História Meu ódio por você - Extra - Maldito Deku

Acordei já me sentando na cama rapidamente com os olhos arregalados. Logo, coloquei ambas as mãos na minha cabeça enquanto fito a parede do meu quarto. Foi quando me lembrei do que aconteceu ontem e então a sensação estranha na barriga veio outra vez, só de lembrar do que fiz com o Deku. Eu nem acredito que fiz isso, não parece nem um pouco real mas olhando para a pessoa que está ao meu lado dormindo, não tem como fugir dos fatos.

— Hum... – Escutei um leve resmungar do esverdeado e logo em seguida, ele começou a se remexer embaixo dos lençóis. As suas feições que antes eram serenas, foram tomadas por dor. — Ah...– Deku soltou um gemido de dor e abriu os olhos, me fitando logo de cara. — Hm, bom dia Kacchan. – Resmungou, se sentando na cama e suas feições de dor pioraram. Agora pequenas lágrimas não caídas se encontram em seus olhos.

— Está sentindo dor? – Perguntei, com uma feição de tédio.

— Ah... – Hesitou em responder e desviou o olhar. Só após alguns segundos, respondeu com o rosto corado. — Sim, a minha bunda está doendo um pouco. – Disse baixinho.

Me assustei um pouco e arregalei os olhos por alguns segundos, mas acho que consegui disfarçar. Senti um misto de emoções, tanto de surpresa quanto de um pouco orgulho. Então aconteceu mesmo, eu fiz "isso e aquilo" com ele. 

Suspirei frustado.

— Bom, passando uma pomada deve ficar boa de novo. – Falei, me levantando da cama. Percebi que eu estou completamente nu e fiquei meio constrangido, mas não quero que ele pense que eu estou constrangido por algo assim, então nem coloquei nada e comecei a ir em direção ao banheiro. 

Percebi que Deku me encarou o percurso todo com o rosto fervendo e logo em seguida desviou o olhar de mim. Não sei exatamente como eu deveria me sentir em relação a isso mas por algum motivo, tirar essas reações dele é divertido.

(...)

— Nem pense em contar a alguém. – Ditei com um olhar sério ao Deku que se encontra ao lado da minha carteira. Estão todos conversando bastante, então não tem como alguém ouvir a nossa conversa.

Deku me fitou com um olhar perdido.

— Hã? Contar o quê? – Perguntou.

Uma veia de raiva saltou da minha testa pela lerdeza desse idiota.

— O que aconteceu ontem, imbecil. – Respondi sem paciência, o lançando um olhar mortal. Deku desviou o olhar com sua costumeira feição de constrangimento de quando tocamos no assunto.

— Tudo bem. – Sussurrou o esverdeado. Quando escutei a voz dele assim, não sei o que aconteceu comigo, meu coração começou a bater como louco. Arregalei os olhos em surpresa.

“Que diabos?" Pensei e coloquei a mão sobre meu coração, ainda com os olhos arregalados.

(...)

As aulas foram se passando e quando eu percebi, já era intervalo. Me levantei para ir ao banheiro enquanto todos comem na sala e percebi que Izuku se levantou também para vir atrás de mim, suspirei cansado e segui porta a fora.

Se fosse antes de ontem, ele jamais me seguiria assim. Não entendo o que realmente aconteceu, que merda foi aquela que eu fiz ontem e o motivo de eu me sentir daquele jeito ao fazer "aquilo" com esse bosta. Como ele ousou fazer eu me sentir tão bem? Não admito isso, imperdoável. 

Aarg! Minha cabeça já está doendo outra vez e isso é irritante. Massageei minha têmpora e logo em seguida senti uma mão me tocar suavemente, atrapalhando a minha linha de raciocínio.

— Quem quer morrer?! – Esbravejei irritado, me virando para ver a figura que ousou me tocar. Foi quando notei que era o Deku e instantaneamente a minha feição se tranquilizou. 

Ele me encara assustado.

— Hum, Kacchan, e-está tudo bem? – Perguntou. — Desde hoje de manhã você está meio agitado e distraído, ficou viajando a aula toda. – Comentou hesitante, enquanto me encara.

— Ficou me encarando a aula toda? – Perguntei com uma sobrancelha erguida. O esverdeado arregalou os olhos corando e logo em seguida, desviou o olhar.

Suspirei frustado.

— Você está me irritando, dá pra parar de me encher ou quer levar uma surra? – Deku me encarou com os olhos arregalados. Estou ficando ainda mais irritado, o motivo é simples; todas as vezes que escuto a voz dele, me lembro de cada detalhe do que aconteceu ontem. Isso faz o meu coração acelerar por algum motivo e eu tenho pensamentos sujos, imundos. Tenho pensamentos de Izuku embaixo de mim, corado e gemendo o meu apelido. 

Não entendo como posso ter esse tipo de pensamentos, ainda mais com o Deku. Não consigo encarar diretamente os olhos dele que eu me sinto assim e isso acontece sem o meu controle. Lógico que consigo disfarçar mas que merda é essa?

— M-Me desculpe... – Disse ele. Eu ia falar ainda mais coisas mas simplesmente paralisei ao encarar os olhos dele, percebi que ele está com lágrimas nos olhos. — E-Eu não queria te irritar, m-me desculpe. – Disse com uma feição triste, logo em seguida ele se virou. Percebi que estava prestes a sair correndo quando agarrei seu braço, o impedindo. 

O que estou fazendo?

— Kacchan? – Me encarou confuso, ele ainda está com uma feição triste e por algum motivo, meu peito se aperta ao vê-lo assim.

— Não chora. – Sussurrei, enquanto fito o chão. O que estou dizendo agora que ele ia me deixar em paz?

— O quê? 

— Não chora merda, isso é irritante! – Esbravejei levantando a minha cabeça para fitá-lo. Novamente parei de gritar de imediato ao encarar seu rosto. 

Que porra está acontecendo comigo?

Vi os olhos do Deku se arregalarem outra vez no dia, ele então levou sua mão até o meu rosto e logo em seguida, tocou-o delicadamente.

Paralisei.

— Você está... corado? – Perguntou bastante surpreso.

— O quê? E-Está zombando de mim desgraçado? – Droga, por que gaguejei nesse momento importante?

O que é isso? Estou doente?

Os olhos de Deku chegam a brilhar nesse momento, é como se ele estivesse vendo algo inédito. Imediatamente girei a minha cabeça para o lado e coloquei minha mão sobre meu rosto para tentar tampá-lo, meus olhos estão arregalados. 

Mas o quê...

— K-Kacch-

— Não ouse. – O cortei quando ele ia falar algo, segurando em seu braço com força. Logo em seguida comecei a puxá-lo em direção ao banheiro.

Quando cheguei, fui em direção a uma cabine e empurrei Izuku para dentro, tranquei a porta logo em seguida. 

— Eu te trouxe aqui para dizer que se contar pra alg... – Me interrompi quando Deku circulou seus braços em volta do meu pescoço, só pra logo em seguida aproximar seu rosto do meu. Meu coração está batendo tão rápido que estou a ponto de explodir. — O que você fez comigo, maldito? – Perguntei baixinho quando ele chegou bem próximo a mim. Deku sorriu minimamente.

— O mesmo que você fez comigo Kacchan. – Respondeu. Então ele pegou a minha mão e a levou de encontro ao seu peito, me fazendo sentir seu coração que bate tão rápido quanto o meu. — Isso é amor. – Disse com um sorriso.

Seus lábios então tocaram os meus delicadamente e logo de imediato, todos os músculos do meu corpo se relaxaram. Meu semblante se suavizou e minha cabeça parou de doer. Circulei meus braços em volta da sua cintura e logo em seguida, comecei a beijá-lo mais intensamente.

Como pode ser tão bom? Me sinto nas nuvens. Senti a língua do menor invadir a minha boca e meu corpo inteiro se arrepiou de imediato.

Droga.

Esse desgraçado, conseguiu mesmo fazer eu me sentir assim.

Maldito Deku. 

Fim.