História Meu Primeiro Amor - (One Punch Man) - Você é muito lerdo!

"Caralho, nem acredito que sai com uma mina bonita como a Fubuki!"

Voltávamos do "encontro" que havíamos marcado ontem. O carro dela estava estacionado ali perto, então eu não precisaria levá-la pra casa — e eu agradeci aos céus por isso, já que eu tava com uma preguiça da ‘disgraça. Estávamos no corredor de entrada do meu apartamento.

— Foi um ótimo dia, Saitama — *sorri* — Obrigado por hoje...

— É... Foi um dia maneirão — digo sem jeito, coçando a nuca.

— A gente poderia fazer mais vezes...

— É...

Em um movimento rápido, ela me puxa pela gola da camisa e me beija. Só acho que gosto de batom é ruim pra caralho.

"Caraí, 'mano. Tô transando, 'mano!"

Aperto aquela cintura fininha ao meu corpo, pedindo mais daquele beijo.

— Sensei? — *abre a porta* — É o se-...

— Genos!!! — eu me solto da mina que eu tava beijando.

"Merda! A última pessoa que eu queria que visse isso era você!"

— S-sinto muitíssimo, Sensei!!! — e ele fecha a porta envergonhado.

[ . . . ]

Desde do nosso primeiro encontro, Fubuki e eu começamos a namorar. Faz mais ou menos duas semanas desde então. King me deu uns puxão de orelha e disse que eu deveria ter chamado o Genos pra sair e ‘tals. Genos tinha me desejado felicidades, mas tava claro que ele se sentiu desconfortável em me ver beijando alguém. Até está um pouco distante...

"Ainda mais depois do que eu disse..."

Ah, as pessoas se beijam quando estão apaixonadas.

"Ele deve tá achando que eu ‘tô apaixonada por ela! Quer dizer, não que isso importe..."

Desde que a gente começou a namorar, eu percebi que eu realmente não gostava dela. Pelo menos, não nesse sentido.

"Talvez fosse só fogo no rabo mesmo"

— O que foi, Sensei? O senhor parece bem pensativo hoje — ele estava sentado do outro lado da chabudai.

— Nham, tô só entediado — dou um bocejo pra enfatizar o que eu tinha dito.

— Por que você não sai com a Fubuki? Tenho certeza que ela tira seu tédio — ele falou sério. Mais sério que o costume.

— Já sai com ela ontem. E aí? Que tal a gente fazer algo juntos? — sugeri sorrindo.

— Não, obrigado — me respondeu quase de imediato.

— ... Seu chato — respondi em um murmuro pra mim mesmo, mas eu sabia que ele tinha escutado.

Ele iria me responder algo, mas seu telefone tocou.

— Alô? Sim? O quê? Um monstro na Cidade V? ... Entendi... Estou a caminho! — ele desliga — Sensei!

— Sim. Vamos nessa!

[ . . . ]

— Droga! Era eu que deveria acabar com ele, Sensei! — ele grita pra mim depois que eu dei um soco no porco espinho gigante.

— Você já tá com o ombro todo fudido só por causa de um espinho dele. Não enche — lhe falo em um também alto, mas não gritando — Vem, deixa eu tirar — aproximo minha mão.

— Afaste-se! Eu ainda tenho meu outro braço! — ele se afasta — Eu não preciso da sua ajuda! — puxa o espinho do ombro com força, mordendo o lábio no processo.

— Ah, vá se fuder! — dessa vez eu também grito — Por que você tá me tratando assim? Antes era "xenxei i a pissua maix incrivil ki eu ja cunhexi" e agora você tá me tratando mó escroto! Qual o seu problema?

— Mas que droga, Saitama! Você é muito lerdo!

— Ah, agora eu sou lerdo?! Você não viu isso a-

— Sim!! Você é muito lerdo, sim!!! Por que não consegue perceber algo tão simples???

— Então me explica, 'disgraça!

Então ele se cala. Ainda mantinha uma feição irritada, mas dessa vez suas bochechas estavam avermelhadas. Como estávamos frente a frente, não era difícil perceber seu rubor.

— ... Está tão óbvio... Sério que você vai me obrigar a falar algo tão vergonhoso? — ele estava totalmente constrangido.

— Por favor. — respondi um pouco preocupado.

— Sensei... — ele abaixa o rosto, evitando me encarar — ... Desculpe... É minha culpa... Mas dói... — ele fala baixo e com a voz falha.

— Eu não entendo, Genos — e eu realmente não estava entendendo.

— ... O-o senhor... É a... mais.. importante... minha... — a voz dele estava falha, então eu continuei sem entender.

— Genos, repete de novo, por favor...

— Q-que droga... O que... — ele soluça — O que eu preciso fazer... Pra você perceber...?

— Perceber o quê? — eu estava confuso. Genos estava chorando?

— Eu estou... Completamente apaixonado por você... — ele levanta o rosto, mostrando os caminhos negros que corriam dos seus olhos.

Eu perdi todo o ar dos meus pulmões. Simplesmente não acreditava no que havia ouvido. Meu coração apertava, me fazendo franzir o cenho.

— ... Então você é gay mesmo...

— Sinto muito... Sensei... — agora ele coloca as mãos sobre o rosto.

E ele corre. Ele fugiu de mim.

E eu fiquei ali, parado. Vendo ele ir embora...

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