História Meu Destino? - (Pós) Show

– Nalú, casa comigo? 

E-ele acabou de me pedir em c-casamento? —  meu subconsciente falava por mim – Sim, ele acabou de te pedir em casamento. Vamos responda Nalú, responda. 

Meu estado de transe não tinha passado, eu ainda continuava na mesma posição feito estátua, sem mexer um músculo se quer. Tudo a minha volta parecia ter sido parado, não se ouvia nada, nem mexia. 

– Lú? — disse Luan baixinho fora do microfone. 

Acorda Nalú, anda. Se mexe, fala alguma coisa. Responda logo que sim, sim e sim sua idiota!

– É-e oi? — respondi.  

– E então? — disse Luan erguendo a sombrancelha. – Você está me assustando – disse baixinho.  

Olhei para ele, e para o resto do povo que presenciava aquela cena. Ninguém falava nada só me olhava esperando por uma resposta. Uma resposta que nem eu mesmo sabia. Quer dizer, sabia mas não conseguia falar. — Respira fundo, é só responder que sim e acabar logo com isso. Você quer não quer? Não, quer dizer sim. Burra. Burra. Burra. 

Chega! 

Pisquei duas vezes voltando para o mundo real. Apertei com firmeza a mão de Luan e finalmente respondi. 

– E-eu aceito. — sorri ao ve-lo sorrir aliviado também – É claro que eu aceito!

Agora sim, todos gritavam, aplaudiam. E provavelmente choravam também. 

Luan colocou o anel com uma pedrinha brilhante no meu dedo e se levantou, me abraçou com força e me girou junto a ele. 

– Eu te amo — falei enquanto ele me girava. 

– Eu também te amo, muito.  — ele respondeu. 

O show prosseguiu, eu voltei para meu lugar quase matei a Mary e o Pedro por me enrolarem o tempo inteiro, mas estava feliz. Como não ficar depois disso? 

Assim que o show acabou fui ao camarim do Luan junto com Mary. 

– Só não vou te matar por estar muito feliz — falei ao entrar no camarim, Luan estava sentado na cadeira giratória mexendo no celular. 

– Se você me matar, vai ficar viúva antes de se casar — falou levantando vindo em minha direção, e me deu um selinho. 

Mary passou por nós dois e sentou na cadeira que Luan estava. 

– Que cena adorável — disse Mary rindo. 

– Boba — falei abraçando Luan de lado. –Então, vamos embora? Rafa, você leva a gente? 

Luan me soltou, colocou uma das mãos no queixo e olhou para Mary rindo. 

– Qual é a graça? — perguntei. 

Ignorada.

– Trouxe o que eu pedi Mary? — Luan falou com Mary e eu fiquei com cara de taxo. 

– Claro que sim senhor mandão. — respondeu Mary pegando a bolsa ao seu lado. 

– Do que estão falando? Me atualizem por favor. — reclamei.

Ignorada de novo.

– Então Mary, obrigado. — Luan pegou a bolsa – O Pedro vai te levar para casa, tudo bem? 

Mary apenas balançou a cabeça, sorriu e se retirou dali. 

Fiquei olhando sem entender aquela comunicação estranha entre eles. 

– Virei a mulher invisível. — revirei os olhos – Já posso saber o que está acontecendo? 

– É, não — Luan riu – daqui a pouco você vai saber.  Só abre essa bolsa e veja o que tem dentro, acho que vai começar a entender. 

Peguei a bolsa da mão de Luan, coloquei no sofá e abri. 

– Essa roupas são minhas, o que estão fazendo aqui?  — perguntei. 

– Lú como você é lerda — riu –  vamos, não vou dar mais dicas. 

Luan pegou as coisas dele, segurou minha mão e saímos juntos dali. Ninguém nos viu, e pelo jeito era o que ele queria. 

– Calma, não sou o flash Rafa — falei ofegante enquanto passávamos pelo corredor para chegar ao estacionamento. 

– Desculpa, mas temos que ser rápidos se não quiser parar, por minutos, para responder perguntas. 

– Faz sentido. 

Fomos correndo até o carro do Luan, parecíamos fugitivos, comecei a rir do nada daquela situação enquanto entrava no carro e colocava o cinto.

– O que foi? — perguntou Luan ligando o carro. 

– Nada, só to achando isso engraçado. Que eu saiba, geralmente você para pra falar com as fãs e tal. — mexi no cabelo. 

– É, mas agora além das fãs teriam jornalistas com perguntas, curiosos para saber quando vai ser o casamento, se você está grávida. Essas coisas, não é uma boa hora. — colocou a mão em minha perna e acariciou. 

– Hm, está bem. Para onde estamos indo? 

– Você faz muitas perguntas, quando chegarmos vai saber — falou num tom misterioso.

Depois dessa fiquei quieta observando a paisagem do lado de fora. 

Uma hora dentro do carro. Desconfortável.  

– ​Por  favor, diz que estamos chegando. — resmunguei. 

Entramos em uma rua barrenta, pouca iluminação, poucas casas na vizinhança. Medonho. 

– Esse lugar não é perigoso? — Luan me olhou querendo me fuzilar e depois riu, não respondendo minha pergunta – Que droga em...

Paciência. Paciência. Paciência. Ela acabou. 

– Rafael da pra você por favor parar de... — calei a boca no mesmo instante em que vi pararmos num portão grande e amarelo.

Luan abriu o portão com um controle e entramos. Ele estacionou o carro e eu fui a primeira a descer. Uma casa branca enorme escondida atrás do portão. 

– Uau — fiquei boquiaberta com a beleza do lugar. 

Um caminho de pedras até a entrada, um jardim lindo, e parecia ter mais coisa na parte de trás. 

– Linda não? — Luan apareceu atrás de mim me abraçando e dando um beijo no meu pescoço. 

– Muito, é sua? — perguntei. 

– Não, agora é nossa. 

– Oi? — virei imediatamente para ele – Nossa? 

– Sim, é nossa — ele sorriu. 

– Mas... – fui interrompida. 

– Não precisa falar nada, sei que tem perguntas. Prometo responder todas elas depois, agora vamos comemorar, não quero mais perder tempo, amanhã você vai embora e... — dessa vez eu o interrompi. 

– Agora é minha vez de pedir para você não falar nada — ri baixinho – Eu ainda estou aqui não estou? — sorri  senti ele por a mão em minha cintura e aperta-lá – Só faça uma coisa, me beija e diz que isso nunca vai acabar. — meus olhos ficaram marejados e me senti uma boboca. 

– Não vai acabar, nunca. Vamos fazer dar certo — ele disse aproximando seu rosto do meu – Eu te amo Nalú, e isso não irá mudar. Mesmo se você for para outro planeta. 

Nós dois rimos.

Ainda parados ali, na entrada da casa mais encantadora do mundo, nos beijamos carinhosamente e intensamente. Um beijo repleto do mais puro amor entre duas pessoas.