História Meu alfa - O egoísmo de Naruto

Pov's Naruto

- Ele não consegue ficar longe de você mesmo né? Como te achou será? - Me virei novamente pra Neji.

- Sasuke sempre dá um jeito de me achar - Ri de leve com a piada interna. - Bom, se eu puder ajudar de algum jeito, ou se quiser conversar de novo me avisa. - Falei me despedindo e abrindo a porta para sair.

- Tá bom, valeu pela conversa Naruto - Ele agradeceu, acenei de volta. - Tchau Sasuke. - Ele o cumprimentou também e eu fechei a porta.

Logo ele partiu.

- Vamos embora também? - Perguntei a Sasuke.

- Vamos, o que estavam fazendo? - Sasuke perguntou num tom neutro quando íamos em direção ao seu carro.

- Conversando, você sabia que nossas famílias são de algum tipo de classe alta, vinda de algum tipo de boa linhagem ou sei lá? - Perguntei entrando no novo veículo.

Ele entrou também e respondeu enquanto dava partida.

- Sabia sim.

- E porque nunca me disse?

- O assunto nunca surgiu. - Deu de ombros. - Porque estavam conversando sobre isso dentro do carro dele?

- Aparentemente ele e Tenten não podem ficar juntos porque ela não é de uma família "boa" - Fiz aspas com os dedos. - Eu queria saber o que estava acontecendo e entramos no carro porque estava muito frio.

- Humm. - Ele murmurou ligando a música.

- Ficou com ciúmes? - Perguntei rindo quando me toquei do que ele sentia.

- Fiquei. - Respondeu enquanto manobrava pra sair da vaga. Ele nem tentou mentir.

Os nós dos seus dedos brancos com a força que segurava o volante.

- E ficou bravo comigo? - Questionei tentando entender sua reação.

Sasuke virou pra mim antes de sair de vez do estacionamento.

- Você estava conversando com um amigo, não tem porque eu ficar bravo, mas teria algo de errado comigo se eu não sentisse ciúmes de você no carro de outro alfa, então estaria mentindo se dissesse que não fiquei irritado quando vi vocês dois ali. - A intensidade dos seus olhos negros me mostrava que realmente ele não tinha ficado feliz.

- Você sabe que não tem com o que se preocupar né? Sabe que se estivesse acontecendo qualquer coisa você saberia, já que somos ligados, além do que jamais aconteceria nada porque....

- Sei Naruto, sei de tudo isso. - Me interrompeu. - Mas você é meu ômega e eu não gosto de ver você sozinho com outros alfas. E claro que eu sei que você tem amigos, assim como eu tenho também, e tudo bem mas acho que não consigo não me sentir incomodado e penso que você também não conseguiria...

Parei pra pensar sobre o que ele dizia, abri e fechei a boca várias vezes sem saber direito o que falar. No fim ele tinha razão, eu também ficaria incomodado.

- Bom, quando ficar irritado assim de novo tenta se lembrar que eu sou seu de todas as formas possíveis. - Me inclinei e beijei seu ombro carinhosamente. - Quando eu me sentir assim vou tentar pensar nisso também.

O modo como ele estava agindo me deixava muito feliz, eu sabia que com seu gênio não era muito fácil suprimir os instintos e naquela situação ele estava sendo bem racional apesar de eu saber o quanto isso estava custando ao seu autocontrole.

- Vou tentar. - Seu aperto no volante se suavizou e ele deu um meio sorriso.

Ele parecia mais calmo mas eu queria continuar conversando pra que sua mente se distraísse.

- E como foi a conversa com Sasori? O que ele disse? - Iniciei outro assunto.

- Na verdade ele falou bem pouco, mas ele tá confuso com muitas coisas e eu tentei dar uns conselhos... Acabei contando sobre eu ter te marcado. - Ele desviou o olhar da rua pra mim me avaliando.

- E como ele reagiu a isso? - Perguntei naturalmente.

- Ficou surpreso, mas levou numa boa... - Fez uma pausa. - Tudo bem por você eu ter contado?

- Tudo Sas, não acho que nossa marca seja algo vergonhoso e se você contou é porque achou necessário mas tenho que admitir que é estranho...

- O que é estranho?

- Você decidir tentar ajudar eles, normalmente você não se importa tanto com essas coisas.

Ele ficou em silêncio.

- Porque decidiu ajudar? - Eu estava muito curioso pra deixar passar.

- Bom, sei lá, ele só me lembrou a alguém.

- Quem?

- Adoro essa música. - Ele desconversou fazendo menção a Put It on Me - Matt Maeson que tocava no rádio.

Eu queria insistir em a quem ele se referia mas decidi fazer outra pergunta no lugar.

- Se eu não fosse de uma família dessas você não poderia ficar comigo? - Paramos em um semáforo então ele se voltou pra mim.

Apesar de já termos saído desse assunto ele prontamente entendeu ao que eu fazia menção.

- Não. - Ele respondeu e meu estômago pareceu afundar.

Fiquei em silêncio e ele apoiou a mão na minha perna terminando de responder.

- Minha mãe não ia gostar mas não é como se isso fosse significar algo pra mim em comparação a alguém que eu amo então ficaria com você não importa o que. - Completou fazendo meu órgão voltar a posição original. - Sabe que quando eu quero uma coisa não tem muitas pessoas que possam me impedir de conseguir. - Piscou de forma convencida pra mim.

Eu ainda pensava em suas palavras quando a luz verde nos iluminou e ele voltou sua atenção ao pouco trânsito que nos cercava, tirando sua mão da minha perna e a colocando de volta ao câmbio.

- Pare de pensar sobre isso, nós estamos juntos, minha mãe te adora, tudo está certo. - Ele voltou sua mão a minha depois de trocar de marcha, fazendo um carinho reconfortante.

- Ufa... Por um momento fiquei preocupado. - Finalmente consegui engolir o bolo na minha garganta e fazer presente minha voz novamente. Eu ri pra quebrar o clima e aliviar as cordas vocais que pareciam estranhamente enferrujadas.

Era assustador como só o fato de pensar sobre não poder ficar junto de Sasuke já causava esse pavor que gelava meu sangue, isso devia ser efeito da ligação mas será que Sasuke também se sentia assim ou era um sentimento particularmente meu?

- Queria poder ajudar eles.... - Comentei por fim tentando desviar os pensamentos de mim mesmo.

- Se eles querem ficar juntos deveriam dar seu próprio jeito. - Levei um pequeno choque de realidade com essas palavras, as vezes eu esquecia como Sasuke podia ser frio e desinteressado.

- Eu sei, mas se tivesse um jeito de ajudar você ajudaria né?

Ele me olhou de canto e então voltou sua atenção a frente de novo enquanto estacionava na frente da sua casa. Nem percebi que já havíamos chego até o carro parar.

- O que você não me pede chorando que eu não faço sorrindo? - Jogou a piada no ar.

- Para de brincar, a pergunta é séria. - Bati em seu ombro sem conseguir impedir o sorriso em meus lábios.

- Mas a resposta também foi séria, se fosse você que me pedisse eu ajudaria. - Respondeu como se aquilo fosse óbvio fazendo minhas borboletas adormecidas levantarem vôo ao contemplar aquele sorriso pretensioso de tirar o fôlego.

- Eu realmente menti pro Neji. - Falei sem pensar com minha mente sobre o efeito alucinógeno da beleza daquele alfa.

- Hm? Mentiu sobre o que? - Ele virou sua atenção a tarefa de desafivelar nossos cintos de segurança depois de desligar o carro.

Sua pergunta me fez corar levemente com meus próprios sentimentos e fiquei súbita e inesperadamente com vergonha de responder.

- Nada. - Respondi já me vendo livre e saindo rápido daquele pequeno espaço.

Ele saiu também e veio com a chave abrir a porta da frente.

- Agora você vai ter que falar. - Minha esquiva o tinha deixado curioso.

Quando a porta se abriu me apressei pelas escadas tentando pensar em alguma mentira convivente pra me livrar de ter que dizer a verdade.

- Naruto, pra onde você acha que pode fugir? - Sua voz chegou a mim quando estávamos os dois no seu quarto. - Está me deixando mais interessado assim.

- Não estou fugindo, não era nada. - Voltei a desconversar me dirigindo ao seu banheiro e tirei a roupa entrando na água quente.

Eu não tinha conseguido pensar em nada e ele saberia se eu mentisse mas Sasuke não podia me obrigar a falar.... Podia?

- Então porque estou sentindo que você tá constrangido? - Ele veio e entrou junto comigo.

- Não estou, e pra de usar nossa ligação pra tudo!! - Peguei o shampoo e comecei a esfregar meu cabelo.

- Como assim usar pra tudo? - Ele tirou minhas mãos do lugar e começou a fazer a tarefa pra mim.

- Como me achou aquela hora no estacionamento? - Perguntei já sabendo a reposta.

Estávamos de frente um pro outro, seus braços se mexiam ao lavar meu cabelo fazendo seus ombros subirem e descerem até que ao ouvir meu questionamento parou, mordeu os lábios e não respondeu.

- Viu, você usou ela pra me achar, e agora tá usando pra tentar descobrir o que eu não quero falar. - Enxaguei a espuma.

- E porque você usa seu braço pra tudo? - Sua resposta em forma de pergunta veio quando eu já finalizava o condicionador.

- O que? Do que você tá falando? - Me pegou de surpresa porque achei que tínhamos encerrado o assunto.

- Seu braço, porque você não para de usar ele? - Ele lavava o rosto de olhos fechados então não pode ver minha cara de incredulidade.

- Como assim? Porque eu pararia de usar meu braço?

Ele terminou e voltou a me olhar.

- Exatamente, porque eu pararia de usar a ligação se ela é uma parte de mim agora? - Seu olhar era confiante de quem cantava vitória.

- Agora é isso que você acha? Quando eu usei nossa ligação pra descobrir algumas coisas você ficou super bravo, mas agora está tudo certo? - O confrontei.

Peguei uma das toalhas que estava pendurada e saí dali me enxugando. Ele fez o mesmo poucos segundos depois.

- Acho que usar a ligação pra te encontrar e sondar suas emoções como sempre fizemos, não se iguala a usar para descobrir um grande segredo, ainda mais se fosse pelas suas costas. - Ele devolveu.

- Mas você agora mesmo não está tentando descobrir um segredo meu?

- Estou, mas pra isso estou ter perguntando diretamente e não investigando por ai sem seu conhecimento. 

O encarei por uns segundos enquanto formulava uma resposta mas demorei demais e isso só fez seu convencimento aumentar.

- Para de me olhar assim. - Falei enquanto colocava uma bermuda cinza e um moletom branco meus que tinha deixado ali já jogando a ele outro par seu de roupas iguais, só que com cor preta.

- Assim como? Só estou esperando.

- Esperando o que? - Peguei o secador na cômoda, estava muito frio para dormirmos de cabelos molhados. - Senta e fica quieto. - Apontei para a cama e liguei o aparelho na tomada.

Ele fez como eu pedi, me ajoelhei no colchão atrás dele e comecei a passar o secador por seus cabelos. Não me recebi uma resposta enquanto isso, o barulho não me deixaria ouvir mesmo.

Quando seus fios estavam secos o suficiente comecei a secar os meus próprios e ele se deitou do meu lado quieto até eu terminar.

- Esperando você me responder porque não para de usar seus braços. - Sua voz veio logo quando desliguei por fim o secador. Ele realmente não queria desistir daquela comparação idiota.

Enrolei o cabo de qualquer jeito, deixei em cima da cômoda mesmo e me deitei ao seu lado ligando o ar condicionado numa temperatura mais agradável.

- Olha aqui, eu não paro de usar meu braço porque ele não afeta a vida de ninguém, já a ligação.... - Entrei embaixo do cobertor. - E pare de falar como se isso fosse um membro extra que nasceu nos nossos corpos.

Ele riu.

- O que? - Perguntei virando de lado para ficar de frente pra ele que se apoiava com a mão na cabeça.

- Nada... - Ele me puxou pela cintura fazendo meu corpo se juntar ao seu e me beijou.

O falatório tinha acabado.

Sua língua brincava de forma travessa com a minha, sua mão entrou por baixo do meu moletom e com seus dedos começou a brincar com meus mamilos.

Gemi em sua boca quando ele se impulsionou pra cima de mim com uma perna entre as minhas.

- Sas... acho que não consigo mais uma vez hoje... - Parei o beijo pra falar quando sua mão desceu até meu pau que apesar do que eu dizia se mostrava bem pronto.

- Quem é que disse que sempre estava preparado pra mim? - Ele riu e voltou a me beijar.

- Eu sei... - Respondi entre o beijo - Mas....

- Shii... - Ele se separou e não voltou a me beijar dessa vez, afastou seu rosto do meu e só ficou ali parado me olhando. - Não vamos fazer, só brincar um pouquinho pra relaxar antes de dormir. - Ele passou lentamente a mão por cima do tecido.

Segurei em seus ombros e arqueei mais o corpo em direção a sua mão.

Seu sorriso aumentou.

Ele passou a mão por dentro e começou bem devagar, descendo e subindo, sem pressa nenhuma.

- Sas.... - Gemi.

- O que? - Ele fingiu não saber o que eu queria.

- Mais rápido. - Pedi apertando mais seus ombros.

- Hmmm... - Ele acelerou um pouco mas não o bastante.

Ele estava me provocando, e eu já estava ficando dolorido.

Tentei tocar no seu, quem sabe se eu também o estimulasse ele se apressasse, mas ele não deixou, segurou meu braço direito entrelaçando nossos dedos apoiando-se na cama enquanto me prendia e continuou no mesmo ritmo.

Me contorci enquanto o sorriso não deixava seus lábios.

Quando achei que não podia ficar pior ele parou completamente e só continuou circulando com os dedos pela cabecinha molhada.

- Mas que merda - Gemi em reprovação o encarando. - Porque tá fazendo isso?

- Bom, como você disse, nossos braços não interferem na vida de ninguém então achei que podia parar e você não se importaria. - Sua voz saiu da forma mais falsa e inocente possível e eu abri mais os olhos em espanto entendendo o que ele estava fazendo.

- Você só pode tá de brincadeira Sasuke - Bufei e joguei a cabeça pra trás sem acreditar na ousadia.

- Não estou brincando, só provando um ponto. - Sua mão não tinha deixado meu pau e aquilo já era cruel.

- Então a sua ideia é me torturar até que eu fale? - Tentei empurrá-lo mas ele não deu espaço. - Muito maduro, muito melhor do que investigar pelas costas, porque não pensei em fazer isso?

Eu estava completamente irritado mas o sorriso maroto não saía dos seus lábios.

- É outro modo de ver as coisas... Se você tivesse feito isso. - Apertou um pouco onde me segurava fazendo mais um gemido/grunhido irritado sair da minha boca. - Garanto que eu falaria rapidinho.

- Urgh... - Ofeguei. - Então tá, se não vai fazer nada me deixa sair. - Mandei.

- Hmmm, tudo bem... eu estava pensando em usar a boca pra te recompensar mas já que o que você não quer falar é tão importante, fique a vontade... - Ele tirou de vez a mão e saiu de cima de mim.

- Tem horas que eu te odeio. - Falei enquanto sentava na cama.

- Não odeia não. - Ele não parecia nenhum pouco preocupado com meu mau humor.

- Tudo bem, não odeio, mas você abusa. - Me levantei e caminhei até o banheiro.

Sua risada saiu alta dessa vez.

- Se eu não vou ter o que eu quero você também não vai, parece justo pra mim. - Só podia ouvir sua voz enquanto entrava novamente no banheiro.

Se ele queria brincar eu podia brincar também.

Deixei a porta entreaberta, fiquei próximo a ela, de costas, e liberei feromônios enquanto me resolvia sozinho, meu membro estava totalmente em pé, duro, firme, com as veias saltadas e pegajoso no ponta. Esfreguei ali lentamente e sabendo que ele estava ouvindo tudo fiz questão de que os sons molhados se fizessem audíveis, sondei pela ligação sua excitação crescendo e um sorriso brotou em meus lábios também.

- O que você acha que tá fazendo Naruto? - Sua voz não parecia mais tão confiante quando ele apareceu mais perto, quase chegando até ali, bem como eu queria.

- Resolvendo sozinho já que meu namorado é um idiota. - Me encostei na porta fazendo ela se fechar com ele pra fora.

- Merda, me deixa entrar. - Ele pediu com a voz rouca.

- Não, você teve sua chance. -Respondi já com dificuldade de falar pela excitação. - Pode ficar ai e... aproveitar o show.

Ouvi ele grunhindo.

Não pude deixar de rir.

Soltei um pouco mais de feromônio para tornar as coisas ainda mais difíceis e continuei me masturbando, apesar de não ser bem a mão que eu queria o ritmo agora era certo e eu estava chegando lá.

- Acha que venceu não é? - Ouvi ele dizendo ao mesmo tempo que ouvi uma batida na porta.

Comecei a ser pressionado pela ligação, ele queria que eu abrisse e estava tentando me fazer ceder, eu sempre sucumbia as suas vontades mas hoje ele tinha abusado de verdade então continuei firme sem prestar atenção nele até gozar forte e finalmente me liberar.

- Puta que pariu. - Proferiu entre dentes percebendo que eu tinha acabado.

Me joguei pra trás cansado encostando totalmente na porta e descendo até estar sentado no chão.

- Que droga Naruto!! - Ouvi seus passos se afastando da porta, eu exibia um sorriso cansado.

Tirei uns minutos para recuperar o fôlego e limpei a bagunça que fiz antes de voltar para a cama, estávamos em silêncio, eu sabia que ele estava bravo e ele sabia que eu tinha ganho essa. Me deitei ao seu lado mas não sem perceber que ele aparentava estar bem duro por baixo do shorts.

- Se você não fosse um idiota pretensioso eu poderia te ajudar a resolver isso.

Ele estava deitado de barriga pra cima com os braços apoiando a cabeça e só revirou os olhos sem falar nada.

Orgulhoso como sempre.

Dei de ombros e me virei de costas na intenção de dormir já que ele parecia irritado e sem vontade de conversar, mas antes que eu me arrumasse direito o ouvi suspirando e senti sua mão puxando meu braço.

- Tem horas que eu te odeio. - Ele me puxou pra deitar no seu peito e eu não ofereci resistência, afinal aquele era meu travesseiro preferido.

Eu não pude deixar de rir de sua colocação, ele estava pedindo trégua.

- Não odeia não. - Respondi seguindo o roteiro.

- Tudo bem, não odeio, mas você abusa. - Ele também se manteve fiel ao papel.

Ri em seu peito e me aconcheguei mais nele.

Uma de suas mãos começou a acariciar meu cabelo, e todo o cansaço que eu senti de repente se tornou demais, meus olhos começaram a se fechar, eu tinha esgotado todas as minhas forças hoje.

Um pouco antes de realmente cair no sono eu contei o que ele tanto queria saber, não parecia mais tão constrangedor quando eu estava quase perdendo a consciência.

- Eu disse ao Neji que queria saber da situação dele porque eu era altruísta, mas durante nossa conversa eu percebi que eu tenho um lado seu que ninguém mais tem, quando você é carinhoso e gentil comigo, fazendo coisas que não são típicas de você só porque eu estou envolvido... eu percebi que gosto muito mais disso do que deveria... então eu menti. - Minha mente estava ficando nublada de sono e eu não sabia se minhas palavras estavam fazendo sentido.

Acho que realmente eu não estava sendo muito coerente porque ele demorou a me responder.

- Mentiu porque se acha egoísta por me querer assim só com você? - Sua pergunta parecia vir de tão longe.

- Sim, eu sou um egoísta fodido. - Foi só o que eu consegui responder antes de tudo ser abafado quando cedi a minha exaustão.

Em meus sonhos, lá no fundo acho que ouvi sua próxima resposta "Só você pode ser egoísta comigo então aproveite mesmo Dobe". Ou talvez eu tenha sonhado com isso.

Pov's Sasuke

Na manhã de sábado acordamos bem depois do almoço, e passamos o dia juntos, depois da nossa briga, de ficar mais de uma semana separados e de saber que talvez ficaríamos 4 meses longe um do outro, um tempo juntos era tudo que precisávamos pra por as coisas em dia.

A semana se iniciou e o tempo foi passando, o mês de Outubro chegou, as provas finais também se aproximavam, dali mais ou menos 1 mês, mas agora que estávamos juntos Naruto não ia tão mal no colégio então esse não era um dos problemas em nossa lista.

Contudo os resultados do vestibular estavam pra sair, e cada dia que passava eu estava mais próximo de viajar para outro continente. Naruto não me deu espaço de escolha, tive que enviar todas as minhas documentações e minha vaga já estava certa.

Era uma quinta-feira, um dia antes do resultado do vestibular, quando um e-mail chegou com as informações do dia da viagem, eu iria no dia da nossa festa de formatura, o vôo saía as 23h30 e as passagens já estavam ali anexadas.

- Bom, 23h30, a festa começa as 20h você pode ficar um pouco.... - Naruto soou feliz e otimista mas ele estava bem longe de me enganar.

- É, posso te levar e podemos dançar uma música ou duas. - Concordei fechando o notebook.

- É, e.... - Ele não terminou a frase.

- O que foi? - perguntei me sentando em sua cama e o puxando para meu colo.

- Meu próximo cio vai cair alguns dias antes, pelo menos esse você vai passar comigo, depois teremos uns sozinhos....

- Então vamos aproveitar esse. - Beijei seu pescoço de uma forma que eu sabia que o fazia sentir cócegas.

- Paraaaa - Ele me empurrou e tentou levantar mas eu não deixei. - Sas!!! - Ele gritou quando acabamos caindo na cama devido ao seu desespero.

Ficamos rindo que nem bobos depois disso mas logo seu sorriso diminuiu.

- Amanha saí o resultado da universidade e eu estou meio...

- Inseguro? Tenso? - Completei.

- É... entre outras coisas. - Ele confirmou.

- Hmmm, quer transar pra expulsar a tensão? - Ofereci passando a mão sentindo seu abdômen por cima da sua camisa, aproveitando minha posição privilegiada em cima do seu corpo.

Ele riu e revirou os olhos.

- Nem tudo nessa vida se resolve com sexo Sasuke - Me empurrou pra dar espaço pra ele se levantar e foi o que eu fiz sem insistir, eu não me importaria de transar agora mas o objetivo era só desviar sua atenção.

- Mas você tem que admitir que a vida fica mais fácil quando estamos transando - Me sentei enquanto ele se colocava de pé.

- Credo, você sempre foi tão tarado assim? - Ele pegou uma jaqueta no seu armário enquanto falava.

- Não, só desde que estou com você. - Me levantei o abraçando por trás e apoiei a cabeça na curva do seu pescoço cheirando aquele ponto.

- Mentiroso.... - Ele murmurou - Você anda me cheirando muito - Comentou. - Por acaso estou com algum cheiro estranho esses dias?

Não pude deixar de rir e o soltei.

- Não, só estou tentando memorizar seu cheiro o máximo que consigo. - Respondi e percebi que falei a coisa errada quando vi pelo espelho do armário seu olhar ficar um pouco mais triste, ele sabia do que eu estava falando. - Ei, não fica assim - O virei pra mim. - Você sabe que vai passar rápido e que vamos ficar bem né? - Beijei sua testa tentando corrigir o momento.

- Eu sei. - Ele chacoalhou a cabeça como se assim pudesse espantar todos os pensamentos ruins. - Vamos, estou morto de fome e nossos pais estão esperando. - Ele avisou já me puxando.

Naquela noite jantamos juntos com nossos pais, Kushina cozinhou e entre várias risadas e boas conversas foi uma noite ótima.

Quando abri os olhos na manhã seguinte Naruto já tinha o computador aberto no seu colo.

Demorei um pouco pra me acostumar com a luz e quando pude ver claramente ele estava logado no site do resultado, uma lista de nomes que eu não conseguia ler direito aparecia na tela.

- Naru....? - Perguntei levantando meu tronco nos cotovelos e tirando o cabelo que caía sobre meu rosto. - O que tá fazendo? Porque não me acordou?

- Eu estava muito nervoso.... - Ele parecia muito concentrado enquanto lia os nomes atentamente.

- Hmm, ok, está vendo o seu? - Me ajeitei melhor pra poder ver a tela e quando consegui ele tirou o notebook do colo e me abraçou forte.

Fui pra trás com o impacto do seu corpo mas o segurei.

- O que? o que foi? Você passou? - Perguntei olhando sobre seu ombro, tentando entender o que ele tinha visto na tela.

Quando minha visão se focou constatei que era o meu nome que estava escrito, aquela era a lista de aprovados em medicina.

- Você passou!! Parabéns Sas!! - Ele me soltou e olhou nos meus olhos, parecia genuinamente feliz.

- Obrigada. - Agradeci bagunçando seu cabelo loiro amassado pelo sono recente.

- Achei que veria o seu primeiro... - Respondi pegando o computador e passando para o meu colo afim de buscar pela lista de Ed. física mas percebi que já tinha outra aba aberta nessa lista.

- É... eu já vi o meu... - Sua resposta chegou baixinha aos meus ouvidos.