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História Meu Doce Pecado - Capítulo 8


Escrita por: AWNIL

Notas do Autor


Oee xuxus ❤️

Voltei com mais um capítulo procês ❤🤗

Boa leitura ❤️❤️❤️

Capítulo 9 - Capítulo 8


Fanfic / Fanfiction Meu Doce Pecado - Capítulo 8

                     P.O.V. Adrien 


Ajusto o fone que está quase caindo da minha orelha e mexo discretamente os meus lábios conforme a música que está tocando enquanto observo passar diante de meus olhos o percurso que já estou acostumado a ver, aproveito um pouco do calor do sol que entrava no carro e esquentava mesmo que minimamente a limusine fria por conta do ar-condicionado.

Eram apenas seis da manhã e eu ainda tinha uns minutos para relaxar dentro do carro antes de entrar na tão movimentada faculdade.

Eu juro que eu achava que a faculdade seria muito mais fácil do que o ensino médio, por esse motivo eu estava louco para terminar o mesmo, porém mal sabia eu que era feliz. A faculdade pra mim se tornou o inferno a partir do momento em que fui obrigado a fazer algo que não gosto, fui obrigado por meu pai a cursar direito para assumir sua empresa enquanto na verdade o que eu quero mesmo é ser escritor.

Acho que tenho um dom pra isso...

Tenho o sonho de um dia poder publicar um livro, poder colocar todas minhas ideias no papel, inspirar alguém com minha escrita, seja romance, poesias, contos, peças de teatro, roteiros para tv e cinema.

Atualmente eu escrevo alguns poemas sobre o que acontece no meu dia a dia, que são bem entediantes, mas eu escrevo mais sobre o que eu sinto, e a maioria dos poemas saem bem mórbidos. Mas nem sempre eles saem tão depressivos assim, isso depende do meu humor no momento.

Volto a observar os parisienses que iam e viam, estudantes correndo provavelmente atrasados e trabalhadores apressados, o centro é um lugar bem agitado, principalmente por ser bem onde se localiza a Torre Eiffel entre outros monumentos da cidade, esse fato atraí todos os anos milhares de turistas encantados. É agitada, mas não vou negar que Paris é um lugar lindo e ótimo pra se viver.

Coloco a mão no bolso do casaco na intenção de esquentar minhas mãos que estavam completamente geladas pelo ar frio, ao colocar a mão lá sinto um emaranhado de fios, os puxo e me deparo com o fone preto todo embolado, o fone é da Marinette, ela tinha deixado cair ao me proteger do Heron aquele dia, eu iria devolver e pedir desculpas mas fiquei tão envergonhado de ter a encarado errado e agora do nada ir pedir desculpas.

Sinceramente eu não esperava isso dela, achei que ela fosse como a maioria das pessoas que acham que popularidade é tudo.

Lembro do nosso encontro no evento e dentro do banheiro masculino e sinto minhas bochechas esquentarem, aquilo foi muito inesperado.

Eu jurava que ela estava se aproximando de mim pelo meu pai ser um estilista famoso, mas ontem ela deixou bem claro que não era por isso, só não entendo porquê ela quer tanto fazer amizade comigo, comparado ao seus amigos eu não sou nem um pouco interessante.

Sorrio involuntariamente enquanto desembolava o fone que tinha um gatinho preto de borracha grudado nos fios, muito maduro para uma garota de dezenove anos.

— Chegamos! — ouço meu motorista/segurança particular avisar assim que ele para a limusine preta em frente a faculdade.

Aperto meu casaco no corpo chegando mais perto da maçaneta pronto para abri-la porém ele é mais rápido e isso me faz bufar.

— Eu já disse que não precisa abrir a porta pra mim Gonzalez — cerro os olhos em sua direção.

— Seu pai me mataria se eu não fizesse garoto! — ele sorri e bate a porta atrás de mim.

— Eu tenho duas mãos posso fazer isso sozinho né? — revirei os olhos por trás do meu óculos.

— Tá legal — ele levanta a mão em sinal de rendição — Da próxima vez você faz sozinho, já que meus serviços não são tão úteis assim — ele finge decepção mas logo sorri, e eu sorrio também.

Gonzalez é meu segurança e o considero como melhor amigo também. Ele foi contratado por meu pai para cuidar de mim aos doze anos assim que mamãe se foi.

— Eu não disse isso Gonzalez, só estou dizendo que eu posso fazer coisas simples do tipo, abrir portas pegar um copo... — falo enquanto listo tudo nos dedos.

— Tá bom então, senhor independente, diga tudo isso ao seu pai — ele sorri com ironia me fazendo revirar os olhos.

Mesmo tendo seus trinta e dois anos Gonzalez as vezes agia como se fosse uma criança.

— Eu não vou nem perder meu tempo te respondendo, sabe muito bem como meu pai é — bufo só de lembrar.

— Tenho que ir — ele olha para o relógio em seu pulso e logo depois desvia para o fone em minha mão — E sobre a garota, dê uma chance, talvez ela realmente só queira sua amizade, você precisa de amigos da sua idade Agreste — ele aconselha.

Eu tinha falado para ele sobre a Marinette e expliquei o caso desde o começo, claro que ele zombou de mim quando contei, é o Gonzalez né?

— Eu vou pensar... — digo enquanto encarava os fones.

— Até mais tarde pequeno Agreste! Te pego as duas — faz continência e coloca seu óculos escuro antes de sair pela movimentada cidade.

Respiro fundo antes de entrar na faculdade que ainda estava um pouco vazia, eu gostava de chegar cedo para evitar a multidão de alunos atrasados, guardo o fone no bolso novamente e ando devagar pelos corredores, vou até meu armário e tiro os livros nescessário de lá, hoje eu teria aula de matemática financeira com o novo professor substituto já que a licença maternidade da professora Eliza começa hoje, ela ficou nos dando aula com aquela barriga enorme durante algum tempo e finalmente com oito meses ela irá parar, não que eu não goste das aulas dela, ela é uma professora incrível mas eu acho que ela merecia ter parado um pouco antes, era bem notável o cansaço no rosto dela a cada dia, não deve ser fácil carregar uma criança dentro de si e ter que dar aulas pra um monte de jovens que só pensam em sexo e festas o tempo todo.

Caminho para sala e me sento na primeira fileira como sempre, coloco minha bolsa em cima da mesa e espero o novo professor chegar, mas enquanto isso não acontecia eu preferi revisar a última matéria, então tiro o caderno da bolsa e começo a reler tudo.

Eu estava tão distraído que nem percebo que tem alguém do meu lado, olho na direção e me deparo com um menino de pele negra e óculos sentado ao meu lado, ele tira seu headphone do ouvido e os deixa repousado em seu pescoço logo depois ele tira seu boné e o coloca na mesa revelando seu cabelo perfeitamente cacheado no topo da cabeça.

— Ouvi dizer que esse novo professor substituto não é fácil — ele fala enquanto olhava para frente, enrruguei a testa e olho para os dois lados.

Ele está falando comigo?

— Um primo de um amigo meu disse que esse mesmo professor reprovou metade da turma do ano passado — ele agora olha pra mim meio tenso e eu desvio o olhar para o caderno.

Tá, ele está sim falando comigo.

— Ah... eu não sei, pode ser apenas boatos — respondo ainda olhando para meu caderno, não era ignorância, é que eu não tenho costume de conversar com as pessoas e eu tô nervoso demais.

— Eu só sei que eu estou muito fodido! Eu não mandei muito bem com a professora Eliza imagine então com esse cara! — ele exclama como se fosse a pior coisa do mundo — Meus pais vão comer meu cu se eu não conseguir passar nessa matéria — ele solta uma risada meio desesperada me fazendo esticar os lábios em um pequeno sorriso.

— Eu não acho que matemática financeira seja esse bicho de sete cabeças que todos falam... — respondo encarando o quadro agora.

— Pra você é fácil falar né? Você é o maior CDF dessa faculdade — ele ri mas para quando nota o que acabou de dizer — Desculpa cara! Não quis ofender! — ele arregala os olhos e tenta se desculpar.

— Não, tudo bem, eu não me sinto ofendido com esse tipo de coisa — o tranquilizo.

— Nino Lahiffe, prazer — ele me estende a mão.

— Adrien Agreste — aperto sua mão meio tímido e surpreso com tudo aquilo.

— Olha cara... — ele iria continuar se a porta da sala não tivesse sido aberta com brutalidade fazendo todos os alunos distraídos levarem um susto.

O homem com os cabelos grisalhos e que aparentava ter seus cinquenta anos usava óculos e parecia não estar nem um pouco feliz por estar ali, ele coloca seu material em cima da mesa reservada para ele.

Endireito minha postura na cadeira e espero ele se apresentar.

— Bom dia! — ele diz sem muita cerimônia quando vai para o meio da sala — Pra quem não me conhece eu sou o professor Armand Marchal e vou ser o substituto da Eliza por ela ter entrado de licença maternidade, alguma dúvida? — nos olha esperando por algo.

— O senhor sabe me dizer quando a Eliza volta? — uma das meninas da turma pergunta.

— Esse ano não mais, ela tem três meses de licença após o parto e se ela voltar depois disso ela só terá dois meses de aula com vocês então conversamos e ela preferiu que eu ficasse com vocês até o final do ano letivo — ele dá de ombros — Mais alguma pergunta ou podemos começar a aula? — ele pergunta meio entediado, vendo que mais ninguém se pronunciou ele continuou — Como sabem eu vou ensinar a disciplina de matemática financeira a vocês, como eu cheguei aqui só agora suponho que vocês estejam estudando sobre juros agora né? Podem me corrir se eu estiver errado, não tenham medo — ele avisa e vai até sua mesa e se senta na ponta dela deixando uma perna de fora e cruza os braços logo dando uma boa olhada na turma — Pelo menos alguém aqui sabe me dizer o que são os juros na matemática financeira? — ele pergunta e não recebe resposta alguma.

Eu sei a resposta mas não respondi porque eu não sou o tipo de nerd que responde todas as perguntas do professor em público, eu sou tímido demais pra isso, só respondo mesmo se o professor pedir e eu não tiver outra saída.

— Ninguém? Vou ter mesmo que fazer isso? — ele suspira descontente — Tudo bem então... — ele murmura enquanto procurava alguém com o olhar.

Olho para Nino que tremia do meu lado com medo de ser escolhido e isso me fez soltar uma risada nasalada.

— Você! De óculos na primeira fileira a direita! — o professor diz me fazendo olhar para frente.

Olho para ele e depois para Nino, nós dois usávamos óculos, a quem ele está se referindo?

— E-Eu? — Nino pergunta super nervoso.

— Sim, você meu jovem... — ele confirma na maior seriedade.

— Pode repetir a pergunta? — ele respira fundo tentando se acalmar.

— Eu quero saber o que são os juros na matemática financeira — ele cruza os braços esperando a resposta do Nino.

— O-Os juros são... são... as err... — ele começa a se embolar fazendo um burburinho rolar na sala e algumas risadinhas ecoar no local.

— Chega! Já ouvi o suficiente! — ele interrompe e revira os olhos — E você do lado, sabe me dizer? — ele aponta para mim agora.

Assinto com a cabeça e ele me insentiva a falar fazendo um gesto com a mão.

— Em matemática financeira, juros são a remuneração do capital que foi empregado em alguma atividade produtiva, eles são mais reconhecidos como a remuneração que se ganha como compensação de um empréstimo mas também podem ser vistos em investimentos, por exemplo — respondo calmamente e endireito o óculos no rosto.

— Bom, conte-me mais — ele pede endireitando a postura na mesa enquanto me olhava atentamente.

Respiro fundo antes de continuar.

— Os juros normalmente estão relacionados a duas variáveis das transações financeiras, tempo e risco. Em geral, os juros aumentam de acordo com o tempo e, quanto maior for o risco, maior será a taxa de juros — termino de falar e olho para o professor esperando sua resposta.

— Caralho... — ouço Nino sussurrar ao meu lado.

— É bom saber que ainda existe alunos como você, poderia me dizer seu nome? — ele pergunta interessado.

— Adrien Agreste.

— E por acaso seu pai seria Gabriel Agreste?

— Sim, ele mesmo... — respondo com um aceno fraco.

— Seu pai é uma pessoa incrível, aposto que se orgulha muito de você — e pela primeira vez desde que ele entrou nessa sala vi ela esboçar um sorriso.

Na verdade não, meu pai não liga para o que eu faço ou deixo de fazer desde que eu esteja fazendo exatamente como ele manda. Se eu falar sobre o que aconteceu hoje ele apenas irá mostrar disenteresse e dizer que eu não fiz mais que minha obrigação, por esse motivo prefiro deixar ele alheio ao que acontece no meu dia a dia na faculdade.

— É, ele está sim... — minto forçando um sorriso.

— Tudo bem, voltando a aula, eu só quero que vocês saibam eu não dou aula pra fantasmas e que isso daqui não é o fundamental então quando eu perguntar por favor respondam! — ele avisa e volta a dar sua aula.

Assim que os três longos tempos de matemática financeira passam eu junto meu material para sair da sala e ir a biblioteca para estudar com mais calma, o professor Armand passou alguns trabalhos pra entregarmos ainda essa semana.

— Hey mano, você mandou bem lá — Nino fala de repente me assustando.

— Ah, obrigado, aquilo não foi nada — agradeço e passo a alça da bolsa pelo meu ombro pronto para sair da sala.

— O que você acha de...

Um garoto ruivo do time de basquete aparece na porta nos interrompendo, se eu não me engano ele faz parte do grupo de amigos da Marinette.

— Nino, você não vem? — ele faz careta quando vê que seu amigo estava comigo.

— Claro, tô indo sim, espera só um minuto — Nino iria me falar algo mas o ruivo o interrompe de novo.

— Vamos logo cara, eu não aguento mais ouvir a Alya perguntar sobre você — ele bufa.

— Hey, quer vir com a gente? — Nino me pergunta.

— Não muito obrigado, eu tenho que estudar — tenho certeza que se eu aceitasse não seria muito bem vindo, todos sabem que nerds e populares não andam juntos.

— Tem certeza que não quer almoçar com a gente?

— pergunta mais uma vez e eu nego.

— Sim, absoluta — confirmo.

Ele dá de ombros e se despende de mim antes de se afastar com seu amigo do lado.

— Qual é cara, desde quando você chama esse tipo de gente pra almoçar com o pessoal? — ouço o garoto ruivo perguntar enquanto ria.

É por esses e outros motivos que eu prefiro ficar sozinho, mas esse tipo de coisa já não me abala mais como antes, antigamente eu chegava em casa super mal com tudo isso e ficava me corroendo por dentro.

Vou caminhando até meu armário e suspiro quando não encontro meu livro de matemática financeira lá e lembro que esqueci o mesmo na biblioteca quando passei lá da última vez pra estudar, olho para enorme escada que eu teria que subir, a biblioteca ficava no sexto andar. Começo a subir a mesma sem vontade alguma, eu até poderia usar o elevador se ele não tivesse interditado. Quando chego a biblioteca que estaria completamente vazia se não fosse pela velinha atrás do balcão ando pelas enormes prateleiras de livros até encontrar meu livro em cima da última mesa bem do jeito que eu deixei.

Eu iria lá buscar mas ouvi um burburinho atrás de uma prateleira que eu estava perto.

Achei que estava sozinho.

Um pouco curioso resolvo dar uma espiada, fico surpreso ao ver que era Marinette, sim, ela estava falando ao telefone enquanto procurava um livro na prateleira.

— Sim, sim, eu já estou descendo... — ela apoia o celular entre o rosto e o ombro e fica na ponta dos pés para pegar um dos livros — Dá pra parar de me apressar, já disse que vou descer! — ela responde a outra pessoa na linha de forma impaciente — Eu estou na biblioteca e preciso do livro pra fazer uma pesquisa e se você ficar me apressando e eu acabar pegando o livro errado eu juro que quando eu descer vou bater com ele na sua testa, sua anta! — ela bufa impaciente e desliga o celular o guardando no bolso da calça e volta a se concentrar nas prateleiras.

Vai lá falar com ela!

Ouço minha consciência gritar.

Sei que tenho que pedir desculpas por ter sido um idiota no início e devolver seu fone, mas eu estou envergonhado demais pra isso!

Sem querer quase tropeço (no nada) e acabo fazendo barulho, e isso chama sua atenção, antes que ele virasse o rosto em minha direção consigo sair dali o mais rápido possível e sem ser visto, eu acho.

Era só ter falado com ele idiota!

Me encosto em uma das prateleiras e levo a mão até o peito respirando fundo, quase fui pego.

Vejo ela ir até o balcão e entregar o livro a senhora que estava lá, a observo de um lugar onde não podia ser visto.

Depois da bibliotecária digitar seu nome no computador entregar o livro novamente a ela, Marinette sai pela porta.

Por que você não falou com ela?! É tão burro assim?!

Minha consciência ataca novamente.

(...)

É só ir até ela, pedir desculpas e entregar o fone, não é nada demais Adrien, você consegue!

Repito essa frase umas cem vezes na minha cabeça enquanto a encarava conversar animada com seus amigos no refeitório.

Eu estava a uma três mesas atrás da dela, seria impossível ela me notar ali.

Acho que ela sentiu que alguém estava a encarando porque olhou pra trás com a testa franzida, mas por sorte consegui esconder meu rosto atrás do livro de matemática.

Eu realmente não estou pronto pra falar com ela.

Sim, eu sei que ela foi super simpática comigo ontem a noite, mas julgando pelo cheiro do álcool que vinha do seu hálito eu tinha certeza que ela estava bêbada, não tão bêbada assim, mas também não estava completamente sóbria, então eu tenho um pouco de medo que ela tenha esquecido tudo o que me disse ontem.

Eu não faço a mínima de como esse negócio funciona, eu nunca bebi mas já li em muitos livros que a maioria das pessoas esquecem completamente o que fizeram no dia seguinte.

Então, eu não faço a mínima de como chegar nela.

Um de seus amigos de cabelo preto que sempre está com ela e que eu suponho que seja seu namorado ou algo do tipo, solta o que parece ser um elogio e dá um tapinha em sua bunda, fazendo ela rir e socar seu braço de leve.

Arregalei os olhos surpreso, desvio o olhar para o local em que ele bateu e sinto minhas bochechas esquentarem ao lembrar do pequeno incidente de ontem, quando ele se abaixou para pegar a chave debaixo do tapete eu acabei *por acidente e sem querer* vendo a sua calcinha.

E ela era vermelha de renda e tinha algumas...

— Meu Deus! — interrompo meu próprio pensamento quando noto o que estava fazendo — Mas o que é que eu estou pensando?! — sussurro pra mim mesmo assustado.

Não é nem um pouco educado pensar esse tipo de coisa, isso faz eu me sentir um pervertido.

Quando percebo que meu rosto está quente e eu estou completamente vermelho e corando sozinho resolvo me recompor.

Olho novamente para sua mesa ela não estava mais lá, a procuro com o olhar rapidamente e a vejo se despedir do resto dos seus amigos e caminhar para o seu andar junto de Chloé.

Guardo meu livro desesperadamente dentro da bolsa e vou atrás delas, não tão perto, mas também não tão longe.

As duas estavam conversando super animadas sobre algo a ver com moda, mas não consigo ouvir muito bem pelo falatório no corredor.

Sua amiga sussurra algo em seu ouvido e aponta para um cara que eu nunca vi na vida e caminha em direção a ele deixando Marinette sozinha.

Aproveito a oportunidade para me aproximar mais, porém um cara de topete usando a blusa do time de basquete passa por mim e coloca seu braço por cima do ombro dela me fazendo perder qualquer tipo de chance que eu tinha de falar com ela.

— E aí baixinha! — ouço ele dizer e bagunçar os cabelos dela e pelo visto isso a deixou bastante irritada.

— Idiota! — ela responde de forma raivosa enquanto arrumava o cabelo e suspiro pesado.

Eu poderia até esperar um momento em que ela estivesse sozinha, mas o grande problema é esse, Marinette nunca está sozinha! Sempre que eu a vejo ela está cercada por um de seus amigos.

Talvez amanhã eu consiga.

Derrotado, dou meia volta e caminho pra minha sala antes que a aula começasse.

Durante a aula mal consigo prestar atenção, estava pensando sobre o que Gonzalez falou sobre fazer amizade com gente da minha idade, o mais longe que cheguei foi quando o filho de um amigo do meu pai passou uns dias lá em casa, ele era um pouco estranho, só sabia falar sobre beijar garotas e festas, e olha que só tínhamos treze anos na época, imagino como deve estar a vida desse garoto agora.

Minha única companhia é meu gato Plagg e o Gonzalez meu guarda costas que as vezes invade meu quarto pra jogarmos alguns jogos juntos, mas nada de pessoas da minha idade.

Talvez eu deva começar a interagir mais, não é todo dia que a garota mais popular da faculdade tenta fazer amizade com você não é mesmo?

Quando o sinal toca indicando o fim da aula sinto meu coração palpitar de ansiedade.

Essa é minha última chance e se eu não fizer agora me conhecendo sei que não irei fazer nunca.

Guardo meus matérias, e me levanto da mesa decidido.

É agora ou nunca.

Vou até seu andar mas sua sala estava vazia, então passo pelos outros corredores, refeitório, quadra, até espero um tempo do lado de fora do banheiro feminino mas não tinha nenhum sinal dela.

Um pouco frustrado começo a caminhar para o lado de fora da faculdade mas vejo Nino passa por mim distraidamente, e é aí que vejo minha grande chance.

Pelo que eu sei uma das amigas da Marinette é namorada dele, então provavelmente ele deve estar indo ao encontro dela, é isso que namorados fazem não é mesmo?

— N-Nino! — o chamo.

— E aí cara! — ele sorri quando me vê e estende a mão para que eu apertasse e eu faço — Achei que já tinha ido embora, o que está fazendo aqui?

— É q-que eu preciso falar com a Marinette... — digo um pouco envergonhado — Você sabe onde ela está?

— A Mari? — ele pergunta e eu assinto — Eu estava indo no estacionamento agora ver a minha namorada, é bem provável que a Mari também esteja lá, as duas só vivem grudadas — ele nega com a cabeça enquanto sorri e começa a caminhar na frente.

Apresso um pouco os passos pra poder alcança-lo, andamos o resto do caminha em completo silêncio.

— Então, o que quer falar com ela? — ele pergunta na tentativa de puxar assunto.

— Ah... ela esqueceu o fone dela comigo e eu queria devolver — respondo olhando para o chão enquanto caminhava.

— Entendi, é bem típico dela esquecer as coisas mesmo — ele ri da própria piada.

Quando entramos no estacionamento, sinto meu corpo travar e a insegurança bater a porta.

Eu tô super nervoso, e se os amigos dela estiverem todos lá? Com toda certeza irão rir de mim.

Talvez eu deve falar com ela outro dia...

Mas se eu adiar sei que vou acabar não fazendo!

Eu poderia esperar até um momento em que ela estivesse sozinha, mas como eu disse antes, o grande problema é esse, Marinette nunca está sozinha!

Tá bem Adrien, você consegue, é só entregar o fone e ir embora, me encorajo.

Respiro fundo e digo essa frase uma cem vezes na minha mente até finalmente tomar coragem e continuar o caminho.

— Hey, você não vem? — ele pergunta ao notar que eu parei de andar.

— C-Claro! — responde volto a caminhar.

Tinha muitos carros ali, e eu não faço a mínima de onde eles possam estar.

Apenas sigo Nino, não demora muito e então não muito longe avistamos um Jeep preto parado em uma das vagas e por sorte Marinette estava lá, e sim, seus amigos também estavam.

Conto até dez tentando manter a calma e ando até lá em passos cautelosos.

Quando chegamos um pouco mais perto consigo ver melhor, sua amiga loira estava deitada no capô do carro e eu suponho que ela esteja tirando algumas fotos só pelas caras e bocas que ela está fazendo, a ruiva de óculos estava ao lado dela também mas estava lendo um livro, parecia estar super concentrada, E por fim Marinette que estava do outro lado do carro junto com a namorada de Nino, as duas estavam sentadas no chão e com as costas repousada no carro enquanto mexiam no celular tranquilamente.

Eu só não achei aquele cara que eu tenho quase certeza de que é o namorado dela, eles vivem grudados e ele deu um tapa na bunda dela, pra mim isso foi o suficiente pra provar que eles estão em um relacionamento, dar um tapa na bunda é o tipo de coisa que só um namorado faria com sua namorada não é mesmo? Ou não?

Ignoro esses pensamentos e resolvo focar no agora.

— Mari, tem alguém querendo falar com você! — Nino avisa e nem pensa duas vezes antes de ir ao encontro da namorada.

— M-Marinette... — chamo por seu nome que saiu mais como um sussurro quando me aproximo o suficiente.

— Hey, o que está fazendo aqui? — ele guarda o celular no bolso e se levanta me olhando curiosa.

Olho para suas amigas que agora me encaravam curiosas também, ótimo, agora eu tenho a atenção de todas elas pra mim, isso só piora toda a situação.

— E-Eu vim... Eu... — sinto minha voz sumir aos poucos.

Meu Deus, eu treinei o dia todo pra falar com ela e agora as palavras simplesmente sumiram.

— Relaxa cara, ninguém aqui vai te matar não — a loira diz fazendo suas amigas rirem.

Olho mais uma vez para elas e tento me acalmar.

— Quer sair daqui? — Marinette pergunta quando nota meu nervosismo.

— S-Sim, por favor — peço com a voz baixa e ela não pensa duas vezes antes de me puxar pelo braço para um lugar mais afastado.

Ela para perto de uma BMW vermelha e que eu não faço a mínima de quem seja e encosta o quadril ali e cruza os braços esperando o que eu tinha pra falar.

— É de um amigo meu, relaxa — ela pisca e sorri — Então... O que tem pra me dizer? — me olha atentamente.

— Eu... Eu quero te entregar isso! — tiro o fone do bolso e estendo pra ela de forma desesperada feito um maluco.

— Meu Deus! Aonde você encontrou isso?! — pergunta surpresa e o pega da minha mão impressionada.

— Sabe quando você me ajudou aquele dia com os meninos do time? — pergunto e ela assente — Então, você acabou deixando ele cair e... e é isso...

— Nossa, muito obrigada mesmo — ela agradece — Agora eu estou me sentindo mal por ter culpado o Marc... — ela murmura olhando para o nada mas logo volta a atenção para mim — Eu já estava imaginando o que eu faria da minha vida sem meu fone, sério, eu não vivo mais sem eles — ela "abraça" o fone novamente.

— Te entendo... — encaro meus sapatos e mordo a parte interna da bochecha nervosamente —

M-Marinette, eu... eu queria me desculpar... — falo e enfio as mãos dentro do bolso do casaco.

— Se desculpar? — ela pergunta confusa.

— S-Sim, por ser grosso com você e por não ter te deixado se explicar... — digo tudo me sentindo super envergonhado.

— Tudo bem — ela sorri de forma compreensiva — Eu também não fui muito educada na primeira vez em que nós falamos, então também te devo um pedido de desculpas...

— Eu te tratei assim porque geralmente as pessoas só se aproximam pelo meu pai e eu achei que você seria mais uma, mas ontem você deixou bem claro que não foi por isso, então... me desculpa, se quiser podemos começar tudo do zero e talvez tentar uma amizade... — sinto meu rosto esquentar, tentando evitar contato visual resolvo encarar meus sapatos.

— Okay, então vamos começar de novo — ela diz sorridente quebrando o silêncio constrangedor — Prazer, Marinette Dupain-Cheng — estenda a mão pra mim ainda sorrindo.

— A-Adrien Agreste — um pouco surpreso tiro a mão de dentro do bolso aperto a sua que por sinal eram bem macias.

— Então Adrien, o que acha de almoçar com a gente amanhã? — ela puxa sua mão de volta quando nota que eu fiquei a encarando e eu meio envergonhado a coloco a minha de volta no bolso do casaco.

— A-Acho que seus amigos não irão me querer na mesa deles — abaixo o olhar ao lembrar o que o ruivo disse hoje mais cedo.

— O nome de nenhum deles está escrito naquela mesa, você está comigo então goste eles ou não não iremos almoçar juntos do mesmo jeito! — ela diz firme me surpreendendo.

— S-Se é assim então tudo b-bem...

— Okay, então amanhã na hora do intervalo eu te busco na sua sala, tudo bem pra você? — ela me olha e eu concordo rapidamente e me praguejo mentalmente por ter parecido tão desesperado, isso acaba arrancando uma risada dela.

Eu nunca fui convidado pra um lugar por uma pessoa da minha idade, é um pouco estranho, então espero que ela me entenda.

Encaro qualquer outro lugar ainda sentindo a maldita da vergonha.

— E a propósito, fico feliz que tenha vindo falar comigo — ela diz me fazendo olhá-la — Eu achei que nunca iria tomar coragem — quando ela termina de falar ergo o olhar e a olho com os olhos arregalados.

— C-Como assim?

— Acha que eu não notei você me perseguindo praticamente o dia todo hoje? — ela solta um sorriso provocativo de lado.

— Ah... — tento arranjar uma desculpa mas acabo desistindo e resolvo contar logo a verdade — E-Eu só estava tentando tomar coragem pra falar com você, mas você nunca estava sozinha e-então eu desistia...

— E na biblioteca? Nós estávamos sozinhos lá — pergunta confusa.

— Eu estava envergonhado...

— Não precisa sentir vergonha de mim... — ela pisca e eu desvio o olhar corado.

— E-Eu acho que preciso ir — aponto pra trás com o polegar.

— Okay, só não se esqueça do nosso pequeno compromisso amanhã hein! — ela sorri e se aproxima de mim deixando um beijo rápido em minha bochecha — Também preciso ir, meus amigos devem estar me esperando!

Levo a mão até o local que foi beijado, meu rosto estava quente e eu posso apostar que vermelho também, eu não estava esperando esse tipo de coisa.

Saio do estacionamento sem nem pensar duas vezes e já avisto a limosine na frente da faculdade me esperando.

— Pelo amor do santo Deus! Garoto, aonde diabos você se meteu?! — Gonzalez exclama meio assustado e aliviado ao mesmo tempo.

— O professor atrasou um pouco a aula — minto e abro a porta antes que ele o fizesse e entro no carro.

— Dá próxima vez avisa, eu achei que tinham te sequestrado e a qualquer momento seu sequestrador iria me ligar pedindo um quantia de dinheiro! — ele faz um leve drama me fazendo rir.

— Acho que o filme de ontem mexeu com a sua cabeça... — tento segurar a risada.

— Sabia que esse tipo de coisa realmente acontecem com filhos de pessoas ricas como você?! — ele me olha seriamente pelo retrovisor do carro.

— Fica tranquilo, eu estou bem...

— Posso fazer uma pergunta?

— Vá em frente.

— O que aconteceu? Você está vermelho... — ele diz alternando o olhar entre o retrovisor interno e a estrada.

— V-Vermelho? — levo a mão ao rosto desesperado — N-Não foi nada, você que está vendo coisas

— A última vez que te vi tão vermelho assim foi quando você tinha ganhado um abraço da filha de um dos sócios do seu pai, qual era o nome dela mesmo? Catharina? Ou era Clara? — ele tenta se lembrar.

— Esquece isso, por favor... — sussurro morrendo de vergonha.

— Espera! Você estava falando com alguma garota?! — ele pergunta surpreso e se vira o trás pra me olhar.

— Meu Deus Gonzalez, foca na estrada, o sinal acabou de abrir! — aponto pra frente.

— Você falou com a garota do fone não é? Por isso está tão vermelho, eu sabia! — ele gargalha e volta a dirigir.

— Gonzalez! — repreendo.

— Meu pequeno Agreste está crescendo... — ele finge estar emocionado e limpa uma lágrima imaginaria no canto do olho e agora eu acabo rindo.

— Sério, você realmente não tem jeito! — revirei os olhos com um sorriso discreto nos lábios.

É meio estranho saber que alguém quer fazer amizade comigo, desde o jardim de infância eu sempre fui meio extrovertido, e inseguro comigo mesmo, papai sempre tentava forçar uma amizade com os filhos dos sócios dele mas nunca dava certo, eu quase não falava nada, então isso de um certo modo afastava as pessoas. Mas agora eu estou disposto a mudar e tentar algo novo, eu perdi muitas oportunidades de amizades e diversão na minha vida e espero recuperá-las agora.

Só espero que dê tudo certo amanhã!


Notas Finais


Agora vai kkkk

Apartir daqui Adrien não vai complicar mais as coisas... eu acho 😏 kkk

Quem disse no capítulo anterios que o fone estava com o Adrien acertou kkkk

Mas e aí cês gostaram? Eu amei escrever esse capítulo ❤

Amo muito vcs amores ❤️


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