História Meu chefe - Capítulo 5

                                  SAKURA

—Você está me dizendo que Sasuke Uchiha mora aí?!

Ino praticamente grita quando eu conto sobre Sasuke. Na verdade já fazia mais de uma semana que eu descobri que ele morava aqui, mas conhecendo a minha melhor amiga sabia exatamente qual seria a reação dela. Mas agora, dois dias depois que ele me trouxe em casa pela segunda vez, quando Ino me ligou eu resolvi que devia contar sobre ele.

—E ele te trouxe em casa? Duas vezes?!

—Eu insisti para não me trazer, mas ele não deixou.

—Por que diabo você insistiu para ele não te trazer em casa?

—Ah Ino, ele é meu chefe eu não acho que virar a melhor amiga dele seja uma coisa interessante.

—Sakura Haruno você olhou na cara daquele homem? Ele é muito gato!

—Sim, sim eu sei. Mas ele ainda é meu chefe.

—Porra...Eu com certeza, mas com certeza mesmo, vou na sua casa mais vezes.

—Sua interesseira!

—Eu sinto muito amiga, mas estamos falando de Sasuke Uchiha.

Reviro os olhos mas não posso deixar de rir. Olho para o relógio e percebo que faltam 20 minutos o começo do expediente então preciso mesmo ir.

—Ok amiga, mais tarde eu falo com você. Tenho que ir trabalhar.

Eu e Ino nos despedimos e em poucos minutos eu já estou no carro de Temari.

Depois de descobrir que ela mora bem perto de mim o carro de Temari é minha carona oficial para ir trabalhar e para voltar do trabalho quando eu não fico até mais tarde o que anda nos tornando grandes amigas.

O trabalho também anda bem apesar do projeto de acústica do Shikamaru no qual eu estou trabalhando no momento não ser nada interessante. Ele tem grandes ideias mas a maioria dela não é muito rentável e existe sempre um bloqueio na logística ou no orçamento, e aparentemente isso é um problema geral na empresa. As coisas com certeza não estão indo como Sasuke planejou ao contratar novos funcionários.

Assim que chegamos no trabalho Shikamaru já está reclamando sobre alguma conta que Temari fez o que desencadeia uma discussão absurdamente longa e alta e me faz ficar bastante quieta até a hora do almoço, quando a discussão voltou a tona e eu avisei que ia almoçar sozinha.

A empresa por fora parece bem, as pessoas no geral estão sempre sorrindo e muito bem vestidas, ninguém ali parece a beira de um colapso, ou exageradamente preocupado com uma possível demissão. Na realidade eu não sei porque eu estou tão preocupada, já que meu trabalho com certeza não é manter aquilo em pé.

Passo pela recepção decidida a almoçar longe hoje. Geralmente eu mesma faço e trago o almoço, mas hoje as discussões dos meus dois colegas de laboratório acabaram com meus neurônios e minha paciência.

Estou quase chegando na porta quando eu ouço uma voz familiar.

—Indo almoçar?

Olho para trás e vejo Sasuke Uchiha, com mais um dos seus ternos caros, o cabelo levemente bagunçado e um sorriso estupidamente sedutor. Não devia ser permitido alguém ser tão bonito.

—Sim.— respondo suspirando. —E você?

—Também. Preciso de nutrientes as vezes.

Sasuke sorri e seu sorriso parece...cansado, esgotado para dizer o mínimo.

—Você está bem?

Sasuke me olha surpreso.

—Sim, por que?

Dou ombros.

—Parece cansado.

—Bem, eu estou um pouco. —Ele coloca as mãos no bolso e suspira —Acho que trabalhando demais. Onde vai almoçar?

—Eu não sei. Alguma sugestão?

Sasuke olha para a esquina em seguida abre um de seus sorrisos.

—Vem. Vou te levar para almoçar.

Não me movo. Sasuke está mesmo me chamando para almoçar?
Ao contrário das outras vezes não me oponho, simplesmente espero uns segundos e decido segui -lo.

Entro no carro de Sasuke que está no estacionamento da empresa e ele começa a dirigir. Quando já passamos por 3 quarteirões quebrei o silêncio.

—Para onde vamos?

—Tem um restaurante que eu gosto a algumas ruas daqui.

—Fica um pouco longe para ir todos os dias.

Ele se vira para me olhar.

—Não vou todos os dias. Vou algumas vezes, geralmente quando preciso comer algo que eu gosto.

—Tipo hoje?

Ele assente olhando para a rua.

—Tipo hoje.
Me remexo no banco um tanto desconfortável. Sasuke parece incomodado, até meio chateado. Não falei com ele vezes o suficiente para conhecê-lo mas ele geralmente está com aquele sorriso presunçoso e comentários sarcásticos, mas hoje parece bem quieto.

Recosto a cabeça na janela e observo a cidade. Depois de mais algumas ruas nos estacionados e saímos.

O restaurante que Sasuke falava era pequeno, charmoso e italiano. E na calçada já dava para sentir um cheiro incrivel.

Entramos pela porta e uma moça morena nos atende.

—Sasuke! Minha mãe já estava sentindo sua falta.

Olho para Sasuke que da um pequeno sorriso e coloca as mãos no bolso.

—Diga a Dona Maria que eu prometo vir mais vezes.

Ela sorri e se vira para mim.

—E você quem é?

—Sakura.

—Seja bem vinda Sakura.

A moça de cabelos escuros nos leva até uma mesa pequena de dois lugares que fica perto de uma janela ornamentada.

—Eu acho que esse é o restaurante mais lindo que eu já vi.— comento assim que nos sentamos.

Sasuke sorri.

—É o meu restaurante favorito.

—Jura?

—Sim. —Sasuke olha pela janela e então me fita. — Eu costumava vir aqui quando minha mãe precisava ir ao escritório. Meu pai ficava na empresa com o meu irmão e nós vinhamos almoçar aqui

A lembrança parece...triste. Apoio meus cotovelos sobre a mesa e o rosto na mão.

—Você parece gostar muito dos momentos com sua mãe.
Ele assente.

—Eram os melhores.

Eram...no passado.Pigarreio e penso em algo para mudar o clima.

—Bem, eu sempre me dei melhor com meu pai.

Sasuke me olha curioso.

—Minha mãe é...exagerada demais, feliz demais, positiva demais. Meu pai é mais pé no chão, mais centrado, acho que é por isso que eles se dão bem, um equilibra o outro. Quando as emoções da minha mãe estão muito afloradas meu pai controla ela.

—Sua família deve ser otima— ele diz se recostando.

—Sim. Quer dizer, claro que temos problemas mas acho que eu não tenho nada do que reclamar.

A moça do cabelo escuro volta e nos da o cardápio.

—Para quem me chamou de estranho a uns dias você está me contando bastante coisa. —Sasuke diz um pouco...ríspido, enquanto olha o cardápio.

Me encolho. Não sei se isso foi uma boa ideia. Agora parece que ele quer que eu fique quieta, então baixo os olhos.

—Não foi isso o que eu quis dizer. —Ele diz quando percebe meu desconforto, mas ainda não olho para ele.— Não disse que não quero que você fale...só achei curioso que resolvesse falar.

O encaro. Sasuke realmente parece mal estão decido não levar pro pessoal e tento de novo:

—Bem, eu resolvi que não tem tanto problem assim eu te contar algumas coisas já que você ainda não me perguntou nada sobre meus órgãos.

Sasuke me encara com curiosidade.

—Seus órgãos?

—Sim, quer dizer, você tem muito dinheiro. Pode ser por causa da empresa mas pode ser porque você é traficante de órgãos.

Agora ele finalmente está me dando um sorriso que não parece um poço de tristeza.

—Bem, para o caso de eu ser...como estão seus órgãos?

Agora quem está sorrindo sou eu.

—Péssimos. Eu sou horrível para beber água então meus rins não devem estar em melhor estado. Usei bombinha até os 11 anos, e no inverno volto a ter falta de ar, então pode tirar pulmão da lista. Meu coração? Eu fico ansiosa e ele bate mais que uma britadeira o que quer dizer que jaja meu músculo cardíaco da um probleminha. Quer um conselho? Arranja outra vítima.

Agora Sasuke está gargalhando, tipo, rindo de verdade e eu acabo o acompanhando.

—Meu Deus Sakura, como você ainda está viva?

—Confesso que eu não sei.

—Bem, nesse caso peço que não me denuncie para a polícia, não acho que gente rica se da bem na cadeia.

—Posso dizer o contrário. Você é bonito, as mulheres amam presidiários bonitos. Já viu o que aconteceu com Ted Bundy? As mulheres eram enlouquecidas com ele, ele até casou na prisão. Isso porque o cara era um serial killer.

Sasuke ri de novo mas para quando a garçonete volta.

—Já decidiram o que vão comer?

Sasuke olha pro cardápio então me encara.

—Posso pedir para você?

Fecho o cardápio dando graças a Deus.

—Por favor, confesso que estava perdida.

Sasuke faz os pedidos e me deixa escolher a bebida. Logo que a morena se afasta ele volta a me encarar.

—Sobre o que estávamos falando?

—Órgãos e serial killers.

Ele sorri de novo.

—Alguém já disse que você tem assuntos estranhos?

Dou ombros.

—Eu não sei. Você acha meus assuntos estranhos?

Ele parece pensar um pouco.

—Acho que está tentando me assustar.

—Assustar você?

—Sim. Na primeira vez que conversamos você agrediu um cara. Na segunda vez contou sobre quando agrediu outro cara e me chamou de...como foi mesmo? Sim, estranho stalker e presunçoso e agora acha que eu sou um traficante de órgãos e me comparou ao Ted Bundy.

Agora eu estou rindo,tipo, rindo muito. E tenho certeza que meu rosto está vermelho porque eu consigo sentir o rubor.

—Meu Deus, você venceu. Quando me descreve assim eu pareço maluca.

Sasuke da um de seus sorrisos sensuais.

—Eu não diria maluca...no máximo incomum e intrigante...

O encaro e percebo que ele já parece melhor.