História Meu Anjo da Guarda (Cancelada) - A ansiedade

Pov.Luna

9 meses!

Exatamente, se passaram nove meses desde o dia em que eu assinei aquela papelada, no dia em que eu jurei proteger o bebê que vem ai. Agora estou com a Nina voando por Buenos Aires na Argentina procurando pelo hospital. Os bebês vão nascer no mesmo hospital e descobrimos que as mães dos protegidos são melhores amigas. Ou seja: eu e a Nina vamos nos ver sempre. Agora só não entendi por quê tenho que trazer a felicidade de volta pro tal do humano. Sou tirada de meus pensamente com Nina me cutucando.

– Ei! Chegamos! 

– Ah é? — Estávamos na recepção. Ninguém notava nossa presença, já que anjos são invisíveis.

– Boa sorte Lu. Vou pro quarto 23 ver o parto e garantir que vai dar tudo certo. — ela fala e logo depois sai. — nos vemos depois! — grita e eu olho em volta. Podia ver alguns anjos perto de algumas pessoas. Até que vejo uma mulher com um menininho no colo...

Meu Deus! O parto! 

Saio correndo até o quarto 56 e abro a porta. E lá estava Angelica (de novo porque não sei o nome da mãe de Matteo) com mil enfermeiros, médicos e especialistas ao redor dela. Sentado na poltrona ao lado, Kalvin, o marido de Angelica segurando a mão da esposa com força. Até que os médicos param de movimentar. Corro até a cama e vejo o bebê. Logo a enfermeira chama Kalvin pra cortar o cordão umbilical e ele vai. Outra enfermeira acaba de limpar o bebê e da a Angelica. Já presenciei cenas assim antes, mas nunca achei tão bonito a imagem de uma mãe segurando uma uma criança no colo. Logo Kalvin pega Matteo também, mas minutos depois a enfermeira pega o bebê de volta pra leva-lo pra encubadora. Segui a enfermeira até o tal lugar, e quando ela saiu da sala fiquei encarando Matteo no berço decidindo se seria seguro eu pega-lo no colo, mas estou morrendo de medo de alguém chegar e ver um recém-nascido flutuante. Sou tirada de meus pensamentos quando um enfermeiro abre a porta com um recém-nascido nos braços seguidos por Nina, que pareceu não notar minha presença. Até o cara colocar o bebê do lado de Matteo e ela finalmente me olhar e sorrir. Seus olhos estavam marejados.

– Oi. — sussurra quando o enfermeiro sai.

– Oi. — sorrio também e olho pro bebê ao lado — por que está chorando?

– A mãe de Gastón quase morreu. Fez cesariana, e deu algo errado, não entendi bem. Por isso eu demorei. Tinha que salvar a vida do pequeno e da sua mãe. — ela sorri. — O nascimento foi lindo Lu, nunca fui anjo da guarda na minha vida. Acho que vai ser legal.

– É. — ela olha pro bebê na minha frente.

– Oi Matteozinho! — ela pega a mãozinha e acaricia com o polegar. Os bebês eram realmente bonitos. Tinham pessoas que nasciam mais feios do que qualquer coisa, mas eles não. E falo isso por experiência própria! Ouvimos barulho de passos e logo várias pessoas olhando os bebês pelo vidro. Sorri vendo a cena.

– Eles são lindos. — falo me virando pra eles de novo. — imagina quando crescerem? — Nina pareceu pensativa e logo depois abriu um grande sorriso.

– Por que imaginar se podemos ver?

– Nina? Tá me assustando! — o sorriso dela ficava cada vez melhor.

– Feitiços Luna! Posso fazer uma “mistureba” no caldeirão e ver o futuro deles. 

– Boa Nina! — falo e saímos da sala. Não tínhamos com que se preocupar, daqui a 48 horas eles estariam em casa. Saímos do hospital quando nos certificamos que tudo estava bem e voltamos pro céu. Fui direto pra casa de Nina. Ela fez uns negócios lá, digitou uma senha e uma porta atrás da estante se abriu. Era um elevador. Entramos nele, e 5 segundos depois estávamos no “esconderijo” de Nina. Onde ela costumava testar porções, estudar, ler e às vezes apenas passar o tempo. Ela vai em direção a uma estante com fracos com líquidos de diversas cores e depois coloca em cima de uma mesa perto do caldeirão. Pega suas luvas, um jaleco, uma touca e começa a colocar algumas coisas dentro do caldeirão. Meio coisa de filme, meio bruxa, eu sei! Mas Nina era meio doida.

– Olha só! — aponta pro caldeirão.

– Mas já? — falo me aproximando.

– Esse é o Gastón com 17 anos. — passam algumas imagens do garoto loiro de olhos claros. Em algumas imagens tinham dois velhinhos e fiquei curiosa pra saber quem eram. Gastón ia ficar lindo! — E esse Matteo com 17. — as imagens começam a ser trocadas e começam a aparecer fotos do garoto moreno com olhos castanhos. Fico de boca aberta, Gastón estava lindo, mas como os humanos dizem, Matteo era um “gato”. — “Xonou” no garoto ai miga? Fecha a boca que entra mosquito. — Nina me tira de meus pensamentos.

– Nada a ver! — dou um tapinha no ombro dela que ri.

– Pensa que não vi você mordendo os lábios agora a pouco? Se prepara então pra ver isso. – aparece uma foto dos dois garotos juntos na praia com óculos escuros. — Parece que vão ser amigos. 

– Ai Nininha, não é nisso que eu tô pensando não... — falo pra mim mesma enquanto olho de novo pras duas barrigas definidas bem ali na minha frente. 

Que foi? Só por que sou anjo tenho que ser santa?!

– Não pense que eu não ouvi, estou pensando na mesma coisa que você. — Nina morde os lábios. 

– Somos duas pervertidas então. — nós rimos.

– Nisso eu posso concordar!

E passei mais algum tempo ali, olhando fotos e mais fotos tiradas por um aparelhinho chamado celular. 

Mal posso esperar pra poder conversar com ele! Mal posso esperar pra ele crescer! Mal posso esperar pra se passarem logo esses dois dias! 10 de setembro. O dia em que eles nasceram. Em que Matteo nasceu. Seja o que vai acontecer, eu vou trazer a felicidade pra vida do pequeno “serzinho” que eu vi a algumas horas atrás. Seja o que acontecer eu vou estar do lado dele. Por que é isso que um anjo faz, não é?

Cresça logo poxa...