História Meu príncipe - Sussuros ao vento

Levi havia finalmente encerrado seus assuntos nas masmorras, agora sua prioridade era se livrar de todo aquele sangue fétido, em seu coração agora brotava uma sensação que a muito ele havia deixado de sentir, medo. Medo pelo seu príncipe de olhos verdes, em algum lugar daquele reino alguém conspirava contra Eren, sua intenção era desconhecida e isso era a pior parte, mas Levi não deixaria que tocassem em um fio do cabelo castanho, ninguém faria mal a Eren enquanto ele estiver vivo, ninguém tocaria nele, não enquanto ele ainda respirava.

Estão atrás de Eren? Boa sorte para passar por cima de mim e vim buscá-lo.

[...]

Estava tudo caminhando como o planejado, seu peão se esgueirava pela fortaleza de Grisha estudando seus horários, seu funcionamento e suas falhas, corrompendo alguns e se livrando de outros, como um câncer William crescia ali, silencioso e sorrateiro, até que fosse tarde demais para perceberem que a ameaça que ele representava, era bem maior que o contrabando de ópio, e a melhor parte um câncer que ele criou, que manipulou e moveu como as peças num tabuleiro de xadrez.

Somente aguardando o xeque mate.

Seu presente a William estava funcionando bem, sua energia escura e corrompida sendo escondida dos olhos do príncipe, obviamente ele sabia que era impossível Eren confiar no seu peão com sua vida, mas confiaria o suficiente para não se importar muito com a presença dele no palácio, e quando seu cão do inferno virasse para o lado por um instante, William estaria lá para ouvir o que o moreno deixasse escapar coisas aparentemente sem importância, mas que no fim fariam toda a diferença.

Agora faltavam três meses e meio para o eclipse, o momento em que o véu era rompido e conectava todos os mundos, o momento em que a magia fluía livremente pela terra.

Todos os preparativos estavam prontos cada detalhe, cada ingrediente, agora era necessário tempo, isso era o que mais lhe deixava irritado, se fosse antes não precisaria de nada disso, se fosse antes ele faria o que quisesse, mas agora ele estava limitado obrigado a depender de outros meios, mas isso iria mudar e logo.

Agora só faltava o último e mais crucial ingrediente o filho de Grisha, Eren Jaeger.

Aquele garoto, ele estava de olho nele a anos, sempre a espreita e quando Grisha o escondeu longe dos olhos de todos isso o deixou furioso, aquele garoto e o que ele carregava nas veias era a chave de todos os seus problemas, por anos ele procurou mas o rei tinha sido muito eficiente em esconder o filho, e por causa disso seus planos foram adiados, mas ele sabia que em algum momento o príncipe seria obrigado a voltar, afinal ele era o herdeiro e nem mesmo o rei poderia mantê-lo afastado por muito tempo, e assim foi o príncipe voltou ao palácio como ele havia imaginado, ele só não imaginava que Grisha colocaria seu melhor soldado como cão de guarda do seu filho, Rivaille Ackerman nunca deveria ter saído do campo de batalha, aquele anão parecia ter um dom incomum para enganar a morte.

Agora ele tinha se tornado seu maior obstáculo Junto com o conselheiro real Erwin, Smith a dupla de demônios juntamente com o rei criaram uma muralha em volta do príncipe, mas nada disso impediria seus planos, no final um a um eles cairiam sendo removidos do caminho, e então ele teria um caminho diretamente até Eren.

Um sorriso perverso brotou em seus lábios.

Só um pouco mais de paciência e tudo terminará.

[...]

Eren sentia seu corpo balançar levemente, pequenos solavancos, sua cabeça estava apoiada em algo macio e ele podia sentir um aroma familiar vindo dali, ele se sentia muito confortável e quente, se remexeu um pouco e abriu lentamente os olhos sonolentos.

— Levi? _ Eren pensava estar num sonho, já que ele jurava que tinha dormido ao lado de Armin no quarto do loiro.

— Eren volte a dormir, já já estaremos no nosso quarto _ Eren pareceu despertar naquele momento e entender o que estava acontecendo.

— Por que me tirou do quarto do Armin? _ o moreno se aconchegou mais no que agora ele sabia ser os braços de Levi, o capitão estava lhe carregado como se não pesasse mais que uma pena.

— Eu precisava ter você por perto, do contrário não conseguiria dormir _ Eren estranhou, Levi parecia vulnerável, como ele nunca tinha visto o capitão antes.

— Aconteceu algo?

— Nada que deva ser falado agora _ ele olhou para o seu mundo que ele carregava nos braços, Levi ainda estava em dúvida se deveria ou não falar com Eren, não queria assustar o moreno mas também não queria deixá-lo no escuro, ele tiraria essa noite para pensar em como abordar o assunto.

Levi nunca imaginou que chegaria o dia em que ele pensaria até mesmo no jeito de falar com outra pessoa, mas Eren era uma exceção, ele estava aprendendo a ser doce quando era necessário, pelo bem do seu príncipe, saber que o dono de seu coração estava em risco fez algo com Levi que ele não sentia a anos, aquela sensação de ameaça, de ter algo precioso prestes a ser levado.

— Sabe que pode contar comigo sempre não é? _ o moreno perguntou voltando a fechar os olhos o sono novamente voltando.

— Eu sei pirralho, eu sei.

— Amo você Levi _ aquelas simples palavras eram como felicidade líquida despejada em seu coração.

— E eu amo você Eren, agora durma, amanhã teremos uma conversa longa _ antes mesmo de terminar de falar Eren já havia voltado a dormir, deixando no rosto do capitão um dos seus raros sorrisos sinceros.

Olha o que esse pirralho consegue de mim.

[...]

O loiro estava sendo abraçado por trás, por mais que ele nunca fosse admitir ele gostava daquela sensação, ele se lembrava muito bem que no começo de tudo aquilo ele nunca permitiria algo assim, no final de tudo tinha sido vencido pelo cansaço e se entregou aquele sentimento em seu coração.

— Você ainda é tão arisco Erwin.

— Diferente de alguém eu aprecio a descrição e os bons modos.

— Você somente está irritado, por mais que você negue até a morte seus gemidos te entregam toda vez que entro em você, fundo e forte.

O loiro ficou indignado, no começo ele se negava de todos os modos a estar por baixo, e como todo o resto ele tinha conseguido dobrá-lo pouco a pouco, e o pior de tudo ele tinha gostado, descobriu lá no fundo debaixo de todo o comportamento sádico e aura controladora, um desejo de se submeter, e nem por decreto ousava dizer em voz alta, seria o fim de sua paz e de sua bunda.

— Oh é mesmo _ o loiro se virou dentro do abraço, no final de tudo ele ainda era Erwin Smith e nunca deixaria ninguém provocá-lo sem a devida resposta, sua personalidade não permitiria isso _ Pois digo o mesmo, toda vez que enrolo minha língua envolta do seu pau, só falta você implorar para eu ir mais rápido.

Os dois se encararam como dois tigres em uma arena, ambos de personalidade forte e geralmente séria, aqueles momentos eram  os únicos em que se permitiam saírem de seus papéis na corte e agir do jeito que queriam, sem pensar na repercussão de seus atos.

— Se você não parar vou vira-lo de quatro e te foder de novo _ e lá estava o tom de voz de alguém que estava tão acostumado a mandar tanto quanto ele.

— Infelizmente não vai dar _ o loiro respondeu já se levantando _ Eu tenho trabalhado a fazer, alguns corpos para me livrar e conspirações para atrapalhar.

— Esse tipo de problema é realmente incômodo _ seu olhar agora estava sério e frio, o mesmo olhar que ele usava para os outros.

— Eu sei, mas também sei das minhas habilidades e do que posso fazer _ e lá estava o brilho sombrio no olhar do loiro.

— Eu sei disso Erwin, e exatamente por isso confio em você de olhos fechados é tão perigoso quanto eu.

— Eu não teria tanta certeza, você até pode se manter longe da ação mas quando resolve agir é algo realmente para se observar.

— Você realmente me conhece bem.

— Fui obrigado a isso, afinal tenho ao meu lado alguém irritantemente acostumado a ter tudo o que quer.

O outro nada disse, somente ficou observando o loiro terminar de se vestir com um sorriso enigmático no rosto.

— Estou indo agora, e você também tem coisas a fazer.

— Eu mais do que todos não me esqueço disso _ se levantou e foi até o loiro, levantando o queixo dele com um dedo depositou um beijo nos lábios alheios _ Não ouse se ferir Erwin, é uma ordem.

— Sou bom demais para isso _ agora seu olhar estava sério _ Vou agir nas sombras como sempre, ninguém ao menos perceberá minha presença.

E com uma última troca de olhares Erwin deixou os aposentos e seu amante para trás.

[...]

Eren tinha acordado sozinho na cama, mas rapidamente pode identificar seu capitão em pé no meio do quarto terminando de se vestir, estava amarrando o lenço simples e elegante que ele normalmente usava no pescoço, diferente dos laços e babados exagerados que a moda ditava, o moreno realmente ficava intrigado por mais que Levi tivesse uma boca suja e não ligasse muito para as normas de etiqueta, ainda assim ele era muito refinado e elegante, o jeito que ele levantava o dedo mindinho ao tomar uma xícara de chá, como cruzava as pernas ao sentar e o jeito ereto de andar, era incrível, mesmo depois de anos no exército sem nenhum tipo de conforto ou mordomia ele mantinha os bons modos, bem pelo menos quando queria.

— Eu pirralho vai continuar observando ou vai se levantar? _ Eren sorriu.

Levi e seu mal humor matinal.

— Já estou indo capitão _ disse se levantando.

— Anda Eren _ agora ele percebeu Levi estava realmente sério _ Tenho algo a te contar, um assunto sério por isso se mexa.

Agora a curiosidade de Eren tinha sido despertada, será que era algo a respeito do sumiço do capitão com Erwin no dia anterior? Se fosse ele iria às pressas contar para Armin depois, e se fosse algo relacionado a magia que ele sentia ultimamente, então seria a hora para contar a Levi, mas também podia não ser sobre isso, na verdade podia ser milhões de coisas diferentes, na corte não era realmente algo surpreendente intrigas e conspirações, e se realmente não estivesse relacionado a isso ele investigaria um pouco mais antes de relatar ao capitão, afinal somente ele e Armin tinham o conhecimento sobre magia o suficiente para descobrir algo, e Eren queria dar algo conclusivo para Levi, agora se algo mais grave acontecer o moreno já tinha resolvido que jogaria sua idéia de esperar para o ar e contaria a Levi, ele tinha infinitas possibilidades para o conteúdo do que o capitão iria lhe contar, mas o único jeito de saber seria se apressando para finalmente poder ouvir.