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História Metamorfose. - Jogando com as peças certas


Escrita por: Lilithschild

Notas do Autor


Fiz uma homenagem para nós, brasileiras <3

Capítulo 27 - Jogando com as peças certas


2d conectou a robô aos vários fios suspensos na parede. Eram pesados e se conectavam às costas e nuca de Cyborg. Quando o último fio foi conectado, um espasmo a despertou.      
-Por um instante pensei que fosse ficar sozinho.-ele disse sorrindo.  
-Você não tem noção do quanto isso é horrível...descarregar. -ela dizia um pouco atordoada. -Eu vejo tudo o que ele fez comigo. Antes isso não me afetava. 

2d manteve-se em silêncio, contemplando suas expressões extremamente parecidas com as de Noodle; quão artificial era o verde escuro de seus olhos.   
-Deve ser...agora que tem sentimentos.-disse, concordando. Não tinha intenção de ser legal demais com a robô. Nunca se esqueceria dos dias horríveis em que ela ajudava seu mestre a torturá-lo.    
-2d, acha que ele vai me consertar e eu vou voltar a ser uma máquina assassina?-ela não se importava muito com a indiferença do rapaz,porque assim como ele, lembrava-se dos dias que era submissa a Murdoc.  
-Provavelmente. -ele respondeu, voltando a fitar a parede. 

Cyborg sentiu-se triste.Mas algo em 2d aliviava as sensações estranhas.Ele a deixou sozinha para que recarregasse.       
Cyborg ficou sozinha por horas recarregando. 2d voltou e a fitou da porta. Depois entrou e a desconectou dos fios.   
     
-Quer sair daqui? Essa casa faz eu me sentir um rato escondido.-sugeriu. Cyborg assentiu com a cabeça.  

   Já do lado de fora, caminharam até o píer e sentaram-se na ponta. Podiam ver os peixes nadando sob seus pés. Àquela altura, ele já não tinha mais medo da água, nem do que podia habitar o fundo do oceano, ele sabia que as pessoas eram muito mais perigosas.     
-Eu sempre me lembro do dia em que ela chegou...do quanto ela estava linda e de como ela provou que não era...-então ele parou,com medo de que Cyborg se sentisse ofendida. Mas ao contrário do que 2d pensava, ela apenas completou a frase.     
-Eu... porque se fosse eu, ela estaria lá  pra te machucar.-disse cabisbaixa.     
-Eu não quero que você se sinta mal. Não foi sua culpa, estava cumprindo ordens.-ele a consolou.   
Ela parecia admirada com aquilo. Achou que 2d a odiasse. Mesmo assim, sabia que ele estava mentindo. Sabia que sua pulsação havia aumentado, graças ao sensor que Murdoc instalara em seus ouvidos.    

Passou a observar o mar. Nunca soubera que estava andando sobre tantas vidas. Era a primeira vez que seus olhos enxergavam beleza.             
     
-Eu não e entendo...não sei como é amar alguém...             
 -Tudo bem. É bom ter alguém para contar o que eu sinto.     
2d sempre a temera muito mais do que temia Murdoc. Entretanto, algo afetivo começava a crescer dentro dele. A sensação de ter uma amiga.                
 -Eu não sabia que o mundo era tão bonito.-disse ela.  
-Pois é...-2d estava distante. 
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 Russel levara vários tiros ao ser perseguido pelo exército e marinha americanos. Estava sangrando em alguns pontos. Era gigante, mas não era de ferro.       
No entanto, alguns tiros eram como picadas de abelhas e outros eram como mordidas de cachorro. Russel estava um pouco sonolento por causa das tentativas de derruba-lo com sonífero.      
   
Só pensava em como mataria Murdoc quando o encontrasse em Plastic Beach.    Os tiros estavam causando dores insuportáveis e Russel estava prestes a perder a paciência. 
   
Além dos helicópteros do exército havia helicópteros da imprensa e a notícia do homem gigante no meio do oceano se espalhava pelo mundo inteiro. Não demorou muito para que descobrissem que além de gigante, ele era famoso: o baterista da banda Gorillaz.        
   
Murdoc assistia de Londres, aquela cena deplorável. Estava às gargalhadas, aquilo fazia parte de seu plano. Mas Russel não sabia que estava fazendo exatamente o que Murdoc queria que ele fizesse.       
   
Os helicópteros se desviavam de seus movimentos lentos. De repente Russel parou. Caiu a ficha de que estava tentando machucar/matar pessoas inocentes.       
-Por favor, parem!! Eu sei que estão seguindo ordens!! Sei que pareço algo extraordinário, mas acontece que estou deste tamanho graças ao lixo tóxico que está presente nessa água! Então, por que, ao invés de ficarem preocupados comigo,não se preocupam com a poluição que está destruindo o nosso mundo!? É isso que os seres humanos fazem: destroem, sujam, matam e depois choram as consequências! Vocês pra mim, são merda e se me seguirem mais um passo, eu juro que os esmago como insetos!-de repente, todos estavam ouvindo o que ele disse. Relutantes, recuaram. Russel finalmente poderia seguir para seu destino em paz. Mal sabia ele, que seu discurso fez os Estados Unidos entrarem em estado de alerta laranja. Se o lixo tóxico fizera aquilo com ele, imagina o que poderia causar para os animais. 
       
O mar aberto era muito profundo, por isso, foi preciso que começasse a nadar.          O que era extremamente cansativo. 
------------------------------------------    Noodle  acordou em um lugar estranho que não era a casa do homem que lhe oferecera lugar para passar a noite. Era luxuoso demais.

O primeiro instinto da japonesa foi procurar o dono da casa. Ao sair do quarto- que era do tamanho de um apartamento-, sentiu-se em um palácio. E usava uma camisola de seda que parava acima das coxas. 
-Eu morri?-perguntou a si mesma.  

Continuou andando em busca do dono(a)   daquela casa enorme. Passou pela sala de estar, onde havia uma porta de correr enorme. Deu de cara com uma piscina em formato de estrela, o que achou engraçado e careta. 

Havia um homem deitado numa espreguiçadeira ,tomando o Sol que não existe em Londres. Estava nublado.  
-Mas que merda. -ela disse, logo percebendo a cor de sua pele.  
Era Murdoc.  
-Ah! Minha princesa acordou! -ele disse com um grande sorriso.  
-Você não tem noção do quanto eu quero quebrar essa batata que você chama de nariz.-disse ela, apontando várias vezes para o rosto do esverdeado. 
-Não se dê ao trabalho que já foi feito. E você sabe muito bem que não pode fazer isso. -Murdoc disse, levantando os óculos escuros que usava. 
-E por que não? Vai me bater? Eu não sou o 2d. 
-Agora seu namoradinho é o fraco? Não foi ele que fugiu para uma ilha paradisíaca com um corvo exótico. 

Noodle andava de um lado para o outro de nervosismo. A vontade de atacar Murdoc  era enorme. Mas não sabia do que ele era capaz. 
-Como eu vim parar aqui?-ela perguntou, preocupada.  
-Ah, é uma longa história, você não vai querer gastar sua juventude ouvindo.  
-Eu nem sei o que é juventude. 
-Que ironia , porque agora você pareceu uma adolescente dramática. 
-O que você fez com ele? -Noodle perguntou , referindo-se a seu ex hospedeiro.   
-O suficiente pra te trazer pra cá. Eu tenho muita coisa pra te dar, minha linda... -Murdoc disse, levantando-se e tocando o rosto da japonesa, que tentou desvencilhar-se sem sucesso.    
-Eu não quero nada de você. 
-Eu não disse que precisava do seu consenso. 
Noodle estremeceu. Queria vomitar. Murdoc era terrivelmente imprevisível e ela tinha medo do que ele estava preparando.  
-Eu...preciso...ir ao banheiro. 
-Você ainda acha que isso funciona...bem, dessa vez eu a deixo ir. Se tentar fugir, vai ter uma bela surpresa. Eu sugiro que dê uma olhada no seu closet. Apesar de eu adorar ver você com essa camisola. 
Noodle subiu as escadas como um foguete e entrou no quarto em que acordara. Havia um closet enorme, no qual entrou. Havia um mundo de roupas ali.  

Vestiu um vestido azul. Era o seu tamanho exato. Odiava ter que usar aquelas roupas, apesar de serem lindas, foram compradas pelo dinheiro sujo de Murdoc. 

Desceu e encontrou uma empregada extremamente linda passando aspirador de pó no sofá. Aquilo era bem coisa de Murdoc mesmo. Ela era morena, tinha a pele bronzeada e pernas lindas e seu uniforme parecia mais uma fantasia sexual.

 Noodle sentiu pena pelo assédio que ela deveria sofrer do esverdeado. Talvez gostasse, Murdoc era sedutor. Mas não costumava atrair mulheres inteligentes. 
-Bom dia, você é a...
A mulher se assustou com a chegada repentina da japonesa. Ao virar-se Noodle viu seus olhos e lábios grandes. Seus olhos eram claros como mel e seus cílios eram enormes. Era extremamente bonita. Exótica.   
-Isabela, estou a sua disposição. -disse ela, com postura de respeito.  
-Não precisa ser formal.-Noodle riu.  
Ela apenas assentiu com a cabeça.   
-Você não parece britânica...você é muito bonita para ser. Você parece latina.- Noodle disse analisando a mulher mais uma vez.  
-Eu sou.- Ela disse com um sorriso abobalhado.-Sou brasileira.  
-Incrível. Brasileiras são realmente bonitas como dizem. 
-Obrigada ,você é muito gentil. -disse rindo mais uma vez.  
-Estou dizendo a verdade. Olha, é horrível saber que você trabalha para aquele estúpido. Ninguém merece.  
-Eu preciso. Tenho uma família no Brasil e como a libra tem um valor alto convertendo para real, o dinheiro que eu mando para lá já é um bom valor.  
-Entendo. Eu vou dar um jeito de conseguir algo melhor para você. Eu quero que sejamos amigas e apesar do que aquele imbecil disse para você, não quero que me sirva. Eu sou independente e estou aqui contra minha vontade.  

Isabela apenas assentiu com a cabeça mais uma vez e voltou ao trabalho sentindo-se querida. Gostava do jeito de Noodle, mas tinha medo do que Murdoc faria se ela não a vigiasse. Ela sabia que ele era um homem perigoso e assim como a guitarrista, tinha nojo dele.     

Noodle, tendo sua confiança conquistada pelo seu carisma e boa lábia, conseguiu exatamente o que queria: privacidade. Não queria uma subordinada de Murdoc seguindo seus passos como se precisasse de babá. Mesmo assim, sabia  que havia algo puro nela e Murdoc estava se aproveitando disso de alguma forma. 

Noodle encontrou um maço de cigarros sobre a mesa da cozinha. Decidiu experimentar. Tossiu como louca, sentiu uma tonteira insuportável, mas lembrou-se de 2d. Sentia muito sua falta. Por fim, jogou o cigarro quase inteiro no ralo da pia.  



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