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História Meu Namorado Se Chama "Lily" - Misunderstood chameleon


Escrita por: missdalek

Capítulo 30 - Misunderstood chameleon


Fanfic / Fanfiction Meu Namorado Se Chama "Lily" - Misunderstood chameleon

Edward voltou somente à noite, e eu estava tomando um chocolate na cozinha, enquanto ouvia à tv que deixara ligada na sala, e assim que entrou e não viu ninguém na sala acesa, chamou:
          - Olá, cheguei.
          Não respondi nada e deixei que ele viesse até a cozinha, com uma sacola nas mãos, mas continuei sem falar nada.
           - Olha - e ergueu-me a sacola - Vem ver o que comprei, Virginia.
          - Meu nome não é Virginia.
          Ele olhou-me e deu de ombros, voltando para a sala, de onde ouvi barulho de papel de seda sendo rasgado, e terminando meu chocolate, ergui-me da mesa e fui para lá. Sentado no sofá, Edward erguia diante de si com ambos os braços para ver melhor um paletó branco, e eu comentei:
          - Não acredito que você comprou o terno do John Travolta.
           - Ué, é o que todo mundo vai estar usando agora. É a tendência. Como a camisa preta já tenho, comprei só a calça, o colete e o paletó.
          Balancei de leve a cabeça, pondo-me diante dele, cruzando os braços, enquanto ele agora desdobrava e esticava a calça diante de si.
          - Edward, você é estranho, você não faz sentido - eu disse, porque estava aborrecida e isso fazia-me falar o que eu pensava sem que eu fizesse questão de ser diplomática - Você diz que odeia pessoas iguais a todo mundo, e no entanto você sempre faz o que todo mundo está fazendo, e isso é idiota da sua parte.
          Ele ergueu os olhos pra mim sem emoção alguma neles e falou, simplesmente:
          - Mas o nome disso é mimetismo, Virginia. Que você deveria saber que é uma reconhecida técnica de sobrevivência no mundo animal. Só porque você é uma ave exótica, não menospreze um camaleão.
          - Que papo idiota - respondi séria.
           - Só porque você não tem capacidade para sacar o papo, não significa que ele seja idiota, querida - e começou a dobrar as roupas, pondo-nas de volta na sacola, muito tranquilamente - Agora vamos subir pro quarto, porque eu te quero.
          Soltei uma risada de escárnio, jogando a cabeça para trás, enquanto ele erguia-se pegando a sacola pela alça mais o pacote de papel pardo de Madame Turner.
          - E o que faz você pensar que eu vou subir com você, depois do que você fez hoje?
          - Bom, a menos que você queira aqui mesmo - e gesticulou - no chão da sala.
          - Você está sendo idiota. Só isso.
          - Virginia, entende uma coisa - ele disse calmamente - Por uma vida eu agi com você como um maricas, mas nem por isso você me trata da mesma forma. Às vezes eu me pergunto se não seria melhor eu te dar um tratamento diferente, que talvez você gostasse mais.
          Sacudi de leve a cabeça, nervosa, soltando ar pelo nariz - E você queria o quê? Uma gueixa submissa?
            - Não seria má ideia - ele disse, pondo as coisas de lado.
           - Esquece!
           - Será mesmo?
          Olhei-o com ar de desafio, erguendo o queixo, mas assustei-me quando ele avançou pra cima de mim pegando-me por um braço e pela nuca, e segurou-me pra vir falar com a boca bem perto do meu rosto:
          - É um homem o que você quer, não é?
          - Você está me machucando!
          - Ótimo. Se quer delicadeza, por que não vai transar com uma garota?
          - Edward, você está ficando maluco!
          - Estou - ele disse, baixo - Estou maluco de achar que você não vai conseguir gostar de mim como eu realmente sou e maluco de pensar que talvez então seja melhor eu me tornar de uma vez o que você prefere.
          - De que diabos você está falando?
          - Que você não quer alguém igual a você ao seu lado, mas alguém que seja mais forte do que você.
          - Não estou entendendo nada, por favor!
          Edward parou um instante e de repente virou e baixou o rosto, soltando-me, ao que suspirou:
          - Droga. E nem eu. Me desculpe.
          Esfregando o braço onde ele apertara, olhei-o por um instante, confusa e estranhada, e acima de tudo, magoada:
          - O que está acontecendo com você, Edward?
          - Eu... Eu só queria ter certeza do quê você quer, porque não saber está me matando.
          - Eu quero você.
          - E quem sou eu? - ele ergueu-me o rosto e seus olhos estavam imersos em angústia como eu jamais havia visto, e isso amedrontou-me ainda mais do que quando ele me agarrara há pouco.
            - Você... Você é o Edward? - eu já não tinha certeza de nada. Ele por sua vez sorriu, baixando de leve o rosto abrindo bem os olhos, erguendo as sobrancelhas.
          - Acho que eu sou tão Edward quanto você é Virginia.

*

          Na frente da porta agarrei o braço de Edward enquanto perguntava:
          - Certeza de que fizemos o melhor vindo até aqui?  
          O natal havia sido estranho, pela primeira vez na nossa vida juntos, e eu ainda achava melhor que tivéssemos recusado aquele convite fora de hora e ao meu ver despropositado, porque estaríamos apenas fingindo diante dos outros que estava tudo bem sendo que na verdade não estava. Tudo o que eu queria era ter ficado em casa, escondida sob um cobertor, ao invés de vir visitar pessoas às quais eu mal tinha laços, mas Edward, ao que parecia, segurava-se firme à sua noção de vida como palco e havia feito subir às cortinas mais uma vez e colocado-se sob o holofote. Para o meu desgosto.
          Voltando-me o rosto e baixando o olhar para o meu, ele realmente não parecia compreender a minha incerteza. Segurando a garrafa de vinho pelo gargalo, ele abriu bem os olhos e perguntou-me:
          - E por que não?
          - Ah, é que... - desviei os olhos dele para a porta - essa galera da faculdade nunca fala com a gente, e de repente nos convidam para uma social na semana do Ano-Novo?
          - Ué, e qual o grilo? - ele estendeu o braço e tocou a campainha - Agora nós fomos convidados para algo, e você ao invés de estar satisfeita fica aí toda estranha desse jeito? - e desviou novamente o olhar para mim, mas eu fingi não ver para não olhá-lo no rosto.
          Logo a porta abriu-se, surgindo diante de nós um de nossos antigos colegas de faculdade:
          - Olá, Ed! - riu-se ele - Como vai, meu chapa?
          Edward sorriu e apertaram-se às mãos, abraçando-se em seguida, antes dele voltar-se para mim - E aí, Vintage Girl? - e beijou-me o rosto, rindo - E não é que vocês estão juntos mesmo até hoje?
          - Juntos e gamados um pelo outro - riu-se Edward, esticando-lhe a garrafa, ao que Brian sorriu:
          - O que trouxe para nós? Hum... - pegou a garrafa e fez uma careta - Vinho, cara? Mas que bebida de velho!
          - Ué, se não quiser, deixe que eu mando para dentro sozinho - respondeu Edward, de jeito jovial, ao que Brian riu-se, coçando aos cabelos louros encaracolados.
          - Você continua uma figurinha, como sempre. Venham, entrem - e deu-nos passagem, ao que timidamente segui Edward, que entrou rápido e levando-me pela mão - Não acredito que vocês ainda não conheciam minha casa.
          "E por que será... - pensei comigo - Porque você nunca nos convidou."
          Olhei as pessoas ao redor e algumas eu conhecia, outras não, e a sensação de estranheza era a mesma de sempre que éramos convidados para algo assim, e parei onde estava, esperando que Edward ficasse comigo ao meu lado até que nos ambientássemos, mas, para o meu espanto, ele simplesmente largou-me a mão e tendo retirado apressadamente o casaco, mergulhou no meio das pessoas, sorrindo e apertando mãos, como se tivesse muita amizade com todos eles, o que não era absolutamente verdade, e vê-lo agir daquela forma apenas deixou-me mais desconcertada. Parecendo notar isso, Brian apenas deu-me um sorriso amarelo, pedindo que eu ficasse à vontade. "Ótimo - eu pensei - pedindo-me o impossível logo de cara; o que mais me falta?" e logo ele afastou-se levando consigo o vinho, e eu fiquei simplesmente onde estava, depois de pendurar meu casaco.
          Logo, no centro das pessoas vi uma longa cabeleira ruiva que de repente pareceu-me estar flutuando em câmera lenta diante de mim, de tão bonita e brilhante, e assim que o rosto branco voltou-se, surgindo dentre ela, vi Edward exclamando, ao que abria os braços:
          - Amanda! Quanto tempo! Como está linda!
          Ela sorriu e aceitou-lhe o abraço, falando-lhe em tom de troça - E você, Senhor Estranho, quem diria... Até que está apresentável.
          - Esqueça o passado, amor - ele riu-se - Deixe disso de apelidos, a menos que seja para você me arranjar um melhor agora - e tomando-a pelo braço, sentou-se com ela no sofá, ao que eu olhava sem simplesmente acreditar no que estava vendo.
          Sentei-me numa cadeira vazia adiante  a apenas observar, ao mesmo tempo tentando não demonstrar demais o que fazia, e logo Brian acabou dizendo:
          - Bem, como todos sabem, eu resolvi fazer essa festinha para reunir os amigos e a gente ouvir os lps do Embalos de Sábado à Noite e alguns outros que eu ganhei no natal - e riu - Então fiquem à vontade pra dançar e beber. A casa é de vocês.
          Pegando um copo de cerveja do qual acabei virando um gole um pouco maior do que o normal, eu tentava retirar os olhos de sobre Edward e Amanda lá adiante no grande sofá, mas sentia que estava falhando miseravelmente nisso, e ainda mais na tentativa de tentar disfarçar o que eu estava fazendo, mas chegou o momento em que eu já simplesmente não dava mais a mínima para que alguém notasse. E quando Edward finalmente ergueu-se do lado dela para ir até a mesa onde estavam as bebidas, eu rapidamente ergui-me e corri atrás dele, cochichando assim que aproximei-me o suficiente:
          - Desde quando você e a Amanda são tão amigos assim?
          Simplesmente mergulhando a mão esquerda na vasilha dos amendoins e enchendo-a ele a levou à boca, pegando alguns, que começou a mastigar, falando-me sem me olhar e de boca cheia:
          - Não somos, mas podemos nos tornar - e de repente ergueu a voz, virando-se para onde Brian estava - Hey, chapa. Vou abrir o meu vinho, então - e disse para mim -Vamos beber e dançar, não é?
          - Não sei - eu respondi de forma seca.
          Pondo mais amendoim na boca, ele sorriu - Aposto que a Amanda aceita, se eu chamá-la.
          - Edward - e peguei em seu braço, apertando-o por sobre a blusa - o que você está pretendendo hoje aqui? Se é me humilhar, eu vou embora. O que está acontecendo com você ultimamente? - e olhei-o bem nos olhos, ao que ele retribuiu o meu olhar, em silêncio, mastigando e sério, até que finalmente falasse:
          - Não é humilhada que você está. É enciumada. Te incomoda que eu esteja deixando de ser um tonto?
          - Você está se tornando é um cafajeste - eu falei, sem pensar, e ele riu.
          - Viu só? - e bateu-me com a ponta do indicador direito na testa, antes de abaixar-se e vir cochichar de mais perto do meu ouvido - Foi assim que eu me senti na discoteca aquela noite em que você ficou dando em cima do George - ergueu-se novamente e olhou-me de cima, com um sorriso estranho - Agora, você bebe e dança comigo, ou eu terei que chamar a Amandinha?
          - Vai à merda - falei baixinho, não acreditando que ele estava propositalmente fazendo aquilo de pirraça para revidar algo que eu tinha feito sem querer.
          - Ok, ternura - e de repente virou-se, erguendo a voz - Amanda, gosta de vinho?

*

          Deixei que ele bebesse e dançasse com ela até que ela se cansasse e fosse embora, ao que acabei falando-lhe que era talvez também a hora de nós irmos também, mas ele simplesmente abraçou-me pela cintura e beijou-me o pescoço, como se nada tivesse acontecido, dizendo que ficaríamos mais um pouco; mas a verdade que tudo o que eu mais queria era somente ir para casa e nada mais, e como acabei recusando-me pela segunda vez de ficar com ele, Edward acabou afastando-se e outra vez infiltrou-se no grupo de pessoas como se fossem muito chegados, e eu já começava a sentir-me mal com toda aquela situação estranha.
          Todos ao redor estavam divertindo-se, dançando, enchendo a cara, fumando, sem falar que um cara logo apareceu com LSD e, recordando-me como me recordava   da viagem que ele houvera tido, eu agradeci aos céus quando Edward polidamente recusou-se de tomar ao que o rapaz ofereceu-lhe,  continuando no sofá onde estava, sentado como sempre por sobre uma perna dobrada, enquanto eu observava-o à distância, alheiada do resto, como se na verdade não estivesse alí, e eu estava certa ao desejar não haver saído de casa, pois realmente aquela era uma noite para ficar escondida sob os lençóis, porque tudo parecia planejado para dar errado e daria, mais cedo ou mais tarde.
          Viajando de ácido, Brian, sentado ao lado de Edward, de repente começou a olhá-lo fixamente antes de começar a rir. Ao contrário do esperadamente normal, Edward, ao invés de sentir-se mal ou encabulado, simplesmente começou a rir também, enquanto devolvia-lhe o olhar, com um dos braços jogados sobre o encosto do sofá, e de repente perguntou:
          - Ei, cara, qual é, o que está rolando?
          Sem conseguir responder, Brian continuava rindo alto, e os dois ficaram rindo por algum tempo, até que o outro de repente parasse, ao que encarava-o de novo fixamente enquanto Edward permanecera  a sorrir divertido, até que de repente, num só movimento, eu vi Brian erguendo-se ao que com a mão pegou Edward pela nuca e simplesmente colou-se a ele, beijando-o na boca, e eu, com um sobressalto, ergui-me de onde estava, de boca aberta mas sem conseguir falar.
         


Notas Finais


Preciso nem falar que no próximo capítulo teremos treta das severas, né? Não, não preciso, kkkk. See ya there!


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