Seus braços musculosos contornaram meu braço e me apertaram contra seu corpo com um pouco de força. Abaixo minhas pálpebras, permitindo que meus olhos vissem apenas uma escuridão. Eu conseguia sentir seu cheiro forte ser propagado de sua pele. Meus braços apertaram mais um pouco seu tronco, querendo obter mais aproximação ainda.
O silêncio mais uma vez se fazia presente no ambiente e eu mexi um pouco minha cabeça, escondendo meu rosto em seu peito por alguns segundos.
— Como você pode saber se realmente gosta de mim, (S/n)? — suspira um pouco e volta a falar — Por favor, não fale isso da boca para fora apenas para me deixar melhor. — ele diz em um tom de desespero, mas um desespero controlado.
— Eu me lembro, Hoseok. Você explicou e eu me lembrei da sensação, do momento. Foi bom, foi especial. — aperto meus olhos com um pouco de vergonha — Eu não minto para as pessoas, como você disse, e como eu me lembro, eu beijei você, isso significa que sinto alguma coisa. — faço um leve carinho em suas costas com a ponta de meus dedos.
— V-Você se lembra? — sua voz expressa surpresa, e eu simplesmente afirmei com um movimento de cabeça, ainda contra seu peito.
Em um movimento calmo, ele separou nosso abraço e ficou olhando para meu rosto, enquanto eu permanecia de cabeça baixa. Não tinha coragem ao certo para olhá-lo.
— Olha para mim, por favor. — ele suplica e, com muita força de vontade, levanto meu olhar para ele.
Nossos olhos ficaram conectados profundamente. Nós já tínhamos feito isso diversas vezes, mas acho que meu organismo nunca havia reagido tanto quanto neste momento. A luz da lâmpada da cozinha, juntamente com a luz que entrava pela janela do local, conseguiam iluminar seu rosto e deixar visível o brilho de uma linda pele bem hidratada. Seus olhos estavam completamente indecifráveis, então percorri seu rosto em busca de algo que pudesse fixar meu olhar e acabei parando rente aos seus lábios. Eles me pareciam mais bonitos que qualquer dia, provavelmente por eu nunca ter reparado muito neles enquanto estava sóbria.
Aproximei meu rosto vagarosamente do dele e pude sentir nossas respirações quentes se unirem. As mãos dele se localizavam em meus ombros e fiz questão de colocar meus braços ao redor de seu pescoço. Voltei a olhar em seus olhos, mas sem querer perder mais tempo, fechei-os e avancei em seus lábios.
No exato momento em que senti sua boca extremamente macia, pude sentir uma sensação única, provavelmente a satisfação de ter realizado uma vontade, e principalmente poder saber que esse beijo eu não esqueceria, esta é uma memória cuja qual faria questão de não perder.
A ponta de meus dedos percorreram a sua nuca até encontrarem os primeiros fios de cabelo, que iam ficando maiores conforme minha mão subia. Seus lábios molhados por uma mistura de salivas deixava tudo mais interessante. Qualquer pessoa cuja qual nunca havia beijado poderia dizer que isso é algo absurdamente nojento, mas quando você percebe que está fazendo isso, uma simples demonstração de carinho e afeto com alguém que gosta, você não consegue nem pensar no quão estranho é trocar os fluidos bucais com ela, isso pelo simples fato de que você confia nela, você gosta dela.
Enquanto uma de minhas mãos explorava cada canto entre seus fios sedosos de cabelo, a outra rondava a área de seu pescoço, investigando cada pedacinho de sua pele quente. Ele não se diferenciava muito de mim, uma de suas mãos acariciava minhas costas e outra examinava todo o meu couro cabeludo, para então achar o local ideal para fazer um carinho gostoso, algo como um cafuné.
Depois de alguns poucos segundos, separei nossos lábios e puxei sua cabeça para que sua testa pudesse ficar junto da minha. Eu abri um sorriso e fiquei com ele por um tempo, percebendo o mesmo de sua parte.
— Eu poderia fazer isso o dia inteiro. — ele diz praticamente cochichando e completa a frase com uma risadinha.
— Pare com isso. — digo rindo, logo escondendo meu rosto em seu peito como fazia anteriormente.
— Você... realmente gosta de mim? — pergunta apoiando sua cabeça sobre a minha.
— Hoseok, por que está perguntando tanto isso? É tão difícil assim aceitar que eu gosto de você? — rio baixinho, fechando meus olhos por um momento.
— Na verdade é um pouco surreal, sabe? Você é tão bonita... por que gostar de um cara como eu? — ele diz com a voz meio triste, e logo levanto minha cabeça com uma expressão confusa.
— O que quer dizer com isso? Está dizendo que você é feio? Pelo amor de Deus, Hoseok, claro que não! — falo convicta, acariciando seu rosto com a mão que antes passeava em seu pescoço.
— Só acho que, em questão de beleza, você merecia mais. — fala, ainda com uma aura triste.
Uma dor no peito me atingiu de imediato. Ele era tão bonito, por que fazia isso consigo mesmo? Por que ele estava se cobrando tanto? Não conseguia admitir que ele simplesmente tratasse a si mesmo de uma forma tão asquerosa.
— Hoseok, você é lindo, sem falar de todos os seus gestos, sempre tão carinhoso, tão bom. — falo olhando para os lados, mas volto a olhar para seu rosto, analisando cada pedacinho dali — Você é tão bonito... sua pele, seu nariz afilado, os olhos com um formato perfeito, as bochechas que sempre ficam mais cheinhas quando você abre aquele sorriso maravilhoso que só você tem... Hoseok você é lindo. — enquanto falava calmamente, eu passava meu dedo polegar por todos os lugares que citava, parando então em seus lábios ainda úmidos devido ao beijo recente — Sem contar no seu maxilar completamente marcado. – digo e sem me controlar, acabo sorrindo levemente.
— Você tá me deixar sem graça. – ele diz ficando levemente corado e abrindo rapidamente o sorriso ao qual me referia.
Só depois de um tempo que pude perceber que não me lembrava ao certo em como percebera todos essas minúcias e fiquei chocada com a minha capacidade de o detalhar em tantos pontos.
— Mas... por que queria tanto saber se eu realmente gostava de você? — pergunto um pouco curiosa.
— Porque eu também gosto de você. Isso não ficou muito óbvio não? — ele ri bem baixinho e eu acabo rindo também.
— Eu acho que sou um pouco lerda para entender as coisas. – rio um pouco mais alto e ele desliza sua mão que ainda estava em minha nuca até chegar na ponta de meu ombro.
— Acho que eu percebi isso. — solta uma última risadinha, que logo é interrompida por um beijinho em minha testa.
— E... como a gente segue daqui para frente? – pergunto, começando a ficar um pouco tímida.
— Eu não vou te pressionar em nada, a gente pode se conhecer melhor. – ele diz dedilhando meu pescoço com a ponta de seus dedos — E quem sabe oficializar algo em um futuro próximo.
Eu apenas afirmo com a cabeça e separo um pouco mais o nosso abraço para poder observar novamente seu rosto. Deslizo meus dedos vagarosamente por toda a extensão de suas brilhosas bochechas e abro novamente um sorrisinho abobalhado.
— Hoseok...
— Diga.
— Me dá outro beijo?
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