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História Mess - Battle


Escrita por: fromkiwitable

Notas do Autor


Pela primeira vez na história eu não demorei pra atualizar kkjjkkk. Enfim, até agora esse foi o capítulo que mais gostei de escrever mesmo que não tenha sido o melhor. Espero que gostem. Não se esqueçam de compartilhar com os migos e migas, me ajudem, please.

Lhes aguardo nos comentários.



Boa leitura.

Capítulo 7 - Battle


Fanfic / Fanfiction Mess - Battle

   Voltei a cozinha, desnorteado. Alice estava mexendo em seu smartphone, distraída. Olhei para ela e vi uma criança. Os cabelos castanhos cacheados presos pela metade, a jardineira jeans, sandálias de dedo. Seu estilo simples era sofisticado.

 

 

Diana e Joseph voltaram e terminaram o almoço, eram cozinheiros de mão cheia, por sinal. Apesar de calada, Alice parecia feliz e sempre sorria ao conversar com seus pais. Conversamos sobre política à dinossauros. Os donos do restaurante eram intelectualmente engraçados. Tentavam disfarçadamente puxar a filha para o meio da conversa, mas ela não ficava por muito tempo, parecia distante. Após o almoço me mostraram a casa.

 

- Quem é essa com você no Big Ben, sua irmã? - Perguntei apontando para o porta retrato na parede.

 

- Minha ex - Alice respondeu com um leve riso.

 

- Sua ex? - Ri espantado.

 

- Sim - Deu de ombros.

 

Ao terminar de mostrar a casa, Joseph sugeriu que fôssemos a um parque com um lago que havia no fim do bairro, e assim fizemos. Por mais que ainda estivesse quieta, a feição no rosto de Alice estava melhor.

 

- Então foi por isso que você me "renegou" desde o começo? Você é lesbica? - Perguntei, quando nos sentamos no banco de madeira de frente para o lago.

 

- Eu te "reneguei" porque você foi um idiota, Zayn. Sinto muito te informar mas você não é tão irresistível como pensa - Disse estranhamente calma. Permaneci calado, tentando recapitular meus atos desde que nos conhecemos, e admiti silenciosamente para mim mesmo que talvez eu pudesse ter agido diferente. Mas diferente como? me perguntei - Você não vai me atacar? - Me olhou com uma expressão de criança nos traços de seu rosto, que estava sem maquiagem, o que não foi capaz de deixá-la menos bela - Você está estranho - Disse quando eu apenas sorri e balancei a cabeça.

 

- Você é quem está estranha - Retruquei - Essa foi a primeira vez no dia que me insultou, e ainda o fez de forma quase gentil - Apoiei meus cotovelos em meus joelhos, cocei minha barba.

 

- O que você e meus pais tanto conversaram no escritório? Vocês demoraram - Mudou de assunto.

 

- O que você acha que conversamos? - Perguntei sinceramente e ela me respondeu da mesma forma.

 

- Eu acho que vocês estavam falando de mim. Aposto que eles contaram coisas sobre mim.

 

- Bom, eu não vou mentir. Eles me contaram que você é adotada.

 

- E o que você acha disso?

 

- Eu sinto muito por você, e pelo o que você deve ter passado.

 

- Sente mesmo, Zayn? Ou você só se preocupou em sentir um pouco de pena para poder dizer a si mesmo que você é uma pessoa melhor do que realmente é?

 

- O que? Eu estou sendo gentil com você. Qual o seu problema? - Levantei a voz, perplexo por seu comportamento.

 

- Eu nunca me senti menos filha ou menos amada pelos meus pais por ter sido adotada. E eu os amo mais que tudo. Mas eu não gosto de dizer as pessoas que sou adotada por esse motivo. As pessoas me tratam diferente a partir do momento em que sabem. Eu não preciso da sua pena, nem da de ninguém. Se você quer ser gentil comigo, seja por vontade própria, não por pena - Alice levantou sua voz acima da minha.

 

 

 

 

 

   - Quer saber, eu vou embora - Disse me levantando - Você é a pessoa mais estúpida que eu conheço. Acha que está sempre coberta de razão. Nunca desce do seu pedestal. Espero que você não seja com os outros da mesma forma que é comigo, porque se você for, eu tenho pena de quem tem que conviver com você - Não esperei que ela dissesse nada, entrei no meu carro com Sophia e fui embora. Na medida em que meu carro se afastou, olhei pelo retrovisor, ela permaneceu no mesmo lugar, imóvel. Não podia acreditar em quão grossa Alice era.

   Fui embora mais chateado do que irritado. O dia tinha sido tão agradável, por que diabos acabou de maneira tão ruim? Me peguei pensando sobre o que disse, minha intenção nunca fora diminuir Alice por ter sido adotada. Mas isso não importava, ela sempre arranjaria um motivo para me atacar. Afundado em frustração, voltei para casa, e diferente das outras noites que dormi sozinho com a pequena Sophia, não liguei para pedir ajuda, e Alice também não ligou perguntando como estávamos. Então ela queria que eu me curvasse diante dela, diante de sua arrogância? Esse era o preço de sua ajuda? Minha conta bancária era mais alta que meu ego, mas esse era um preço que não estava disposto a pagar.

 

 

Na manhã seguinte, Lyn foi até minha casa, combinamos os horários e salário. Ele começou a cuidar de Sophia no dia seguinte. Na empresa, vi Alice levar almoço para Anne, uma ou duas vezes. Por sorte não nos cruzamos no corredor. E em uma das vezes que nos encontramos no elevador, ambos fizemos questão de fingirmos não nos conhecer. Eu não podia acreditar que depois de tudo o que me disse, ela não era capaz de sequer me pedir desculpas. Se passou uma semana, e pelo visto, tanto eu, quanto Sophia, havíamos sido algo sem valor para Alice, que não se dava ao trabalho de ligar para sabermos como estávamos.

 

Os dias pareciam tão longos. Chegava em casa e o cuidador ia embora me deixando sozinho com o bebê. Agradecia mentalmente quando Sophia logo dormia e só acordava no dia seguinte. Quando ela acordava no meio da noite e não voltava a dormir por nada, a colocava ao meu lado na cama em cima de travesseiros e ligava a TV no canal infantil, eu acabava adormecendo antes dela.

 

Havia se passado duas semanss desde que Alice e eu não nos falávamos. Torcia para Lyn, me contar algo sobre ela já que eram amigos, mas ele nunca tocava em seu nome. Ao mesmo tempo me perguntava por que me importar. Alice era lesbica, não iria para a cama comigo, esse era meu único interesse nela, não era?

Na sexta-feira liguei mais cedo em casa e perguntei se Lyn poderia ficar até mais tarde, teria um jantar na casa de um amigo e gostaria de ir, ele aceitou depois de oferecê-lo uma recompensa por hora. Saí do trabalho e passei em casa, brinquei um pouco com a pequena Sophia e em seguida me arrumei e parti.

 

 

 

 

 

   Dave havia me dito que seria um jantar descontraído, porém, era bem mais do que isso. A música estava alta, garçons circulavam com drinks nas bandejas por todo lado, tomei um ou dois, várias pessoas dançavam, flertavam. Meu amigo me apresentou uma linda garota, seus cabelos eram louros, olhos claros, sua pele parecia seda, a cumprimentei e ele nos deixou a sós. Estávamos sentados em um sofá, vi a garota que vestia um belo e caro vestido cujo tinha um generoso decote, se aproximando cada vez mais de mim, quando ria colocava a mão na minha coxa, como se o fizesse de forma inocente, até que, com a desculpa de falar algo no meu ouvido por conta da música alta, esbarrou seus seios em mim. Me lembrei de algo que Alice havia me dito "garotas são levadas a achar que precisam usar seus corpos e beleza estética para atrair ou agradar, mal sabem elas que o melhor de si não pode ser visualmente exposto". Olhei de lado para a garota e me perguntei quais seriam suas qualidades, sua história, e por que tentava seduzir com o corpo e não com qualquer outra coisa que tinha. Me levantei e simplesmente fui embora. Pela primeira vez na minha vida, uma mulher deu em cima de mim, e eu achei desprezível, pela primeira vez me senti incomodado a ponto de ir embora e deixá-la sozinha. Voltava para casa incrédulo, por que eu havia ido embora? Por que me lembrei de Alice em um momento aleatório? Eu estava confuso e irritado comigo mesmo.

   Cheguei em casa e ao me aproximar da porta ouvi risadas. Avisei ao cuidador que voltaria por volta da meia-noite, no entanto, ainda não era nem dez da noite. Será que ele aproveitou para trazer alguém para a minha casa?, pensei. Indignado com a ideia, abri a porta silenciosamente, a fim de pegá-lo no flagra. Mas quando entrei vi algo inesperado. Alice estava sentada no chão da minha sala de estar, brincando com Sophia, que estava em seu bebê conforto, ambas sorriam. Lyn trazia em uma de suas mãos uma pizza e refrigerante na outra. Os olhos castanhos de Alice se arregalaram quando encontraram os meus.

 

 

- Zayn - Lyn disse espantado ao me ver.

 

- Parece que decidiram fazer uma festa na minha ausência - Falei calmamente apesar de estar extremamente irritado. Coloquei minhas chaves no movel ao meu lado. Nenhum dos dois foi capaz de dizer algo - Você já pode ir Lyn, aqui está pelas horas a mais que trabalhou - Estendi uma nota de cem, claramente sem jeito ele pegou e passou por mim, indo embora.

Alice olhava para seus próprios pés que vestiam meias pretas. Sua mão brincava com o colar em seu pescoço. O vestido florido lhe caia muito bem, como já havia reparado antes mas nunca disse, claro. Ouvi a porta de bater e ela se levantou. Não fui capaz dedecifrar seu olhar.

 

Naquele momento, éramos eu e Alice. Tínhamos muito o que conversar e não havia como fugir.


Notas Finais


E então, o que acharam?

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