1. Spirit Fanfics >
  2. Meu Lobo... Minha Bruxa... O Círculo da Lua Crescente. >
  3. Uma vida normal.

História Meu Lobo... Minha Bruxa... O Círculo da Lua Crescente. - Uma vida normal.


Escrita por: Tara-Clear

Notas do Autor


Oie gente, olha só quem voltou, euzinha aqui! 😎
Tanto foi pedido que eu trouxe a continuação de Meu Lobo... Minha Bruxa... pra vcs ❤️🐺🔮
Nesse cast, eu vou apresentar apenas os novos personagens, recomendo que vcs leiam a primeira parte para entender esta, ela está disponível no meu perfil, mas tbm deixarei o link nas notas finais.
Como eu já tinha dito, os personagens oficiais da saga pertencem a titia Stephenie Mayer, porém os originais são meus, portanto, sem plágio galera, criem sua própria história ok 👍
Essa segunda temporada não terá muitos capítulos quanto a primeira, é apenas um revival e um agrado para os fãs 💜💜

Personagens (por ordem das fotos):
☾ Lillianne "Lilly" Clearwater La Fay (filha de Seth e Tara)
☾ Elizabeth "Beth" Clearwater Winchester (filha de Leah e Brian)
☾ Emma Spencer
☾ Melissa Young Ateara La Fay (filha de Claire e Quil)
☾ Damon e Harry Clearwater (filhos de Seth e Tara)
☾ August "Gus" Noah Elliot Cameron (filho de Dafne e Jared)
☾ Yuri William Black (filho de Jacob e Diana)
☾ Jonathan "Johnny" Young Uley (filho de Emily e Sam)

Capítulo 1 - Uma vida normal.


Fanfic / Fanfiction Meu Lobo... Minha Bruxa... O Círculo da Lua Crescente. - Uma vida normal.

Lilly

DESPERTEI morrendo de sono. Tinha ficado acordada até tarde maratonando os episódios de uma série da Netflix.

Olhei para o lado vendo Beth adormecida e joguei um travesseiro nela.
— Levanta, a gente tem que ir pra escola.
— Não enche! — resmungou cobrindo a cabeça com o edredom.

Levantei da cama praticamente me arrastando até a janela e puxei as cortinas, não fazia sol, mas o dia estava claro.
— Fecha essa bosta, eu quero dormir! — Beth resmungou de novo e eu dei alguns passos até a porta do banheiro.
— Para de drama e levanta logo, a gente tem que ir pra escola. Hoje tem treino das animadoras para o jogo de sexta.

Tomei um banho rápido me sentindo bem melhor, me ajudou a despertar.

Enquanto eu me arrumava, Beth tomava o seu banho e assim que terminei, peguei minha bolsa para ir tomar café.

Abri a porta do quarto e levei um susto quando os gêmeos passaram correndo.
— Pestes! — resmunguei com raiva.
— Eu ouvi isso! — meu pai gritou lá de baixo e rolei os olhos não dando a mínima. Esse é o preço que eu pago por morar com lobos que tem super audição.

Desci a escada e joguei a mochila no sofá indo até a cozinha.
— Bom dia família. — falei indo direto para a geladeira pegar meu iogurte.
— Bom dia filha. — minha mãe disse alegre sentando ao lado do meu pai.
— Bom dia princesa. — ele também sorria.

Damon e Harry, meus “adoráveis” irmãos, corriam em volta da mesa e tive vontade de usar meus poderes para fazê-los ficarem quietos.
— Não boa, será que dá pra vocês dois pararem e se sentarem como duas crianças normais? — falei já sem paciência dando um pulo e sentando no balcão da cozinha.
— A gente não tem culpa se você foi dormir tarde. — Damon respondeu me provocando e arqueei uma sobrancelha com vontade de jogá-lo pela janela.
— Ok meninos, já chega. — mamãe mandou. — Sentem e tomem café.

Por que eles tiveram que ter gêmeos? Por que não podiam ficar só em mim? Pensei comigo mesma.
— Filha você foi dormir muito tarde ontem, isso atrapalha seu rendimento na escola.

Olhei para minha mãe que mais parecia minha irmã mais velha, ela não havia mudado nada nesses últimos anos, assim como meu pai.
— Relaxa dona Tara, essa semana é de boa, só estamos cumprindo horário. De importante mesmo só o treino para o jogo de sexta, vocês vão né?
— Lógico que sim Lilly, não perderíamos por nada. — meu pai garantiu e sorri satisfeita.
— Bom dia, to atrasada! — Beth entrou correndo na cozinha para tomar café.
— O que eu faço com vocês duas. — minha mãe comentou balançando a cabeça e eu deu risada. — Rápido, ou vão chegar atrasadas.
— Mãe eu já to quase terminando minhas aulas de direção e pegando minha habilitação, você bem que podia me dar um carro né. — comentei com voz doce e eles me olharam. — Assim uma Mercedes, ou um Porsche, uma BMW, super aceito qualquer um deles.
— Primeiro, conclua as aulas e tenha a carteira de habilitação em mãos, depois nós vemos isso. — ela disse levantando e indo até a pia deixar o copo e o prato que havia usado.
— Eu tentei. — falei dando de ombros e Beth deu risada.
— Mãe, se a Lilly for pra escola dirigindo, você ainda vai levar a gente? — Damon perguntou e ela o olhou.
— Não sei querido, mas acho que ela pode levar vocês.

Não gostei muito daquilo, mas resolvi usar a situação para me vingar dos pestinhas.
— Vão no porta-malas. — afirmei encarando eles e os dois arregalaram os olhos de medo.
— Lillianne! — minha mãe brigou comigo e tentei não dar risada. — Não assuste seus irmãos.

Desci de cima do balcão e fui jogar o potinho no lixo. Senti sua presença antes mesmo de entrar na cozinha e quanto me virei, ele ia entrando. Só de olhá-lo, eu senti meu coração disparar e tentei disfarçar.  
— Bom dia. — Embry disse alegre e todos responderam. — Já vi que o dia começou animado.
— Filhos meu amigo, filhos. — minha mãe explicou fazendo uma careta. — Vamos cambada, hora de ir para a escola. Meninos vão escovar os dentes, rápido, andem.

Damon e Harry saíram da cozinha e ela foi atrás, eu coloquei um pouco de suco e fiquei bebericando enquanto ouvia ele e meu pai conversando.
— Então, falou com o Jake? — Embry perguntou tomando um gole do café preto em seguida.
— Falei sim, ele achou uma boa a gente trocar o maquinário da oficina, até porque o antigo tá uma porcaria, só vive quebrando.
— Sim, e o preço dessas peças é acessível para o nosso orçamento.
— Ele tá pensando em trocar das outras filiais também.

Embry balançou a cabeça concordando e seu cabelo caiu para o lado, ele passou a mão ajeitando e eu me imaginei fazendo aquilo. Beth me deu um olhar sugestivo e tive vontade de lhe mostrar o dedo médio, mas me contive.
— Meninas vamos! — mamãe gritou e deixei o copo na pia.
— Tchau pai. — dei um beijo nele e encarei Embry. — Tchau.
— Tchau filha.
— Tchau Lilly, boa aula. — ele nem se dignou a me olhar e eu realmente fiquei chateada por aquilo.

Peguei minha mochila e saímos juntas, entrei no banco do carona na frente e Beth foi atrás com os gêmeos.

Observei as ruas de Eugene onde nós morávamos, faltava menos de uma semana para o verão e o clima já melhorava muito, nada mais de casacos pesados, luvas, gorros. Eu prefiro o calor, tenho ótimas lembranças de quando moramos no Brasil por um tempo.

Damon e Harry assistiam vídeos engraçados no tablet e coloquei meus fones de ouvido, preferindo mil vezes escutar minhas músicas.

Meus pensamentos voltaram para ele, era onde constantemente estavam. Embry Call.

Eu sabia o que eu significava para ele, sabia sobre o imprinting, toda a história dos meus pais, o que nós éramos de verdade, mas sempre levei uma vida o mais normal possível. Enquanto mamãe me ajudava a controlar e desenvolver meus poderes, frequentava a escola como qualquer criança da minha idade.

Pelo fato dos meus pais não envelhecerem, eu era apresentada aos humanos como irmã mais nova dele e do tio Jared, nós éramos “órfãos”. Minha mãe realmente era casada com ele e os gêmeos filhos deles. Beth era nossa “sobrinha” já que tia Leah não se transformava mais e envelhecia normalmente, ela era “nossa” irmã mais velha. E Embry era nosso “primo”.

Tia Dafne também era casada com o tio Jared, o Gus filho deles, era o “irmão” mais novo dela. Era uma confusão daquelas, mas graças a Alice Cullen, tínhamos uma papelada comprovando tudo isso.

Eu não conheço os Cullen pessoalmente, só a tia Nessie e os pais dela que eu me lembro vagamente, tia Bella e tio Edward.

Segundo meus pais, vampiros da raça deles tem um cheiro característico que desencadeia a transformação em lobo e eu sentia esse cheiro quando criança, mas como nunca mais tive contato com nenhum deles, não me transformei, assim como o Gus.

Eu e Embry sempre fomos muito próximos, ele sempre foi minha pessoa favorita no mundo, mas quando cresci, as coisas mudaram um pouco, ele se afastou dizendo apenas que eu precisava de espaço de agora em diante. Eu nunca entendi muito bem, mas também não questionei.

Foquei na minha vida “humana”, ficando com alguns garotos, saindo para festinhas, me tornando uma das garotas mais populares do meu colégio. Mas eu sentia falta de algo que eu nem sabia o que era, e minha intuição me dizia que somente ele podia preencher esse vazio.

Eu o acho lindo, divertido, um cara maravilhoso. Algumas semanas atrás, fui até a oficina procurar meu pai e vi uma cliente abusada dando em cima dele e meu sangue ferveu. Fiquei surpresa ao perceber que aquilo era ciúmes, mas eu não podia fazer nada porque ele se afastou de mim.

Mamãe parou o carro em frente ao colégio e afastei aqueles pensamentos enquanto descia junto com Beth. Gus passou por nós buzinando e fiz uma careta.
— O Gus tem uma moto e eu não posso ter um carro. — resmunguei e Beth deu risada.
— Beijo meus amores, boa aula pra vocês. — mamãe desejou e foi embora.
— Vamos lá, mais um dia. — Beth me abraçou e caminhamos juntas, o pessoal acenava e nós acenávamos de volta.
— Bom dia meninas! — Emma cumprimentou alegre me abraçando do outro lado. — Preparadas para a última semana de aula? — ela perguntou divertida e Beth fez uma careta.   
— Nem me lembre disso, depois das férias de verão, vocês serão formandas e eu vou ficar um ano aqui, sozinha, até eu me formar.
— Oh meu amor, vem cá, titia tá aqui, não fica assim. — brinquei e elas deram risada.
— Cara, isso é muito louco. Mesmo conhecendo vocês a um bom tempo, eu ainda fico surpresa, são tia e sobrinha e tem quase a mesma idade.

Eu e Beth trocamos um olhar divertido.
— Fazer o que, nossa família não é muito normal.
— Eu imagino. — Emma comentou e rimos mais ainda.

Ah se ela soubesse...
— Oi meninas. — Gus passou por nós no corredor e vi quando Emma o olhou até ele sumir na escada.
— Não sei por que você não me deixa falar com ele. — comentei quando íamos subindo a escada também e ela me olhou.
— Eu já disse que não Lilly, você prometeu.
— Eu não vou falar nada, relaxa, mas ainda não sei o porquê. Tenho certeza de que o Gus ia adorar ficar com você.
— Eu preciso ir até a diretoria. — Emma disse se afastando. Eu sabia que era só uma mentira para fugir do assunto, ela sempre fazia isso.
— Lilly eu acho melhor você parar, ela não gosta disso.
— Ai Beth eu sei, só não entendo porque ela não quer me deixar falar com ele.

Emma tinha um crush secreto no Gus já há um bom tempo, mas não me deixava falar com ele sobre isso de jeito nenhum, e eu queria muito ver os dois juntos.
— É a vontade dela ué, para de dar uma de cupido.

Fomos até nossos armários que eram próximos um do outro e após pegar seu material, ela veio até mim.
— E você, quando vai criar coragem e falar com o Embry?

Suspirei triste e ela me abraçou dando risada.
— Não sei, cara você viu quando a gente saiu? Eu dei tchau e ele nem me olhou.
— Essa história de vocês não é fácil. Imagine só, ele te viu crescer, acompanhou tudo desde o começo, deve ser meio difícil te enxergar como mulher.

O pior de tudo é que eu sabia que Beth tinha razão, ele sempre ia me ver como a doce Lilly, sua princesinha, jamais como Lillianne, a mulher que lhe foi destinada.
— Eu vou para a minha primeira aula, a gente se vê no intervalo. — Beth me deu um beijo na bochecha e seguiu para a sua sala.

Fechei meu armário e fui para a minha sala também.

Quando entrei, os meninos me olharam com evidente admiração. Eu sabia que era cobiçada, desejada por todos eles, mas isso não representava nada para mim, pois eu queria que um certo par de olhos castanhos me olhasse assim.

 

Tara 

Deixei Damon e Harry na escola, e fui para a livraria.

Abaixei o vidro da janela, ainda fazia um pouco de frio, mas nada que incomodasse.

Eu gostava de morar em Eugene, podíamos ter uma vida aparentemente normal. Lilly, Beth e os gêmeos podiam frequentar a escola regularmente, longe de qualquer ameaça do mundo sobrenatural.

Desde o começo eu fiz questão que meus filhos soubessem de suas origens, assim como meus amigos também faziam, a melhor maneira de mantê-los protegidos é sabendo da verdade.

Lilly é uma excelente feiticeira, consegue manter seus poderes sob controle e evocar feitiços sem precisar do dialeto antigo das La Fay, usando apenas a força da natureza. Coisa que nós demoramos um bom tempo para aprender, minha garota é um prodígio.

Foi difícil sair de Forks, ficar longe da minha mãe, de todos que nós conhecemos, mas foi necessário. Eu não envelhecia, assim como Dafne e Nessie. Claire também tinha seu envelhecimento retardado por ser uma curandeira e os meninos continuavam se transformando para evitar isso também e ficar sempre conosco.

Ao mesmo tempo em que viver para sempre é um dom, é também um fardo, pois todos que conhecemos irão morrer e nós continuaremos aqui, pelos teremos uns aos outros. Nos encontramos pelo menos uma vez por mês para matar as saudades, aqui em Eugene mesmo, ou em Seattle onde Jake, Nessie, Claire, Quil e seus filhos moram.

Nós sabíamos que nossos filhos tinham o mesmo gene do lobo e provavelmente se transformariam se tivessem contato com vampiros, eu só queria evitar isso o quanto pudesse, não é egoísmo, eu só quero que eles tenham uma vida normal.

Os Cullen se afastaram até que sua presença não fosse mais um fator determinante nesse processo. Atualmente eles moram em uma cidade fria, nublada e chuvosa chamada Grand Forks, em Dakota do Norte. Mas nem por isso Alice tem deixado de nos ajudar, prever os altos e baixos da bolsa de valores e o mercado de investimentos é algo que não pode ser ignorado jamais.

Estacionei o carro na minha vaga privativa e desci pegando minha bolsa. A livraria já estava aberta e entrei cumprimentando os funcionários.
— A Dafne já chegou? — perguntei a uma garota que abria caixas contendo livros novos.
— Já sim, está no escritório.
— Obrigada.

Eu e minha amiga abrimos este cantinho especial para dar espaço a escritores pouco conhecidos, eu também me aventurava nesse ramo, usando um pseudônimo é claro.
— Bom dia. — abri a porta e já entrei cumprimentando.
— Bom dia. — ela respondeu alegre. — Demorou, achei que nem vinha hoje.
— Filhos minha amiga, filhos. Deixar aquela turma na escola todo dia é uma luta. To começando a pensar seriamente na possibilidade de dar um carro para Lilly assim que ela conseguir a habilitação, vai facilitar muito pra mim.
— Nem me fale, quando Jared deu aquela moto ao Gus eu quase surtei, mas hoje agradeço imensamente a independência que ele tem.
— Um dia eu chego lá. —  comentei divertida e ela deu risada. — O que temos para hoje? — perguntei sentando à minha mesa.
— Nada demais, a Charlotte me mandou uma mensagem dizendo que conseguiram resolver o problema que elas tinham.
— Que ótimo.

Charlotte era uma bruxa La Fay que morava em Austin, no Texas. Ela tinha ligado há uns dias pedindo ajuda e eu cheguei a achar que teria de ir até lá para resolver, como líder do meu clã é meu dever, mas ainda bem que não foi preciso.
— Vocês vão ver o jogo na escola na sexta feira? — Dafne perguntou e olhei para ela.
— Se a gente não for, a Lilly tem um ataque.

Ela gargalhou e pegou uma prancheta saindo da sala.

Lilly e Beth faziam parte das animadoras e Gus era um dos melhores do time do colégio.

Minha sobrinha era como uma filha para mim. Leah tinha sua carreira e quando me pediu para cuidar da garota durante o período escolar, eu não pensei duas vezes.

Atualmente, ela fazia sua turnê de despedida pela Europa. Estava de despedindo das passarelas e pretendia viver no anonimato de agora em diante, eu só não sei se ela vai conseguir isso assim tão fácil.

Leah não se transformava mais em loba, vivia exclusivamente para a família e em segunda lugar sua carreira. Eu tinha muito orgulho de quem ela havia se tornado, uma mulher forte, segura de si, apaixonada pela vida, tão diferente da Leah amarga e sofrida que eu conheci.

Todos nós mudamos, evoluímos, crescemos.

Eu e Seth continuamos apaixonados como no início, sabemos que nosso amor vai muito além do imprinting, nós fomos predestinados um ao outro. Lilly, Damon e Harry chegaram para fazer esse amor transbordar, apesar de me deixarem louca de vez em quando.

Dafne e Jared não quiseram mais filhos além do Gus, até por conta de não saber o que pode acontecer com os dois no futuro.

Jake, Nessie e Yuri formam uma família maravilhosa, assim como Claire, Quil e a doce Melissa que aparentemente não herdou a magia da mãe.

Sam, Emily, Paul e Rachel saíram por completo do mundo sobrenatural e estão muito bem, assim como seus rebentos.

Brady também não se transforma mais e se mudou para Portland com a esposa, ele comanda uma das filiais da oficina da Jacob. Seth, Embry e Jared ficam a cargo da filial daqui, e Jacob em Seattle para onde a sede foi transferida. Um primo seu toma conta da loja de Forks.

Meu celular tocou dentro da bolsa interrompendo meus pensamentos e peguei para ver, um sorriso apareceu em meu rosto ao ler o nome na tela.
— Oi pai.
— Oi querida, como você está? — Damon Salvatore perguntou do outro lado da linha.
— Estou bem, e você?
— Tudo ótimo. E os meus netos?
— Todos bem e me dando muito trabalho.

Ele gargalhou com vontade e acabei rindo também.
— E a Sthepy, tudo bem? — eu sentia um nó na garganta cada vez que pensava ou falava na minha irmã.
— Ela está bem.

Meu pai e Elena se mudaram para Richmond assim que ela nasceu, Stephanie não faz ideia de que vampiros, bruxas e lobisomens existem, nem que seus próprios pais já foram dois Noturnos ou que tem uma irmã bruxa. Eu sentia muito por não poder ficar perto dela, principalmente pelo fato de desejar muito ter irmãos.

Meu tio Stefan se casou com a Caroline e a Bonnie estava noiva de um rapaz chamado Enzo, que também era um vampiro. Os três tomaram a cura voltando a ser humanos, mas uma tragédia aconteceu, uma explosão de gás em Mystic Falls onde moravam matou os dois rapazes, deixando-as inconsoláveis.

Bonnie atualmente continua em Mystic Falls, Caroline e as filhas, Josie e Lizzie, se mudaram para Nova York depois do acidente. 
— Tara? — meu pai me chamou e percebi que eu estava distraída novamente.
— Oi pai, to aqui.
— Então querida, o que acha?
— Sobre? — perguntei e ele deu risada.
— Eu lhe perguntei se posso ir passar esse fim de semana com você e as crianças, eu estou com muita saudade.
— Claro que pode Salvatore, nem precisa perguntar, você sempre será bem-vindo.
— Ótimo, eu vou ficar com vocês e Elena vai visitar a amiga em Nova York.
— E a Sthepy?
— Piquenique com a família de uma amiga da escola, só volta na segunda de manhã e de lá já vai direto para o colégio.
— Entendi.
— Ok querida, na sexta a noite estarei aí.
— Tente chegar cedo, sexta a noite tem jogo no colégio da Lilly e ela vai se apresentar.
— Pode deixar filha, não conte nada a eles que estou indo, quero pegar meus netos de surpresa.
— Ok pai.
— Tchau querida, beijos.
— Beijos.

Tirei meu notebook da bolsa e apertei o botão para ligar. Enquanto isso, conectei o carregador à tomada.

Abri o arquivo onde meu livro estava sendo escrito e reli algumas linhas para dar continuidade à história.

Enquanto ia escrevendo, fazia algumas anotações em meu caderno usando post-its coloridos. 

Estava entretida quando Dafne abriu a porta entrando no escritório.
— Olha que maravilha, escrevendo. Os leitores estão cobrando uma continuação de Nos Tempos dos Cavaleiros. — ela brincou citando o nome do meu livro e recostei à cadeira a olhando e estalando os dedos.
— Pois diga que está a caminho a segunda temporada, com ainda mais aventuras, romances e mistérios.
— Já pensou na capa?
— Tenho algumas ideias em mente, pretendo ir até a praça ou a Parque Hendricks nos próximos dias para tirar algumas fotos.

Dafne sentou a mesa e vi uma pequena ruga de preocupação surgir em sua testa.
— O que foi? — perguntei e ela me olhou dando um leve sorriso.
— Não é nada demais, estou apenas pensando na nossa vida e no quanto as coisas estão estáveis.
— Eu gosto disso, estabilidade. Meus filhos, meu marido, minha casa, nossos amigos, nosso cantinho especial. — fiz um gesto amplo com as mãos indicando a livraria.
— Eu também gosto Tara, mas está tudo tão calmo que chega a ser estranho.

Senti um arrepio e tentei disfarçar.
— Há um antigo ditado que diz que mar calmo, significa tempestade logo adiante. E me preocupa não saber o que pode estar por vir.

Eu queria muito tranquilizá-la, garantir que nada aconteceria, mas eu mesma já havia sentido essa sensação que me deixa em estado de alerta, esperando por algo que não faço ideia do que seja.

 

Embry

Verifiquei as válvulas e constatei que não havia nada de errado com o motor do carro.

Eu gostava do meu trabalho, gostava de mexer nos veículos, deixá-los novos em folha.

Estudei sobre isso e sempre procuro me especializar no assunto para aprender cada vez mais.
— Qual é o problema? — Dylan, um dos funcionários da oficina perguntou parando ao meu lado.
— Nada demais, só um dos pistões que fritou, eu vou trocar e problema resolvido.
— Você é fera Embry, um dos melhores mecânicos que eu conheço.
— Que é isso, eu só faço meu trabalho.
— E faz bem demais. Tem como você dar uma olhada nessa nota? São algumas mercadorias que chegaram, Seth deu uma saída e Jared ainda não chegou.
— Claro, deixa eu ver.

Ele me passou a folha e chequei as informações presentes nela.
— Você conferiu item por item?
— Sim, tudo certo.
— Eu vou assinar e você coloca o carimbo, deixa o boleto em cima da mesa do Seth.
— Beleza, valeu Embry.

Voltei ao carro e continuei verificando se tinha mais algum problema além do pistão queimado.

Meu celular que estava em cima de uma caixa acendeu a tela e peguei para ver, era apenas uma mensagem da operadora.

O papel de parede era uma foto da Lilly em sua festa de quinze anos, ela estava linda naquele dia.

Quando ela nasceu, eu tive uma conversa franca com Seth e Tara, e prometi que jamais me afastaria, queria vê-la crescer, aprender, estar sempre presente, e isso nunca me foi negado.

Eles tiveram que se mudar de Forks e eu não hesitei em ir junto porque sabia que não conseguiria viver longe dela, mas aproveitei a oportunidade também para me abrir para o mundo. Terminei os estudos e fiz faculdade, sempre pensando em mim e no meu futuro.

Lilly cresceu, se transformando em uma bela moça que já me tirou algumas noites de sono, mas eu sabia que ela não gostava de mim desse modo, então eu fui me afastando, mantendo uma boa distância. Sempre tento vê-la como a minha garotinha, nem sem sempre dá certo, mas não posso fazer nada.

Sei que ela fica com os garotos da sua idade e tento não estraçalhar todos eles quando fico louco de ciúmes, procuro pensar que se fizesse isso, ela iria me odiar, então tento me controlar. Óbvio que essa reação são anos de treino e autocontrole.

Eu a amo demais para fazê-la sofrer de algum modo e sei que vou continuar a amando sempre, mesmo ela escolhendo não me amar.

Eu poderia pensar que o destino foi cruel ao me ligar com uma garota bem mais nova e filha dos meus melhores amigos, mas não vejo desse modo. Gosto de pensar que eles me escolheram para sempre protegê-la, assim como Tara e Seth foram predestinados um ao outro. Eu gosto dessa família, me sinto parte dela, uma parte essencial e isso foi algo que eu nunca tive.


Notas Finais


Link da primeira parte https://www.spiritfanfiction.com/historia/meu-lobo-minha-bruxa-4677410
Esta participação da Tara foi apenas para situar um pouco as coisas pra vcs, o foco são os filhos deles
Gente lembrando aqui rapidinho que eu tenho um grupo de leitores no whatsapp, lá a gente conversa, eu aviso sobre capítulos, peço opinião de vcs, quem quiser participar me chama no PV 😘


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...