História Meu Namorado é um Gumiho (Imagine - Jeon JungKook) - Perseguição

*S/n*

Já eram mais de onze horas da noite e eu ainda estava ali, de frente pra ele na mesa de jantar do quarto, depois de termos passado minutos só comendo sem dizer nada, agora só me restava olhar para seus olhos do outro lado da mesa sem fazer ideia de como eu serviria de GPS pra encontrar aquela tal garota das fotos, por isso eu não entendia a necessidade de estar no mesmo quarto que ele caramba! Ele me deixava desconfortável, tensa...depois do que ele havia feito com aquela toalha em cima de mim eu já não sabia mais o que ele seria capaz de fazer sozinho comigo…

-Não precisa tremer meu anjo, prometo que vou me comportar mais dessa vez- ele dizia, percebendo minhas mãos trêmulas debaixo da mesa, tentei parar no mesmo instante.

-Eu não estou...tremendo...só estou tensa- poxa S/n! Grande diferença em! 10/10 pra sua resposta!

-M-mas…- tomei coragem para tomar iniciativa, ele estava ali, sozinho, pronto pra que eu o pegasse desprevenido e ele me contasse o segredo que ele tanto parecia querer esconder de mim, ele pode ter achado que eu não percebi, mas Daok iria dizer alguma coisa naquele dia e ele o impediu, tenho certeza que aquilo tinha muito a ver com todo o império que ele tinha construído, e se eu desvendasse aquela outra parte misteriosa dele, conseguiria derrubá-lo de vez…

-Se eu te conhecesse mais...talvez se você contasse mais sobre a tal garota...eu pudesse me lembrar de alguma coisa, nos levar a algum lugar…- eu dizia, com a certeza de que não me lembraria de nada, mas que precisava saber mais sobre ele.

-Me conhecer mais?- ele riu, terminando o resto de vinho que ainda tinha em sua taça. -Achei que já tivesse dito que minha vida pessoal deve permanecer no anonimato amor…- ele dizia, seu pequeno sorriso de canto aparecendo.

-Você ainda não sabe como as coisas funcionam no meu mundo, mas vai descobrir que as coisas acontecem mais de modo espontâneo- ele dizia, se levantando e vindo até mim. -Só...deixa acontecer- terminava, indo para seu quarto, me deixando mais uma vez sem nenhuma pista, e com aquela frase no meu ouvido...meu mundo...o mundo do tráfico e das apostas? Ou ele queria dizer mais alguma coisa?

De que mundo eu não pertencia e ele queria me ver tanto longe de descobrir?

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Centro de Tóquio 2:00 p.m

As luzes da cidade ainda estavam acesas aquela hora da tarde, havia comprado uma roupa casual para que eu pudesse me sentir como uma pessoa normal e não uma escrava da máfia procurando alguém importante, era incrível como Jungkook realmente achava que simplesmente as coisas “iriam acontecer”, era como se ele acreditasse em magia ou algo místico que me levaria até quem ele queria encontrar.

Estava perto dele enquanto ele degustava um sorvete em uma das barracas perto da praça e eu fazia meu trabalho habitual de vigiá-lo para que ninguém o matasse ou ferisse, algumas meninas japonesas se aproximavam para falar com ele, era como se ele tivesse mel nas mãos, eu não entendia nada de japonês mas com certeza aquele papo eram flertes, ele falava muito bem a língua quando dizia respeito a se divertir com garotas do “tipo dele”, provavelmente as indefesas que não sabiam lutar e choravam em voos o abraçando do começo ao final, já que ele havia feito questão de dizer que eu era o oposto do que o atraía.

Eu deveria estar feliz por isso certo? Por que saber que ele nunca me desejaria deveria me incomodar? Eu devia agradecer por não ser qualquer objeto sexual de um homem maldoso e enganador como aquele...ele havia me escravizado praticamente, que droga! Eu não deveria estar…

Espera...o que era aquilo?

Logo em minha frente consegui perceber um homem constrangendo uma moça em sussurros, enquanto apontava alguma coisa pra ela, não parecia ser nada superficialmente, eles estavam longe da multidão, ela não parecia estar morrendo de medo porque a arma dispararia se ela chamasse ajuda, mas eu conhecia os olhos de alguém que pedia por socorro internamente...eu fui aquela menina toda minha vida, sorria, fingia que tudo estava bem, mas por dentro eu estava aos pedaços, minha família desestruturada, meu pai até altas horas na casa de apostas voltando bêbado e cheio de hematomas pra casa...eu tive que ser minha mãe, meu pai, e minha própria base. Nunca tive ninguém pra chorar e desabafar o quanto eu estava cansada de ser perseguida pelas dívidas, nunca tive ninguém que se importasse o bastante…

E eu não estou contando isso pra me fazer de vítima, muito pelo contrário, estou contando isso porque quero dizer que foi assim que eu soube que aquela moça precisava de ajuda, porque o olhar dela era igual ao que eu tive minha vida toda.

Não esperei nenhum segundo a mais para correr em direção ao homem que a ameaçava, os capangas de Jungkook logo vindo atrás de mim, provavelmente achando que eu queria fugir ou algo parecido.

-Ei! Você aí! Tire as mãos dela!- eu gritei para o homem, que logo arregalou os olhos ao me ver, ele provavelmente não tinha entendido uma palavra do coreano que eu havia pronunciado mas sabia que uma mulher louca apontando pra ele com raiva enquanto corria em sua direção não devia ser coisa boa.

Ele empurrou a moça pra longe enquanto corria loucamente pelos becos de Tóquio na tentativa de me despistar, mas advinha só meu amor? Eu também corri de agiotas a minha vida inteira! Sabia como ele tentaria se desvencilhar de mim.

Ele jogava caixas de laranja, latas de lixo, mas nada me parava, ele pagaria por ter feito aquilo com a mulher, enquanto eu não me vingava de quem havia colocado aquele olhar de medo em mim, eu poderia salvá-la.

Peguei uma das caixas que ele havia jogado pra mim do chão e ataquei contra suas costas com toda força que eu tinha, o fazendo cair no chão, o que me deu tempo pra chegar até ele e o imobilizar com os braços atrás das costas, apertando sua cabeça contra o asfalto das ruas de Tóquio.

-O que você pensava que estava fazendo seu merda?! Iria roubar dela?!- eu exclamava, ouvindo passos apressados atrás de mim, eram os brutamontes chegando, junto com seu chefe.

Revistei seus bolsos e encontrei a arma, a jogando pra longe.

-O que aconteceu aqui?- Jungkook perguntava, chegando rápido demais ao local pra alguém que estava tomando sorvete quando tudo aconteceu, ele nem parecia estar ofegante droga! Talvez ele malhasse muito mesmo...aqueles músculos não...ah!

-Esse carinha aqui estava assaltando uma moça na praça, não é garotão?- eu perguntava, seu olhar amedrontado, ainda mais vendo todo o recurso que eu tinha trazido comigo, afinal de contas eu fazia parte dos Hwarangs agora, queria não ter me sentido mais poderosa por isso...

-Ah, é?- perguntava Jungkook, me tirando de cima dele e o levantando com uma só mão, o erguendo na parede pelo pescoço.

Me assustei na hora.

-O que você está fazendo?!- perguntei, vendo o rosto do bandido ficar roxo e vermelho ao mesmo tempo.

-Dando uma lição nele, não é isso que você queria?

-Vai matar ele assim!- exclamei, chegando mais perto para encontrar os olhos de Jungkook. -Eu iria chamar a polícia, ele não merece morrer por querer roubar uma bolsa droga!- eu dizia, desesperada pelo ar continuar sendo bloqueado ao homem, Jungkook nem parecia fazer esforço para detê-lo lá em cima.

Os capangas riram, junto com Jungkook. -A polícia? Meu anjo, acho que ainda não entendeu quem somos, e que fazemos nossa própria lei- ele continuava, apertando ainda mais o pescoço dele.

-Então sua lei é injusta?!- exclamei, ele parava de rir, olhando pra mim seriamente pela afirmação. -Você mesmo não me deu uma nova chance? Não estou sendo útil agora de alguma forma?! Então me diga, por que ele merece menos do que eu?

-Isso é diferente…- ele dizia baixinho, parecia ter sido tocado pelas minhas palavras.

-Pensei que a justiça não via pessoas de forma diferente- retruquei, ele relutou mais uns segundos, o homem estava realmente quase apagando, e então o soltou, enquanto ele puxava o ar com todas as forças de volta aos seus pulmões.

-Não importa, o cara era seu mesmo, faça o que quiser com ele, só queria deixar as coisas mais interessantes- dizia ele.

Meu coração voltou a funcionar, prendi o homem com uns panos velhos do lixão no poste ali perto, e liguei para a polícia revelando sua localização, logo eles o encontrariam e ele pagaria do jeito certo...ainda teria sua vida.

Jungkook mais uma vez tinha me assustado, mas dessa vez decidiu me ouvir...ele não admitiu mas havia poupado a vida do cara…

Talvez aquilo sim fosse um ponto positivo pra um cara como ele.

-Chefe...olha ali…- um dos homens dele chamava a atenção de Jungkook para algo atrás dele, olhamos juntamente com os outros, era um hotel...e aquele hotel não me era estranho...eu havia o visto uma vez...naquelas fotos…

Jungkook sorriu pra mim.

-Viu S/n? Deixa rolar...pegue quantos bandidos quiser da próxima vez- ele dizia, super animado com a descoberta do lugar em que sua preciosa garota poderia estar.

Era o momento d’eu descobrir quem era ela.

E porque ela era tão importante para Jungkook.