História Meu Colega de Quarto - Imagine Jung Hoseok - Capítulo IV

Seis dias depois

O sino da porta balança, como sempre, indicando minha entrada na cafeteria. Os funcionários sempre chegavam antes do horário da abertura do local, mas inusitadamente não havia ninguém ainda. Eu esperava que Namjoon já estivesse por lá, pois ele sempre era o primeiro a chegar, porém não foi isso que aconteceu.

Sigo até os fundos do ambiente a fim de depositar meus pertences no interior do armário cinza e trocar minha blusa casual pelo meu uniforme preto. Ao entrar na salinha, percebo que algumas coisas estavam bagunçadas, porém nada fora do habitual. Me direciono ao pequeno banheiro feminino dos funcionários com minha blusa de uniforme sobre meu braço direito, passando a me trocar com um certo nível de dificuldade devido ao tamanho do banheiro.

Quando finalmente termino, saio com a camiseta branca que usava anteriormente sobre meu ombro, porém, nesse meio tempo me assusto com um ser sem camisa, virado de costas com os músculos meio definidos. Nos mesmos segundos em que meus olhos se arregalaram, uma tremedeira devido ao susto invadiu o corpo do garoto que se localizava ali. Aos poucos que minha mente havia voltado a funcionar, pude identificá-lo. Era Taehyung.

— P-Pelo amor de Deus, Taehyung, existe um banheiro! — falo virada de costas, enquanto permanecia com uma de minhas mãos pousada sobre meu coração.

— Você nunca chega cedo, o máximo que eu poderia esperar era que Namjoon me visse assim! — ele parecia um pouco nervoso, porém sua voz estava normal. Em algum momento de sua fala pude perceber que sua voz havia ficado um pouco abafada, provavelmente por causa da blusa que passava por sua cabeça, e em certos pontos pude perceber que por mais que ele estivesse nervoso, também estava indiferente com toda a situação.

— Tá, tá. Eu já posso me virar?

— Faz o que você quiser — após ouvir seu dito, escuto o barulho da porta da salinha se chocando contra o batente na parede. Minhas suposições foram confirmadas, ele estava apático.

— Abusado... — ainda estava indignada com sua forma de falar, sendo que quem estava errado em toda aquela situação era ele. Terrivelmente arrogante.

Simplesmente jogo a camisa branca de meu ombro dentro do meu armário e o tranco, saindo de onde estava. Olho para o relógio e faltavam dois minutos para as sete da manhã, hora perfeita para abrir o estabelecimento.

O garoto insolente estava ligando as máquinas vagarosamente para poder esquentar a água, apenas finjo que não o vejo e ando até a porta, virando a plaquinha que havia escrito “aberto” de um lado, e do outro “fechado”, isso em diversas línguas importantes.

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Já era uma e vinte e seis da tarde, e por enquanto todos os clientes presentes já haviam sido devidamente servidos. Eu estava debruçada no balcão, enquanto Namjoon passava pano no móvel.

— Você está quieta hoje. Não é coisa sua, aconteceu alguma coisa? — suas orbes escuras se dirigiram a mim, que no momento estava olhando atenta para o nada.

Antes que eu pudesse dizer algo, o sininho da porta toca, determinando a entrada de outro cliente. Os cabelos eram castanhos escuros e bem arrumados e o rapaz continha uma feição marrenta. Ele vinha na direção do balcão em passos lentos, então melhoro minha postura, já que estava praticamente jogada ali.

— Muitos problemas em casa — reviro os olhos diante da memória de meus problemas e logo me viro ao cliente. — Bom dia, o que gostaria de beber? — abro um sorriso para o mesmo, demonstrando minha educação e junto minhas mãos atrás de meu corpo, esperando que ele me informasse seu pedido.

— Um Caramel Macchiato, por favor — disse ao subir na cadeira alta virada para o balcão. Confirmei com a cabeça, enquanto me virava para preparar sua bebida.

— São problemas muito vultosos? — Namjoon volta no assunto que havia sido interrompido pelo cliente, enquanto pegava a caneca que eu utilizaria.

— Eu preciso de alguém para dividir o aluguel, mas só uma menor de idade rebelde e uma senhorinha rabugenta apareceram por lá até agora — meu rosto emburra moderadamente, enquanto colocava o chantilly na bebida.

— Com licença... — o cliente me chama, fazendo-me olhá-lo, Namjoon faz o mesmo disfarçadamente. — Eu não pude deixar de prestar atenção na conversa... — um doce e inocente sorriso se forma em seus lábios enquanto eu me virava para colocar a caneca em sua frente, prestando atenção em cada palavra pronunciada por sua boca. — E percebi que está falando de algo do meu interesse. Digo, sobre dividir a taxa do apartamento.

Ele se debruça no balcão e fica mais próximo, enquanto seus olhos encaram os meus, parecendo analisar cada pedacinho de meu glóbulo.

— Bom, isso é ótimo! Me dê seu número e seu nome... Na verdade... — olhei ao redor procurando algo e finalmente pego um guardanapo e coloco em sua frente. — Teria uma caneta? Seria melhor se tivesse tudo isso anotado — sorrio para o mesmo, que pareceu entender o que eu dizia.

— Ah, claro! — ele rapidamente me estende uma caneta de metal personalizada com um nome ilegível para qualquer um que a olhasse de meu ângulo. O garoto anotou rapidamente um número de telefone e seu nome logo abaixo. Quando ele termina de realizar sua ação, seus dedos giram o papel graciosamente para eu conseguir ler o que estava grafado sobre a superfície altamente lisa do guardanapo.

— Certo, Jungkook — após pronunciar seu nome, levanto minha cabeça para olhá-lo e terminar de proferir minhas palavras. — Mais tarde eu te ligo para podermos confirmar uma data para você poder dar uma olhada no apartamento e conversarmos a respeito de algumas regras que eu tenho em relação ao comportamento lá dentro — falo pausadamente para ele entender tudo perfeitamente. Durante minhas pausas, sua cabeça sempre fazia uma leve reverência, mostrando compreensão ao que falava.

— Tudo bem então, mas eu tenho uma dúvida. Eu ainda não sei seu nome — ele ri baixo, fazendo seus olhos levemente puxados se fecharem de forma fofa.

— Ah, me desculpe! Me chamo (S/n), é um prazer conhecê-lo! — minha coluna se curva levemente, logo ele faz o mesmo.

— Sem problemas, apenas queria saber o nome de uma garota linda e que eu talvez tenha uma notável sorte de poder dividir um apartamento — ele leva uma de suas mãos até seus fios negros e os joga para o lado, fazendo os mesmos ficarem desajeitados de uma maneira charmosa.

Minhas bochechas automaticamente se tornam ruborizadas devido ao elogio do garoto.

— Eu não sei o que dizer — solto no ar uma leve risada, expressando meu embaraço.

— Não precisa dizer nada, apenas fiz um comentário — ele me lança uma piscadela e dá um gole em sua bebida, descendo da cadeira e se dirigindo à uma mesa, provavelmente para me deixar um pouco mais à vontade.

— O que é que foi isso, (S/n)? — Namjoon se segurava para não explodir de rir diante tudo aquilo, afinal, ele esteve do meu lado enquanto tudo acontecia e não havia perdido nem mesmo uma palavra da conversa. 

— Eu também queria entender Nam, eu também queria — digo enquanto sorria abobalhada. Pego o papel sobre o balcão e coloco-o dentro do bolso da minha calça.

— Você vai confiar mesmo em um cara que do nada quis dividir aluguel com você e te jogou umas cantadas? — ele olhava-me com um semblante meio preocupado.

— Se eu parei um pouco para pensar na possibilidade de aceitar uma adolescente louca, ou uma senhora que não parava de falar dos sete gatos que ela tinha em casa, acho que posso pensar em aceitar um garoto bonito que me bajulou — pego uma das canecas de vidro molhadas e passo a secá-la com um pano branco que sempre se mantinha em meu ombro, já planejando que quando terminasse, faria o mesmo com as outras molhadas à espera.

— Não acho que ele seja confiável, e... não olha agora, mas ele tá olhando para você.

Me permito sorrir um pouco, principalmente por estar de costas.