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História Meu amado sensei - Baques em dias cheios


Escrita por: jewellershands

Notas do Autor


Cumprindo minha promessa, o terceiro capítulo pronto, agora posso me recolher para dar sequência aos próximos hahah
Pelo visto, vou engatar mais alguns e espero conseguir postar de novo com mais frequência!

Espero que gostem, capítulo bem tranquilo, para costurar alguns enredos.
Boa leitura! ;)

Capítulo 26 - Baques em dias cheios


Fanfic / Fanfiction Meu amado sensei - Baques em dias cheios

Quando Sakura atendeu ao terceiro toque, praguejou por não terem adicionado um serviço de bina ao hospital. 

- Testuda! 

- Ino… - disse cansada, não estava com tempo para suas brincadeiras ardilosas - Estou com tanto trabalho aqui…

- E acha que é a única? Sabe quantos pedidos eu atendo? Pelo menos uma vez ao dia alguém quer mandar flores ao Naruto! Imagine só! 

- Você está exagerando. 

- Talvez um pouco. 

- Ino…

- Ai, Sakura, tudo bem! Vez ou outra isso acontece, pode ficar sozinha com o fardo de trabalhar incessantemente e não ser valorizada. 

- Já posso desligar?

- Só se estivermos combinadas.

- Combinadas?

- Sim! - visto que Sakura nada responderia, Ino completou: - Claramente vamos almoçar juntas, como sempre fazemos, e você vai me contar quem tem te mantido ocupada…  

Um arrepio percorreu Sakura.

Não por ter ficado apreensiva com Ino a pressionando pela milésima vez, mas pelas memórias que acessava toda vez que pensava nele. 

Lembrava de Kakashi e sua cama e sentia que estava em uma realidade sórdida demais para que envolvesse a Yamanaka. 

Definitivamente precisava de um plano. 

- Onde? - foi o que pode perguntar, analisando o relógio na parede oposta.  

- No meu restaurante preferido, às 14h. - Ino disse, completando os pensamentos de Sakura. 

Ótimo. 

Teria 3h para pensar em uma história perfeita.

Depois que o telefone ficara mudo, a ideia já não parecia mais tão promissora. 

Não fazia a menor noção do que dizer e a última suspeita de Ino embrulhava-lhe o estômago.

Não tinha nada contra aquele jounin, inclusive o tinha visto recentemente, curiosamente saiam para trabalhar quase no mesmo horário. E além de vizinho de Kakashi, era um shinobi incrível... Até mesmo atraente.

Mas eles eram perigosamente associáveis, o que apavorava Sakura. 

De todo modo, ela tinha que criar um enredo novo e suficientemente cativante para satisfazer Ino Yamanaka. 

Até mesmo escrevia alguns nomes sobre o verso de uma folha, quando escutou pequenas batidas em sua porta. 

Assustada, escondeu rapidamente a folha que rascunhava e permitiu que quem fosse entrasse logo.

Hideki aparecera e Sakura pode ter certeza que aquele dia estava a consumindo em uma grande onda de má sorte. 

Claro que não era tão inusitado Hideki chamá-la para resolver alguma pendência, afinal Shizune o tinha escalado àquela função muito antes. 

Só que não estava sobre a melhor circunstância. 

- Sakura-san, precisamos de você na enfermaria.

Sakura soltou um longo suspiro. 

Enquanto o seguia pelo corredor, tentava imaginar o que lhe esperava para que fosse tão urgente, a ponto de tirá-la de sua sala. 

- Esse jaleco lhe caiu muito bem. 

Sakura uniu as sobrancelhas, olhando para suas roupas, era um jaleco como todos os outros. 

Não fosse justo aquele que Kakashi lhe deu. 

- Ah, obrigada… - respondeu ainda um tanto perplexa e quando notou seu olhar sentiu as bochechas quentes. 

O jaleco era só um protesto, ele tentava flertar com ela em pleno hospital. 

Sakura balançou a cabeça, mesmo que cogitasse a ideia, Ino conhecia todos daquele lugar… Ele não seria suficiente.

Mas quando entrou na enfermaria e os avistou, o lampejo que a atingiu fora claro: tinha a solução perfeita.

Antes de Hideki abrir a porta, já tinha avisado: - Eles insistem que te conhecem…

E realmente conheciam.

Lá estavam Suigetsu, Karin e… Juugo, a liga perfeita para sua história! 

Enquanto Suigetsu estava jogado sobre uma cadeira com rodinhas, as pernas espaçadas como se estivesse em sua casa e Karin escorada em uma pilastra… Ele tentava passar despercebido ao fundo, de braços cruzados, o corpo em completa tensão. 

Um sorriso fraco brincou em seus lábios diante todo o cenário. Mesmo diante seus planos, não podia negar que sentira algo próxima de saudade daqueles três.

Tinham passado tempo suficiente para que acostumasse com o jeito de cada um. 

Em como Suigetsu parecia ter detestado Hideki e sua desconfiança e Karin, quem ganhara muito rápido intimidade com as enfermeiras de plantão.

Claro, como o Juugo… Bem, continuava sendo o típico garoto apreensivo e resguardado que observava tudo de longe. 

Um tempo conversando com eles foi suficiente para lembrar como tínham a incrível habilidade de atrair todo tipo de confusão com eles. Isso e como o fato de Tsunade ser uma mulher limites a irritava profundamente. 

- Ela disse que começaria uma pesquisa com vocês? Esse mês? 

- Isso mesmo, oferecemos nosso corpo, depois de toda aquela confusão. - Karin disse, enquanto analisava as suas unhas, sem muito interesse e como se tivesse falado algo muito natural e corriqueiro. 

- Mas ela está de férias! No país da Água! 

- Ah, ela mencionou que estaria mesmo.

- Sinto muito, mas não posso prosseguir com um experimento que sequer tenho conhecimento… Deveriam ter vindo semana passada, com ela presente! 

- Ora essa, estávamos ocupados, Sakura! Acha que não temos vida? - Suigetsu acrescentara.

- Mas agora não consigo fazer nada… Nem minha equipe estava esperando isso, não é mesmo, meninas? - Sakura tentou pedir amparo para suas enfermeiras, mas então notou. 

Nenhuma delas a olhava. Estavam, inclusive, tentando desesperadamente disfarçar com alguma atividade qualquer. 

Até que uma delas não se conteve, falando com a voz muito gentil: - Shizune-sama deve ter esqueci de lhe passar, Sakura-san.

Sakura então olhou para trás, ao chunnin a suas costas,

Hideki olhava para o chão e coçava a nuca, um tanto sem graça ao confessar: - Bom, eu não sabia que seria com eles… Imaginei que seriam diferentes. 

Karin não gostara do tom sugestivo daquele garoto tanto quanto Suigetsu parecia se incomodar. 

Sakura também não estava gostando nem um pouco daquilo.

Sentia que algo pior a esperava. 

E que antes de tudo, Tsunade a testava. 

E ela odiava aquela sensação. 

- Vamos todos a minha sala. - foi tudo o que disse. 


~~~~~~~~


Sakura saia cansada do hospital a caminho das casas de comida da vila.

Tinha passado muito tempo discutindo com os ninjas estrangeiros e tentando compreender o que deveria fazer com eles, pensando em uma estimativa de seis meses. 

Quase tudo estava resolvido, só faltava o principal: o desenvolvimento da pesquisa dentro do hospital. 

Uma dor de cabeça para outro momento, pois agora precisava se concentrar em Ino e seu interrogatório insistente. 

Acenou ao longe quando a avistou, respirando fundo para encarar o que a esperava. 

- Gostei da nova decoração. - Sakura disse assim que se acomodaram. 

Ino mexia em sua bolsa e tinha o olhar concentrado no que procurava, proferindo um “uhum” desinteressado. 

- Ah, pronto! Achei! 

Voltava para Sakura sorrindo. 

O que era muito cretino.

Pois tinha um gravador esticado em sua direção. 

- O que significa isso? - Sakura perguntou irritada, segurando as têmporas e tentando não perder a compostura. - Que tipo de almoço precisa de um gravador?

- Ah, isso? - respondeu com toda naturalidade que podia exalar - É só uma medida de segurança, porque eu mesma não acreditaria se não ouvisse de você que o superou. 

Sakura então sentiu. 

O baque parecia a preencher a passos lentos, mas estava definitivamente presente. 

Ino estava sendo incrivelmente efetiva. 

O que era de certa forma assustador. 

Sakura esqueceu das interrogações e provocações com gravadores por uns instantes e apenas encarou o forro azul turquesa sobre a mesa.

Ino pareceu compreender.

Demorou muito pouco para que recolhesse o gravador.

- Acho que esqueci as pilhas. 

Sakura sorriu amarelo, um sorriso sem que realmente quisesse fazê-lo. 

Ela tinha que encarar de uma vez os fatos.

- Ino… - chamou enfim.

Sua amiga e antiga rival apenas esperou, os olhos atenciosos, um tanto sem graça por tê-la desarmado tão bem.

Queria que ela tivesse resistido um pouco, dizia a si mesma.

- Sabe… E se eu realmente estiver me apaixonando por outra pessoa? 

Ino permaneceu em silêncio.

Sequer a olhava.

Sakura também não mantinha contato visual, mas não evitou perguntar: - Seria muito estranho?

- Como assim?

- Digo, passei uma vida concentrada em Sasuke e suas migalhas de atenção, sem desistir… - engoliu a seco, em uma pequena pausa - E de uma hora pra outra… Tudo muda. 

Ino viu que não poderia mais fugir, deveria manter sua sensatez e falar sem torturá-la ainda mais. 

Por isso encheu seus pulmões de ar e disse com toda sinceridade que pode reunir: - Olha, eu acho perfeitamente normal, testuda… Foi o que aconteceu comigo e com Sai, no final. 

Sakura então compreendeu porque ela não a encarava. 

Devia ser doloroso.

Como se estivesse revivendo os seus próprios conflitos, assistindo a ela. 

Sendo, de certo modo, obrigada a encarar suas próprias mágoas. 

- E eu não voltaria  atrás. - disse por fim.  

Ino nunca tinha confessado isso para si mesma, apenas vivia toda aquele momento eufórico que passava, ao lado de um companheiro tão atencioso. Sem espaço para grandes reflexões. 

Era um pouco doloroso constatar tamanha mudança logo com Sakura, em seu restaurante preferido, com música ambiente ao fundo.

A vida sabia dar voltas inimagináveis. 

A voz de Haruno recobriu sua atenção: - Suponho que ainda queira um nome. 

As mãos de Sakura estavam um tanto quanto trêmulas. 

Algo dentro de si lhe dizia para que tomasse cuidado, porque estava prestes a realmente contar. 

Não queria envolver Juugo naquela confusão, na realidade, devia mais agradecimentos do que qualquer coisa a ele.

E bem no fundo, sentia uma necessidade crescente de dividir o que passava com alguém. 

Por que não com Ino? Era a pergunta. 

Quem sempre lhe dera bons conselhos, que lhe ajudará a crescer e que fizera com que aquela garota tímida e insegura fosse aos poucos esvaindo dentro de si. 

Sentia-se realmente pronta para aquilo. 

- Acho que prefiro continuar não sabendo. 

Sakura não poderia descrever o quanto estava perplexa e desconcertada, piscou os olhos algumas vezes até perguntar. - Como?

- Era mais legal quando parecia uma suposição, agora você não passa de uma fracassada.

Sakura arfou e balançando a cabeça disse, ainda incrédula: - Você é inacreditável, sua porca! 

- Ora essa, deixei ele todo para você e mesmo assim não conseguiu segurá-lo! 

Sakura Haruno poderia se ofender com aquela colocação.

Isso se ainda tivesse 17 anos e seus pensamentos só se concentrassem em Sasuke Uchiha. 

Agora com 22 não surtia muito efeito. 

Entendeu o que na verdade ela dizia. 

Tinha visto como a pressionara e sabia como lhe fazia mal encarar aqueles velhos sentimentos.

Ino tinha seu próprio jeito de ser cuidadosa e amável.

Sorriu ao olhá-la, deveria ser grata por uma amiga tão esforçada.

- E como tem sido morar com Kakashi? Vocês se veem bastante? - perguntou repentinamente com o cardápio em mãos. 

Sakura notou que no tom despretencioso de Ino havia algo mais. 

Uma espécie de confissão silenciosa, um conformismo comedido. 

Ela sabia. E isso era uma certeza. 

Sakura entendeu que além de não querer pressioná-la mais, Ino tinha uma certeza muito bem escondida dentro de si e que não queria dividi-la de forma direta.

O que não incluía é claro evitar falar casualmente sobre o assunto, rodeá-la com frivolidades.

- Tem sido tranquilo… Na real, nossos horários quase não batem. 

E não mentia, nos últimos dias mal se viram, a verdade era que estavam muito ocupados. 

Havia uma semana que Tsunade saíra de viagem e ela não poderia esconder o quanto aquilo delegava a si mesma.

Kakashi, não precisava mencionar, seu posto era por vezes intenso e turbulento.

Já Ino faria de tudo para engolir aquelas péssimas desculpas e aquele tom de desinteresse forçado. 

Era o melhor para as duas. 

E sem dúvidas melhor para a sua amiga. 

Poderia ser compreensiva com Sakura, não podia? 

Olhou para aqueles olhos verdes e expressivos 

Sua amiga estava muito bem assim. 


~~~~~~~~


O restante do dia correu rápido. 

Aquela noite largaria antes de Kakashi, então seria um daqueles dias em que encararia os cômodos vazios e refletiria mais que necessário. 

Tinha tido momentos emocionalmente intensos, precisava experimentar um pouco de paz. 

Diante a porta, parou por alguns segundos encarando a maçaneta. 

Abriu o molho de chaves em sua mão e ficou observando como reluziam naquela noite fria. 

O vento agitava o seu cabelo enquanto ela relutava em entrar e encarar novamente a realidade ao qual estava confinada.

Hoje, mais que nos outros dias, sentira na pele a fardo de não ser algo que poderia dividir, muito longe de ser uma relação transparente e aberta.

Entrou e sentou no sofá. 

Sabia que ele não chegaria cedo, ouvira algo sobre a vinda de representantes de outras vilas para acordos sobre a prova chunnin. 

Apoiou a cabeça no encosto e encarou o teto

E ficou assim por incontáveis minutos.

Até ouvi-lo se aproximar.

Ele também parou a porta.

Parecia dividir dos sentimentos que Sakura experimentava de dentro de sua casa. 

Mais alguns segundos, virou a chave e então entrou.

Era um tanto inusitado vê-la sentada na sala, tão quieta e pensativa...

Ele se aproximou, apoiando as mãos sobre os joelhos, o rosto em sua altura: - Tadaima... - ele disse de forma cômica, como se quisesse chamar sua atenção para o fato de que ele estava em casa. 

Sakura riu olhando para suas mãos, os ombros encurvados, parecia incomodada com alguma coisa.  

- Você está bem? - ele interrogou, a voz em estranheza.

Ponderou.

Olhou finalmente ao redor, para cada detalhe naquele apartamento pequeno e aconchegante. 

Era o lar de um homem solitário, quem pouco ficava por lá. Tudo tinha um cheiro amadeirado, mesclado ao de fragrância masculina.

Era uma experiência e tanto estar ali... Viver, mesmo que por um tempo determinado, sobre o mesmo teto.

Era um limite bom.

Até demais.

- Estou sim. - foi o que disse com a voz serena, levantando o olhar apenas para avistar a vila através da janela da sala. 

A noite cobria a tudo com seu tom dramático e um tanto melancólico.

Combinava com o apartamento de Kakashi. 

Sentiu o peso do corpo dele quando se sentou no sofá.

Sakura deixou então seu corpo se inclinar até o seu, subindo as pernas sobre o assento e escorando a cabeça naquele ombro robusto e forte. 

Suspirou. 

Estava confortavelmente bem.

- Posso te contar meu dia? - pergunto, olhando em sua direção com expectativa.

Tirou-lhe alguns fios rosados de cabelo de seu rosto e diante aquele brilho profundo sussurrou: 

- Adoraria escutar.




Notas Finais


É isso...
Até o próximo!

Bjs

Obrigada por ter lido até aqui!


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