História Meu detestável professor (Riren) - Capítulo III

Pov Eren

A dor não parou nem por um segundo sequer, para tomar banho foi complicado, mal conseguia me mexer.

Havia algo de errado com meu lobo, tudo bem se fosse só uma simples cólica menstrual, mas aquilo não estava normal, e eu não estava perto daqueles dias.

Agora eu me encontrava deitado em minha cama, sofrendo por dores constantes em todas as regiões, aquilo me fazia chorar.

Avisei aos meus pais a respeito, claro, minha mãe viria até em casa para ver o que estava havendo comigo, e eu também aproveitei para dar uma pesquisada em sites sobre o que poderia ser. Não achei nenhuma resposta satisfatória.

E algumas deixavam bem claras serem fake news.

Me encolhi sentindo uma forte pontada no peito.

Nunca tinha me sentido dessa forma antes.

— Eren! — minha mãe entrou no quarto desesperada — Eu liguei para o seu pai... Ele já está vindo... — ela se aproximou de mim e se sentou ao meu lado na cama.

— M-Mãe... D-Dói t-tanto...

— Calma, não se esforce. — ela colocou a mão em minha testa — Nossa! Você está ardendo em febre Eren! O que foi que aconteceu?

Agonizei de dor.

— N-Não s-sei... — arfei pesadamente — E-Eu...

— Seus feromônios... — ela cheirou o ar — Está no cio? Será que tem alguma relação? — ela abre sua bolsa e me da uma cartela de supressores — Tome só por precaução, vou pegar um copo de água pra você.

Ela se levantou e saiu do meu quarto apressadamente.

Me esforcei para me sentar, mas meu corpo doeu mais.

Ela logo veio e me deu um copo de água.

— Aqui... — ela me olha com atenção — Você não andou com um alfa hoje, né?

Peguei um comprimido e o tomei o engolindo junto da água, me senti aliviado pelo fato dos meus hormônios relaxarem depois de toda aquela tensão, mas as dores permaneciam, menos piores, mas ainda não era suportável pra mim.

— B-Bom... Eu tive meu cio dentro da sala... — corei — Foi inesperado e eu não tinha levado meus supressores...

— E eu sempre te aviso para levar! — ela me repreende — Mas, você andou com um alfa?

— Bom, um veio atrás de mim, mas aí um lúpus interferiu... 

— Um lúpus? Ele tentou algo?

— Não... Ele é meu professor de matemática, você o conhece.

— Sim, Levi? — ela diz e eu concordo com a cabeça — E é verdade, você voltou cedo, e a sua detenção?

— Eu não pude ficar, foi ele quem me trouxe pra casa.

— Não era mais fácil me ligar?

— Era... Mas acho que foi pensado de última hora...

Ela coçou a cabeça.

— Certo, vou ligar para o seu pai de novo. Me espere aqui!

Ela saiu do meu quarto outra vez.

Suspirei e logo meu peito doeu.

Pov Levi

Mas que dor infernal, por que começou a doer tudo de repente?

Pelo visto não achou sua alma gêmea?

A voz de Hange soou na minha cabeça e eu afastei esse pensamento, essa coisa de alma gêmea não existe.

Logo meu corpo doeu ainda mais, como se meu lobo urrasse em resposta.

— D-Droga. 

A dor estava suportável no começo, mas agora estava horrível.

Não podia nem levantar do sofá para poder fazer minha limpeza diária já que eu iria faltar das aulas da tarde.

Bufei, eu odiava ficar sem fazer nada.

Olhei para a minha estante de livros no canto da sala, e com muito esforço eu me levantei para ir até lá, cada passo que eu dava fazia meu corpo inteiro doer.

Logo peguei um livro qualquer e voltei para o sofá, me aconcheguei novamente e comecei a ler.

Pelo visto parece que peguei um romance, mas como eu não queria levantar novamente para trocar, eu apenas me deixei levar.

Beijando-a eu percebia cada vez mais que aquela era a minha alma destinada, ela seria minha.

Será que?...

Comecei a pensar, logo peguei meu celular em cima da mesinha de centro e pesquisei a respeito de alma destina, era a mesma coisa que alma gêmea, mas isso não parava de martelar minha cabeça.

Alma destinada, mais conhecida como Imprinting, é quando dois lobos se sentem atraídos espiritualmente, essa relação é composta apenas por um Ômega e um Alfa, seus lobos não devem ser separados de maneira alguma, caso isso aconteça ambos sentirão dores terríveis.

Os laços desenvolvidos entre um Ômega e um Alfa é tão forte que ninguém pode interferir nisso.

Chega, isso foi estranho demais. Alguém de imaginação fértil fez isso.

Logo guardei o celular e voltei a ler meu livro.

Meu peito doeu.

Pov Eren

Meu pai havia chegado, ele era um médico bem sucedido, saberia me dizer o que eu tenho.

— Deixa eu ver se eu entendi... Você esteve no cio, por conta disso atraiu dois alfas até você, seu professor que é um alfa lúpus te protegeu e te trouxe pra casa?

Assenti com a cabeça.

Ele ficou pensativo.

— A dor começou quando você entrou em casa? — ele me pergunta.

— Ao que parece... Sim.

— Quem é seu professor mesmo Eren? — ele me pergunta.

— Levi...

Ele trocou olhares com a minha mãe, e ela fez que sim com a cabeça.

— Eren... Sem sombra de dúvida.... — ele respirou fundo — Seu lobo acabou criando um laço forte pelo lobo do seu professor...

— O quê?!

— Sim Eren, seu lobo o escolheu... E com certeza ele deve ter te escolhido também e com isso vocês obrigatoriamente precisam um do outro para que essa dor infernal passe.

— M-Mas... Não tem nada que possa ser feito?

Era só o que me faltava! Ficar na presença daquele chato o tempo inteiro? Nem pensar!

Comecei a ficar bravo com meu lobo, por que ele fez uma escolha dessas? E agora eu devo ficar colado com aquele professorzinho arrogante?

— Eren, estamos preocupados com você, precisamos falar com ele também.

— E-E como v-vocês podem agir naturalmente? — perguntei incrédulo.

Certo que um Alfa precisa de um Ômega.

Mas o Levi e eu? Sem chance.

Levi era meu professor, que aparentemente tinha 30 anos de idade e eu um jovem de 17 anos que só quer se livrar dele.

— Eren, questões de idade ou classe social, não entra no contexto agora... Seu lobo precisa sim do Levi, que é seu professor.

— M-Mas...

— Eren... Nós só queremos que você fique bem! — minha mãe disse — Ninguém tem culpa se o seu lobo o escolheu...

Eu não aceitava os fatos, meus pais se preocupavam comigo dizendo que eu deveria ficar grudado com um velho rabugento o tempo todo.

Bufei e não discuti mais com eles.

Até onde meu pai explicou, o acontecimento de Alma Gêmea era bem raro entre Alfas e Ômegas, e é chamado de Imprinting, isso é tipo amor a primeira vista.

Meu pai disse que não importa a idade ou status, isso realmente acontece.

O laços ficam ainda mais profundos através de um vínculo, sim, meu pai falou sobre relações sexuais, foi a coisa mais vergonhosa da minha vida.

Fiquei pensando nessas informações no meu quarto.

Logo meu pai voltou.

— Consegui falar com o Levi.

Pov Levi 

Recebi uma ligação de um número desconhecido, mas eu atendi.

— Alô? — perguntei.

— Oi, tudo bom? Eu estou falando com o Sr. Levi?

— Sim, é ele... Com quem eu falo?

— É o Sr. Jaeger.

Ah sim, pai do Eren, suspirei.

— Se vai perguntar porque eu não estive com ele na detenção, é porque hoje eu não estou em condições de trabalhar. — digo meio ríspido.

— Por quê? — ele pergunta sem se importar.

— Dores no corpo...

— Eu sou médico, o Sr. se importa de passar na minha casa, se é que consegue? Estou com tempo livre...

Bufei.

— Meu corpo dói e eu mal consigo levantar...

— Então me passa seu endereço que eu te busco.

Que cara insistente. Mas que inferno!

Eu não entendia os motivos para tanta insistência, isso estava mais aleatório que a Hange, quer dizer, nem tanto.

— Olha... Isso é passageiro, vou ficar bem! — logo meu peito doeu mais, aquilo estava me estressando.

— Mas eu acho que eu tenho a solução perfeita para o seu problema, ou você prefere ficar sem poder trabalhar?

Merda!

— Tá bom! Te passo o endereço!

Se tem coisa que eu não gosto é sentir dor, mas o que eu realmente abomino é ficar em meio a bagunça e a poeira de casa.

Pov Eren

— Você vai buscá-lo? E-Espera... — corei — É realmente necessário?

— Não seja assim... Se quiser parar de sentir dor, fique perto do Levi. E eu preciso voltar para o trabalho também. — ele diz.

Realmente, fato que meu pai deveria ter muito trabalho a fazer, então eu acho que entendo a preocupação dele, e ao que parece a única solução do meu problema é Levi ficar perto de mim.

Suspirei.

— Tudo bem... — logo meu corpo inteiro reagiu numa dor imensa me fazendo agonizar — Ta bom! Eu aceito!

Olhei meu pai que sorria.

— Que bom que entende.

[...]

Lá estava eu e Levi no mesmo ambiente.

A dor realmente passou com a presença dele, isso era estranho e desconfortável para nós dois.

Eu ainda estava no cio, porém conseguia controlar com a ajuda dos supressores que minha mãe me deu.

Meu pai disse para o Levi ficar para o jantar, pois assim ele conversaria melhor com a gente.