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História Meu Namorado Se Chama "Lily" - Rose as red-dirty white


Escrita por: missdalek

Notas do Autor


Nota: Nos antigamentes dos anos 70, e na verdade até há certo tempo atrás, a cor rosa era "proibida" para os homens, considerada cor "estritamente feminina".

Capítulo 19 - Rose as red-dirty white


Fanfic / Fanfiction Meu Namorado Se Chama "Lily" - Rose as red-dirty white

Pontualmente às sete da noite a campainha soou à porta, e saindo da cozinha secando apressadamente as mãos num pano de prato, corri até ela e  abri-a,  vendo Jean diante de mim, que já chegara, e que ao ver-me, sorriu.
          - Olá, Jean! Entre! Tudo bem? - ele passou para dentro dando-me um beijo ao que parou ao lado de dentro da porta - Achou fácil o endereço?
          - Sim, foi moleza - parou e olhou-me - Você está linda!
          - Ah, obrigada - sorri - Você também está muito bem. Onde está Cosette?
          - Cosette não veio... Pediu-me para desculpar-se, mas estava meio indisposta.
          - Ah, mas que pena - eu disse, realmente chateada - Podíamos ter remarcado, por que não me ligaram?
          Percebi que Jean ficou ligeiramente desapontado com o que eu dissera e tentei disfarçar, gesticulando para o sofá, enquanto dizia:
          - Bem, de qualquer forma, seja bem-vindo. Fique à vontade. Edward está terminando de tomar banho, mas já deve descer em breve - um pouco sem jeito, Jean encaminhou-se para o sofá, onde sentou-se - Quer beber alguma coisa? Um suco?
          - Pode ser. Agradeço.
          Tornei para a cozinha para pegar um copo e, quando voltei, ele não estava mais no sofá mas sim de pé observando meus quadros pendurados ao longo da parede. Fui até ele e entreguei-lhe o copo, ao qual ele agradeceu, pegando-o com um sorriso.
          - São seus? Jo Anne me contou que você pinta. Eu não sabia.
          - Pois é - olhei para as telas sem moldura - Já pintava desde o colégio, mas nunca fui de falar muito - e dei de ombros.
          - Não devia esconder das pessoas esse tipo de coisa. São lindos.
          - Ah, Jean, não é caso de esconder - eu ri - Apenas não saio me vendendo por aí.
          Eu continuava olhando para os quadros, mas percebi que Jean olhava agora fixamente para mim, enquanto vez ou outra tomava um pequeno gole do copo, e embora eu me sentisse um pouco desconfortável com o seu olhar, não falei palavra nem movi-me de onde estava, até que ele finalmente falasse, quase num sussurro:
          - Só não são mais lindos do que você.
          Nesse instante baixei o rosto e dei um passo para o lado, pretendendo afastar-me, mas Jean tomou-me pelo braço com a mão livre, segurando-me junto a si enquanto dava um passo para aproximar-se novamente, e apressou-se em falar:
          - Foi apenas um elogio. Desculpe.
          - Não desculpe-se por ter feito um elogio, então, se foi apenas isso.
          A pressão da mão dele no meu braço de repente aumentou um pouco, e ele disse:
          - Você não mudou nada desde o colégio. Parece não ter passado um só dia.
          Olhei-o no rosto com a testa levemente franzida e comentei:
          - Já você, pelo que vejo, mudou bastante.
          Jean olhou-me parecendo confuso e não disse nada. Escutando então que Edward descia as escadas, afastei-me dele rapidamente, que soltou-me, levando a mão ao copo que segurou bem entre as duas, e assim que fizemos contato visual, falei, alegre:
          - Olhe, Edward, Jean já chegou - com um sorriso cordial, Edward veio até ele e apertaram-se as mãos - Edward, Jean; Jean, Edward - apresentei-os.
          - É um prazer - disse Jean.
          - Bem-vindo ao nosso lar - disse o outro - Como pode ver - e gesticulou para as paredes - é uma típica casa de artistas - Jean sorriu sem mostrar os dentes por um instante - Então é você o cara que eu tanto invejo.
          Jean olhou-o desconcertado, balançando a cabeça - Desculpe...
          Edward riu - O cara que conhece minha mulher desde muito antes do que eu mesmo - e falando assim, abraçou-me pela cintura - Eu gostaria muito de tê-la conhecido no colégio também - e beijou-me de leve o rosto - Vocês devem ter boas recordações juntos desse tempo.
          - Bom, pra dizer a verdade, nada demais, nada extraordinário - disse Jean.
          - Vocês estudaram juntos quantos anos? - dirigindo-se a mim.
          - Hum, não sei... Dois, eu acho.
          - Três - corrigiu-me Jean.
          - Bacana - exclamou Edward - Bem, fique à vontade. Sua irmã não veio?
          - Cosette estava indisposta - disse eu prontamente.
          - Que pena - disse Edward - E você, Jean? Gosta de arte?
          - Gosto do que vejo; mas não entendo nada - sorriu aquele - E esses quadros no chão - disse ele, gesticulando - Poderia vê-los?
          - À vontade - disse Edward ao que soltei-me dele e voltei para a cozinha.
          Alguns minutos depois, quando voltei com os salgadinhos que coloquei sobre a mesinha, encontrei-os ainda em silêncio, lado a lado, Jean abaixado puxando uma a uma as telas de Edward, olhando-as com atenção, enquanto este o observava em silêncio, de braços cruzados. Quando viu que eu retornara, Jean exclamou-me:
          - Esses são muito bons também. Por que não os pendura? Não gosta deles?
          - Eu digo a Edward que devia pendurá-los, mas ele não quer...
          - Entendo que Edward prefira os outros; esses são especialmente femininos, tão doces... Acho que você superou-se em sua feminilidade quando pintou esses, deveria expô-los também.
          Subitamente eu ri - Mas esses não são meus, Jean.
          Ele olhou-me confuso e desconcertado. Apontei de leve para a assinatura no canto esquerdo, muito pequenina: E. McGrath - Esses são os dele.
          - Eu não sabia...
          - Sim, eu também pinto - Edward tentava sorrir, mas saía-se mal nisto. Jean parecia não saber o que fazer, e gaguejou um pouco:
          - Desculpe pelas coisas que eu disse, é que... Desculpe, mas para mim parecem quadros feitos por uma mulher, é tudo tão delicado, e há tanto cor-de-rosa neles... Bem, eu avisei que não entendo nada de arte; me desculpe.
          Parei e prestei atenção ao quadro que ele ainda segurava para fora dos outros, e falei de repente, intrigada:
          - Verdade. Nunca havia notado. Rosa é sua cor favorita para pintar, Edward?
          Evasivo, ele respondeu-me - Rosa é apenas um vermelho ao qual  acrescentou-se muito branco. Eu na verdade gosto dos brancos sujos.
          Notando o tamanho da bobagem que fizera, Jean recolocou o quadro de volta no meio dos outros e ergueu-se, colocando ambas as mãos nos bolsos, com o olhar evitando Edward que abertamente o encarava com um olhar rijo colocado nele, como o gume afiado de uma espada e eu, percebendo isso, falei um pouco mais alto que o normal quando subitamente exclamei:
          - Bem, vamos nos sentar e conversar um pouco para colocar o papo em dia? - e pegando Edward pelo braço, pedi - Por que não coloca um disco baixinho na vitrola para a gente, amor?
          Com as orelhas vermelhas, vi Edward baixar os olhos e afastar-se em direção ao armário onde ficavam os nossos discos.

*

          Não sei se fora por causa do engano de Jean e das palavras que dissera, mas senti que o clima entre nós três ficou meio estranho o resto do tempo e fora eu quem tentara puxar assunto a todo custo, embora a conversa não fluísse, tanto que, nem duas horas depois, Jean ergueu-se falando que ia embora, e eu não pretendi ser hipócrita dizendo tolices do tipo que ainda era cedo ou que devia ficar mais, e simplesmente ergui-me também, prometendo acompanhá-lo até a porta, esperando que Edward me acompanhasse, mas ele não fez sequer tenção de mover-se, permanecendo no sofá, sentado sobre uma perna dobrada.
          - Bem, vamos marcar um dia para Cosette vir também, e mande-lhe um beijo.
          - Mandarei - respondeu Jean e notei que, sem jeito, ele queria beijar-me, mas ao mesmo tempo julgou que não devia, e não o fez, o que eu achei realmente prudente da parte dele. Em vez disso, acenou para Edward que não vi se retribuiu ou não, e baixando o olhar, encaminhou-se para a porta.
          Assim que tornei a trancá-la quando ele saiu e voltei-me novamente para dentro, ouvi a voz de Edward, indagando-me sério, vinda do sofá:
         - E qual o problema se minha cor favorita for rosa?
          Não entendi a pergunta porque na verdade já havia esquecido à que eu fizera há duas horas atrás e que motivava esta, e fechei os olhos, balançando a cabeça - Hã?
          - Qual o problema se minha cor favorita for rosa? - ele repetiu, voltando-se para olhar-me, muito sério, por cima das costas do sofá. Vendo que eu continuava sem entender  o motivo da pergunta, ele explicou - Você me perguntou se era.
          - Ah, isso - disse eu - Ué, problema nenhum.
          - Minha cor favorita é branco - ele disse, tornando a dar-me as costas, levando uma das mãos à cabeça, que começou a coçar.
          Pensei em brincar com ele que jamais pode o branco ser a cor favorita de um pintor porque caso contrário este jamais conseguiria cobrir as telas com outras cores, que era uma piada que um de nossos professores na universidade sempre fazia, mas não sei porque, achei que era melhor calar-me e não falei nada. Parecia que ultimamente Edward estava sensível de forma acima da média para qualquer tipo de comentário mal colocado ou feito fora de hora, e julguei ser melhor não arriscar iniciar outro desentendimento com ele por tão pouca coisa e, em vez disso, fui até ele pelas costas do sofá e beijei-lhe o alto da cabeça afetuosamente, antes de falar:
          - Sei que está um pouco cedo, mas quer já subir pro quarto comigo? Que tal?
          E anormalmente, no que se tratava dele quando ouvia tais tipos de proposta, Edward simplesmente negou, distraidamente falando que eu fosse me deitar, se assim quisesse, porque ele ainda não estava com sono.

*

          Quando finalmente fomos deitar, Edward abraçou-me de conchinha pelas costas e dando-me um beijo no pescoço, desejou-me boa noite, e menos de quinze minutos depois soltou-me virando de costas. Estranhando mortalmente essa atitude dele eu fingi que dormia, ainda de costas, pressentindo que algo estava errado, e não demorou para que ele se erguesse sobre um cotovelo, vindo observar-me. Enganado que eu realmente já adormecera, ele ergueu-se da cama muito delicadamente e escutei seus passos rangendo pela escada de madeira abaixo, e aguardei uma meia hora antes de finalmente erguer-me da cama para segui-lo. Pé ante pé e com uma lentidão incrível desci as escadas para que meus passos não me denunciassem e, no escuro, esgueirei-me, esticando-me na direção da luz acesa na cozinha, agarrada ao corrimão, e estranhei-me muito com a cena com a qual deparei-me, franzindo as sobrancelhas:
          Sentado à mesa da cozinha, de costas para a porta, Edward havia aberto uma garrafa de vinho e bebia-o diretamente do gargalo, como jamais eu vira-o fazer, erguendo a garrafa com a mão esquerda de quando em quando, enquanto com a direita segurava um cigarro aceso que tragava entre um gole e outro, mantendo o cotovelo colocado sobre a mesa e às vezes esfregava os olhos com os dedos livres, aparentando um extremo cansaço, usando uma taça vazia à sua frente para bater as cinzas. Voltei-me para trás e coloquei as costas contra a parede por um momento, erguendo a cabeça, enquanto pensava porque ele se erguera da cama para beber sozinho a uma hora daquelas e porque estava fumando escondido. Se ele havia começado a fumar, não havia motivo para esconder isso de mim e achei tudo muito estranho, e ainda estranhando resolvi subir novamente antes que ele me percebesse, tornando a deitar-me. Não sei quanto tempo passou-se até que ele enfim subisse e ouvi seus passos, mas não entrou no quarto.  Não podia vê-lo, mas podia sentir que ele estava lá, junto à porta branca, parado, olhando muito certamente para mim no meio da penumbra no quarto, até que eu ouvisse algo como um soluço e ele saísse dalí, indo para o banheiro, e ouvi a porta então fechar-se, costume esse que ele também não tinha, e abri então os olhos, olhando a porta aberta do quarto através do espelho ao lado da cama pela luz débil que entrava da rua pela janela.
          Do banheiro vinham ruídos como soluços e suspiros, mas não conseguia definir nada com certeza, pensando se devia ir até lá ou não, mas o súbito som dele vomitando fez-me decidir por ficar onde estava. Alguns minutos depois a descarga soou e ao que ouvi que abria a porta, fechei os olhos novamente, outra vez fingindo que dormia, e ele tornou a voltar para o quarto. Planejei fingir que acordava assim que ele se deitasse, mas não foi o que ele fez e, em vez disso, deu a volta na cama e abriu o guarda-roupa. Com medo de ser descoberta, entreabri os olhos, mas ele estava de costas para mim e não me notou fazê-lo.
          Prendendo a respiração, vi que ele mexia nos meus cabides, como se escolhesse uma roupa no escuro, até que, puxando para fora o que parecia ser um vestido, soltou outro soluço, levando uma das mãos rapidamente aos lábios, parando o que fazia, e recolocou o cabide no varão, fechando as portas do armário, onde apoiou a testa por um momento. Queria continuar olhando, mas fechei os olhos na hora certa, porque ele voltou então para a cama e deitou-se, tornando a abraçar-me de conchinha com extremo cuidado para não acordar-me, e ouvi-o sussurrar para mim, que ele julgava que dormia:
          - Me desculpe, amor. Me desculpe, por favor. Me perdoe...
          E ao que encostou o rosto na minha nuca, senti que tinha as faces molhadas de quentes lágrimas.
         


Notas Finais


Como se diz aqui em casa, o babado está forte :v
O que pretende esse ex-colega de colégio a essa altura?
Por que Edward anda ressentido com tudo a esse ponto?
Estaria ele tendo surtos de dupla-personalidade ou o quê pra agir como está agindo?
E nossa personagem, o que deve fazer para ajudá-lo? Porque, embora ela queira, não sabe o que fazer. Imagina a situação de sentir impotência numa dessas, quando quem vc ama precisa de vc... Tenso. Se ao menos ele se abrisse com ela... Mas por que será que não faz isso?

O próximo capítulo, cheio de volúpias e de questionamentos, vem para responder algumas coisas.


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