História Meu Koala Com K - NamJin, JiKook e TaeYoonSeok - Café da... noite?

Presas afiadas, sangue transbordava, seus pelos eriçados, a mesma mulher de antes, essa era sua melhor amiga.

Sua comida de mês em mês, às vezes apenas um gole já era suficiente. 

Ou não.

Com certeza não. 

Homens levam três meses para gerar mais sangue após a doação, mulheres são quatro por perderem pouco na menstruação, mas para si, o homem com caninos de predador não tirava nem o que era realmente necessário, e quando tirava, passava dos limites. 

Era como uma balança, durante o mês ele tira pouco e no fim arranca goladas grossas e pesadas, descendo direto pela garganta demasiada suada, o pomo de Adão com pressão se mexia a cada sucção. 

Dessa vez o escritório estava cheio mesmo sendo fora do horário de trabalho, a sala trancada, seu cheiro folhado era exagerado mas reconfortante, totalmente diferente de quando estava com a barriga vazia, apenas com comidas humanas que faziam um tanto quanto mal a si. 

A culpa não era dele. 

Trinta segundos foram suficientes para combater sua fome que a dias se alastrava, suas pupilas nem mesmo dilataram, seu veneno fez efeito como parte de seu tempo, pouco plasma para seu tamanho.

Um adulto forte, altura mediana, corpo trincado e maxilar definido.

Ele precisava de mais.

Mas não podia, tinha que sofrer por fome para não machucar os outros.

Era um monstro. 

Si era.

Saindo do escritório, foram para suas casas, o homem em um mini sobrado, arrumado, pago apenas por si, não tinha ajuda dos pais para isso, e nem poderia…

Estão fora de alcance… 

Era noite e sua barriga já roncava por mais, seus desejos por uma alimentação regulada a todos era forte, porém, para os seus, impossíveis.

Um monstro.

Era isso que achavam de si.

E ele acreditou, pois não confiava em si mesmo para saber do que era capaz.

Ele era forte, porém fraco. Inocente. Sabia bem do mal do mundo e deixava-o controlar. 

Era estranho.

Sabia que seria.

Tomar sangue, ser um sanguessuga.

Precisando de um líquido vermelho, com ferro, água, vitaminas e minerais, ele precisava de um sangue saudável para seu porte físico.

Mas ele não tinha.

Tinha uma pequena garota que cresceu consigo, sabendo seu segredo e jurando a todos não contar. Ela era sua comida e nem ligava para estereótipos. 

Porém ela era desnutrida, magrinha, não fazia exercícios e só comia o que não devia. Além de ter inúmeras doenças que já causavam consequências no maior. 

Ele já era. 

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Ouvindo barulhos vindos da cozinha, Jeon se transforma devagar, já saindo de perto do cachorro e seguindo para fora do quarto.

Jungkook nem ligou a luz, já que sua visão noturna era perfeita, e sem fazer barulho atravessou o corredor inteiro, sem roupa mesmo, dentro da casa nem fazia tanto frio assim, tinha aquecedores e…

Quem ele quer enganar? Jungkook está congelando! 

O certo seria ele acordar alguém? Talvez.

Colocar uma roupa? Sim. 

Verificar se não faltava ninguém nos quartos? Era mais lógico.

E… Por obséquio perguntar quem era? Com certeza.

Mas não. Ele seguiu em silêncio, encontrando apenas as luzes que ficam por cima da bancada, acesas. 

Ainda ouvindo ruídos dali, Jeon se aproxima vendo primeiro a caixa de remédios no chão, com várias cartelas espalhadas e potes abertos. Se aproximando mais ele viu Taehyung, o moreno tinha pílulas na mão enquanto outras já estavam no chão, Jungkook já correu pensando o pior. 

— Taehyung! O que você tá fazendo?! — perguntou assustado, Tae parecia elétrico demais para uma hora dessas, deixando Jeon preocupado, esse que se aproximou de Tae o puxando pra cima, já em pé, colocando suas mãos no rosto do mais velho e com os dedos forçando a boca para abri-la — Cospe! Cospe agora! Vomita ou... sei lá! — mandou nervoso pegando Tae no colo e colocando em cima do balcão, Jungkook analisava cada canto da boca de Kim o deixando sem fala.

Nesse momento Jeon não era nada delicado, tocava Taehyung até onde não devia para achar algum erro em seu corpo, cortes ou qualquer marca. 

— Aish! Para, Jungkook! Taetae tá bem! — sussurrou irritado segurando os pulsos do mais novo, porém o híbrido era mais forte e o imobilizou, dando a entender que logo iria gritar por ajuda se Tae não colaborasse — Não! Não, não, não, não, não! Não grita, por favor! Não é o que você tá pensando! 

— Então explica, Kim Taehyung! — sussurrou no mesmo tom, porém mais irritado do que o outro — Que porra você poderia estar fazendo além de tentar se matar, hã? Você tá louco garoto?! Se você não quer vomitar eu faço você vomitar! — Jungkook então forçou os dedos nos lábios do mais velho, tentando fazer com que ele abrisse a boca para forçar os dedos contra a parede da garganta, porém os dois ouviram um barulho e olharam pro arco do corredor no fim da sala, barulhos de alguém correndo em direção a eles. 

Tae não sabe de onde tirou tanta força, porém ele empurrou Jeon pro chão e ficou agachado ali o segurando até que o barulho estranho tivesse um nome. 

E ele tinha.

Kim Nam-Joon. 

Ele agora andava de um lado pro outro naquela sala, os mais novos apenas observavam de longe ele roer as unhas assustado, ele parecia triste e chorão, saia lágrimas de si e ele mordia seu próprio lábio. 

Para Taehyung, a primeira coisa que veio em sua cabeça era ele roubar a casa, mas ele não parecia disposto a se concentrar, na verdade ele ficava cada vez mais agitado, balançando as mãos em frente ao corpo e ajeitando o cabelo, na verdade, mais puxando-o do que arrumando.

— O que eu faço? O que eu faço? — cochichou choroso soltando o ar e cobrindo o rosto, NamJoon se soltou no chão e se abraçou em posição fetal, que seria ele abraçado às suas pernas com a cabeça entre elas, protegendo a cheia de fios cinzas. 

— Nam? — outra voz veio do fim da sala, era SeokJin.

Jungkook quis gritar mas não conseguiu, Taehyung realmente o prendeu não importando o movimento, Jeon não saia dali tão cedo, estando entre as pernas de Tae, seus braços agarrando com apenas um de Tae, a outra mão do mais velho estava em sua boca, empurrando sua cabeça contra seu peito para que continuasse deitado em seus tronco. E sentindo-se arrepiado, Tae o abraçou para que se esquentasse, já que Jeon estava sem roupa, continuando a ver a cena. 

— Jin? 

— Nam… O que foi, hum? Está tarde… 

— Eu… Eu sei, eu… Jin faz muito tempo que eu não durmo sozinho… me desculpa, eu não consigo, não preguei o olho até agora, só fiquei chorando até ouvir barulhos, cheguei aqui e não tinha ninguém pra me ajudar… — soltou rápido em sua defesa, Jin o olhou carinhoso e se aproximou, agachando em frente ao híbrido e segurando suas mãos.

— NamJoon, por favor, dorme comigo. Eu insisto, você não vai me incomodar, eu juro… 

— Mas…

— Nam, você tá aqui pra que eu cuide de você, certo? — ele concorda — Então me deixa fazer isso, por favor… Você precisa me dizer qual é o problema… eu posso te ajudar a achar a solução, é só você me falar… 

— Jin… — hesitou.

— Pode falar…

— Jin eu não quero atrapalhar você… eu já estou na sua casa, eu não preciso-... — Jin o interrompeu beijando seu testa.

— Nam? — sussurrou.

— O-Oi… 

— Dorme comigo… 

— M-Mas…

— Shiu… vem cá, vem… pode se transformar… se quiser… — NamJoon pensou… e enfim diminuiu de tamanho, se perdendo no meio das roupas. Sendo retirado do monte e colocado no colo do agora maior, Seok também pegou as roupas e levou tudo pro quarto, deixando Koya na cama e as roupas em cima da cômoda, Jin se deitou abraçando o coala por trás e fechando os olhos.

Após longos minutos de total silêncio, Jin se vira tentando dormir, já que na sua cabeça o menor já tinha dormido.

Até sentir braços rodeando-o.

— Não olha pra mim… tá? 

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— Agora fala. Que merda você tem na cabeça pra mexer com remédios a essa hora da noite?! — falou Jungkook ao ser solto logo quando Jin e Koya saíram da sala. 

— Eu tô esvaziando as pílulas do Jimin e do Hoseok, isso faz mal pra eles! — exclamou baixinho se defendendo — Pensa comigo, se pra você faz mal, por que pra eles não? 

— Tae, são remédios diferentes.

— Com o mesmo intuito! Mudar o cio! 

Silêncio…

— Faz todo o sentido! 

— Não é?! Vai, me ajuda! Mas primeiro, põe uma roupa. 

— Tá.

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Deitado em sua cama, Yoongi se revirava ali tentando dormir. Já passava da metade da madrugada e nada de Min descansar.

— Eu preciso de ar puro… — resmungou saindo da cama em seguida. 

Colocando botas e casacos, Yoongi ligou o carro e torceu para que a rua não estivesse interditada pela neve, que no caso, não estava. 

Dirigindo por aí Yoongi via todos os bares abertos, baladas a todo vapor e motéis cheios, Min chegou a conclusão que não era um adulto normal, pois não via graça em nada disso.

Ele parou num parque, que, como se já não fosse esperado, foi interditado. Ele via os brinquedos cheios de neve, os bancos congelados assim como o lago, os peixes provavelmente já estavam mortos assim como as flores que à dias não pegavam sol pela grossa camada de gelo que tinha por cima. 

Yoongi, já com o aquecedor ligado, esfregou as mãos ao tirá-las do volante por um momento, voltando com elas ali e lembrando das duas pessoas que ficou horas babando no travesseiro. 

Jung Hoseok e Kim Taehyung.

Yoongi quis morrer quando Hoseok tirou Kim de si, mas entendia o lado dele. 

Com uma simples conversa com Jin, Yoongi já conseguiu o telefone dos dois, só faltava coragem para mandar mensagem.

Eram exatas cinco da manhã, o sol já raiava fraco por conta do inverno gélido, Os raios passavam entre as nuvens cheias de flocos de neve e água. O retrovisor do carro já estava cheio delas. 

Yoongi dormiu vendo o sol nascer, numa vaga entre dois carros já presos pela neve, assim como o de Yoongi, mas ele mal ligava pra isso…

Não ligava pra mais nada…

Enfim… ele só saiu dali quando os funcionários do governo limparam a rua logo pela manhã, quando Yoongi ainda dormia num total silêncio.