Bakugou abraçou Midoriya por trás.

— Acho desnecessário. Tudo bem, eu vou, mas só tenho tempo a noite. — Avisou pegando as mãos do Todoroki ainda que sendo abraçado por Katsuki.

— O que vai fazer o dia todo? — O loiro perguntou.

— Ir a academia e a uma entrevista de emprego.

— Academia? — Todoroki levantou uma sobrancelha.

— Sim. Acha que essa bunda aqui é gostosa por quê? — Sorriu se desvencilhando do abraço do alpha menor. — Eu chamaria vocês para ficar mas... Minha mãe está em casa.

Levantou nas pontas dos pés e deu um selinho no Todoroki, depois se aproximou do Bakugou e fez o mesmo recebendo um resmungo em seguida.

— Nossa casa sempre será uma opção. — Shoto falou ficando ao lado do seu alpha.

— Não hoje. — Ironizou com uma tristeza falsa. — Talvez amanhã, mando mensagem para vocês.

— Depois da consulta com a doutora. — Katsuki falou indo embora com Todoroki.

— Ahhh, verdade.

~•~

No outro dia...

Era noite, Midoriya tinha chegado da entrevista confiante que seria contratado, se arrumou calmo e  se viu no espelho antes de colocar a camisa, passou a mão na sua barriga pensando em um milhão de coisas.

Sua mãe antes de ir de volta para sua casa o orientou sobre tudo, Izuku prometeu que independente do resultado sua mãe seria uma das primeiras a saber.

Abotoando a camisa pegou sua carteira e foi para fora do seu apartamento trancando a porta, descendo no elevador viu os dois alphas sentados no capô do carro. Os alphas se levantaram do veículo e foram em direção ao Midoriya o abraçando em conjunto, cada um beijou um lado do rosto do Izuku.

O ômega sorriu feliz pelo carinho deles.

— Preparado? — O esverdeado perguntou para Shoto, o bicolor estava visualmente nervoso.

— Eu que deveria te perguntar.

Midoriya respondeu "Estou sim" e andaram até o carro, Izuku atrás e os dois na frente.

Pelo caminho conversaram e Bakugou comentou sobre uma festa que sua empresa irá organizar para comemorar os números positivos das ações. O loiro os convidou para lhe acompanhar no evento, prometeu que seria alguns minutos e pois poderiam sair para algum lugar mais privado. Claro que eles aceitaram e ficaram felizes por ele.

Chegando no consultório Shoto estacionou o automóvel no estacionamento do prédio médio, entraram lá e foram direcionados por uma secretária um pouco assanhada para o rumo dos alphas. Nenhum deles deu qualquer atenção para aquela mulher mas notaram as intenções da ômega.

Bakugou encarou Midoriya para ver se ele estava desconfortável com isso, para sua surpresa o esverdeado não parecia sequer está incomodado, Todoroki notou isso de soslaio.

Abrindo a porta daquele cômodo hospitalar a mulher acenou melosa para eles ignorando a presença do Izuku.

— Boa noite, Dr. Chiyo. Obrigado por nos atender esse horário. — Shoto disse puxando uma cadeira para o ômega se sentar, depois para Katsuki não deixando de se sentar ao lado de Izuku em seguida.

— É sempre um prazer atender os senhores. — A senhora disse curiosa sobre o que eles estavam precisando. — O que houve?

— Eles acham que eu estou grávido. — Izuku disse claramente duvidando disso.

— Nossa! — Ela se surpreendeu. — E por quê?

— Eu vomitei e ando sentindo tonturas. Porém acho que esses sintomas não tem nada a ver com gravidez porque fizemos sexo um dia antes desse mau estar. — Midoriya explicou.

— Hum... — A doutora arrumou os óculos. — Primeiro vou explicar como funciona para um ômega que tem dois parceiros alphas engravidar. — Os três começaram a escutar com bastante atenção. — O sêmen dos dois companheiros precisam introduzir no útero, é praticamente impossível o ômega engravidar se só um dos parceiros o introduzir. Esse é um resumo de tudo, ainda acham que o senhor Midoriya está grávido?

A resposta era óbvia só de olhar para eles.

— Não. — Bakugou respondeu percebendo a aura decepcionada do Todoroki.

Midoriya pegou na mão do bicolor e do Alpha menor, entralaçando seus dedos com os deles, passando conforto e afago.

— Pode ser que seja uma intoxicação alimentar, beba bastante líquido, vou indicar uns remédios para controlar a náusea e o vômito caso piore. — Começou a escrever algo e entregou o papel com a prescrição.

— Muito obrigado, Dr. Chiyo. — O ômega sorriu e se levantou puxando os dois.

— Até mais, espero que nossa próxima consulta seja com um bebê na sua barriguinha. — A senhora falou gentilmente recebendo um sorriso largo de Izuku.

— Tchau.

Todoroki falou baixo um "Adeus" e sairam daquele consultório, claro que a secretária perguntou se tudo estava bem e tentou agarrar o braço do alpha menor.

— Não se atreva a tocar nele! — O bicolor ditou irritadiço. Soltou seus feromônios fazendo a ômega tremer e se afastar imediatamente.

Suas expectativas tinham sido jogadas ao chão, ele estava triste e ainda vem a maldita de uma ômega tocar no que não é seu? É testar demais o humor dele.

— Está tudo bem. — Midoriya pousou sua mão pequena delicadamente sobre o tórax do alpha, com o outro braço rodeou o quadril dele.

— Vamos embora. — Bakugou falou direcionando eles até a saída, antes deu o dedo do meio para a funcionária que vigiava eles de longe e sem nenhum som disse "Vai se foder".

Entrando no carro o silêncio estava a toda parte, Bakugou deu a partida e Izuku se atreveu a falar.

— Vamos tomar sorvete? — Sugeriu.

— Essa hora? — Katsuki indagou. — Melhor açaí.

— Sim!!! O que acha, Todoroki? — O esverdeado queria quebrar aquele clima.

— Ok.

— Sei de um lugar muito bom. — Bakugou afirmou confiante.

~•~

O lugar era lindo, cheio de luminárias no teto que não atrapalhavam de nada a visão, eram sutis, o ar estava frescos tinha alguns espelhos espalhados nas paredes. A paisagem era boa também, algumas flores ali e aqui, o local era bastante romântico.

Eles fizeram seus copos e com isso Izuku descobriu que Bakugou não gosta de açaí, mas sem aquela desculpa de "tem gosto de terra", o loiro simplesmente não gostava.

Shoto aproveitou para descontar todos os seus sentimentos na comida, já foi pegando o maior dos copos de lá e a encher sem dó.

Sentando na mesa eles começaram a comer.

— O que Fuyumi achou do jantar? Ela não falou muito, talvez algo estava errado. — O ômega preocupado perguntou.

— Ela gostou bastante. Até disse que queria jantar assim mais vezes.

Midoriya abrigou a boca para falar e foi interrompido.

— Não pergunte sobre a velha. — Bakugou negou suspirando.

— Mas eu queria saber! — Fazendo birra pingou sem querer sorvete em sua bochecha.

— Não se preocupe ela provavelmente deve ter gostado, ainda mais por ver sua mãe. — Shoto brincou e limpou com um guardanapo.

Midoriya e Katsuki tiveram um breve arrepio pensando no encontro delas.

Shoto se lembrou da consulta e ficou pra baixo novamente.

— Supera, Pavê. — Katsuki aconselhou.

— Não fica assim... — Midoriya disse empático. — Vamos ter outras oportunidades.

— Espera. — O brilho do alpha voltou de novo. — Então você quer ter filhos?

— No futuro. — Midoriya se perguntou o que estava dizendo, porém ele não sentia mais receio com a paternidade.

— O que fez você mudar de idéia? — Bakugou perguntou desacreditado ainda. O loiro estava feliz, e como estava.

— No futuro eu digo. — Piscou sapeca e foi puxado para um beijo animado do bicolor.

— Ah, mas que desgraçado. — Katsuki não acreditava que o ômega vai deixar ele na curiosidade, entretanto abria um sorriso incontrolável de alegria.

— Não fiquem animadinhos tá. — Midoriya ria pelos beijinhos que recebia no rosto.

— Está bem tudo no seu tempo. — Todoroki se recompôs mas ainda se sentia afoito.

— Exa... — Midoriya parou de falar sentiu seu ventre se contrair. — Tenho que voltar...

— Oi? Tá bem, Deku? — Bakugou se levantou e os feromônios do ômega se alastrou.

— Meu... Cio... — Um calor lhe consumiu e ficou ofegante pela dor que começou a sentir, sua mão foi para sua barriga.

Izuku não precisou falar mais nada, Katsuki o levantou conduzindo ele para fora, Shoto colocou duas notas de 100 sobre a mesa e saiu apressado atrás deles.