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História Metamorphosis - ERERI - Capítulo 8


Escrita por: Amante_yaois

Capítulo 8 - Capítulo 8


  - Kuchel -


Entro no camarim e acabo suspirando de alívio ao encontrar minha carteira junto do meu estojo em cima da penteadeira. Com passos longos, fui até lá para pegá-la, assim que fiz, voltei minha atenção para o espelho. Não só para garantir que minha make continuasse impecável, mas que a forma que eu usava a bolsa estivesse chique. No caso de algum paparazzi tirar uma foto minha despercebida, claro.

Olhando para o meu reflexo, franzi o cenho quando encontrei uma pequena falha no meu delineador e batom. Abrindo minha bolsa, fui rápida em pegá-los para retocar a make.

Concluindo, dei um sorriso largo. Eu estava perfeita... Ninguém poderia dizer o contrário disso agora.

"Quem diria." brinquei comigo mesma antes de pôr meu óculos de sol da Gucci.

"Senhora? Estamos atrasadas." Ouvi minha agente, Kim, falar ao bater na porta de uma maneira educada.

"Claro." disse de uma forma doce, pegando minha bolsa de volta enquanto guardava tudo lá, garantindo dessa vez que não esqueceria de mais nada.

Saindo junto dela em silêncio, observei todos ao arredor com uma certa desconfiança. Por algum motivo, minha loba estava agindo de maneira estranha, mas decidi não me importar no momento.

Pego meu Iphone para digitar uma mensagem para o Levi, avisando que mais tarde iríamos brindar esse novo e grande momento de sua vida! Eu nem podia acreditar que meu baby havia encontrado o seu companheiro! Na verdade, eu estava indecisa se ficaria feliz por ele ou preocupada pela idade tão nova, mas decidi que ficaria com a melhor opção já que era a felicidade dele.

Eu:
Filhote, acho que estou chegando antes das seis.

Eu:
Iremos brindar com aqueles vinhos importados que seu pai comprou semana passada!

Eu:
Irei ver se consigo tirá-lo do hospital para brindarmos!!! Eu estou tão FELIIIIZZ!!!

Sorrio feito uma idiota ao colocar meu telefone apoiado em meu peito, diretamente no coração. Só em pensar que meu baby está prestes a começar sua própria vida, me faz lembrar de tudo o que passei para crescer na vida e, no futuro, enchê-lo de luxo.

De uma menininha suja das favelas, rodeada de sujeira e barulho, à uma das mais renomadas modelos! Eu sou tão incrível que quase sinto vontade de chorar!

Sorrio involutariamente quando minha agente segurou uma taça em minha direção. "Obrigado, querida." falei ao brindar, "Ao futuro brilhante do meu baby!"

Após brindarmos, tomamos nosso champanhe em um pequeno momento de silêncio, rindo quando acabamos a bebida.

"Exatamente! Nosso menino cresceu e segue seus passos da melhor maneira possível. Se continuarmos assim, logo ele atingirá os cento e cinquenta milhões de seguidores em alguns dias!" riu animada.

"Eu torço pelo melhor! Meu filho merece a vida que eu nunca tive." murmurei para mim mesma antes de gritar de felicidade, "Meu filhote encontrou o seu companheiro!"

"Já consegui um médico para amanhã mesmo. Nosso pote de ouro não pode ter filhos agora, precisamos cuidar para que isso não aconteça. Imagina o escândalo?!"

"Querida! Levi têm dinheiro que dá pra viver o resto de sua vida sem se preocupar! E isso sem contar com o meu dinheiro e o dinheiro do pai dele que é todo pra ele! Meu filho não precisa se preocupar com nada, ele terá dinheiro para viver bem. Então, se ele quiser ter um filho agora ou depois, não importa!" rio

"Não é dinheiro, Kuchel. Estamos falando de fofocas. Assim que a mídia souber dessa bomba, o mínimo erro deles, será algo imenso lá."

"Isso pode prejudicá-lo muito?"

"Melhor não arriscarmos."

"Tudo bem. Conversarei com ele sobre isso. Levi anda bem distante de mim, mas eu sou a mãe dele, então ele vai me ouvir."

"Torcer pra isso, minha querida. Torcer pra isso." murmurou preocupada

"Ele vai, confie em mim. Levi não é burro." garanti de dizer isso a ela mesmo já sabendo que ela sabia.

Como eu mesmo disse, meu filho não era idiota ou burro. Poderia ser teimoso e um tanto quanto infantil às vezes, mas burro era uma coisa que ele não era.

Cruzando meus braços, respirei fundo antes de suspirar, voltando minha atenção para fora da janela, e por um momento me vi sendo arrastada para minha juventude...

Uma menina estranha e gorda, suja e pobre... Tudo o que as pessoas desprezariam de alguma forma, mas eu nunca me importei... Até certo ponto de minha vida, quando as pessoas começaram a zombar de mim, chamando-me de estranha... E depois de uma infância um tanto quanto traumatizante por bullying, comecei a emagrecer sem ter que fazer esforço algum. 

Logo após meus dezoito, minha Mãe, a única família que me restava, morreu e eu tive que me virar sozinha. Trabalhei em diversas casas no período de um ano como faxineira até que fosse trabalhar na casa dos Ackermans aos dezenove, época na qual tentei participar de um concurso de beleza, sendo nem ao menos escolhida para participar por falta de vaga. Isso foi... Traumatizante.

De todo jeito, logo quando fiz três meses trabalhando na casa dos Ackermans, pude pagar uma academia para mim e então tratei de pegar massa muscular, já que havia emagrecido demais da conta. E logo após isso, encontrei meu companheiro que havia voltado da faculdade para tirar férias. Obviamente a família dele rejeitou isso com todas as suas forças e eu não os julgo por isso, nem eu mesmo iria aceitar uma "sem teto" para meu precioso filho.

Depois do escândalo, eu fui demitida, mas dessa vez fui um pouco mais esperta e fui direto morar com um amigo, que por sinal, estava estudando na área de fotografia. Certo dia, ele precisou de um modelo e logo me pediu para modelar para ele... Ainda mal posso acreditar às vezes que, o que seria apenas uma brincadeira entre amigos, acabaria fazendo meu mundo virar de cabeça para baixo.

Meu companheiro? Bem, desde o dia que fui demitida, ele fazia questão de me encontrar às escondidas até que concluísse sua faculdade e tivesse seu próprio emprego, garantindo sua vida para nós. E por mais que negasse e odiasse, todas as vezes que nos encontrávamos, ele me dava dinheiro para que pudesse comprar o que estivesse precisando.

Voltando para o meu amigo, quando o mesmo apresentou seu trabalho, um fotógrafo famoso que estava lá para estudar e levar novos talentos juntos de si, ficou fascinado por mim e logo me quis para modelar. Então... Depois disso, tudo se passou tão rápido que me sinto perdida às vezes.

Minha carreira estourou após ele ter lançado as fotos em suas redes sociais, meu companheiro concluiu sua faculdade e agora iria para o seu estágio, recebendo o suficiente para nos manter muito bem. E sua família? Bem, eles tiveram que engolir uma aspirante a celebridade na família. E por mais que tivessem me aceitado, eu sempre sinto que nunca sou desejada naquela família e esse foi um dois maiores motivos que meu companheiro e eu nos mudamos para New York invés de continuarmos em Miami. Não muito tempo depois, aos meus vinte e três, no auge da minha carreira, tive que dar um tempo pois uma grande surpresa havia batido em nossa porta, o nosso bebê.

Quando Levi nasceu, eu nunca havia sentido tal sentimento em toda a minha vida igual aquele que senti quando pude pegá-lo pela primeira vez. Eu sabia, se ele fosse um alfa, seria um bom médico, advogado ou o que quer que fosse, ele traria felicidade para a gente e a aceitação da sua família paterna. Mas, então, os exames o declararam como um omega. Ao contrário do meu marido que chorou de pura felicidade, a preocupação me atingiu. A família dele já me odiava apenas por ser quem sou, imagina se descobrem que o nosso primeiro filho foi um omega?!

Tão rápido quanto o medo veio, a solução veio junto. Eles nunca teriam nada a falar do meu bebê pois ele sempre terá seu próprio dinheiro e sempre viverá no luxo. Ele seria diferente de mim, eu não permitiria que seu brilho fosse ocultado por nada!

Desde muito cedo, sempre o levei junto de mim para todos os meus ensaios. Naquela época, eu ainda não tinha ideia do que faria com ele, mas quando ele veio até mim engatinhando e sorriu para a câmera, naquele momento eu soube. Meu bebê seria um grande modelo!

Claro, no começo foi bastante difícil convencer o meu amor de deixá-lo entrar no meu mundo, mas com o tempo, eu consegui e com seus quatro anos, Levi fez um grande ensaio fotográfico para a Vogue com roupinhas ultra-fofas!

Conforme o tempo passava, minha carreira estourava cada vez mais, assim como minha conta bancária que aumentava de uma maneira absurda sempre que posava. E parecia ser hereditário, pois logo nos seus primeiros anos atuando como modelo, Levi ganhava cerca de vinte/trinta mil dólares por aparição em qualquer evento. Assim como nós, meu marido ia crescendo bastante em sua própria profissão, se tornando um grande neurocirurgião.

Sou tirada dos meus pensamentos pelo toque incessante do meu celular, atendendo, sorrir no mesmo momento.

  - Querida, vi suas mensagens. O que houve?

"Você não vai acreditar! Hanji deixou escapar que Levi encontrou seu companheiro! Nosso bebê está crescendo, amor!" falei emocionada

  - Espera, espera. O que? Levi o que? Como? Quando? Já? Tão rápido?

"Eu também fiquei muito preocupada, mas cheguei na conclusão que não me importa! É a felicidade do meu baby! Se ele estiver feliz, eu estou mais!"

  - Kuchel, desacelere...

"Não se preocupe. Kim já marcou uma consulta para amanhã. Você não será avô antes do tempo." rir

  - Avô? Se você acha que isso vai acontecer... Só por cima do meu cadáver, Kuchel! Levi é inocente! Você não vê?!

"Querido... Deixe de ser tão dramático. Já tivemos a idade dele, uma hora ou outra vai acontecer. Como pais, não devemos só apoiá-lo moralmente, mas sim de várias formas."

  - Eu sei, querida...! Mas se você ficar incentivando ele a ir pro médico especialista, ele vai se interessar por sexo!

"Pela fé, né? Levi já passou pelo seu cio, ele sabe MUITO bem o que é transar e quando vai QUERER. Não há pai, mãe ou qualquer coisa que impeça um omega de dar quando ele quer." falei tentando não rir, mas acabei por rir quando Kim e eu trocamos olhares.

  - Vou falar com o Levi. Tchau.

"Espera, amor..." choraminguei

  - O que?

"Um beijinho?"

  - Em casa.

"Ah, antes que eu esqueça de vez, venha cedo para casa. Iremos brindar esse momento da vida do nosso filhote. Da próxima vez, espero que nosso genro esteja conosco."

  - Eu vou ligar para o Levi. Quero entender melhor.

"Você já entendeu..."

  - Preciso ouvir dele.

"Deixe de bobagens! Se ele quiser dar, é só dar! É adolescência, querido! É fogo na saia!"

  - Tchau.

Franzo o cenho quando vi que ele havia desligado, "E então?" riu

"Você ganhou a aposta. Ele pagou de doido. Irei depositar logo quando chegarmos em casa." falei tentando conter minha risada, "Coloca mais um pouco de Champanhe que estou muito feliz, Kim!"

"Você realmente é imparável, Kuchel." sorriu

"Eu? Pra falar a verdade, nem acredito que você leu tão bem meu marido naquela época. Como pôde apostar que ele pagaria de doido invés de não aceitar logo de cara?"

"Um palpite de sorte."

"Amo seus palpites de sorte." Após dizer isso, fui nas mensagens para ver se Levi havia me respondido, franzindo o cenho em confusão quando vi que não.

"O que houve, querida?" questionou Kim.

"Levi não me respondeu... Eu te disse. Ele está bem distante de mim. É uma fase, eu sei, mas ainda sim é chato." falei emburrada ao guardar meu celular na bolsa.

"Senhoras, chegamos." avisou o motorista com educação. Sorrimos com a notícia, já começando a nos preparar para sair.

Antes que pudéssemos sair, o toque do celular do motorista foi ouvido por nós. "Desculpe." murmurou sem jeito.

"Não têm problema." sorrir, "Atenda. Já estamos saindo, então poderá ter privacidade."

"Obrigado, senhora." murmurou com um pequeno sorriso, atendendo logo depois que saímos. "Pois não?"

"Kuchel, vamos." chamou Kim ao colocar seu óculos de sol de volta.

"Claro." murmurei, ajeitando minha saia sem dar muita atenção para nada ao meu arredor.

"Como assim?!" ouvi Carlos questionar em pânico, olhando para nós desesperado. "Senh-"

"Desculpe, Carlos. Agora não vai dar, estou atrasada com meu horários." falei já saindo de onde estava.

"Mas..."

"Depois você me diz, se for algo de casa, pode ir resolver. Pedimos um táxi ou algo do tipo." gritei alto o suficiente para ele ouvir de onde estava, voltando a minha postura séria quando entrei no prédio.

"Senhora Ackerman, por favor, me siga." pediu Petra, uma das assistentes da minha amiga.

"Claro." sorrir, tentando evitar aquele sentimento estranho novamente.

"Como está o Levi?"

"Ah, querida, ele está ótimo! Teve uma sessão hoje cedo, agora deve estar nas lojas favoritas dele. Acredita que encontrou o seu companheiro?" falei animada e isso a fez sorrir.

"Sério?! Que bom! Levi merece ter alguém que o ame muito. E o senhor Ackerman? Qual foi a reação dele?"

"Ele fingiu não entender nada da situação, acredita? Já sobre o Levi...Como você já sabe, ele é muito teimoso e já está brigado com o pobre alfa." ri ao lembrar da forma como ele ficou emburrado quando Hanji comentou sobre ele ser teimoso.

"Espero que eles logo se entendam. E que o senhor Ackerman aceite logo o Destino."

"Eu também. Até porque quero conhecê-lo logo."

Petra sorriu com isso, abrindo a porta do local onde acontecia as sessões de fotos. "Vamos trabalhar?"

"Claro."  Ao dizer isso, foi quando eu realmente aceitei que algo estava errado. Minha loba uivava de preocupação e isso fez com que tudo ao meu arredor ficasse em câmera lenta.

Olhando em volta, senti minha respiração se tornar ofegante. Algo estava errado, minha loba uivava para mim mesma, fazendo meu coração bater acelerado conforme o medo crescia.

"Kim!" gritei, minha voz soando mais desesperada do que eu planejava.

Ela, que estava sentada, imediatamente se levantou e veio até mim. "Kuchel, querida, o que houve?"

"Ligue pro Levi. Mande ele voltar imediatamente para casa agora! Tive um mau pressentimento. Irei ligar pro Kenny agora." mandei, retirando meu celular da bolsa.

Ela faz o que eu pedi de imediato, digitando o número decorado com toques rápidos antes de pôr na orelha, franzindo o cenho quando se passou cinco toques e nada do Levi atender. Conhecendo bem ele, ele atenderia logo no quinto pois odiava números pares.

Bato meu pé impacientemente na espera do Kenny atender e quando o mesmo o fez, me desesperei.

  - Querida, eu já iria ligar pra você. Estou tentando ligar pro Levi há minutos e sempre dá como desligado.

Sem conseguir pensar em algo para falar, voltei minha atenção para Kim, que havia voltado a tentar entrar em contato com ele.

"Kim?" chamei

Ela olhou para mim com preocupação, colocando a chamada no viva voz para que eu pudesse ouvir: "Está fora de área ou desligado."

"Entre em contato com todos os amigos dele, Kim. Eu estou voltando para onde estávamos, eu preciso checar as câmeras. Meu filho não fugiria."

Como se a desgraça quisesse bater de uma só vez, Carlos, meu motorista, adentrou a sala.

"Senhora, por favor, me ouça!"

"Não estou com tempo! Se continuar insistindo, vai ser demitido!" gritei irritada

"Charles, o motorista que ficou de levar o Levi para o shopping acabou de ligar pra mim."

"Perfeito! Passe-me o telefone. Quero falar com ele e mandar ele trazer meu filho de volta pra casa."

"Charles acabou de dizer que foi atacado, senhora. Momentos antes do senhor Levi entrar no carro." explicou rapidamente

"Kenny..." chamei

  -Kuchel? O que houve? Você parou de falar do nad-

"Chame a polícia, Kenny."



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