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História Meu Amigo Dementador - Capítulo Um


Escrita por: penguinsoo

Notas do Autor


Sim, não tenho vergonha na cara e estou postando outra fanfic, quando na verdade deveria atualizar. Mas é por uma boa causa.

Essa fanfic é um presente especial. Presente para minha bolinha ciumenta (@bluedragon_) 💖. Lucas, geralmente eu sou a ciumenta do grupo então não sei lidar com essas coisas kjashajhs já estava planejando algo especial, mas você nem queria esperar aff jkashahs
Enfim, eu não sou boas com palavras de felicitação, mas eu tentei fazer o meu melhor nessa fanfic. Espero que você goste dela e que ela possa te fazer sorrir nesse dia tão especial. Você é uma pessoa maravilhosa que tive o prazer de conhecer e agradeço muito por isso, agradeço por estar comigo e de me apoiar em tudo. Desejo tudo de melhor, pra tu viu? E espero que você tenha largado aquelas ideias loucas, daquele fatídico dia de abril u.u
Te amo te adoro e é isso ai 💖

E essa capa? Caralho, eu to apaixonada por ela. Foi feita pela Karol (@bunnybaek)(olha nem sou intima o suficiente pra chamar assim, mas é que a Mari sempre se refere assim... enfim aijuhsuaihs) e sem ela não conseguiria postar, sério. Ficou tão linda, que só tenho a agradecer <3 E agradecer a Mari também que indicou e falou com sobre a capa. Agradeço a Maris, rs ela sabe o motivo. E a Nayara também, por me apoiar sempre.

E Lucas sem ciumes okay? Essa fanfic é inteiramente sua, mas sem essas pessoas citadas acima, ela nunca sairia.

Espero de verdade que a fanfic possa agradar a todos vocês 💖

Perdão pelos erros e boa leitura 💖

P.S.: Não é universo de Harry Potter, como pode parecer kajshas é só o Kyungsoo que é louco mesmo.
P.S.: As marcações são para quem não leu HP.... se tiver.

Capítulo 1 - Capítulo Um


 

 

O que você faria se fosse colega de quarto de um dementador?

 

Sim, aquela criatura das trevas que guarda a prisão de Azkaban*, encapuzadas para cobrir sua figura assombrosa, de mãos com brilho cinzento e aparência viscosa, cobertas de feridas como se tivesse se decomposto embaixo d'água. Sua respiração ruidosa, buscando muito mais do que o ar a sua volta. Uma das mais malignas criaturas existentes, capazes de sugar toda felicidade e paz existente em seu ser, alimentando-se de seu desespero e da decomposição de sua sanidade.

 

Criatura existente apenas no mundo mágico e maravilhoso, criado pelas mãos de J.K Rowling.

 

Contudo, Do Kyungsoo; um coreano de estatura mediana, olhos castanhos que lembrava vagamente as corujas responsáveis pelas correspondências, naquele mesmo mundo mágico onde habitavam os dementadores, e cabelos negros como a noite; acreditava que uma dessas vis criaturas havia se instalado em seu pequeno apartamento na capital e não queria deixá-lo. Tornando-se uma companhia constante e perturbadora.

 

Pouco a pouco, sentira a paz ao seu redor se dissipar e a felicidade desaparecer, sobrando apenas uma vontade de se afundar no sofá de sua casa e por vezes em sua cama tão quentinha pela manhã. O dementador trabalhava arduamente para roubar qualquer resquício de vontade de viver que existia em si.

 

Nem mesmo o seu amado trabalho de fotógrafo o alegrava mais, parecia que tudo a sua volta havia perdido a cor, restando apenas o frio angustiante que aquela criatura maligna exalava. Kyungsoo vivia inerte em uma névoa de desanimo crônico.

 

Infelizmente não era bruxo para saber usar o feitiço do patrono* e expulsar aquele ser maléfico. Perguntava-se onde estava o Ministro da magia que havia deixado aquele dementador atormentar um trouxa* por tanto tempo.

 

Estava volvendo-se louco.

 

No começo, virava as noites em claro, pois conseguia ouvir a criatura respirar em sua nuca, o forçando a se lembrar de todo o seu passado e de todos os arrependimentos que voltavam para lhe assombrar. E o pior era reviver aquele sentimento aflitivo de quando pagava algum mico.

 

Parecia um carrossel infinito de vergonha e erros catastróficos cometidos em públicos, pois era a pessoa mais desastrada e azarada que conhecia. O pobre fotógrafo sentia náusea, pois sua cabeça girava ao compasso das suas lembranças em loop, fazendo-o se encolher sobre a cama com cada memória nada bem-vinda.

 

Com o tempo aprendeu a contornar e voltara a dormir algumas horas por noite.

 

Havia algum tempo que a figura encapuzada o acompanhava e já tinha se acostumado com a presença. Dividiam refeições, assistiam filmes e até mesmo em momentos íntimos – como a hora do banho – o dementador o escoltava.

 

Mesmo que Kyungsoo tivesse extrema adoração pela saga Harry Potter, tinha absoluta certeza de que não estava delirando. O dementador era real, mesmo que fosse trouxa e tecnicamente não pudesse ver a criatura nessa atual circunstância.

 

Alguma explicação lógica e racional teria.

 

Bem, talvez a mente fatigada e as maratonas de todos os oito filmes tivessem algum peso sobre todo aquele delírio. Também todas as dezenas de vezes que leu e releu todos os sete livros. Sete sem contar os outros livros que também englobavam aquele mesmo mundo magico.

 

Recusava-se a crer que a criatura tão viva era apenas fruto da sua loucura interna.

 

E o momento que mais desesperava o pequeno fotógrafo, era quando o dementador fazia questão de caçoar de sua vida amorosa, relembrando-o de seus casos desastrosos, e de que ainda estava sozinho.

 

Sozinho relativamente, pois tinha a companhia assídua do dementador irritante.

 

No auge de seus trinta anos, estava solteiro e sem perspectiva de um relacionamento sério. Seu último namoro durou cinco anos e o deixara com cicatrizes visíveis, influenciando assim em outros relacionamentos.

 

Kyungsoo tentava encontrar alguém para se amarrar emocionalmente, mas tivera apenas uma fodinha fixa em uma boate que gostava de frequentar. Tudo no passado, porque bem, Baekhyun havia encontrado alguém especial e já não mais ocupava o cargo.

 

Não achava mais graça em ir aquele lugar.

 

Começava a acreditar que era uma frigideira, porque não encontrava a tampa da sua panela. Até mesmo o dementador o colocara na friendzone, negando o tão famoso beijo do dementador*. Não que o pequeno quisesse ter a alma sugada para fora de seu corpo, era só um reflexo do quão desesperado se sentia. Ninguém o queria.

 

E o seu ascendente em câncer não influenciava em nada no drama que tecia em volta de sua invariável vida.

 

Seus dias se resumiam em ir até seu estúdio e loja, para ao fim do expediente voltar a sua casa, sempre com o dementador em seu encalço. Não tinha emoção, não tinha brilho, não tinha graça alguma.

 

Começava a ficar amargo e ranzinza.

 

Os melhores amigos do fotógrafo estavam cansados de ver o amigo se afundar em uma quase depressão. E era por isso que Minseok e Yoona estavam no apartamento do mais novo – já que Kyungsoo era o caçula da turma – para convencê-lo a deixar o seu santuário.

 

Haviam interrompido a hora do chá com o dementador.

 

Kyungsoo rolava os olhos em desagrado enquanto os amigos repetiam o mesmo discurso de sempre: de que estava jogando sua vida fora e que só se vivia uma vez. E o pequeno se irritava, pois sabia bem daquelas palavras, seus amigos que tentassem convencer o dementador a ir embora e parar de sugar sua disposição por todos os poros que conseguia encontrar.

 

Ninguém o entendia e aquilo o estressava.

 

Claro que não tinha contado aos amigos sobre o dementador, porque o internariam caso o fizesse, mas sua vontade era de expor que havia um ser das trevas instalado em sua casa e que estava lhe tomando segundo após segundo, toda a vontade de abrir os olhos quando o Sol surgia novamente.

 

Kyungsoo tinha certeza de que havia se tornado um ofidioglota*, pois seus amigos não entendiam sua recusa nem mesmo depois da décima quinta vez.

 

Então, após muita insistência – e Yoona ter ameaçado levar Kyungsoo à força –, o fotógrafo aceitou sair. A amiga o ajudou a se arrumar, escondendo milagrosamente as olheiras profundas que estampavam a pele clara do fotógrafo.

 

Escolheu uma roupa adequada e logo estavam prontos para voltar a aquela boate. Aquela mesma onde tinha o lance com Baekhyun, que, além disso, também era um amigo de longa data.

 

Kyungsoo não se assustou quando notou o dementador ao seu lado, no banco traseiro do carro de Minseok.

 

Seria uma noite interessante.

 

 

 

ϟ

 

 

 

Nenhuma, repito, nenhuma alma viva daquele lugar lotado parecia querer se aproximar do pequeno Do Kyungsoo.

 

Mas veja bem, não é como se o coreano baixinho não fosse atraente, de forma alguma. O fotógrafo possuía uma beleza singela e que despertava o interesse aonde fosse. Sua boca era pequena, mas os lábios fartos e rosados instigavam a curiosidade de saber se eram tão doces quanto aparentavam. Os olhos, anteriormente comparados a de uma coruja, eram emoldurados por sobrancelhas grossas, que apenas destacavam o brilho envolvente e alucinava qualquer um que se atrevesse a mirá-los.

 

Kyungsoo era belo e tinha consciência, porém não sabia usar a seu favor.

 

Tinha certeza de que o motivo por tal afastamento, era culpa do dementador que estava sentado ao seu lado, no banco alto do bar, exalando o frio agourento e espantado qualquer vida humana. Não que estivesse com vontade de se socializar, absolutamente não. Mas sabia que a expressão mal humorada não tinha nada a ver com a rejeição, nada.

 

A culpa era do dementador imaginário.

 

O mantra de xingamentos baixinhos fazia o barman o olhar curioso, achando graça do devaneio do outro.

 

– Você poderia servir o meu amigo? – o barman loiro e com rosto feminino se assustou. – Quem sabe se ele ficar bêbado não procure outro para atormentar – o fotógrafo usou a cabeça para apontar o seu lado esquerdo, onde o dementador estava sentado.

 

Sem saber o que fazer, o homem serviu o mesmo pedido feito pelo baixinho solitário e o deixou em frente ao banco vazio, não querendo contrariar o lunático que poderia ser perigoso. Trabalhar naquela boate o apresentava a todos os tipos de pessoa, sem dúvida.

 

Kyungsoo havia esvaziado três copos, mas não sentia efeito algum. Não estava a fim de se embebedar e acabar por chorar no fim da noite. Dar trabalho aos seus amigos era a última coisa que estava querendo.

 

Quando chegou, a primeira coisa que encontrou fora Baekhyun junto a seu namorado sem expressão.

 

Não nutria sentimentos românticos por Baekhyun, não entendam errado. Mesmo que o rapaz mais novo fosse verdadeiramente atraente, não passava de uma transa sem compromisso com alguém em quem confiava. A verdade era que considerava frustrante saber que até mesmo puto do amigo já tinha conseguido alguém para cruzar as varinhas.

 

Bebeu em um gole só o conteúdo do copo, decidido a ir embora mesmo que fosse escondido dos amigos, dois traíras que não deveriam denominar-se amigos. Kyungsoo amaldiçoava baixinho sobre como os amigos insistiram tanto para tirá-lo de casa quando na primeira oportunidade o abandonaram.

 

Yoona estava junto a Seohyun, garota por qual era apaixonada desde o ensino médio, mas que jamais entendia suas investidas. Minseok estava atento a alguma vítima vulnerável com quem pudesse passar a noite, porque o garoto não gostava de compromisso ou alguém pegando em seu pé após uma transa casual.

 

Antes que pudesse realizar a ação de ir para casa e voltar a ter sua vitalidade sugada em paz, percebeu que o dementador havia evaporado e que onde anteriormente estava, havia um homem sorrindo para si.

 

Era a primeira vez que via aquele rapaz na boate.

 

Endireitou o corpo na banqueta e mirou a frente, batendo o fundo do copo no balcão. Desconfortável era a forma como o outro não parava de olhá-lo, como se fosse uma das três relíquias da morte* e o homem soubesse.

 

Talvez devesse parar de ler Harry Potter – Kyungsoo pensou.

 

– Esse copo é seu? – sobressaltou quando uma voz rouca e, teve que admitir, extremamente sexy, sussurrou perto de seu ouvido.

 

Olhou para o lado quando sentiu o corpo alheio se afastar e viu o cara bonito de pé ao seu lado, segurando o copo que havia pedido para seu dementador. Assustou-se com o pronome possessivo, aquela criatura não era um filhotinho ou algo parecido, era um ser perverso e não devia referir-se assim a ele.

 

Era o atestado de sua loucura.

 

Fez um sinal de descaso com os ombros e voltou a ignorá-lo. Pôde dar uma boa olhada no sorridente e constatou que era realmente lindo, alto e belíssimo. Kyungsoo não conseguia se portar muito bem perto de pessoas bonitas e desconhecidas.

 

– Você tem uma boca linda – arrepiou-se quando a voz voltou para perto, dessa vez roçando levemente os lábios em sua orelha.

 

Aquele estranho era atrevido e o fotógrafo riu, pois o cara de pele morena e perfeita, era dono de uma das bocas mais belas que já havia visto em todos os seus trinta anos. Desejava saber qual era a intenção do homem, porque o pequeno não costumava conversar com pessoas que não participavam de sua restrita lista de amigos.

 

Restrita, pois considerava poucos os amigos de verdade.

 

– O que quer? – não precisou chegar tão perto, no bar o som não era tão alto, pois os funcionários precisavam entender o pedido dos clientes.

 

– Quero levar você até a pista de dança e provar dessa boca – o fotografo revirou os olhos, porque era a pior cantada que já havia recebido.

 

No entanto, o sorriso era incorrigivelmente lindo.

 

Assim como não conversava com estranhos, Kyungsoo também não beijava ou se envolvia sexualmente. O fotógrafo já tivera péssimas experiências – além do relacionamento longínquo – e por isso preferia se preservar.

 

Conhecera Baekhyun em uma livraria, enquanto procurava pelo terceiro livro da saga de J.K. Rowling. Havia apenas um exemplar na loja e seus olhos brilharam quando o encontrou, o momento mágico perdurou ao passo em que estendia sua mão para finalmente tê-lo.

 

Conseguia ouvir um coral de anjos cantando, porque rodara a cidade toda atrás daquela bendita continuação.

 

Contudo, como se o disco tivesse riscado e lhe trazido para a realidade, outra mão se juntou a sua e agarrou o seu livro. Uma pequena guerra começara para saber quem ficaria com o exemplar e não estavam a fim de ceder para o outro.

 

Durou até o funcionário de a livraria chegar com uma caixa do estoque para repor as prateleiras. Dentro de uma das caixas de papelão, vários exemplares do Prisioneiro de Azkaban estavam embalados.

 

No fim, os dois riram com o acontecido e se tornaram amigos, para quase dez anos depois, virarem amigos com benefícios.

 

E era naquela boate que se encontravam e depois saiam juntos para a casa do mais velho.

 

Por isso, desde que Baekhyun começara a namorar, Kyungsoo perdeu a vontade de voltar ao lugar. Não confiava facilmente, não se entregava a qualquer um. E o dementador sugando sua energia só contribuía para tornar tudo menos atrativo.

 

Bem, voltando ao homem que sorria abertamente para o pequeno, esperando uma resposta para seu flerte improvisado.

 

– Acho melhor você procurar outra pessoa – voltou ao ritual de bater o copo. – Só perderá o seu tempo comigo – fez sinal para o barman loiro.

 

Tomaria só mais um drink e voltaria para casa, aquele lugar abafado começava a lhe dar dor de cabeça. Os quatro copos que havia ingerido não tinha nada a ver com isso, o fotógrafo poderia garantir.

 

– Você é a pessoa mais bonita que vi nessa boate inteira – Kyungsoo se espantou ao notar que o outro cara ainda estava no mesmo lugar. – Se for assim, quero perder meu tempo com você – o pequeno queria realmente possuir uma relíquia da morte: a capa de invisibilidade para poder fugir daquele sorriso galante.

 

Mordeu o lábio inferior e questionou onde estava o dementador. Talvez espantasse o grandão que estava começando a despertar coisas em si.

 

Ora, não julguem o pequeno Kyungsoo. O moreno de sorriso fácil possuía um aroma sutil, que fazia o coração do fotógrafo pular. Jurava que na sua amortentia*, aquele perfume estaria incluso. Os olhos pequenos refletiam sensualidade quase que pecaminosamente, parecendo uma maldição imperio*, querendo roubar o controle de suas vontades.

 

O corpo de Kyungsoo sentia falta do calor humano, depois de tanto tempo com o frio provindo do dementador.

 

– É sério, cara. Eu não to a fim – virou um gole a bebida e deixou o copo de lado.

 

Não olhava para o moreno desconhecido, pois não tinha ciência de como reagiria. Fazia algumas boas semanas desde a última vez que transara, acarretando significativamente na carência de ter outra pessoa junto a si por algumas horas.

 

Então podem imaginar a dificuldade de dispensar um cara lindo e que cheirava tão maravilhosamente bem.

 

Sentiu a respiração quente perto de seu pescoço e fechou os olhos para responder o estremecer de seu corpo, entregando o quanto estava vulnerável.

 

– Essa música é minha favorita – começava a tocar Earned it do The Weeknd. – Quando estiver a fim... junte-se a mim – apartou-se do fotógrafo e parou poucos metros depois, começando a mover o corpo enquanto a música preenchia o lugar.

 

Cobriu os olhos e depois apontou para Kyungsoo conforme a letra cantada, o fotógrafo riu contido da graça feita para si.

 

E era impossível desviar os olhos do espetáculo que era realizado somente para ele, pois o estranho dançava sem parar de olhá-lo, afirmando que era tudo para si. Kyungsoo sentia a respiração falhar com a luxúria que cada movimento despertava, tão intenso quanto o olhar que queimava em sua pele.

 

O jogo de luzes transformava cada ondular de corpo em pura perdição, cadenciando em uma frequência lenta e viciante para o pequeno fotógrafo. A troca de olhares só era cortada quando os olhos do estranho se fechavam momentaneamente, para então voltar com mais intensidade. Ao mesmo tempo em que deslizava as mãos por seu corpo, seduzindo e fazendo as pequenas mãos de Kyungsoo suarem.

 

A cada nota da melodia as pessoas ao redor perdiam o brilho e sumiam pouco a pouco, restando apenas o moreno sensual e o balanço enlouquecedor de seu quadril.

 

Kyungsoo sentia-se enfeitiçado pelo jeito como o corpo bonito era conduzido pela música, de uma forma que o faziam acreditar que as células do corpo atraente se vertiam em notas músicas e fossem regidas por um exímio maestro. E Kyungsoo desejou possuir um vira tempo* para voltar quando quisesse naquele instante.

 

Entretanto, o momento se perdeu quando uma pessoa se pôs entre os dois, quase colando seu corpo junto ao do moreno bonito.

 

O fotógrafo arqueou a sobrancelha quando notou que o estranho não se opusera a aquela proximidade, dançando junto ao homem um pouco mais baixo que si. Kyungsoo voltou para a realidade e se espantou ao notar que a música ainda estava na metade. Sentia como se tivesse passado anos admirando o pecado em forma de pessoa.

 

Quando viu a mão grande segurando a cintura do cara novo, resolveu ir embora.

 

Levantou-se e para sua infelicidade, teria que passar pelos dois para encontrar a saída. Sabia desde o princípio que não deveria ter se deixado seduzir por qualquer desconhecido, no final era sempre a mesma coisa.

 

No instante que pisou na pista, tudo se tornou uma loucura. A música era lenta, porém o mar de gente se movendo junto o deixava desnorteado. O corpo pequeno era levado facilmente pela forte maré, sem dá-lo a oportunidade de sair. Desesperado, empurrou o primeiro corpo que encontrou e foi empurrado de volta, com muita mais força do que poderia aguentar.

 

E em todo o auge de sua vida desastrosa, conseguiu ser derrubado mesmo sem ter espaço para respirar naquele lugar.

 

Ninguém o via e Kyungsoo estava aceitando a ideia de morrer pisoteado por toda aquelas pessoas, até mesmo a sua morte seria vergonhosa. Pareceu uma eternidade, no entanto, poucos segundos depois viu seu salvador empurrar todos em volta para ajudá-lo a se levantar, o protegendo daquela avalanche com o seu próprio corpo.

 

O fotógrafo reconheceu o dançarino sensual.

 

E Kyungsoo até pretendia agradecer, porém o moreno pôs-se a rir com vontade. Se o pequeno era uma coruja, o estranho poderia se caracterizar como uma hiena. E bem, através da música alta não era possível ouvir a risada, mas a forma escandalosa como abria a boca e segurava o estômago, deu a Kyungsoo uma breve ideia de comparação.

 

O moreno riu por um bom tempo, como se quisesse espantar algum bicho papão.

 

Cansado, Kyungsoo cruzou os braços e deu as costas ao cara estranho – que era estranho não só por ser um desconhecido –, revirando os olhos e maldizendo a sua sorte. Contudo, antes que pudesse dar dois passos para longe, sentiu um agarre em seu braço e foi virado bruscamente.

 

Não teve tempo para pensar quando uma mão grande segurou seu pescoço e lábios cálidos tocaram os seus. Alguém tinha deixado Earned it no repeat, pois era tudo o que ecoava nos ouvidos de Kyungsoo.

 

E o beijo era eficiente tanto quanto chocolate após um ataque de dementador, trazendo aquele calor característico diretamente dos lábios até as pontas dos pés do fotógrafo.

 

Fora impossível resistir tamanha possessividade quando um braço quente lhe tomou a cintura, juntando os corpos que ainda eram desconhecidos. Sentiu o toque úmido contra sua boca e logo a abriu, recebendo a língua curiosa do dançarino.

 

Todo o seu corpo recebeu uma descarga de adrenalina quando os músculos úmidos se encontraram, trazendo a sensação de que a sorte de Kyungsoo estivesse a mudar, como um frasco de sorte liquida e dourada, de Felix Felicis*.

 

E o choque do beijo repentino, o desestabilizou. Seguia o ritmo do moreno enquanto sentia o polegar alheio lhe acariciar as bochechas e os demais dedos a pele arrepiada de seu pescoço, sem esboçar reação alguma além de corresponder o beijo, mantendo os braços caídos ao lado de seu corpo.

 

Uma mordida no lábio inferior finalizou o ato repentino.

 

Os olhos do desconhecido brilhavam mais intensamente, exibindo a fileira de dentes brancos e perfeitos enquanto repuxava os lábios. Kyungsoo piscou rapidamente, sem conseguir desviar o olhar, admirando os lábios avermelhados e o sorriso magnético.

 

Não reagiu negativamente quando teve os braços guiados até o pescoço do estranho, cruzando os dedos automaticamente na nuca alheia. Dedos de pele macia tocaram seu maxilar, desenhando a linha de seu rosto até chegar ao seu queixo, onde o polegar tocou o lábio inferior e o puxou para baixo em completa adoração.

 

Deu tempo para apenas um suspiro antes de ter os lábios tomados novamente.

 

Sem cerimonias, as bocas se tocaram com fervor. Kyungsoo ao menos se lembrava de seus princípios, colocando-se nas pontas dos pés para ter mais daqueles lábios que eram tão pecaminosos como tudo o que existia no dono.

 

Suas costas eram abraçadas por ambos os braços, fazendo o espaço quase nulo entre os dois, compartilhando o calor que a tanto Kyungsoo sentia falta. Era como se tivessem lançado um obliviate*, pois não conseguia se lembrar de ao menos seu nome. Aquele moreno só poderia ser um feiticeiro.

 

O corpo pequeno estremecia sempre que tinha os lábios sugados com volúpia, cada vez que as línguas se tocavam intimamente ou quando mordidas o faziam gemer timidamente. Kyungsoo estava rendido à vontade daquele desconhecido gostoso.

 

O moreno conduzia o beijo sensualmente assim como fazia com seu corpo segundos atrás, movendo o corpo de Kyungsoo junto ao seu conforme a batida compenetrava em seus ouvidos, já não conseguindo dizer qual música era.

 

Sugava a língua do fotógrafo e voltava a explorar toda a boca alheia com a sua, saboreando cada gemido baixinho que lhe era deixado entre o roçar. Não resistiu em buscar algum pedaço de pele onde pudesse enterrar seus dedos e sentir a textura aveludada da epiderme do pequeno.

 

O ventre do pequeno formigava com os dedos lhe tocando curiosamente sob a roupa, toda a excitação crescente tomando forma abaixo de seu umbigo.

 

Kyungsoo sentia seu estômago revolto, a sensação gelada e ansiosa brincava, fingindo serem as malditas borboletas que tanto falavam em livros de romance. Atrevia-se a morder a boca carnuda do estranho, esfregando a língua no lábio preso entre seus dentes. O soltava, mas logo tudo se iniciava. Lento, porém faminto.

 

Kyungsoo adorava beijos lentos.

 

O corpo grande cobria o seu e o obrigava a se curvar, tamanha a intensidade com o qual o desconhecido o abraçava. Delirantemente, o corpo menor era segurado em uma pegada firme e que fazia o ar se tornar rarefeito.

 

Beirava a maldição Cruciatus o tanto que era torturante ter os corpos roçando-se ao ritmo da música com batida envolvente. Lascivo em todos os sentidos, incendiando-os de desejo puramente impuros. Incitando todos os instintos primitivos enquanto os lábios eram sugados a ponto de adormecê-los.

 

Tão viciante quanto hidromel envelhecido.

 

E não era de se estranhar que somente aquele beijo molhado e quente, estava o excitando com tanta eficácia. Seu corpo implorava por contatos mais íntimos e o fotógrafo não podia negá-lo.

 

Quando as mãozinhas encontraram as nádegas pequenas – porém gostosas – o beijo elevou o patamar de: pegação sem compromisso, para possível fodinha no banheiro da boate. E o estranho de pele morena pareceu não se importar, ofegando enquanto sentia os quadris se roçarem lentamente.

 

Desenhou a boca rosada do fotógrafo com a ponta da língua e dedicou beijos ao maxilar atraente, sentindo o gosto da pele úmida pelo suor. O gosto do pequeno era bom contra seus lábios.

 

Kyungsoo quase veio ao chão quando sentiu as pernas moles. O dançarino resvalava os dentes por toda à extensão de pele do seu pescoço, prendendo rapidamente, deixando carícias quentes com a língua ligeira.

 

Seu cérebro estava uma bagunça e seu coração corria uma maratona, querendo escapar por qualquer saída que encontrasse, qualquer uma mesma. Suas pernas ainda tremiam e se não fosse pelos braços firmes em volta de si, voltaria ao chão imundo daquela boate.

 

Tudo parecia estar envolto por uma névoa branca, mas dessa vez não era nenhum dementador. A mente nublada do fotógrafo não o permitia distinguir os pensamentos com clareza, transformando tudo em uma massa cinzenta e que por vezes se multicoloriam por causa das luzes do lugar.

 

E por essa razão, Kyungsoo não percebeu quando o cenário mudou. Tomando ciência somente quando teve os lábios abandonados e a ausência do corpo moreno.

 

Abriu os olhos quando ouviu perfeitamente o som de um zíper abrindo, dando conta então de que estavam no banheiro da boate, em uma cabine especificamente. O lugar era quase tão escuro quanto do lado de fora, existia uma pequena luz perto do sanitário para auxiliar quem fosse usá-lo.

 

Arregalou os olhos quando sentiu novamente a boca do moreno em si, mas não especificamente de volta aos seus lábios ou pescoço. Agarrou o cabelo macio e travou um gemido em sua garganta, mordendo a boca para se conter e não mover o quadril de encontro ao rosto másculo.

 

O que restava de sua sanidade era quebrada pouco a pouco enquanto recebia o melhor e mais rápido oral de sua vida, escorrendo por seus poros enquanto uma fina camada de suor o cobria. Logo sentindo o látex deslizando por sua extensão excitada e percebendo o que estava para acontecer

 

Sua varinha seria usada depois de tantos anos escondida em sua… Bem, vocês sabem onde.

 

E quase usou avada kedavra* em sua consciência chata que se materializava em ocasiões como essa. Quase, porque não queria que o dementador aparecesse justo agora para levá-lo para Azkaban.

 

Ah, definitivamente não.

 

Sua consciência pareceu se decidir sozinha quando moreno apoiou ambas as mãos na parede e abriu as pernas, com as costas curvadas e o rosto virado para frente. Aquele era um convite que ninguém poderia recusar.

 

Ninguém.

 

E durante incontáveis minutos daquela noite, Kyungsoo passou com o moreno de dança sensual. Alterando as posições e trocando beijos longos e quentes ao passo em que suas mãos desvendavam cada curva em seus corpos, tomando conhecimento do que era possuído naquele ato.

 

Não se importaram se as cabines ao lado ou qualquer pessoa que entrasse ali, pudessem ouvi-los. As vozes se faziam presentes enquanto suspiravam ou diziam perto dos ouvidos palavras repletas de tesão e desejos a serem realizados.

 

Kyungsoo deixara de se importar se conhecia ou não o moreno de lábios doces. Tudo o que importava era a constrição sufocante e enlouquecedora, que o puxava para fora de seu eu enquanto rebolava da mesma forma que havia feito a pouco, na pista de dança.

 

Tresloucando-o conforme pedia mais vigor, mais força. Resumindo o mundo em investidas firmes e ritmadas a música abafada dentro do cubículo, abafada o suficiente para não impedir o prazer de ouvir a eufonia entre os corpos suados. E que perduraria enquanto a fome entre os desconhecidos não fosse inteiramente saciada, não reduzisse a pó o desejo ensandecido de marcar fundo.

 

Marcas que o fotógrafo deixara por todo o corpo moreno, independente de que não tivesse direito de marcá-lo tão possessivamente. Aquela noite, o estranho – que não se importou de perguntar o nome – era seu.

 

E quando voltou para casa naquela madrugada, o dementador não o acompanhava mais.

 

 

 

 

ϟ

 

 

 

Faltava uma hora para o fim do expediente.

 

Kyungsoo contava os segundos junto ao relógio, desejando como nunca a sua tão adorada cama quentinha. Que agora tinha um acréscimo: sem dementador.

 

Desde a noite da boate, seu amigo das trevas não tinha voltado a aparecer e isso estava contribuindo – e muito – para o humor do baixinho. Resolvera deixar de lado por uns tempos o mundo mágico de Harry Potter para não provocar a criatura.

 

Seu trabalho estava rendendo, seus amigos pararam de encher o saco e o fotógrafo estava relativamente feliz. Relativamente, pois não conseguia tirar certo moreno de sua cabeça.

 

E estava ai o grande problema.

 

Kyungsoo era do tipo que se apegava rápido, se deixando envolver rapidamente por um rosto bonito e bom de sexo. Exatamente por isso tinha se tornado tão fechado, demorando a confiar em quem quer que fosse.

 

Mas aquele dançarino gostoso tinha lançado um confundus* em toda a sua forma de existir.

 

Não voltaria aquela boate, não queria encontrar novamente o outro homem tão envolvente. Queria esquecê-lo para não se machucar posteriormente. Pois, durante várias noites, recordava-se de como era possui-lo e de como seus beijos eram cálidos. Durante várias noites, desejou saber o nome do desconhecido para poder chamá-lo enquanto se tocava entre os lençóis.

 

Kyungsoo sentia toda aquela descarga de hormônios como se estivesse novamente em sua adolescência.

 

No entanto, Kyungsoo havia se esquecido de que o efeito da Felix Felicis era temporário e logo a sorte voltaria a zombar de si feito o Pirraça*. Pois, ao ouvir o sininho brega que ainda tinha na porta de entrada da sua loja, avistou a última pessoa do mundo que queria encontrar.

 

Usando uma camiseta simples e vermelha junto a jeans escuro, o dançarino passava despreocupado pela entrada de sua loja, retirando os óculos de sol que lhe caiam perfeitamente. Com a luz do dia, Kyungsoo pode constatar que era ainda mais lindo do que se recordava.

 

Entrou em transe quando o outro passou os dedos pelo cabelo cor de chocolate, olhando toda a loja com interesse genuíno e com aqueles dentes branquinhos amostra. O fotógrafo não conseguia lembrar-se de como piscar os olhos que já estavam secos.

 

Porém, como se desperto de uma maldição imperdoável, levantou-se de súbito do banquinho onde esperava a hora de ir embora e entrou em desespero, querendo fugir antes que o homem lhe reconhecesse.

 

– Espere um instante – já estava pronto para entrar em seu estúdio quando a voz conhecida lhe fez travar no lugar.

 

Contou até três e xingou mentalmente o seu empregado que tinha escolhido justo aquela hora para ir ao banco. Girou seus calcanhares e ficou de frente para o possível cliente, prendendo o ar sutilmente ao encontrar as orbes lhe mirando tão fixamente.

 

Notou o exato momento em que os olhos inchadinhos dobraram de tamanho. Terminantemente, uma poção Polissuco* seria muito bem-vinda para o pequeno fotógrafo.

 

– Não acredito… – o rapaz se aproximou. – Pensei que nunca fosse te ver depois do jeito que me largou aquele dia – Kyungsoo não havia fechado a braguilha direito e já tinha aparatado* daquela cabine antes que o outro pudesse notar.

 

Não esperava passar por aquela situação, não mesmo.

 

– Em que posso ser útil? – ignorou totalmente o que lhe foi dito.

 

O coração do fotógrafo batia com dificuldade e não sabia o motivo. Queria expulsá-lo dali, mas não poderia destratar um cliente em potencial.

 

– Por que você fugiu? Você não… gostou? – o moreno perguntou baixinho. Somente o balcão de vidro os separava e Kyungsoo agradecia.

 

– Você precisa de um fotógrafo ou quer comprar algum dos meus trabalhos? – além de fotógrafo, também era artesão. O talento do pequeno era único, e ele mesmo confeccionava as molduras para fotos e os álbuns que vendia na loja.

 

– Eu nã-… espera um pouco, essa loja é sua? – Kyungsoo assentiu. – Caramba, quantos anos têm? Eu pensei que era mais novo que eu – a sobrancelha grossa automaticamente se arqueou.

 

– Me diz você quantos anos têm – de repente, o sangue do fotógrafo congelou de medo.

 

– Eu perguntei primeiro, mas já que quer saber – deu de ombros. – Tenho dezoito – Kyungsoo se engasgou com o ar e começou a tossir fortemente, assustando o – recém-descoberto – garoto.

 

Apoiou-se na bancada enquanto sentia seus pulmões convulsionarem dentro do peito. Tocou o peito sobre o coração ao mesmo tempo em que tentava colocar seus pensamentos em ordem, tentando crer que não estava tendo uma alucinação.

 

Transei com uma criança – era o que pensava.

 

Dezoito anos? A pessoa mais nova com quem já ficara era Baekhyun, e mesmo assim a idade avançada com o qual começaram não permitia tal distinção. Aquela pessoa a sua frente era doze anos mais nova e Kyungsoo estava a ponto de ter um ataque do coração.

 

– Hey! Eu não sou uma criança – cruzou os braços sobre o peito. Kyungsoo havia pensado em voz alta. – Eu já sou maior de idade, posso morar sozinho e já tenho até carteira de habilitação. Não me chame de criança – e mesmo depois do discurso, o leve bico nos lábios, que Kyungsoo julgara pecaminosos, denunciava a tenra idade.

 

O fotógrafo fechou os olhos puxando o ar com força, tentando voltar a ter controle sobre as suas ações e levar para longe o choque da nova informação. Culpava-se mais uma vez.

 

Não deveria ter se rendido ao rebolado demoníaco e ao sorriso tão sedutor quanto uma Veela*.

 

– Vai me dizer quantos anos têm? – Kyungsoo o mirou por baixo dos cílios, assustando o garoto. – Okay… só me diga o seu nome então – o garoto era insistente.

 

– O meu nome não lhe convêm ao menos que diga o seu interesse na minha loja – assumiu uma postura rígida.

 

– Kyungsoo, o banco já está fechado. Tinha me esquecido de que fecha cedo – Chanyeol entrou abruptamente e Kyungsoo quis enviar uma firebolt* por qualquer orifício que encontrasse no gigante.

 

O dançarino o olhava divertido, com um sorriso perturbadoramente atraente. Mesmo com aquele ar de zombaria.

 

– Kyungsoo então? – o fotógrafo revirou os olhos. – Prazer, Kyungsoo. Você não parece interessado em saber meu nome... mas eu sou o Jongin – coçou a nuca, demonstrando constrangimento.

 

E a perdição em pessoa ganhou um nome, um nome que para Kyungsoo combinava perfeitamente com os olhinhos fofos do garoto.

 

Chanyeol olhava a cena sem entender, esperando uma explicação que saberia que seu terrível chefe mal humorado não daria. Displicentemente levantou os ombros e entrou no estúdio do fotógrafo, sem notar o olhar assassino com o qual era recebido.

 

– Certo – voltou à atenção para Jongin. – Você não entrou aqui aleatoriamente, não é? – não queria ser mal educado, mas o moreno mexia demais consigo.

 

– Seu nome é tão lindo quanto sua boca – e de repente, aquele dançarino sensual apareceu.

 

Um arrepio atravessou a linha da sua coluna, mas conseguiu disfarçar. Junto à frase, uma onda de lembranças o invadiu, forçando-o a se lembrar da boca em todo o seu corpo. Quase podia sentir os lábios em sua pele, marcando em brasa os dentes na epiderme pálida.

 

Jongin ainda era novo, mas havia proporcionado a Kyungsoo o que outros jamais tinham conseguido. E a consciência de Kyungsoo – que agora mais parecia um demônio – sussurrava em seu ouvido o quanto o moreno era quente. Quente como fogomaldito*.

 

Não deveria, mas estava encarando os lábios grossos e apetitosos. Recordava-se perfeitamente do sabor que se vertia daquela boca tão linda. Chegava a salivar com a vontade de prová-los novamente.

 

Aquele moreno era como um pomo de ouro* e Kyungsoo estava louco para capturá-lo. Mesmo que parecesse impossível.

 

O sino anunciava a chegada de mais um cliente e o fotógrafo pôde sair de sua adoração aos carnudos alheio. Quase teve outro ataque ao ver o namorado de Baekhyun entrar a loja e parar ao lado de Jongin.

 

– Sehun, você demorou – Jongin estapeou a nuca do outro.

 

Até o chapéu seletor* tinha mais expressões que aquele cara.

 

– Tenha respeito, eu sou mais velho que você – Kyungsoo estava alheio à conversa entre os dois. – E eu perdi o endereço, tive que ligar para o Baekhyun de novo – acariciou a nuca agredida.

 

– Kyungsoo, o namorado do Sehun que nos disse sobre seu trabalho. - apontou para os álbuns que estavam em exposição. – Nós dois estamos encarregados de contratar o fotógrafo para o casamento do meu primo. E bem, não conhecíamos nenhum e Baekhyun falou de você para Sehun, falando também sobre os álbuns únicos que você cria – Sehun estava distraído, admirando o trabalho de Kyungsoo.

 

E o fotógrafo corou, mesmo que estivesse acostumado a receber elogios pelos seus trabalhos. Porém, era diferente com o olhar tão intenso que Jongin sustentava, quase o seduzindo a aceitar o trabalho sem ao menos hesitar.

 

– Você não é o cara da boate? – finalmente a atenção de Sehun estava do outro lado do balcão. Jongin arregalou os olhos. – É esse o cara da aposta, Jongin? – e as últimas palavras foram ditas em câmera lenta.

 

Pelo menos para Kyungsoo que os encarava aturdido.

 

Então aquela névoa tão conhecida trouxe o frio ao qual o fotógrafo já estava – infelizmente – acostumado. Viu o exato momento em que a maçaneta da porta girou e a abriu. Os dedos feridos escorregaram pela madeira pintada de branco, fazendo Kyungsoo consequentemente se arrepiar, sabendo exatamente o que estava entrado em sua loja.

 

O dementador fazia a voz de Sehun ecoar em sua cabeça, fazendo-o entender o motivo de Jongin ter insistido tanto em tê-lo aquela noite. Tudo começava a se encaixar e pareciam que mil sereianos* cantavam em seus ouvidos. Fora d'água, claro.

 

Não se preocupou em olhar para nenhum dos garotos parados a sua frente – perdendo totalmente a expressão desesperada de Jongin – virando suas costas e caminhando até a porta que separava a loja de seu estúdio. Entrou sem se preocupar se assustaria ou não a Chanyeol.

 

– Kyungsoo? – o chefe parecia alienado. – O que aconteceu? – aproximou-se e empurrou seus ombros.

 

– Chanyeol… – sua voz saiu quase robótica, tão mecanicamente que eram seus movimentos. – Dispense aqueles dois, feche a loja e me deixe sozinho, por favor – o outro até pensou em insistir, mas a expressão de Kyungsoo não permitiu.

 

Sentou em uma poltrona que havia ali e fechou os olhos, não acreditando no tamanho de sua burrice.

 

Kyungsoo não conseguia deixar de pensar que Jongin era como todos os outros, que o usaram para sua própria diversão sem antes pensar que também tinha sentimentos. Parecia que sua alma estava se rompendo em mais um pedacinho. E tudo o que o fotógrafo pedia era para que não ficasse sem nariz com o Voldemort*, porque já deveria ter umas vintes horcruxes* com tantas vezes que já se sentira daquele mesmo jeito.

 

Enquanto chorava – porque talvez vocês se lembrem daquelas cicatrizes anteriormente ditas –, o dementador o consolava com tapinhas nas costas, se alimentado de toda a desesperança que o consumia.


Notas Finais


Bem........... jashuahs eu não sei o que dizer aqui.
Eu marquei algumas expressões, porque TALVEZ alguém pode ler e não conhecer HP e não entender... então sei lá né... talvez seja uma caralhada de spoiler, mas enfim jahsauhgs é só para não ficar perdido entre os devaneios do Kyungsoo. (vai ficar enorme isso aqui)

Eu já peço perdão pela possível demora. Eu planejei escreve-la inteira antes de postar, porém eu vi que não conseguiria a tempo. Então postei o primeiro capitulo para ficar tranquila e conseguir entregar no dia do aniversario do Lucas <3
E bem... eu tenho muita coisa pra atualizar :(

Espero de coração que tenham gostado da leitura.
Muito obrigada e até breve <3

P.S.: Isso aqui ficou muito grande '-'

Prisão de Azkaban - prisão dos bruxos.

Feitiço do patrono - conjurado para repelir dementadores

Trouxa - quem não é bruxo

Beijo do dementador - já é meio que auto explicativo no capitulo, mas é quando o dementador da a sentença final, sugando a alma da pessoa.

Ofidioglota - quem sabe falar a língua das cobras

Relíquias da Morte - varinha das varinhas, capa de invisibilidade e pedra da ressurreição. Juntas podem fazer a pessoa Senhor da morte.

Amortentia - é uma poção do amor como qualquer outra, porém, em HP é a poção mais poderosa existente, e o cheiro dela varia conforme o que atrai a pessoa.

Maldição Imperio - é uma das tres maldições imperdoáveis, possibilitando a quem conjurou controlar a pessoa.

Vira tempo - bom... é usado para voltar no tempo kkk

Felix Felicis - é uma poção da sorte, basicamente

Obliviate - feitiço do esquecimento.

Avada Kedavra - outra maldição imperdoável, é a maldição da morte.

Confundus - feitiço para confundir.

Pirraça - é um poltergeist que vive em Hogwarts (escola de magia) e que enche o saco de todo mundo.

Poção polissuco - permite que quem a tome assuma a aparência de outra pessoa.

Aparatar - é um meio magico de transporte, a pessoa se desloca de um lugar a outro. É quase como teletransporte?? Ah sei lá, sou péssima com explicações iajhsaiush

Veela - é uma raça semi-humana, capaz de seduzir com olhares e danças. Mas elas também tem outras capacidades quando estão com raiva, enfim.

Firebolt - é uma das melhores vassouras voadoras.

Fogomaldito - É um fogo imensamente poderoso que não pode ser extinta por água normal ou encantada. Também é muito difícil para o lançador controla-lo, que flui de sua varinha em um fluxo contínuo de fogo (tive que copiar porque não sabia explicar hehe)

Pomo de ouro - é um bolinha dourada usada no quadribol, que é esporte dos bruxos. É muito difícil de apanhar e quando o time consegue, ganha 150 pontos.

Chapéu Seletor - é um artefato magico que define qual casa os bruxo ficaram na escola. Mas tem muito mais coisa pra dizer... o bicho é porreta.

Sereianos - são sereias, claro. Tem um idioma próprio e quando fora da água, é algo horrível de se ouvir kajsahs

Voldemort - grande vilão do HP (e ele não tem nariz hehe se contar o motivo ai é spoiler... ou tudo isso já é spoiler???)

Horcruxes - é um objeto criado por artes das trevas. E guarda a alma de quem a criou.


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