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História Meu Amor e Ódio Eterno. - Sombras do Passado.


Escrita por: PhantomIV

Notas do Autor


~ Cabe-me alguns esclarecimentos a respeito deste capítulo.

- Primeiramente o que é considerado pedofilia? Bom, na concepção jurídica, qualquer ato sexual ou libidinoso com menores de 14 anos é considerado estupro, ainda que consentido. Parece estranho, ainda mais em um país como o Brasil, onde a sexualidade é deveras prematura. Entretanto, lei é lei e como um bom positivista, não se discute.

- Embora haja neste capítulo menções à pedofilia, com toda razão me sinto no direito de não constá-la na categoria da ficction. Tenho dois bons motivos, o primeiro diz respeito à fragilidade com que tratarei do tema, vez que ele não implica na questão central da dramaturgia; o segundo ponto, ATENÇÃO SPOILER, é o fato do consentimento da vítima; Lembrar que, embora eu esteja desconsiderando a lei, é-me necessário negar o manifesto desta em razão da veracidade dos fatos. Como bem destacado no título da obra, ela é inspirada em fatos reais e tento atender a opinião dos seus verdadeiros atores...

- Restando algo que possa prejudicar a publicação deste capítulo; para que haja total consciência do que estão prestes a ler, este capítulo possui menções à pedofilia; o que não expressa a opinião direta do autor, tampouco a do site e seus vinculados.

- Sexo com crianças e adolescentes é crime, se conhece alguém que passa por isso, ligue imediatamente para o número 100 e denuncie. A ligação é gratuita e sigilosa.

Atenciosamente, o Autor.

Capítulo 9 - Sombras do Passado.


Fanfic / Fanfiction Meu Amor e Ódio Eterno. - Sombras do Passado.

Um dos vínculos de ódio que conectava a família Stein era o seu passado. O patriarca, avô de Will, em sua juventude, era partidário do nazismo e cultivador de todos os estremos que aquela ideologia pregava. Harold Dmididi von Stein possuía um longo histórico capaz de fazer qualquer novelista mexicano cair da cadeira. Era um militar severo que até chegou a servir a SS nazista. No âmbito familiar também surpreendia, além de suas convicções políticas que escandalizaram seu nome, trinta e cinco anos após a segunda-guerra, veio à tona a descoberta de uma relação extraconjugal. Harold já era bem velho (pasmem) e não viveu muito tempo para presenciar as causas de suas condutas cujo resultado foi o nascimento de Frederic, que é portanto, irmão bastardo de Hevert.

A princípio, o maior motivo de Hevert tripudiar o irmão é este "pequeno" trauma familiar, entretanto, outras causas se anexam ao considerares de Hevert. Embora bem mais velho, Hevert jamais conseguiu entender e aceitar o irmão, era-lhe um tolo insensato que surgira ao final da vida de seu polêmico pai para atazanar e não mais que isso. Quando da notícia de seu nascimento fora do casamento, sendo comprovada a paternidade de Harold, a matriarca da família já estava nas últimas e pouco se importou com isso. As consequências foram que boa parte da herança acabou indo para a amante. Além disso, sobre a égide da igualdade, Frederic foi criado dentro da casa do pai, porém não herdara o sangue recatado dos Dmididi von Stein, era visivelmente uma criança agitada, compulsiva e arteira. Tudo isso era motivo suficiente para Hevert amaldiçoar o pai... No entanto, em algum momento do passado, algum fato conectou os dois polos tão distintos. A partir daí Hevert passou a encarar o irmão como seu protegido. Crê-se que isso se deu após comprovada culpa do pai em toda aquela situação. A mãe de Frederic fora friamente seduzida e até forçada a se relacionar com o velho Herr Stein. Não o bastante, era de raízes humildes e complicadas. Isso bastou para esmorecer os sentimentos de Hevert a respeito do meio-irmão.

Assim nos primeiros 3 anos de sua vida Frederic viveu a margem da família e com o surgimento, dois anos depois, de Willhelm, a casa dos Stein recuperou sua estabilidade. Não tarde. 15 anos depois, Frederic, com 20 anos, apaixonou-se perdidamente por Mária, de onde veio a ter a pequena Dúnia.

Superficialmente, desde a aceitação de Hevert sobre o irmão, pode parecer que a história da família Stein rumou para o tão esperado "final feliz". Banalidade, tanta coisa se cavucou nestes 15 anos que, se fossem trazidos ao plano das revelações, desmoronaria tudo que se pensou estar construído. Inclusive no que diz respeito à adolescência carente e solitária de Frederic. O fato é que desde que se tornou órfão de pai, foi negado pela mãe que se satisfez com o dinheiro da herança. Foi um período de sérias crises emocionais na vida de Frederic.

O primeiro funeral em que Frederic (com 18 anos) esteve presente foi o de seu pai, Harold. E pela primeira vez, sob um nevoeiro denso e o gramado verde do cemitério, umedecido pelo orvalho matinal, Frederic ajoelhou-se solitário no chão após o enterro e chorou como nunca havia chorado. Ainda que restassem vários comentários a respeito do caráter de seu pai, para com ele, o velho Harold nunca faltou com respeito e sempre foi carinhoso e presente. Sobre tudo, amava o pai e talvez fosse o único a amá-lo. 

Daquela névoa sufocante, uma sutil brisa afastou as brumas e Frederic com olhos encharcados viu o meio-sobrinho, de 12 anos, encarando-o próximo de um anjo de pedra que guardava o mausoléu de alguém desconhecido. O olhar do jovem Will parecia apreensivo e compreender a tudo que se passava dentro de Frederic. Foi quando Will docemente aproximou-se do meio-tio e indagou-lhe:

_Por que está chorando? É pelo vovô?

Frederic não resistiu, envolveu o menino em um abraço e despejou todas as suas lágrimas... Sapiente de que talvez ele fosse o único que pudesse compreender toda a sua dor.

Na noite em que Harold deixou o mundo dos vivos, pelos distúrbios causados, Will e Frederic tiveram que dormir sozinhos em casa. Desde este dia, os dois tiveram muita relação que não poderia ser encarada pela família. Cabe destacar que foi algo convencionado entre eles e, a iniciativa foi dada pelo jovem e "inocente" Will; o meio-tio poderia ter-se esquivado e evitado, mas em especial, naquele dia, acabou aceitando e dispensando sua consciência. Dois anos depois, Will foi abandonado em virtude do aparecimento de Mária, que traçou o destino da família Stein. 

Atualmente, Frederic está com 22 anos, casado; e Will, com 16 anos. O que eles tiveram não representa nada mais do que um mero lapso de memória do passado. Ao menos era o que Will imaginava a data do anúncio da viagem de Frederic com Mária e a filha rumo à Midorihara...

"Trata-se de mera coincidência ele vir pra cá...", pensou ele ainda no restaurante do hotel enquanto o severo pai despejava sua ira ao telefone contra o meio-irmão desavisado sobre os riscos do inverno de Midorihara.

O que aconteceu depois, deixa um amargo na língua, um gosto azedo e aos mais frágeis, motivos para chorar...

 

 

 

CONTINUA              


Notas Finais


~ Não me cabe discutir o mérito da questão.

~ Próximo capítulo será lançado antes de sexta-feira. Aguardem.

~ Revisado 04/06/2014


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