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História Meu mundo não é cinza - Meu pai fala demais


Escrita por: Hank_Castin

Capítulo 6 - Meu pai fala demais


Eu não sei quanto tempo ficamos ali daquele jeito, mas o sinal tocou. - Eu não quero soltar você, nunca - a voz dele falhava.

- Ei, olhe pra mim - afastamos nossas cabeças e nos encaramos. - Eu não vou te abandonar, nunca, estarei sempre ao seu lado, não importa o que aconteça, nossa ligação é única, não quero perde-la, seria como me desligar - dei um beijo em sua testa, minha voz soava tranquila, como o piar de um pássaro.

- Não conte para o Alex, nunca, por favor - enquanto ele falava, nos soltamos, meus braços ficaram cansados e pesados.

- É por qual motivo eu não poderia contar? - ele abaixou a cabeça e eu suspirei frustada. - Você ficou com ele, não foi?

- Sim, fiz isso por medo de que o odiasse, desculpa.

- Eu fiquei irritada pelo fato de fazer eu duvidar da minha sanidade, sabe que não precisa mentir pra mim, nunca. Agora precisamos ir, estou atrasada pra minha aula de karatê e você para o jornal da escola - ele concordou e seguiu seu caminho.

Fui até o vestiário, troquei aquele vestido por uma roupa mais apropriada, que foi um short e uma blusa, não tinha mais nada além disso, suspirei irritada comigo mesma, cheguei até onde me esperavam.

- Bom dia professora - eles disseram em uníssono.

- Hoje vocês vão lutar, peguem uma dupla e vamos ver se alguém me surpreende - sentei numa cadeira e fiquei observando eles, mas na verdade minha mente vagava sobre o que aconteceu com Richard, sobre a festa, sobre o hospital, e acabou indo direito à Stuart, quando ele inundou minha cabeça tudo que eu conseguia observar era seu sorriso, sua barba aparada e seus cabelos negros, e aquele laranja sereno de seu olhar me contagiava.

Quando a aula finalmente acabou mandei todos embora, arrumei tudo que eles deixaram espalhado e fui até a sala de Rich, quando cheguei ele não estava mais lá, corri até a entrada do colégio, ele estava sentado embaixo de uma árvore lendo, eu coloquei a mão pra pegar o celular e tirar uma foto, mas tinha esquecido que eu o perdi. Sentei ao seu lado e apoiei minha cabeça em seu ombro, ele sorriu e continuou a leitura, estava lendo um livro intitulado "Hank e o mundo de Mimikry".

- É uma boa ficção? - Eu perguntava enquanto observava alguns alunos conversando.

- Podemos dizer que sim, pelo menos valeu a pena comprar - ele pegou um pote com algumas uvas e começou a comer, eu acompanhei. - Como foi a aula?

- Boa, fiz eles lutarem hoje - fiz uma pausa e me ajeitei em seu ombro. - O que acha de dormir lá em casa hoje? Sinto sua falta.

Ele colocou o marcador de página onde parou e fechou o livro. - Eu acho uma ideia fantástica. Vamos, então? Antes que fique tarde.

- Mas está tão bom aqui - ele riu de mim. - Mas você tem esse medo do escuro, melhor irmos - eu levantei, esperei ele guardar o segurei na mão dele, fomos andando calmamente, nenhum de nós disse nada, apenas apreciamos o momento enquanto andávamos pra minha casa.

- Olá crianças -minha mãe estava na porta, tinha acabado de chegar em casa, deduzi isso por ela ainda estar maquiada. - Rich vai dormir aqui hoje? Que notícia excelente, prepararei um jantar incrível pra nós - ela nos abraçou. - Assim que eu estiver com tudo pronto chamo vocês.

- Fico agradecido pela hospitalidade - ele usava parte do cabelo na frente do rosto pra que ela não fosse capaz de ver o roxo de seu olho.

- Bem, temos muita coisa pra fazer antes do jantar, então até logo, mãe - e puxei Richard pelo braço até meu quarto, assim que entramos eu tranquei a porta. - Vamos tomar banho, trocar essas roupas que eu dou um jeito no seu olho com um pouco de base.

Rich foi tomar banho e eu deitei na cama, fiquei pensando no que minha mãe estava preparando pois o cheiro invadia o quarto, tanto que tive que abrir a janela, meu estômago roncava alto. Comecei a notar que ele demorava muito no banho, bati na porta e ele não respondeu, então entrei. Rich estava parado se olhando no espelho, sem camisa e com os cabelos molhados tampando seu rosto até o nariz.

-Estou pensando em cortar, o que acha? -Ele olhou pra mim sorrindo.

- Adorei a ideia de você querer mudar o visual mas se cortar um único fio desse cabelo a próxima coisa que verá é um caixão, nem pense em mexer nesse ninho de ratos que você chama de cabelo e que chama a atenção de várias pessoas - ele riu com meu comentário e bagunçou o cabelo. - Agora é minha vez de tomar banho, então saia logo! - e fui tirando minha roupa, ele foi embora rápido.

Assim que a água gelada tocou minha pele, foi como se tudo tivesse bem, todos os problemas acabassem e o mundo não fosse mais cinza, fechei os olhos e me imaginei boiando em alto mar, tudo estava calmo, o céu tão escuro e estrelado que eu ficava triste por ser apenas imaginação e não realidade. Alguns me chamariam de louca apenas pelo fato que o cheiro de flores, canto dos pássaros e sentar debaixo de uma árvore me acalmei, alguns falariam que vejo beleza até no feio, nunca poderia dizer que é verdade, pois se alguém faz algo que não acho certo, eu não consigo ver algo belo naquela pessoa.

- Helena, está viva ainda, faz vinte minutos que não sai daí, eu vou entrar - quando Rich começou a abrir a porta eu joguei um sabonete nele e escutei um baque. - Isso doeu! Eu estava preocupado com você! E não sabia que tinha mira tão boa.

- Já estou saindo, agora pode me esperar aí no quarto! - Falei rispidamente. Me enxuguei e coloquei um pijama rosa com listras brancas, quando saí do banheiro vi Rich debruçado na janela, uma corrente de vento fez com que eu sentisse frio. - Ei, feche isso, estou tremendo aqui - ele me olhou sorrindo e fechou a janela.

- Sua mãe já nos chamou - ele foi indo na frente.

Quando chegamos na mesa minha mãe e pai já estavam sentados, senti o cheiro de peixe à distância, provavelmente tinha assado e jogado molho com camarão por cima, é o prato que ela faz favorito do Rich. Meu pai nos olhava com um sorriso terno, seus olhos mel estavam dilatados, com certeza por causa das comida, seu cabelo e barba estavam curtos, arrisquei pensar que tinha ido no barbeiro hoje. Minha mãe tinha o cabelo cobre amarrado num coque, seus olhos azuis estavam fixos em Richard.

- Como foi seu dia querido? - Ela perguntou pro Rich enquanto estávamos nos servindo.

- Foi bom, produtivo, organizei bem o jornal e me livrei um pouco do trabalho por isso - ele olhava pra mim pedindo por ajuda.

- E o seu, mãe? Conseguiu vender uma casa hoje? - Assim que fiz a pergunta um enorme sorriso apareceu em seu rosto.

- Sim! Lembra aquela casa que o dono morreu assassinado? Eu vendi! -Todos à parabenizamos. - Obrigada, foi difícil, passei um ano tentando, mas finalmente consegui.

- Você e Richard estão namorando? - Meu pai apontou pros nossos anéis, todos ficamos em silêncio, ele pareceu lembrar de algo. - Esqueci que Rich não gosta de - ele fez uma pausa. - Pessoas como você. Tem certeza disso Richard? Não é uma coisa que homens normalmente fariam.

- Roger! - Minha mãe o repreendeu.

- Desculpe, mas não é algo normal, já foi num psicólogo pra ver isso?

- Pai! Chega, tudo bem? Não tem nada de errado com ele, apenas com o senhor por não respeitar isso. Quer saber de uma coisa? Perdi o apetite, Rich, vamos - eu levantei e ele veio logo atrás, minha mãe brigando com meu pai foi a última coisa que ouvimos antes de nos trancarmos no quarto. - Desculpe, ele não sabe quando parar de ser idiota e inconveniente.

- Tudo bem, não tem problema, eu já estou acostumado com isso, totalmente, sério - ele deitou na minha cama. - Sabia que você é muito mimada?

- Por que? Posso saber? - Eu deitei do seu lado.

- Você tem uma cama de casal!

- Seu idiota! - Eu comecei a rir. - Você também tem uma! Do que está falando?

- Mas eu uso ela pra algo, a sua ficha aqui com teias de aranha até eu vir - estávamos de frente um pro outro enquanto ele falava, ele parecia feliz, tirei o cabelo que cobria seus olhos.

- Não posso fazer nada se você é o tipo de pessoa que tem muitos encontros enquanto eu sou mais reservada, se bem que talvez eu tenha alguém pra trazer.

- Quem? O garoto mais velho da festa e que você viu hoje no hospital? Boa sorte com seu pai conservador, se ele me odeia, imagina esse seu namorado.

- Ele não te odeia! - Ele arqueou uma sobrancelha. - Tudo bem, talvez só não goste muito, mas não vem ao caso! E esse garoto tem nome, é Stuart, e ele nãoé meu namorado.

- Stuart? Já ouvi esse nome, acho que era o garoto na festa desesperado procurando os amigos da namorada bêbada, opa, espera, vocês não namoram - eu empurrei ele da cama e comecei a rir dele. - Isso doeu! - Ele levantou e se jogou encima de mim, começando a fazer cócegas. - Espera - ele parou. - É uma péssima ideia, você luta karatê.

- Ainda bem que você sabe -dei um peteleco em sua orelha. - Eu venceria de todos os jeitos, agora, vamos dormir -ele deu um beijo em minha testa. - Boa noite, Rich.

- Boa noite, Hele - quando ele terminou de falar, fechei os olhos e apaguei.

Acordei quando a luz bateu em meu rosto, abri os olhos e vi Rich trocar de roupa, bocejei e sentei. - Bom dia - ele me olhou vermelho.

- A quanto tempo está olhando? - ele terminava de abotoar a calça e ajeitar a blusa.

- Acabei de acordar, então só vi sua cueca de caveira - eu ri da cara dele. - Pode me contar por qual motivo se arrumou tão cedo?

- Pra não nos atrasarmos, simples assim - ele apontou pra mim e depois pro banheiro. - Anda logo.

- Tudo bem, claro - esfreguei meus olhos numa tentativa falha de afastar o sono, levantei da cama e fui até o banheiro, tomei banho, escovei os dentes e coloquei a roupa. - Estou pronta.

- Podemos ir andando devagar, aproveitar um pouco antes de nos separarmos nos dois primeiros tempo, pedi pro Alex nos encontrar lá mais cedo também, tudo bem pra você? - Eu cheguei perto dele e senti um cheiro forte de jasmin.

- Você usou meu perfume importado? - Ele ficou vermelho. -Eu não acredito que você usou! E muito! - Eu me afastei dele. - Você sabe que cheiros fortes assim me deixam com dor de cabeça, sendo assim, ande longe de mim, perfume ambulante.

- Você é uma péssima pessoa! - Ele riu e saiu na minha frente. - Por que não coloca uma máscara de gás?

- Pois assim minha beleza será ofuscada, então não vou colocar - eu andava logo atrás dele, usando a mão pra desviar o cheiro do perfume do meu rosto.

Ele ficou calado, andando na frente, na metade do caminho uma chuva fraca começou, Rich olhou pra mim sorrindo, olhou pro céu de olhos fechados e deixou a chuva tocar seu rosto, sua expressão estava serena, como se não houvesse mais problemas no mundo, eu fui andando ao seu lado e o puxando, lutando contra uma possível dor de cabeça. Quando chegamos Alex nos esperava nas escadas, coberto da chuva.

- Olá, vocês não vão ficar resfriados por isso? - O loiro abraçou Richard e manteu uma distância segura de mim.

- Eu não vou te dar um golpe de karatê, fique tranquilo - ele sorriu com meu comentário e me abraçou. - Desculpe por aquele dia, eu estava fora de mim.

- E com um garoto no quarto, mas ninguém tem nada contra - disse Rich.

- Idiota - dei um tapa na cabeça dele. - Vamos logo antes que eu te mate.

Entramos e fomos até o refeitório, alguns alunos se encontravam lá por causa da chuva, tinha até que bastante gente, mesmo faltando trinta minutos pras aulas começarem.

- Querida! - Era Felícia, ela se aproximava falando alto, todos olhavam pra ela. - Esqueceu seu celular lá no meu quarto enquanto dormia com aquele garoto mais novo - meu rosto ficou quente, murmúrios começaram.

- Eu não dormi com ele! - Peguei meu celular bruscamente da mão dela. - Obrigada por me devolver, agora se me derem licença, estou ocupada - e saí do refeitório.

Não pude acreditar que ela fez aquilo comigo, na frente de todos, falando daquele jeito, ela quis me atingir, por alguma razão ela queria me humilhar ou me fazer parecer uma garota que fica com qualquer um. O motivo? Eu não sei, não entendia, mas meu coração batia rápido, meu sentimento era de acabar com ela numa luta, estava em fúria e precisava descontar em algo, o problema é que não tinha nada. O sinal tocou que fui pra aula de geografia, sentei no final e abaixei minha cabeça. Passaram alguns segundos e alguém me cutucou.

- Olha, não foi minha intenção fazer aquilo, me desculpe, não achei que fosse se incomodar - Felícia me olhava com uma expressão de culpa, mas suas palavras soavam falsas.

- Saia daqui, antes que eu acabe com você como fiz com os amigos do Robb - meu tom era calmo e contratava, eu falava baixo e a encarava sem expressão.

- Tudo bem, claro, você precisa de seu espaço - ela se retirou e foi para seu grupo de amigas.

Fiquei só até o terceiro tempo de aula, não me encontrei com Rich e Alex em nenhum dos dois intervalos que tive, passei esse tempo pensando em como era estúpida por confiar em pessoas que não devia, como fui burra em beber naquela festa e como sou idiota por ter me interessado num cara mais velho.

- Bom dia a todos! - Era o professor Noah que se dirigia à turma. - Como todos sabemos, a matéria dessa primeira prova é sobre a sociedade, todas as coisas que vivemos hoje, como racismo, homofobia, intolerância religiosa, feminismo, entre muitas coisas, então trarei quem quiser para falar sobre algo disso aqui na frente, os alunos que quiserem... - Alex levantou a mão tão rapidamente que ninguém teve chance de competir. - Pois bem, Alexander será o primeiro.

Ele se levantou e foi até o quadro, se virando pra turma. - Estamos na era da hipocrisia, época em que mais que o normal, sentimos prazer em julgar o outro, momento em que preferem mil vezes apontar seus defeitos e querer "consertar" você do que preferem te respeitar, você não pode mais ser quem é sem que seja criticado, agredido ou morto. E por que motivo deixamos que trogloditas conservadores ditem regras pra nós? Pois eles são a famosa, maioria, são as pessoas que estão no poder, políticos, líderes religiosos, entre outros. Vivemos na época em que discriminação é o normal e o respeito é estranho -ele saiu aos aplausos e se sentou.

- Parabéns pela incrível apresentação, quem quer ter agora a incrível honra de falar? - eu levantei a mão, ele apontou pra mim, fui lá pra frente, respirei fundo encarando a turma.

- Muitos me julgam por dizer ser socialista, eu entendo que infelizmente tenho que seguir as políticas do capitalismo, mas riem de mim e falam que apoiando o socialismo sou estúpida e idiota, pois nunca daria certo. Sim, eu gosto dessa utopia, onde todos tem casa, ninguém mora na rua, ninguém passa fome e o mundo é um lugar melhor, e eu tenho certeza que muita gente gostaria disso, eu sei que isso nunca vai acontecer, mas sonhar com isso é algo bom, mostra que tenho coração. E pra aqueles que não conseguem ver como essa ideia é boa, tenho pena delas. Se eu perguntasse se alguém doaria 1/5 de sua comida pra ajudar crianças na África, provavelmente 80% das pessoas falaria que ajudariam, na hora de fazer, sobra apenas 15%, hipócritas, falsos, é isso que são, pessoas vivem disso hoje, sorrisos falsos, mentiras - fiz uma pausa e respirei. - Temos muitas lutas pra transformar tudo num lugar melhor, mas enquanto todas as pessoas forem de madeira, isso nunca acontecerá - me retirei e sentei, todos ficaram calados por um tempo e seguiram os aplausos do professor.

- Prof. Noah, eu quero ir agora - Rich levantou e foi até a frente. - Vivemos numa hierarquia, onde o homem branco, hétero e cis se encontra no topo, e com isso eles saem ganhando na frente de todos o outros, vivemos numa época que o caos e a discórdia são mais aplaudidas que o amor, em que as pessoas esnobam os empregos da outra mas esquecem que sem um deles, as coisas podem desandar, como na natureza, elimine as abelhas e veja as plantas morrerem a sua volta, destrua os ratos de uma cidade e vejam os bueiros entupirem, ou seja, arranque um galho e toda árvore morre. Muitas pessoas são cegas, ou seja, ignorantes, e não entendem isso, isso é com os grupos sociais, derrube os roqueiros, ou os maconheiros, ou qualquer outro e verá que algo importante será perdido, sendo assim, parem de tentar acabar com um determinado grupo de pessoas que nem sequer atingem você, por quê motivo se incomodar tanto com a vida de alguém quando a sua está uma bagunça? -Rich foi aplaudido e depois se sentou.

- Foram realmente incríveis apresentações, antes que a aula termine temos ainda algum tempo, alguém? - Robb se levantou e se dirigiu até o quadro, com um sorriso suspeito no rosto.

- Bom dia caros amigos, vivemos hoje num mundo ingrato aos nossos antepassados, destruindo toda a tradição que criaram com esses movimentos sociais ridículos, com a estranheza que aos poucos se tornam normais na nossa sociedade, mulheres roubando nossas mulheres, dormir com uma garota virando estupro, quando sabemos que elas querem isso, homens beijando outros por aí, como se isso fosse comum, negros se achando superiores, ateus tentando converter nosso modelo cristão de ser, pessoas que estão por aí como pragas mas que ninguém tem coragem de destruir, mas eu meus amigos, eu tenho -Rich se levantou abruptamente.

- Calado! Pare de falar tanta bosta! Você não passa de um opressor conservador que não sabe sequer da nossa história, de todas as lutas que esse povo que você crítica passou! - Robb riu, o que deixou o Ricard vermelho de raiva.

- Você só diz isso porquê dormiu com o capitão do time de basquete - Rich ficou boquiaberto. - É, você faz muito barulho, deu pra escutar no corredor - o menino simplesmente saiu da sala correndo.

- Sabe de uma coisa, capitão do time de futebol? Você não passa de um cachorro de rua querendo atenção, e é assim desse jeito para se aparecer pros seus amigos, e quer saber mais? Da próxima vez que eu ouvir você falando mal do Rich ou o ameaçando, recomendo que tenha um bom plano de saúde - e dizendo isso saí da sala com meu material e o do moreno. Ele estava batendo num armário enquanto grunhia de raiva. - Pare com isso seu idiota! Quer se machucar de novo? - Eu lhe entreguei sua mochila. - Trate de ficar calmo, vamos esperar o Alex lá fora e sair desse colégio.

Eu fui puxando ele, esperamos o sinal bater, e Alexander surgiu rapidamente do meio da multidão. - Podemos ir logo? - Perguntou o moreno.

- Não precisa disso, Robb já foi embora com seus amigos - respondeu o loiro. - Vamos esperar esse povo sair e depois comemos algo aqui perto.

 Nós todos concordamos com um aceno de cabeça. Mal se passaram dez minutos quando o local já estava vazio, havia apenas alguns carros estacionados, eu fui na frente pra dar privacidade pros dois, eles estavam falando sobre alguma coisa, fiquei me olhando pelo espelho de um carro preto, era grande e de quatro portas, mas eu não sabia bem a marca, parecia aqueles carros feitos pra andar por lugares cheios de terra e pedra, eu fui me virar pra chamar Rich e Alex, avisar pra virem mais rápido, mas num segundo, alguém me puxou, eu estava agora dentro do veículo, gritando e me debatendo, ouvi o grito dos meus amigos do lado de fora, mas estavam ficando cada segundo mais distante, três homens de terno preto e óculos escuros me olhavam.



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