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História Meu Canalha Encantado! - Não seja trouxa na vida!


Escrita por: EriMor

Notas do Autor


Oi... Espero que gostem ♥

Capítulo 4 - Não seja trouxa na vida!


Eu sempre tive medo de mudanças, encarar o desconhecido e ver o velho desmoronar, eu sempre tive mede de que minha vida se transformasse de tal maneira que não seria capaz de viver como antes. Isso é desde criança, sempre gostei do mesmo perfume, das mesmas músicas, de certas roupas que eu já sabia que ficariam boas em mim e por isso eu não trocava por novas, eu posso até fingir ser ousada, as vezes eu minto tanto que até eu mesma chego a acreditar. Mas a verdade é que eu não estou preparada para fortes tempestades, eu sou um barco furado prestes a afundar a qualquer momento. Não fui feita para aguentar grandes dores só sei fingir que aguento.

E é nessas horas que eu percebo a minha fragilidade, como eu percebo que apesar dos anos eu tenho medo de, que algum dia, tudo que é meu vá embora é que as coisas nunca mais sejam como eram antes.  

Minha mãe não estava nada feliz por eu ter saído da escola, ela sempre foi meia paranoia nesse sentido, mesmo se....Eu estivesse vomitando sangue.... Tinha que ir para a escola. Acontecendo o dilúvio.... Tinha que ir para a escola. One Direction voltou é eu estivesse enfartando com a notícia.... Tinha que ir para a escola. Fora Dona Bere, a nossa vizinha que trabalhava no hospital, que ligara para a escola é avisado que a minha irmã tinha sido internada, mesmo sabendo que ia levar bronca da minha mãe, mas tanto Dona Bere quanto a mim não estávamos nem aí para isso.

Ignorei minha mãe, que estava brigando comigo na portaria, e fui direto ao quarto em que minha irmã estava internada, encontrei a Alice dopada, com os olhos abertos, mas sem olhar para nenhum lugar especifico. Isso sempre acontecia quando ela sentia as convulsões mais fortes, ela ficava sem forças, sem reação para nada. Quando estava grávida minha mãe teve Eritroblastose Fetal, sendo assim minha irmã nasceu prematura e sentindo fortes convulsões. Mesmo tomando remédios controlados sempre poderia acontecer de que eles não façam mais efeito depois de certo tempo e tenho que aumentar as dosagens.

Vê-la daquele jeito me doía até a alma. Cheguei mais perto e peguei na mão dela, olhando para as unhas dela eu tinha pintado ontem de noite. Saiba que ela iria melhorar, sabia que ela iria acordar sem se lembrar de nada do que acontecera, mas também sabia que ela não teria outra vida. Sabia que ela sempre seria dependente de alguém, é sabia que por mais que eu quisesse não poderia fazer nada por ela a não ser estar do seu lado.

_ Já falei que não quero você aqui Luíza, não tem necessidade de perder aula. Você não tem o que fazer aqui, eu posso cuidar da sua irmã. Minha mãe tentava me arrastar para fora do quarto a qualquer custo.

Me irritei com minha mãe, por ela não ter me avisado que a Alice estava internada, por ela não ter se preocupado com a minha opinião, por ela sempre me deixar em segundo plano, é principalmente por ela quer que eu fosse embora, assim como ela fez com o papai.

_Mãe. Comecei calma pois não queria começar uma briga agora. _Você não deveria ter feito isso, eu tenho o direito de estar ou lado da minha irmã.

_ Mas é a matéria Luíza, é se o professo....

_ MÃE! É sério isso?! Em que mundo você acha que a merda de uma matéria vai ser mais importante do que a Alice. Você é tão egoísta, tão insensível, tão... Da para pelo menos uma vez me ouvir, eu quero ficar aqui. 

Apesar de irritada, tentei me acalmar o máximo possível, não tinha dito nem metade do que queria, e nem poderia.

_ Mas eu não quero você aqui. Iniciou minha mão com uma rispidez que somente já me magoava. _ Você sempre atrapalha em tudo, não serve para nada. Aposto que você está adorando que a Alice esteja internada assim pode matar aula.

Irritada até a medula pensei em soltar naquele momento tudo, todas as raivas e magoas que eu tenho guardado dela desde sempre, incluindo a dor pela separação dela com o meu pai até as de agora. Olhei bem para o rosto da minha mãe, éramos idênticas uma a outra fisicamente, os mesmos cabelos castanhos, meio ondulados, os mesmos olhos completamente negros, o mesmo rosto quadrado é o sorrisinho indiferente. Porém, olhando para ela agora, mesmo sendo tão parecidas eu não deixo de pensar em como pode existir alguém tão contraria a mim.

Era agora! Agora que eu ia falar tudo que eu tenho escondido. Não estava mais nem aí se iria magoar ela. Minha mão não pensara em mim quando disse o que disse, mesmo que eu me arrependesse depois, eu estava pouco me fudendo já adiei demais essa conversa.

_Ma...mãe...

_Alice! Gritamos em uníssono.

_ Como você está se sentindo meu amor? Minha mãe quis saber.

_ Luli... Alice olhou diretamente para mim, mesmo fraca ela conseguiu dar um leve sorriso para mim.

_Como está Nane? Perguntei tentando segurar algumas lagrimas que ameaçavam cair.

_Mamãe... onde eu tô? Questionou.

_Está no hospital meu anjinho, vou já chamar a doutora para ver como você está. E diga tchau a sua irmã pois ela já está indo embora.  Disse minha mãe com a voz ríspida.

Encarei ela, tendo a certeza de ser bem clara quanto a minha raiva que estava sentido, mesmo minha mãe merecendo ouvir umas poucas e boas, Alice não merecia ver aquilo. Disse tchau para minha irmã e sair do quarto antes mesmo que ela pudesse protestar, assim ela não me veria chorando.

Não importava o que eu fizesse minha mãe sempre arrumava um jeito de acabar me magoando, e sabe a pior parte? Eu continuava me importando com ela, mesmo que minha mãe me xingasse, mesmo que eu tenha vontade de dizer mil verdades a ela, nem mesmo uma sai da minha boca. Era por isso que eu tinha tudo guardado dentro de mim, minhas dores já fizeram morada no meu coração. É apesar de ser cheia de cicatrizes criadas pela minha mãe, eu não conseguia odeia-la. Não de verdade.

Eu sei, sou uma trouxa na vida! 


Notas Finais


Críticas construtivas são muito bem-vindas, devemos sempre estar buscando melhor!


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