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História Meu grande amor, Tom Riddle - Filhos crescendo


Escrita por: LadyMary1994

Notas do Autor


Os anos passam e os filhos de Cathy vão crescendo cada vez mais. Ela percebe que não pode impedir que eles sofram e façam escolhas ruins...

Capítulo 11 - Filhos crescendo


Sinto que nossas vidas desandaram desde que Jack foi embora. Não que elas estivessem boas, mas pelo menos as crianças viviam na ilusão de que tinham um lar perfeito e que mesmo brigando o tempo todo, os pais ainda se amavam, afinal, continuavam juntos.

Depois do divórcio, meus filhos se rebelaram. Jake repetiu o ano e passou a andar na companhia de arruaceiros que se intitulavam punks. Eles usavam vestes estranhas, cortes de cabelos ainda mais estranhos e ouviam coisas que mais pareciam ruídos sem sentido, como Sex Pistols e The Clash. Eles não queriam nada com a vida, só se importavam em beber, se drogar e em serem agressivos, debochados e sarcásticos com todo mundo.

- Jake, você chegou tarde de novo? E se meteu em confusão?

- Não enche, mãe! – e ele batia a porta do quarto. Tentar dar bronca nele era inútil.

- Jake, eu sou sua mãe, me respeite!

E ele colocava os discos dessas coisas que ele considera música no volume mais alto que podia, para abafar a minha voz.

A minha situação com Maggie não era muito melhor, porque ela terminou seu namorico com Alec Wilde e passou a sair com garotos que nem eu nem Jack aprovaríamos. Admito que Alec Wilde não era o tipo ideal para ela, certa vez ouvi sua mãe se queixar de que ele estava saindo cada vez mais com um grupo de rapazes afeminados, mas todos esses garotos que vieram depois dele se mostraram indignos da minha filha, eram tão irresponsáveis, mentirosos e aproveitadores quanto Jack, só que em níveis alarmantemente piores.

Louise Preston, antiga professora de meus filhos que acabou se tornando uma grande amiga, me dizia que eles só faziam essas coisas porque queriam chocar, porque eram jovens e estavam na idade de serem rebeldes.

- Não se preocupe, Cathy, isso vai passar. Também fui rebelde na idade deles, mas tomei juízo a tempo.

Contudo, era difícil para mim lidar com tudo isso sozinha. Tive que engolir meu orgulho e pedir a ajuda de Jack, mas nem ele deu conta.

- Quem é você pra me dar lição de moral? Você trocou a gente por outra família! – ralhou Jake, na única vez em que eles tentaram conversar.

- O senhor não tem direito de interferir nas minhas escolhas, pai, eu namoro quem eu quiser – apesar de ter sido mais gentil, Maggie foi tão intransigente quanto o irmão.

- A gente devia colocar esses dois em internatos. Ela num colégio de freiras, ele num colégio militar. Aí eles melhoravam – as sugestões de Jack eram tentadoras, mas eu não tinha tanta certeza de sua eficácia.

- Ainda acho que devíamos conversar com eles, quem sabe tentar entendê-los e convencê-los a agir diferente...

- Isso não funciona, Cathy! Viu? É por isso que eles estão assim! Você dá corda para eles, e eles se esbaldam, montam em cima de você! Eles precisam de disciplina, linha dura! Se você não tivesse me expulsado de casa anos atrás, tudo seria diferente.

- Você realmente acredita nisso, Jack? Chega a ser engraçado ouvir as coisas que você diz... Sem contar que eu não te expulsei de casa, você é que decidiu sair, sozinho.

- Tá, tanto faz.

Embora as coisas tenham se ajeitado, como Louise Preston disse que aconteceria, elas cobraram um alto preço. E esse foi a morte da avó das crianças, a mãe do Jack. A única que ainda lhes restava.

Eu não estava lá no momento em que tudo ocorrera, mas Maggie me contara tudo. Jake e ela estavam passando um tempo na casa da Sra. Moore, durante as férias de verão, como sempre faziam. Numa noite, Jake marcou de sair com um grupinho de arruaceiros locais com quem fizera amizade, mesmo sob protestos da Sra. Moore:

- Não vá, meu querido, fique com a vovó, farei uma torta de amoras para você, sei que é a sua favorita!

E ele, com a rebeldia de sempre, apenas respondeu:

- Não enche, vó! – e se foi com o carro do pai.

Jake passara a noite inteira fora, e não pôde socorrer a avó quando ela começou a passar mal. Apenas Maggie estava na casa, e o telefone de lá estava com defeito. Ela não podia fazer muita coisa além de gritar por ajuda.

- Socorro! Minha avó não está se sentindo bem!

Um vizinho, que depois eu soube que era Harry Collins, um dos antigos amigos de Jack e nosso padrinho de casamento, foi quem acudiu as duas. Pegou seu carro e as levou para o hospital mais próximo, mas era tarde demais.

Jack, sua nova mulher e eu viajamos às pressas para Gimmerton assim que soubemos. Fomos ao hospital, e lá encontrei Maggie com os olhos inchados e avermelhados. Ela amava muito a avó, vê-la partir na sua frente e não poder fazer nada era uma sensação terrível, e eu sabia disso por experiência própria. Vi minha mãe morrer diante de meus olhos, quando eu tinha aproximadamente a idade dela. Eu entendia perfeitamente o que ela estava passando.

- Está tudo bem, meu amor... Ela está num lugar muito melhor agora! Está com seu avô, com os pais dela, a maioria de seus amigos... – tentei confortá-la, mas minha menina não conseguia dizer nada, apenas chorar.

Jack também ficou extremamente sentido. E quando viu o corpo da mãe, só piorou.

- A minha mãezinha... – era só isso o que ele sabia dizer.

Sua nova mulher, uma jovem chamada Bridget, a mesma que eu avistei aos beijos com meu ex-marido em York, não me parecia tão à vontade naquele ambiente, muito menos sabia confortar Jack do jeito que ele precisava. Estava mais preocupada com a aparência, se seu vestido tinha amassado. Talvez seja a imaturidade dela.

Quando Jake apareceu, era quase dez da manhã. Estava com o rosto inchado por conta da noite mal dormida, e ainda fedia a bebida e a cigarro.

- O que rolou? Fui lá pra casa da velha e não tinha ninguém, aí me disseram pra vir para cá...

Foi aí que Jack explodiu com o filho:

- Sua avó morreu, seu infeliz! Sua avó precisou de você e onde você tava? Na gandaia, curtindo com os amigos!

Eles tiveram uma briga tão horrível que eu nem tive coragem de assistir, preferi sair de lá com a Maggie, para fazê-la se sentir melhor. Fomos para a frente do hospital, lá encontramos vários vizinhos da Sra. Moore, entre eles o sobrinho do Sr. Hannigan, um grande amigo de meus pais que me conduzira ao altar e outros antigos amigos de Jack com suas famílias, incluindo Harry Collins, que já havia perdido boa parte de seus cabelos e ganhado o dobro de peso.

- Muito obrigada, Sr. Collins, por ter me ajudado...

- Que é isso, garota! Você é filha do Jack, é como se fosse da família! Para o que precisar, estaremos aqui!

O velório foi extremamente triste. Bridget não quis ficar, preferiu partir antes, dizendo que tinha deixado as crianças com uma vizinha e que elas não poderiam ficar sem a mãe por tanto tempo. Em compensação, Candace apareceu, acompanhada de seu novo marido, Walt O’Donnell, e de uma mulher que ele dizia ser a irmã dele, embora os olhares e toques que os dois trocavam me parecessem fraternais demais pro meu gosto.

- Há quanto tempo não nos vemos, Candy!

- Ah, Cathy, nem é tanto tempo assim, eu continuo tão jovem e bonita quanto antes – Candy se tocou de que o tempo havia passado ao ver meus meninos quase adultos – Espere, essa é a Maggie?

- Sim, é a Maggie... Maggie, dê um alô à sua tia Candy!

- Não posso acreditar... Maggie, quantos anos você tem?

- Eu faço vinte em novembro.

- Vinte? Não acredito, a Maggie já é uma mulher! E o Jackie Junior, então, esse deve estar praticamente um rapaz.

- Ele só atende por Jake agora.

- Jake? Mas isso é coisa de ianque! Jake... Essa garotada inventa cada uma! Onde ele está?

Jake estava tão triste e envergonhado que nem quis chegar perto do caixão da avó. Eu tive que ir até ele para convencê-lo.

- Filho... Você não pode continuar se escondendo, tem que se despedir da sua avó.

- Ah, mãe... É tudo culpa minha! Se eu não tivesse saído naquela noite...

- Já passou, filhinho. Não adianta ficar se lamentando, isso não trará sua avó de volta. E se te servir de consolo, ela já estava doente nos últimos anos. O médico dela me contou que ela já tinha tido três enfartos e um princípio de derrame. Mesmo que você estivesse lá com o carro e a levasse ao hospital, não haveria como salvá-la.

- Eu sei, mas... – ele chorou mais ainda e eu me senti na obrigação de abraçá-lo – Eu só queria não ter dito aquelas coisas que eu disse na última vez que estive com ela.

- Sei como se sente. Também gostaria de ter me despedido melhor do meu pai. Da minha mãe, então... Ela passou anos doente, embora eu já soubesse que ela fosse morrer, a gente nunca está preparado. O que nos resta é aceitar e viver a vida da melhor forma possível.

E foi o que meus meninos passaram a fazer, ainda que da maneira que eu não gostaria. Jake concluiu os estudos e depois quis fazer um curso de gastronomia na França.

- Na França, filho?

- É, mãe! Consegui uma vaga na Le Cordon Bleu, a melhor escola de gastronomia do mundo!

- Mas não tem nenhuma que seja boa na Inglaterra?

- Tem, mas eu preferi estudar fora. Vai ser bom pra mim, mamãe, vou aprimorar meu francês e aprender muita coisa bacana! Mas relaxa, vou te escrever todos os dias.

E Maggie, que estava fazendo uma faculdade de História da Arte, abandonou o curso porque quis se casar.

- Você não precisa abandonar o curso para casar, minha princesa. Pode perfeitamente...

- Esse curso nunca levaria a Maggie a lugar nenhum! E também, ela não vai precisar trabalhar, eu tenho dinheiro suficiente pra dar uma vida boa a ela! – logo de cara não gostei do noivo. Egbert Streep, ou Bertie, como todos o chamavam, era muito arrogante e presunçoso, sequer deixava Maggie concluir uma frase.

Estranhamente, todos os outros da família gostaram dele. Jake principalmente, inclusive foi ele que apresentou os dois.

- Conheci Bertie no pôquer. É um cara legal, a senhora também vai gostar dele.

Jogadores de pôquer nunca me pareceram confiáveis, e Bertie aparentava ser dos piores: que apostariam até a mãe se tivessem chance. Entretanto, eu não podia ser injusta com ele, afinal, meu filho Jake também gostava de jogar de vez em quando. De jogar, de ir a uma daquelas boates com strippers... A diferença é que meu filho é solteiro, enquanto Bertie é noivo, ele deve fidelidade e respeito à Maggie.

Jack também se tornou amigo dele, muito por conta de eles torcerem para o mesmo time de futebol: o Manchester City. Eles passaram dias discutindo a aposentadoria de um jogador para o qual eu não me importava e o retorno de um técnico para o qual eu não dava a mínima. Eles também adoravam Fórmula 1, até foram juntos assistir uma corrida em Silverstone. Mas para mim, o que eles mais tinham em comum era a tendência à irresponsabilidade e a fazer escolhas ruins. Embora Bertie tenha algumas semelhanças com Tom, a começar pelo fato de ser órfão:

- Perdi minha mãe com três anos, fui criado por minha irmã e pelo meu pai. Depois, descobri que minha irmã era minha verdadeira mãe e que meu pai era na verdade meu avô. Jamais conheci meu pai verdadeiro, e quanto à minha mãe biológica, era uma alcoólatra, morreu quando eu tinha dezesseis. E meu avô morreu há pouco tempo, mas me deixou bem de vida. Nem precisaria trabalhar se não quisesse, mas ele me ensinou a valorizar o dinheiro conquistado com esforço.

Bertie e Tom também compartilhavam algumas semelhanças na aparência: tinham a pele clara, cabelos e olhos escuros e uma altura semelhante. Mas acabava aí. Enquanto Tom tinha gestos nobres e modos cavalheirescos, Bertie se comportava como um daqueles beberrões que viram noites em pubs e depois saem destruindo tudo o que encontram. E Bertie também ostentava um bigode do qual se orgulhava sem algum motivo aparente, enquanto Tom mantinha a barba aparada.

Ele e minha filha se casaram no outono de 1979, e em 18 de maio de 1980, nasceu a filha deles, minha primeira neta: Mary. Foi Maggie que escolhera este nome, para homenagear a minha mãe.

- Sempre disse que seria Mary se fosse menina e Henry se fosse menino.

Mas Bertie, sempre tão antipático...

- Nada disso, eu é que escolheria o nome se fosse garoto! E só deixei você botar o nome da menina de Mary porque também era o nome da minha tia que morreu quando eu era criança.

Será que eles seriam felizes assim? Só espero que Maggie tenha uma sorte melhor do que a minha, porque eu nunca consegui superar Tom Riddle, meu grande amor do passado.


Notas Finais


E Cathy agora é vovó!
Tom também, só que ele não faz ideia
Só que esse genro aí que a Maggie arranjou para eles... Sei não! Não fui com a cara desse Bertie
Pelo visto, o dedo podre das irmãs Whiterspoon passou pra ela
Ou será que não? Só o tempo dirá!


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