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História Meu Doce Pecado - Capítulo 11


Escrita por: AWNIL

Notas do Autor


Olá coisinhas lindas ❤️

Acharam que eu iria demorar mais um século pra postar outro capítulo né? Se sim, acharam errado! KKKKKK

Boa leitura aí, nos vemos lá em baixo 👋❤️

Capítulo 12 - Capítulo 11


Fanfic / Fanfiction Meu Doce Pecado - Capítulo 11

Adrien Agreste


— Não sei... eu não estou muito  sobre isso Gabriel, não é o suficiente pra me convencer... e além disso, gostaria de ler os termos com mais atenção. Ainda não me senti à vontade para assiná-los — o Sr. Carpentier, dono da grande Bonnet Roche Cosmetics, confessa depois do meu pai ficar horas e horas sentado na enorme mesa falando sobre porquê a empresa dele deveria fechar contrato com a Agreste.


Eu sabia exatamente onde meu pai estava errando, ele falava tanto e tanto dos lucros e quanto dinheiro poderiam ganhar com aquilo que esquecia completamente de falar sobre as oportunidades de crescimento, clientes, mercados, novos desenvolvimentos, tendências, padrões e assim por diante.


Se eu tentasse soltar o meu ponto de vista talvez, só talvez eu poderia reverter a situação e conseguir fazê-los mudar de idéia.


— Ahn... E-Eu posso falar? — pergunto baixo levantando a mão e todos na mesa me olham atentos.


— Nã... — meu pai iria negar, mas o Sr. Carpentier é mais rápido.


— Oh, o pequeno Agreste quer falar, então o deixe falar — o homem de barba e cabelos brancos sorri e se vira pra mim com toda sua atenção.


Respiro fundo antes de começar e coloco tudo pra fora, falo sobre os termos, li o contrato em voz alta para todos listando os pontos altos e também os baixos, e que juntos poderíamos melhorar e mudar algumas coisas para que ficassem bom para ambas as partes, e é claro que tentei convencê-lo de que se ele pelo menos tentasse sua equipe e a do meu pai conseguiriam criar algo excelente.


— Então é por isso que acho que deveriam fechar contrato com a gente, além de terem uma garantia segura com produtos de qualidade também iremos ter bastante lucro de ambas as partes é claro.


— Olha, pensando por esse lado realmente faz sentido, o que acha Boucher? — impressionado Sr. Carpentier se vira para seu assistente.


— Eu achei incrível! Gabriel, você tem um filho e tanto! Esse garoto tem futuro! — Boucher confessa apontando pra mim.


— Obrigado... — agradeço timidamente.


Meu pai coloca seu sorriso mais falso no rosto e diz:


— Sim, o preparo para exatamente isso — ele se vira pra mim rapidamente e me lança um sorriso sínico, sinto meu corpo tremer.


— Se eu fosse você colocava logo esse garoto no comando, acho que você já não dá mais conta disso tudo — Carpentier brinca, fazendo metade dos executivos engravatados naquela sala rirem alto.


— Podemos continuar? — meu pai pergunta após limpar a garganta chamando a atenção de todos pra si novamente. Ele pegou alguns folhetos e começou a distribuir para as pessoas ao redor da mesa e voltou a se sentar.


Após minha sugestão, durante toda a reunião, meu pai me lançou olhares duros, seus olhos estavam cheios de raiva e os meu, de medo e incerteza. Tentando evitá-lo eu encarava as planilhas na minha frente sempre que possível.


Achei que tinha feito a coisa certa, mas pelo visto não. Eu só fiz o que aprendi com ele, tentei implementar metas estratégicas para expandir o negócio da empresa, eu tentei ajudar mas...


Após todos estarem de acordo marcamos uma nova reunião para o próximo mês, quando eu apresentaria o novo contrato com todos os detalhes e fecharíamos uma parceria oficialmente. A reunião acabou alguns minutos depois. Meu pai estava distraído conversando com alguns de seus sócios e executivos, me dando um bom tempo para fugir, então juntei minhas coisas e saí correndo de lá.


Caminho em passos rápidos até o elevador e quando eu estava prestes a entrar, ele já estava vindo logo atrás de mim, pensei em deixar a porta fechar antes que ele entrasse, mas se fizesse isso tenho certeza que as coisas ficariam piores para o meu lado, então apenas dei espaço pra ele.


Graças a Deus o elevador estava bem cheio, então acho que ele evitaria fazer qualquer coisa ali. Me encosto na parede e meu pai me segue parando ao meu lado.


Ficamos em silêncio por um tempo enquanto descíamos para o saguão. 


— Que merda você pensou que estava fazendo?! — ele começa, perguntando baixo e entre dentes.


— C-Como assim? — usando o mesmo tom que o seu pergunto na defensiva e tento ao máximo não olhá-lo nos olhos.


— Eu tinha tudo sobre controle! — sussurra de volta.


— Mas pai, o senhor estava tão focado nos lucros que esqueceu de falar sobre...


De repente, ele bate com o cotovelo nas minhas costelas com tanta força que me faz perder o ar.


— Nunca mais repita isso, seu imbecil! — ele esbraveja.


A dor foi tanta que apertei o punho em torno da barra de ferro do elevador pra não acabar caindo.


Todos ali estavam tão distraídos que nem sequer notaram o que tinha acabado de acontecer, e mesmo se tivessem notado não teriam coragem de dizer algo.


Droga. Por que esse elevador é tão lento? 


Assim que esse pensamento me vem a mente chegamos ao primeiro andar, eu estava pronto para sair dali mas ele me puxa pelo braço bruscamente direto para um de seus escritórios, não sei exatamente qual, ele tinha vários espalhado pela enorme empresa.


Uma mulher que passa ao nosso lado no corredor olha em nossa direção e meu pai imediatamente se ajeita largando meu braço. Quando a mulher se afasta, ele rapidamente me empurra para dentro da sala e tranca a porta atrás de si.


Pânico era o único sentimento que tomava conta de mim. Eu estou sozinho numa sala com meu pai.


— Eu já disse que não quero que você tome decisões importantes para a empresa sem mim! — ele me empurra com força, fazendo minhas costas chocarem contra a parede.


— Tudo bem, me desculpe... — peço com a cabeça baixa.


— Pedir desculpas não vai concertar o que fez!


— Sim senhor...


Sem aviso algum ele me desfere um soco em cheio bem na boca do estômago. Me curvo com a dor, e demoro um pouco até retomar a consciência.


Relaxem, isso não é novidade pra mim...


Ele sabia os lugares exatos onde me espancar, o rosto com toda certeza não era uma opção, é lógico que Gabriel Agreste não quer ser interrogado pelo olho roxo do filho, ah, e nada de ossos quebrados também. Resumindo, lugares que não causam minha morte e lesões permanentes sempre são os escolhidos, por exemplo, o abdômen, braços, pernas, costelas... se bem que se ele encontrasse o lugar certo e usasse um pouco mais de força esses lugares poderiam sim me matar, e pensando bem, não seria de todo mal...


Senti o meu corpo enrijecer quando ele acerta outro soco nas minhas costelas, ouvi sua boca soltar palavrões enquanto desfere socos contínuos contra mim, minhas pernas enfraquecem e acabo escorregando contra a parede.


Posso aguentar isso, até se ele arrebentar minha cara, até se ele me matar aqui mesmo nesse escritório. Eu acho que posso aguentar.


Passo por isso desde que mamãe se foi...


Me encolho no chão me sentindo um merda, um completo inútil. Eu só queria uma vez na minha vida que ele sentisse orgulho de mim e do meu esforço, eu só queria agradar meu pai...


Ele estica o braço e agarra a minha gravata, puxando meu corpo para cima, fecho os olhos, esperando o próximo ato, um soco, um tapa ou até um chute, mas nada vem, então abro os olhos.


— Levante idiota! — tentei me afastar o máximo que podia, mas ele me puxa novamente me fazendo ficar de pé — Se ajeite e saia daqui! — aponta para a porta.


Rapidamente pego o paletó que acabou caindo no chão tento ajeitar meu cabelo com a mão e abro a porta com um certo desespero.


No corredor, ouço as pessoas ao redor folhearem papéis, falarem ao telefone e discutirem planos para mais tarde. Conforme ando para a saída completamente entorpecido o som das vozes diminuem até se tornarem burburinhos baixos.


Quando chego ao lado de fora não ligo para Gonzalez, não queria que ele me visse nesse estado.


Quase acabo grunhido de dor quando sinto uma pontada aguda no meu abdômen, bem na parte das costelas. Precisava resolver isso, então sem pensar muito atravesso a rua para ir até a farmácia na outra esquina.


Quando entro lá, ninguém lá dentro parece se importar com o fato de eu estar ali, até agora ninguém tinha me reconhecido.


Caminhei entre as estantes carregadas de todos os tipos de remédios. Peguei Band-Aids, gazes, garrafinha spray de álcool 70, adesivos para dores musculares e analgésicos. 


Vou até o caixa e coloco tudo na esteira, o homem atrás do balcão nem sequer levanta os olhos enquanto registrava as compras, apenas me lança um olhar rápido quando me diz o preço e assim que o pago ele coloca todas as compras na sacola e volta a atenção a seja lá o que ele estava fazendo antes.


Caminho para fora da farmácia e atravesso a rua em direção a uma lanchonete barata, acho que ali tem um banheiro que eu possa usar. Entro e praticamente passo despercebido, todos ali estavam tão distraídos e felizes com suas vidas normais, fazendo coisas normais de pessoas normais nem precisavam se preocupar com um pai que te obriga a ser o que não é e te espanca sempre que faz algo de errado.


Vou até o canto mais distante da lanchonete e entro no banheiro que, naquela hora, estava vazio, agradeci aos céus por isso. 


Jogo as compras sobre o balcão e desesperado procuro pela cartela de analgésico, tirei dois comprimidos de uma vez, a dor era tanta que achei que um não daria conta. Abri a torneira e inclinei a cabeça levando a boca diretamente a água corrente, engoli a água junto com os comprimidos e respirei aliviado quando os senti descer.


Tiro o paletó caro com pressa o deixando cair contra o chão. Meu peito dói e minhas mãos tremem, então luto para desabotoar o blusão branco com pequenas manchas de sangue.


Tinha apenas quatro pequenos arranhões que provavelmente foram causados pelos seus anéis e saiam um pouco de sangue. Quando olho mais pra baixo noto o tamanho do hematoma que ele deixou perto das minhas costelas, quase me impressiono com aquilo, já tinha tido piores que esse, mas a dor infelizmente era a mesma.


Começo pelo pior, arranco a tampa do álcool e espirro diretamente na ferida aberta, direto nos arranhões, faço careta e uso a gaze para limpar o excesso e abro o pacote de Band-Aids e colocando por cima dos arranhões. Repito isso com os outros três.


Nenhuns dos machucados jorrava uma quantidade absurda de sangue, então estou tomando isso como um bom sinal.


Agradeci mais uma vez pelo lugar estar completamente vazio, Imagina o escândalo que seria se vissem o filho perfeito de Gabriel Agreste num banheiro de uma farmácia qualquer enquanto tentava fazer curativos desajeitados em si mesmo? Não quero nem imaginar.


Abro o sachê usando a boca, pego um dos adesivos com cuidado, retiro a camada de proteção e pressiono firmemente com a palma da mão no hematoma abaixo da costela por aproximadamente 30 segundos, e cara, aquilo doía pra caramba.


Gemendo de dor me inclinei contra o balcão. Passei para a segunda lesão que ficava bem na lateral do peitoral, colo o adesivo ali também.


Enquanto colava os adesivos sobre as lesões, nem percebi que estava chorando, apenas quando encarei o espelho pra ter certeza de que o adesivo estava no local certo. Talvez seja porque chorar é algo que eu vinha fazendo bastante nos últimos dias.


Minha visão fica embaçada quando começo a chorar novamente, tiro os óculos rapidamente encarando meu rosto embaçado no espelho e tento o meu melhor para enxugar as lágrimas, meus olhos chegavam a arder e meu rosto estava todo vermelho pelo choro recente, parecia até que eu tinha levado sequências e mais sequências de tapas na cara.


Eu sou um maldito desastre, não consigo agradar nem ao meu pai.


Respiro fundo, me recompondo, volto a colocar os óculos e começo a abotoar a blusa novamente, pego o paletó do chão e o coloco, o abotoando também. Lavo o rosto arrumo o cabelo e guardo todas aquelas coisas dentro da minha mochila.


Tento agir normalmente ao sair do banheiro da lanchonete, não quero causar suspeitas. Já do lado de fora caminho novamente para frente da empresa e resolvo finalmente chamar por Gonzalez, eu só queria mais que tudo que ele me levasse pra casa, preciso esquecer completamente essa semana.


Espero (im)pacientemente na porta da lanchonete Gonzalez aparecer, depois de minutos vendo carros e mais carros passarem por ali. Respiro aliviado quando vejo a limousine preta parar na calçada.


Gonzalez sai do carro dentro de seu impecável terno de sempre e para na minha frente.


— Seu pai me disse que a reunião já acabou faz um tempo, por que só me ligou agora? — pergunta com os olhos cerrados.


— Um conhecido do meu pai quis conversar, depois disso precisei usar o banheiro... — minto, torcendo para que ele acreditasse.


Mas o cara me conhece desde de criança e não tem nada que eu consiga esconder dele por mais de cinco segundos.


— Garoto, quantas vezes vou precisar te dizer que seja o que for você não precisa enfrentar sozinho? Eu estou aqui... — ele não tinha mais o olhar raivoso, e sim triste por eu não ter o chamado nessa situação.


— Desculpa, não queria incomodar...


— Você nunca incomoda — ele suspira — Venha... — compreensivo, Gonzalez tomou meu braço, abrindo a porta e empurrando-me devagar para dentro do carro — Pra onde quer ir?


— Ahnn... podemos ir até o hotel pra pegar minhas malas? — pergunto afrouxando a gravata e quando consigo tirar a jogo no banco do lado.


— Claro.


Felizmente é sábado, o que indica fim de semana e finalmente o fim da tortura também. Passei a semana inteira em Rouen, uma cidade vizinha de Paris, onde fica a filial da empresa. Meu pai precisou resolver alguns assuntos importantes aqui e infelizmente me arrastou junto com ele pra cá.


— E a Marinette?


Tentando puxar assunto, Gonzalez pergunta sobre a garota que eu estava tentando não pensar e mais pensei a semana toda.


Suspiro.


— Pelo amor de Deus Gonza...


— Relaxa loirinho — ele me interrompe com um sorriso discreto — Só quero saber como ela está — sorri de forma maliciosa.


— Eu não sei, sabe que em viagens como essa meu pai não me deixa usar o celular e o meu está em casa...


— Ah é, tinha esquecido.


Meu pai diz que tenho que me concentrar cem por cento e evitar distrações, então sempre que viajo a negócios com ele meu celular fica em casa e o único que eu posso usar é um que só serve para ligar para Gonzalez. Ele também acha melhor que eu me tranque no quarto do hotel dias antes para estudar com antecedência e me sair bem nas reuniões.


— Já almoçou? — ele pergunta me olhando pelo retrovisor interno.


— Na verdade eu não comi nada o dia todo, estava atrasado pra reunião então meu pai achou melhor que eu fosse direto pra empresa — digo, encarando o lado de fora.


— O que acha de tacos? — ele pergunta virando a esquina.


— Aham, só não chegue perto de mim se for pedir aquele taco de queijo com um cheiro estranho de novo... — murmuro e deito a cabeça sobre o vidro da janela.


— Não exagere — ele revira os olhos de forma exagerada.


— O carro ficou cheirando a chulé por duas semanas, isso não é exagero.


— Não fale assim do meu taco de queijo! — ele defende com uma carranca tão engraçada que me faz rir.


E sim, essa é a primeira vez que rio nessa semana.



                                     (...)



— Tenho algumas coisas pra resolver, mas volto logo pra te fazer companhia — Gonzalez avisa caminhando ao meu lado e eu assinto com um meio sorriso — Não fica assim vai, eu prometo que volto bem rápido, aí a gente termina aquele jogo! — ele tenta me animar e dá um pequeno soco em meu ombro.


— Tá tudo bem Gonzalez, vai fazer seu trabalho, eu vou ficar bem — tranquilizei me aproximando da porta.


— Prometo que volto logo — ele reforça me olhando e deixa minha mala ao meu lado e logo caminha pelo jardim até a limousine.


Suspiro assim que ele se afasta, seguro a alça da mala e pouso a mão na maçaneta e a giro lentamente, sem vontade alguma de entrar em casa.


Já li e ouvi muitas pessoas dizerem que casa é o lugar onde você se sente bem e acolhido, mas eu penso diferente, eu não gosto de ficar em casa — pelo menos não com o meu pai —, se eu pudesse passaria o tempo em qualquer outro lugar. Porém no momento, depois de passar praticamente a semana toda trancado num quarto de hotel tudo o que eu mais desejo é minha casa, minha cama e meu gato.


Ando pela casa silenciosa e quase me assunto quando ouço uma voz soar baixa ao meu lado.


— Adrien, seja bem vindo — era Natalie.


— Oi Natalie. Onde Plagg está? — pergunto olhando em volta.


Sempre que meu pai viaja, Natalie deixa Plagg sair um pouco do meu quarto e andar pela mansão, esse é o nosso acordo/segredo. Claro que depois disso tudo a empregada tem que passar o aspirador de pó em cada canto da casa pra que não fique nenhum pelo se quer, meu pai surta sempre que acha pelos do Plagg por aí, na última vez quando ele achou um no seu terno branco só faltou me matar, literalmente.


— Tive que mandá-lo pro seu quarto novamente, seu pai poderia voltar a qualquer momento e você sabe né? — me olha com um sorriso pequeno.


— Claro, entendo. Estou subindo! — aponto para as escadas, levanto a mala e começo a subir os degraus.


— Quer que eu peça algo pra você comer? — ela pergunta me fazendo parar na escada.


— Não, já almocei com Gonzalez, obrigado — agradeço e continuo o caminho até meu quarto. 


Empurro a mala para dentro do quarto, tiro o paletó e o jogo pra bem longe de mim. Um suspiro profundo escapa da minha boca quando meu corpo inteiro relaxa e finalmente me deixo cair na cama, encaro o teto por uns segundos até ouvir um miado próximo a mim.


Sorriso de forma sincera quando vejo o gato preto parado ao meu lado. Ele mia, me olha com aquela cara de desprezo de sempre e sobe e se senta na minha barriga, ficando por ali mesmo, encarando meu rosto, sem nem piscar. 


Um tanto sinistro, vamos assim dizer.


— Hey... como você está garoto? Sentiu minha falta? — pergunto com ele ainda em cima de mim. Plagg apenas dá umas voltinhas massageia minha barriga com as patinhas e se deita bem ali, acho que dormiu — Ah, okay, acho que isso foi um sim — sorrio.


Eu tenho Plagg a exatamente sete anos e se eu for parar pra pensar que um gato foi o meu único amigo por todos esses anos soa meio depressivo. Mas eu também tenho o Gonzalez, então não foi tão solitário assim, e agora tenho a Marinette que... droga! A Marinette!


Será que ela notou minha falta? 


Me estico o braço até a mesa da cabeceira buscando por meu celular, mas tento não me mexer muito para não incomodar Plagg, ainda tateando o local respiro aliviado quando sinto o celular na ponta dos meus dedos, o puxo de uma vez e ligo assim que o tenho em mãos. 


Fico boquiaberto quando noto a quantidade de mensagens que ela me mandou ao longo da semana, trinta e três mensagens e dez ligações perdidas. 


Acho que nunca me ligaram tanto assim, só quando eu me “perdi” em uma rua quando tinha doze anos e Gonzalez me ligou desesperado por uma hora inteira, foram no mínimo cinquenta ligações perdidas.


Será que respondo agora ou é melhor deixar para resolver tudo na segunda-feira? Quem sabe eu poça tentar conversar com ela e explicar toda a situação, não tudo, mas que precisei fazer uma viagem de negócios e...


Um bocejo acaba escapando dos meus lábios e interrompe meus pensamentos, talvez eu deva dar um cochilo e resolver tudo amanhã com mais calma.


Bloqueio o celular o deixando de lado, a luz estava acesa mas não faço o esforço de levantar e apagar, apenas cubro os olhos com um braço para ofuscar a claridade e não demora para meu corpo começar a relaxar, deixando todo o cansaço e trabalho da semana esvair do meu corpo.



                                      (...)



Acordo assustado com as batidas na porta, por um momento acho que dormi até segunda-feira. 


— Pode entrar! — sento na cama, esfregando os olhos com uma mão.


— Boa tarde Bela Adormecida, dormiu bem? — ele se aproxima com um sorrisinho idiota.


— Boa tarde? Que horas são? — me sinto confuso.


— Já é domingo, cinco horas da tarde, você dormiu por exatamente vinte horas.


Desacreditado procuro por meu celular no meio dos cobertores.


— Droga! — arregalo os olhos ao ver que são mesmo cinco da tarde, eu passei metade do dia dormindo — Meu pai está em casa? — pergunto desesperado.


— Não.


— Tenho algum compromisso hoje?


— Não, consegui fazer Natalie convencer seu pai a cancelar todos eles, você está praticamente morto.


— Sério?


— Aham, tem o dia todo livre pra...


— Dormir! — completo sua frase, e deixo meu corpo cair na cama novamente.


— Não era bem isso o que eu iria dizer, mas se é o que quer fazer tudo bem... 


— Sim, é isso o que eu quero, agora saia — faço um esforço para tacar uma das almofadas nele mas erro com sucesso.


— Errou seu idiota! — ele zomba de mim feito criança.


— Vá se ferrar Gonzalez... — xingo seguido de um bocejo, é incrível que eu ainda esteja com sono — E apague a luz quando sair, por favor — peço, e ele ainda rindo faz.


— Bons sonhos loirinho! — ele fecha a porta.


— Ah, valeu — agradeço com os olhos fechados.


                                      (...)


Acordo — atrasado — e noto que o meu rosto está só um pouco inchado. Já minhas costelas variam entre azul, amarelo, roxo e preto. Tomo um banho, me seco e faço curativos novos, me visto e apenas engulo uns comprimidos para dor e desço as escadas depois de me despedir do Plagg.


Gonzalez já me esperava do lado de fora, com um copo enorme de café, ele me deseja um bom dia, desejo o mesmo pra ele, agradeço pelo café, e então entramos na limousine. Ele mal estaciona em frente a universidade e eu já estou pulando para fora do carro, ando em passos rápidos até minha sala e chego bem a tempo de assistir a quarta aula do início.


Faço um monte de anotações durante a aula, eu gostava, mas para ser sincero realmente não preciso, eu já li e decorei a matéria a uns dias atrás. Depois de longos minutos, o professor nos deixa fazer um intervalo e todos disparam até a porta como se estivessem presos nessa sala há duas semanas. 


Observo os alunos atentamente e não vejo Nino, será que ele está com os amigos? Por um instante lembro de Marinette e me levanto de supetão, precisava falar com ela.


Primeiro iria a sua sala e se ela não estivesse lá tentaria achá-la no refeitório e depois...


— Meu Deus, ele está vivo! — alguém atrás de mim diz de forma surpresa.


Paro no corredor e me viro pra trás ao sentir que aquele comentário foi pra mim.


— É ele mesmo, caralho! — Chloé coloca a mão sob a boca espantada, agindo como se eu fosse uma assombração.


— Garoto, por tudo que é mais sagrado, vai agora pra biblioteca! — Marc, o garoto que eu achei que era namorado da Marinette e não é, aponta para o andar de cima.


— Eu? P-Por que? — pergunto confuso.


— A Marinette está lá, e só pra constar está bem puta também — a loira faz questão de deixar isso claro.


— É, e por sua causa ela encheu o meu saco a semana inteira! Então suma da minha frente antes que eu arranque esse seu cabelo maravilhoso fio por fio... — ele se interrompe — Inclusive, que xampu você usa? Dá pra notar de longe que ele é bem... — ele não consegue terminar a frase quando a loira ao seu lado o impede.


— Para de ser intrometido — Chloé repreende o amigo com um tapa — Vá lá logo, antes que ela planeje um sequestro! — ela faz um gesto com a mão me apressando e eu volto a caminhar.


Na biblioteca, cumprimento a bibliotecária, a senhorita Marie, com um aceno de cabeça e ela me lança um piscadela seguida de um sorriso estranho, eu posso estar louco, mas acho que ela tem uma quedinha por mim.


Ando pelos corredores em silêncio completo, fazendo o máximo para não fazer barulho e incomodar alguém. Paro quando a encontro sentada na cadeira atrás de uma mesa, ela tinha a expressão séria e concentrada, mordia a ponta do lápis enquanto digitava algo no notebook, logo depois ela puxa um caderno da bolsa e começa a anotar algumas coisas.


Fico parado ali, mas ela parece não me notar, então resolvo chamar sua atenção.


— Ahnn... oi?


Seu olhar se ergue, ela me olha por um tempo como se tivesse acabado de crescer um bigode na minha cara, e não responde, ela expira, e agora posso sentir seu olhar mortal em meu rosto.


— Então, faz um tempinho que a gente não se vê né? — pressiono os lábios quando ela ergue uma sobrancelha — Certo, uma semana, faz uma semana que não nos vemos né?


Sem resposta.


Seu olhar agora é ainda mais ameaçador. Contudo, mesmo com a expressão raivosa, ela continua linda...


As maçãs do rosto levemente avermelhadas, a pequena boca rosada, e, combinados com a pele branca, os olhos azuis cheios de ódio e o cabelo preto solto. Não sei se é por ser uma estudante de moda, e saber combinar qualquer tipo de roupa, mas eu acho visual dela único. Marinette estava vestida em um vestido florido vermelho e um coturno preto, eu não sabia que se podia combinar esse tipo de roupa, até agora. 


E o corpo… ah o corpo é... e acho que é aqui que eu paro.


Estava tão distraído que não notei quando ela se levantou e parou bem na minha frente, seu rosto a centímetros do meu. De repente, Marinette me puxa para um abraço apertado, e quando digo apertado, quero dizer que quase sou esmagado pelo seu pequeno corpo e mal consigo respirar. 


Até sinto minhas costelas doerem com a força que ela usa. Lutando contra um gemido de dor levo a mão até seus ombros a fazendo se afastar um pouco, ela afrouxa o abraço mas não me solta de jeito nenhum.


Mesmo com a dor, meu coração acelera, porque minha boca está muito perto da dela. Ela cheira a cereja? Alguma combinação fascinante de flores e morango, talvez?


— Merda. Eu senti sua falta, seu nerd idiota! — ela volta afundar o rosto sobre meu peito e respira fundo.


Ela... sentiu minha falta?


Subitamente recebo um tapa bem dado no braço, e isso me deixa confuso, achei que ela estava com saudades, não com raiva de mim.


— Eu te odeio, então nunca mais suma de novo, está me ouvindo? — ela diz, de forma “ameaçadora”.


— Ah, tudo bem.


Concordo. E ela infelizmente se afasta me deixando com uma sensação estranha.


— Mas agora é sério, por onde andou? Você acabou perdendo o jogo dos meninos, esperei por você a noite inteira... — cruza os braços.


Meu coração se estilhaçou em mil pedaços, eu queria tanto ter ido.


— Adrien?


Levantei a cabeça e encarei sua expressão confusa.


— Me desculpe, eu... eu tive que fazer uma viagem de negócios super importante de última hora com meu pai, então tive que faltar a semana inteira...


— Ah claro, entendo, o que acha de almoçarmos juntos na lanchonete do campus mais tarde? Só eu e você? Tenho até uma novidade pra te contar! — ela sorri.


— Almoço? Eu não sei, tenho que avisar ao Gonzalez e...


— Por favor, você sumiu por uma semana, é o mínimo que pode fazer por mim — Marinette junta as mãos e faz uma cara que não sou capaz de recusar.


— Tudo bem — eu me endireitei, ajeitei minha bolsa em meu ombro e olhei em seu rosto. 


Suas sobrancelhas se juntaram e ela se aproxima, com olhos ansiosos e tentando entender, ela não fazia ideia do inferno que eu estava passando e do quanto eu precisava mentir sobre aquilo.


— Você está bem, Adrien? — o tom que ela usou foi muito familiar, muito mesmo, tanto que me lembrou minha mãe.


E minha nossa! Quando foi a última vez que alguém além do Gonzalez me perguntou isso realmente querendo entender a situação? 


Pisquei, passando a mão no olho por debaixo dos óculos como se tivesse caído algo nele, e não como se estivesse prestes a chorar no corredor da universidade.


— Sim, estou apenas cansado, foi uma longa viagem.


Menti mais uma vez, e ela sabia que eu estava mentindo, mas desta vez não insistiu. E eu agradeci por isso, por mais que eu queira contar toda verdade compartilhar minhas dores com alguém eu não posso. Eu simplesmente não posso.


— É isso... nos vemos no almoço então?


— Sim, e eu quero que você me busque na minha sala hoje... — ela sorri, e tenho certeza de que minhas bochechas viraram dois tomates — Tenho aula agora, e estou atrasada, então nos vemos mais tarde.


Marinette se aproxima, logo em seguida, ela olhou para mim com os olhos azuis. Por um momento achei que tinha perdido o fôlego e não conseguia mais me mexer. Ela beija minha bochecha novamente com toda sua delicadeza, e meu Deus, acho que nunca irei me acostumar com isso. 


A garota caminha até sua mesa, guarda todo seu material na mochila e se despede de mim com um aceno antes de sair com pressa pela porta balançando seus cabelos e seu vestido florido vermelho. 


Acenei com a cabeça, observando-a totalmente, e então volto para a sala de aula.


Santo Deus, acho que estou completamente ferrado.


     

                                     (...)



Quando saio do auditório, vou direto ao andar da Marinette, hoje tivemos uma palestra especial com alguns CEOs de empresas importantes, mal ouvi o que eles falavam, estava tão distraído imaginando como faria para contar a Gonzalez que eu iria almoçar com Marinette, isso sem ser zuado por ele, e cheguei a conclusão de que é totalmente impossível.


Paro na porta da sala dela, vejo alguns alunos, mas não tenho coragem de ir até ela.


Como se sentisse que eu estava ali, ela vira o rosto e sorri ao me ver, enquanto guardava suas coisas, Chloé que estava ao seu lado diz algo a provocando, Marinette apenas fecha a cara lhe dá o dedo do meio e se levanta. Saindo da sala ela caminha até mim e me puxa pela mão sem nem falar nada.


— Odeio aquela garota— ela xinga baixinho.


— Sua amiga? — pergunto.


— Não de verdade, eu odeio e amo aquela vagabunda — ela suspira frustrada.


— Ah, acho que entendo...


Mentira, eu não entendia absolutamente nada.


Ela continua me puxando por todo o campus, e um detalhe, ela não solta a minha mão em nenhum minuto se quer, acho que foi por isso que algumas pessoas nos encaram ao longo do caminho, deviam estar tentando imaginar o que uma garota como ela estaria fazendo com um nerd fracassado como eu. E pra ser sincero, nem eu sei o porquê.


— Vou fazer uma ligação avisando antes que Gonzalez venha me buscar, tudo bem? — pergunto já tirando o aparelho do bolso.


— De boa — ela dá de ombros e continua andando.


Não preciso nem discar seu número, Gonzalez era a única pessoa pra quem eu ligava, era também o meu único contato de emergência, o único... nem meu pai tinha estava lá.


Deixo os pensamentos depressivos de lado e resolvo chamá-lo logo e espero ser atendido.


— Fala loirinho, aconteceu alguma coisa? — ele pergunta assim que atende.


— Ah, oi Gonzalez, não, não é nada, só queria avisar que você não precisa vir me buscar agora... — digo, já me preparando para o que viria a seguir.


— E por que não? Olha, não vai inventar de voltar pra casa sozinho de novo, da última vez você se perdeu! — ele me repreende. 


Eu só tinha doze anos na época.


— Não me perdi, eu fiz aquilo de propósito porque sabia que você estava me seguindo! — confesso com raiva.


— De propósito?! Eu fiquei preocupado com você seu filho da... 

 

— Voltando ao assunto — começo antes que ele me xingasse — Não me busque hoje porque tenho um compromisso... — minha bochechas ficam vermelha quando noto que ela me olhava.


— Um compromisso? Um encontro? É com a Marinette? — ele pergunta animado do outro lado da linha.


— Não seja idiota Gonzalez, é apenas um almoço...


— Me dê isso daqui, por favor! — Marinette praticamente arranca o celular da minha mão e leva até a orelha — Oi Gonzalez, é a Marinette aqui — ela sorri e fica em silêncio quando ele diz algo — Vou levar ele pra almoçar comigo hoje.... — mais silêncio — Não, que isso, relaxa tio, se tá comigo tá com Deus! Pode confiar... — ela fica parada por um tempo ouvindo o que ele dizia, se vira pra e mim lança um sorriso de lado — Vou cuidar bem do seu loirinho não se preocupe, tchau, até mais tarde — ela toca meu ombro e entrega o celular.


— O que ele te disse? — pergunto com medo da resposta, Gonzalez é terrível.


— Que você é como um bebê que mal sabe andar sozinho e pediu pra mim ficar e cuidar de você o tempo todo, já que é muito importante pra ele — ela sorri sem mostrar os dentes e com o dedo toca a ponta do meu nariz e volta a andar.


Entramos na lanchonete com o nome de “Le moine”, Marinette parecia já conhecer bastante aquele lugar, porque arruma a mesa com a melhor vista da lanchonete, o lugar ficava um pouco mais no alto e dava pra ver toda o local e de quebra o campus do lado de fora também.


Ela levanta a mão acenando para a garçonete, assim que nos vê a garota caminha até nós segurando um bloquinho em mãos.


— Oi Marinette... — a garota sorri e lhe lança uma piscadela.


A garçonete parecia já conhecê-la antes, o incrível é que Marinette conhece todo mundo nessa universidade e todos conhecem ela.


— Olá Lauren — ela cumprimenta de volta concentrada no menu.


— Então, como estão seus amigos? — a menina tenta puxar assunto.


— Estão bem, felizmente. Agora poderia por favor anotar nossos pedidos? — Marinette a olha impaciente.


— Claro. Mandem aí! — ela pega a caneta do bolso da frente e nos olha.


Antes de pedir procuro uma das únicas opções de alimentação saudável do menu.


— Ahn... uma salada de frango grelhado, por favor — peço, ela anota e agora olha para Marinette esperando ela fazer o pedido.


— E eu vou querer um Yakissoba de carne e uma latinha de Coca-Cola — ela diz e deixa o menu de lado.


Ela olha para Marinette de forma profunda, parecia estar esperando um olhar, uma fala, qualquer coisa. Mas quando ela não diz absolutamente nada a garota sai dali.


— Já se conheciam? — pergunto quando a garçonete se afasta.


— A Lauren? — aponta para a mulher e eu assinto — Uma vez acabamos ficando em uma festa, pra mim não foi nada, mas a garota parece não esquecer isso nunca... — dá de ombros não se importando muito com aquilo. 


Concordo meio sem graça. 


Ah...


Seu celular vibra em cima da mesa, ela pega o aparelho lê uma coisa por um tempo, depois disso manda alguns áudios para alguém que eu suponho ser seus amigos, ela os xinga com todas as letras possíveis, não sei o motivo, mas minha nossa, ela disse palavras que eu nem sabia que existiam, acho que estou traumatizado.


— Relaxa — ela guarda o celular quando nota que eu a olhava assutado — São apenas meus amigos me provocando — ela dá de ombros e sorri pra mim, toda vez que ela faz isso é como se eu estivesse sendo atingido por uma bala direto no coração, e o pior de tudo é que estou sem colete.


Abaixo o olhar envergonhado, prefiro encarar minhas mãos no momento, não quero que ela note que corei feito um idiota apenas com um sorriso.


— Sabe, pra ser sincera, eu nem deveria ter te chamando pra almoçar comigo — ela diz, e levanto a cabeça para olhá-la — Deveria estar enfiando um taco de beisebol com arame farpado na sua bunda por vinte horas seguidas. É isso que você merece por me ignorar por uma semana, babaca! — ela diz aquilo tudo de uma forma... assustadoramente fofa? Eu acho...


— Relaxe, essa é a forma dela de demostrar carinho — a garçonete fala ao colocar o meu prato na mesa.


Será que ela tentou mesmo ser carinhosa? Seria humilhante pra mim se eu confessar que fiquei com medo disso?


— Obrigada Lauren — Marinette agradece, quando a garota coloca em sua frente a tigela de Yakissoba.


Minha barriga ronca quando olho para meu prato na mesa, e noto que não tinha tomado nada além de um café de manhã.


— Mas foram só alguns dias, não tem porquê dessa raiva toda... — pego o garfo e a faca e olho pra ela, contenho o sorriso ao ver que ela fechou a cara novamente. 


— Sim, foram só alguns dias pra você, mas pra mim foi como um mês... — ela confessa tirando o hashi da embalagem, pra que pudesse comer seu Yakissoba.


Sua confissão me deixa sem graça, então resolvo apenas focar na minha comida. Depois de minutos em silêncio Marinette volta a falar.


— Você come como um príncipe — diz, com a boca cheia e olho para ela.


— É, meu pai praticamente me obrigou a ir em aulas de etiqueta quando eu tinha cinco anos — encolhi os ombros, não tive muito o que fazer.


— Cinco? Nossa, com cinco eu estava comendo minha própria meleca... — ela quase se engasga de tanto rir quando faço uma careta — Mas falando nisso... — ela muda de assunto rapidamente.


— Em que? Em meleca? — minha confusão a faz rir.


— Não idiota, falando no seu pai...


— Meu pai? O que tem ele? — pergunto, inclinando a cabeça.


— Sabe que eu curso moda né? — ela se apressa em dizer, e eu assinto.


— Aham.


— Semana passada a minha professora fez um sorteio com os estilistas mais importantes no mundo da moda, dependendo de quem tiramos devemos fazer uma apresentação sobre esse estilista, e adivinha só quem eu tirei...


— Ham... eu não sei, eu... espera — faço careta quando vejo ela levantar as sobrancelhas — Gabriel Agreste, meu pai?


Ela concorda com a cabeça e com os hashi ela puxa os longos fios de macarrão enfiando na boca enquanto olho para ela, surpreso.


— Sim, ele mesmo, dá pra acreditar? — ela sorri, mas eu mal consigo me mexer.


— Nossa isso é... 


Tento encontrar uma palavra mas não sai nada.


— Incrível? — sugere, e eu concordo contra minha vontade — Você vai me ajudar né? Ninguém conhece melhor seu pai do que você mesmo, então...


Ah não, acho que não o conheço tanto como imagina.


— Vai me ajudar com aquelas informações que ninguém sabe? — ela se inclina sobre a mesa e move as sobrancelhas para cima e para baixo.


Qual? Com a informação que ele espanca o próprio filho ou a que ele não é nada do que aparenta ser na frente das câmeras?


— É, eu acho que posso ajudar sim... — penso em uma coisa, mas respondo outra.


Após o almoço e do clima horrível que ficou pra mim depois da confissão dela, fui com Marinette até a frente dá universidade, onde Gonzalez já me esperava para irmos embora.


— Tem certeza que não vai querer uma carona? — pergunto pela terceira vez.


— Tenho, Marc já está vindo me buscar — e ela também me responde pela terceira vez.


Gonzalez já estava lá, me olhando com uma cara de quem iria me encher o saco o caminho inteiro. Suspiro e me viro para me despedir dela.


— Eu amei almoçar com você — admite me deixando surpreso.


— E-Eu t-também... — gaguejo, quando ela sorri pra mim.


— Nos vemos amanhã! — fala pra mim e acena para Gonzalez do outro lado da rua.


Marinette se aproxima e segura minhas bochechas. Seus dedos delicados acariciam o lugar, e então ela se inclina, fica na ponta dos pés e dessa vez não beija minha bochecha como sempre faz, mas sim minha testa, se abaixando seus lábios fazem cócegas quando passam em meu nariz e beija a pontinha dele, ela desce mais um pouco e sinto cada pelo do meu corpo se arrepiar quando sinto o toque rápido da sua boca em contato com meu queixo, quase encostando meus lábios.


— É sério — ela diz antes de se afastar de leve do meu rosto completamente vermelho e sussurra — Se sumir assim novamente eu juro que vou até a porra do inferno só pra te buscar...


Notas Finais


Apenas Marinette sendo carinhosa jkkk

Nosso loirinho finalmente apareceu, gostaram? Kkkk

O início do capítulo foi: 😕🔪😔😡😤😨🖕
E o final foi tipo: 🤗❤️😣😍💔😚😘

Estão com ódio do Gabriel? Sim, claro ou com certeza?

Enquanto fazia esse capítulo só imaginava os surtos que vcs teriam kkkkk

Tô tão orgulhosa por não ter demorado tanto 🤗❤️

Amo muito, muito vocês, de verdade mesmo ❤️

Logo, logo, volto pra atualizar 😘


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