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História Meu secreto amor ( Michaeng) REVISÃO - Meu eu em você


Escrita por: ireneking

Notas do Autor


Mais um capítulo saindooooo boa leitura meus anjos... Se cuidem ( ˘ ³˘)♥(っ˘з(˘⌣˘ )

Capítulo 26 - Meu eu em você


Fanfic / Fanfiction Meu secreto amor ( Michaeng) REVISÃO - Meu eu em você

                Myoui Mina

Minha mente não parava de trabalhar um instante sequer em tudo que aconteceu... As palavras de minha mãe ainda martelava com força me causando dor. Ela havia me ferido como nunca, e pela primeira vez eu não desejava vê-la por um tempo, pelo menos até o ferimento cicatrizar novamente. Devemos ter cuidado com oque falamos, existe aquelas três regras que todos deveriam seguir seriamente. Não prometa nada quando estiver feliz, não responda nada quando estiver irritado, não decida nada quando estiver triste. Se todos seguissem essas regras, eu creio que não ia ter tantas decepções pelo mundo a fora. 

Um corpo magro e um pouco menor que o meu estava ao meu lado dormindo tranquila sobre meu peito. Chaeyoung com certeza estava cansada, e eu tenho 100% de culpa nessa história. Novamente meus pesadelos haviam voltado com mais frequência e mais aterrorizantes. Esse último posso dizer que foi um dos piores, nele eu estava morrendo e não era uma morte de corpo, mas de alma e posso dizer, que é uma das piores, pois quando a alma está morta, não á mais oque se fazer a não ser  esperar que ela saia do seu corpo para trilhar outros caminhos diferentes, longe da vida que você viveu ou tentou viver.

Peguei meu telefone que estava ao meu lado da cama, já que tinha desistido de assistir e conversar com a mais nova, quando passei a fazer isso sozinha até ela cair no sono. Sana havia me mandado outra mensagem, dizendo que em casa estava um caos total por conta do que houve, e eu preciso encarar novamente uma Myoui em fúria.  Uma de minhas mãos acariciavam com frequência as costas da mais nova, enquanto a outra segurava o telefone, respondendo algumas mensagens. Senti seu corpo se remexer e me apertar mais ainda ao seu.

— está se sentindo melhor?. A voz rouca e arrastada soou fazendo com que eu desviasse meus olhos do aparelho e baixasse um pouco meu olhar, ela ainda estava com os  seus olhos fechados, seu rosto se aninhou mais ainda ao meu peito.

— estou perfeitamente bem agora. Disse e beijei sua cabeça, deixei o telefone ao lado da cama e a  abracei apertando contra meu corpo  a fazendo rir abafado. Ela conseguiu se soltar do meu aperto, após fazer cócegas em minha cintura. Chaeyoung se aproximou do meu rosto e nossos olhos se encontraram.

— eu amo te vê sorrir. Ela disse e se aproximou selando meus lábios com um selinho rápido.

— e eu amo você, não importa se você dorme do nada e me deixa falando sozinha.

— desculpa amor... Ela fez um biquinho fofo e eu a puxei enlaçando meus braços ao seu pescoço. Eu a apertava e Chaeyoung ria abafado com o rosto colado ao meu peito. 

— aí amor.. a soltei após receber uma mordida pequena e leve, mas que fiz um escândalo para poder vê sua expressão.

— não mordi com tanta força assim. Ela falou enquanto sentou em cima da minha barriga deixando as pernas uma de cada lado do meu corpo, e amarrava seu cabelo em um coque, já que ficou descabelado depois de eu a ter agarrado e ter bagunçado toda.

— mordeu sim, olha isso, ficou até a marca dos seus dentes Chaeyoung. Fiz uma cara de brava para poder intimida-la, mas Chaeyoung não tinha medo algum de mim.

— deixa eu vê. Ela se curvou para olhar a mordida que não existia e novamente a Peguei e apertei forte. Mudei de posição e fiquei por cima dessa vez a fazendo gargalhar pelas cócegas que agora eu fazia nela.  Sua voz grave saía mais deliciosa ainda com suas gargalhadas. Eu estava me divertindo muito naquela manhã, a noite tinha sido uma das piores, mas agora tudo estava tranquilo, eu estava me sentindo bem novamente.

— amor pa-para e-eu vou fazer xi-xi-xi.... Ela falava pausadamente, minhas mãos ainda continuavam fazendo cócegas na sua cintura, barriga e joelho, onde era o ponto que ela mais se entregava.

— vai fazer oque??. Falei rindo e parei as cócegas enquanto tentávamos recuperar o fôlego. Chaeyoung foi se arrastando pra sair da cama, seu corpo ainda estava nela mas suas mãos já encostavam no chão, quando vi que ela já estava quase com metade do seu corpo fora da cama eu a puxei pelas pernas e novamente começei as cócegas.

— Minari eu tô falando sério, para por favor.  Estávamos em um emaranhado de mãos, e sem entender como, Chaeyoung deslizou por baixo dos meus braços conseguindo assim fugir de mim e correr para o banheiro. Antes que eu pudesse alcançar, ela trancou a porta. Fiquei escondida perto do banheiro e assim que ela abriu novamente eu a peguei por trás a tirando do chão. Chaeyoung deu um grito assustado e eu comecei a rir, a joguei na cama e dessa vez foi eu quem passou as pernas por seu corpo sentando em sua barriga. Peguei em seus pulsos e os segurei acima de sua cabeça a prendendo.

— oque  pretende fazer Myoui Mina?. Ela falou e soltou um ar de mistério e arqueou a sobrancelha. Me curvei e encostei meus lábios em sua orelha onde lambi de uma ponta a outra a fazendo gemer baixoe se contorcer.

— não sei, oque você quer que eu faça com você Son Chaeyoung?. Falei no seu ouvido e novamente passei minha língua, mas dessa vez mordi sua orelha a puxando lentamente com meus dentes. Deixei sua orelha e fui fazendo um caminho até chegar no seu pescoço onde dei vários beijos e algumas mordidas sem deixar marcas, suas pernas estavam se contorcendo e ela arfava com cada mordida que eu deixava em seu pescoço. Fui subindo onde mordi também seu queixo e repousei em seu lábios, mas antes de beija-la primeiramente brinquei, Chaeyoung tentava soltar as mãos mas eu as segurava com mais força.

— para com isso Mina ou.... Antes que ela pudesse terminar a frase eu ataquei com gosto seus lábios em um beijo roubado e cheio de fogo, minha língua entrou sem pedir permissão alguma já no intuito de vê-la arfar de prazer somente com o beijo. Mil pensamentos rondavam minha mente durante o beijo, mas somente um me fazia delirar. Meu desejo agora é arrancar as roupas de Chaeyoung e tê-la para mim, todinha só para mim se contorcendo de prazer...

Por um único deslize eu soltei um de seus braços e sua mão veio com toda pressa e parou nos meus cabelos os segurando com força. Ela os puxava e eu continuava o beijo mais intenso ainda. A mais nova arfava e eu fui parando aos poucos puxando seu lábio inferior com os dentes, passei minha língua novamente na sua e chupei seus lábios fazendo um estralo ao solta-los. Me afastei para poder observa-la melhor e ela ainda estava de olhos fechados.

— devo continuar?. Perguntei em um sussuro e logo ela abriu os olhos lentamente que de imediato se encontraram com os meus.  Os castanhos em minha frente estavam brilhantes, Chaeyoung me olhava séria. Eu só queria poder saber oque ela estava pensando naquele momento, na verdade eu sabia, tanto ela como eu, estávamos sedentas uma pela outra. Em um piscar de olhos, Chaeyoung assumiu a posição rápido me fazendo agora ficar por baixo. Dessa vez foi ela quem segurou meus braços acima de minha cabeça.

— eu é que vou continuar Myoui...

— então me diz, oque vai fazer?.

— não vou dizer nada, só vou mostrar. Ela foi se aproximando novamente de meus lábios, Chaeyoung não beijou, ela apenas sorriu e foi parar no meu ouvido. — no momento certo. Ela disse com a voz grossa e sedutora.

— agora levanta que você precisa comer alguma coisa. Ela saiu de cima de mim e eu estava ainda sem acreditar que ela iria me deixar ardendo e sedenta de prazer. Saímos do compartimento e nos juntamos ao casal que estava na cozinha terminando de preparar o almoço.

— olha só quem apareceu, até que enfim. Jihyo falou tirando uma travessa de vidro do formo, fazendo exalar um cheiro maravilhoso de comida. — Mina como está se sentindo?. 

— estou melhor Jihyo, obrigada. Tentei me aproximar pra ajudar mas ela não permitiu, eu estava sendo mimada e isso nunca tinha acontecido, e posso dizer, era uma boa sensação.

— Mina esse é meu amor, Daniel. Estendi a mão para cumprimentar o garoto sorridente.

— Daniel, e essa é Mina, meu amor. Chaeyoung se pronunciou após engolir algumas coisas que ela havia encontrado na mesa. Senti minhas bochechas queimarem, quando ela falou tão naturalmente fazendo todos rirem, eu estava meio envergonhada, mas já estava passando,  já que agora estávamos todos sentados à mesa em uma pequena reunião.

— e o Luhan?. Perguntei após beber um pouco de refrigerante.

— ele passa o dia todo na escola, só chega depois das 17h. Jihyo falou e me serviu mais um pedaço de lasanha. No começo exitei, mas depois de receber várias olhadas de reprovação de minha namorada, estava comendo suficientemente bem.

Depois da sobremesa ainda ficamos conversando a mesa. Jihyo contava algumas histórias nos fazendo rir. Ela disse também que ela e Daniel ganharam alguns dias de férias e estavam planejando fazer uma viagem, iriam levar Luhan pra conhecer um acampamento para crianças com autismo e nos convidou para irmos juntas e claro que aceitamos. Iria ser a nossa primeira viagem juntas em família, e novamente era algo novo pra mim, novo e incrível, eu já estava me sentindo mais que da família. Eu havia ganhado um dos melhores presentes quando aceitei receber Chaeyoung no meu coração.

— não sei pra que toda essa maquiagem. Falei enquanto estava sentada na cama da mais nova esperando ela terminar de se arrumar para eu deixa-la no seu trabalho.

— se eu aparecer sem maquiagem, é bem  capaz de Lay me demitir. Sai da cama e fui ao seu encontro. Ela estava em pé de frente para o espelho dentro do seu banheiro finalizando a maquiagem.

— tenho ciúmes, não quero que ninguém fique te olhando, você é linda demais. Falei e abracei por trás deixando nossos corpos bem grudados. Coloquei meu queixo em seu ombro e fiquei a admirando silenciosamente.

— não precisa ter ciúmes, sabe que só tenho olhos pra você não é?. Ela disse me encarando pelo reflexo do espelho. Ela pegou o batom vermelho, mas antes eu a virei de frente para mim.

— amor, eu já tô quase atrasada. Apertei mais ainda seu corpo contra o meu e ataquei novamente seus lábios. Ao senti-la envolver meu pescoço com seus braços, eu aproveitei mais ainda do nosso pequeno momento. Vê Chaeyoung com aquele uniforme me dava um flashback lindo, foi com essa roupa, com esse sorriso, que eu me apaixonei assim que há vi.

— amor... Ela disse entre o beijo com a voz manhosa, eu amava quando ela falava desse jeito, porque eu sabia que ela estava totalmente entregue e sem forças pra sair dos meus braços e se separar dos meus beijos...

Depois de quase implorar para ela não ir trabalhar e continuarmos nossso dia coladas uma a outra, eu perdi a batalha. Chaeyoung era responsável demais, e por mais que ela tenha me dito e provado o quanto me ama, e que pode fazer qualquer coisa por nós, eu a deixei ir. Preciso também voltar pra casa, eu não posso me esconder pra sempre. A realidade precisa ser enfrentada. Minha mãe acabou comigo ontem, toda a febre, os pesadelos e os delírios que tive na noite anterior, tudo foi causado pelo que aconteceu, ela falou tudo que quis, mas agora será ela quem vai  ouvir, mesmo eu tendo um pequeno pressentimento ruim, eu não vou permitir que ela saia vitoriosa nessa batalha, pelo menos não dessa forma.

I used to believe
We were burnin' on the edge of somethin' beautiful
Somethin' beautiful
Selling a dream
Smoke and mirrors keep us waitin' on a miracle
On a miracle.... 

De mãos dadas e escutando Justin Bieber, era exatamente como estávamos nesse exato momento dentro do meu carro indo a caminho do trabalho da mais nova. Chaeyoung cantava cada pedaço da música com entusiasmo e bastante proficionalismo. Eu dirigia olhando pra ela a cada refrão, as janelas do carro iam fechadas pra não bagunçar o rabo de cavalo tão perfeito que ela tinha caprichado, já que fazia parte do padrão. Uma de suas mãos segurava o meu telefone onde ela mexia não sei em quê, enquanto a  outra estava  enlaçada na  minha, seu perfume exalando forte ao meu lado, e sua voz rouca cantando cada parte do refrão de uma música vindo de um cantor de sua preferência, me fazia balançar a cabeça em negação mas com um sorriso nos lábios. Eu me sentia muito feliz em cada momento que passávamos juntas, desde os mais simples até os mais intensos.

Don't you give up, nah-nah-nah
I won't give up, nah-nah-nah
Let me love you
Let me love you
Don't you give up, nah-nah-nah
I won't give up, nah-nah-nah
Let me love you
Let me love you
Oh baby, baby

oque foi? Porque baixou a música?. Perguntei assim que o som alto o suficiente ficou baixo em quase um silêncio.

— amor é seu pai.

Olhei pra ela e soltei sua mão ao estacionar em frente a cafeteria onde ela trabalhava. Não disse nada, apenas puxei o freio de mão e olhei novamente pra ela que estava agora me encarando esperando uma resposta, o telefone, ainda em sua mão mostrava o nome do Pai chamando insistentemente. 

— não vai atender?. 

— não, não agora... Baixei minha cabeça para respirar fundo,  e deixei  minhas mãos sobre o volante.

— você tá bem?. Ela perguntou ao retirar o cinto e se aproximar mais de mim. Suas mãos foram novamente parar nas minhas que ainda estavam repousadas no volante.

— estou Chae, é melhor você ir pra não se atrasar. Disse com um sorriso forçado sem lembrar que a garota ao meu lado me conhece muito bem pra saber que eu não estava bem.

— porque você sempre faz isso?.

— oque?. Perguntei cinicamente.

— porque diz que tá bem quando não está?. Isso já foi falado várias e várias vezes Mina, você não precisa esconder seus sentimentos, você...sabe que isso não faz bem a você...

— então pra quê você pergunta se sabe que eu não estou bem? você quer que eu fale é isso? Minha cara já não fala por si só?.   O remorso bateu na mesma hora quando falei grosseiramente. Sempre que o assunto se tratava da minha família, eu ficava com muita raiva e sempre descontava em quem não tinha nada haver com a situação. Ela me olhou nos olhos e não disse nada, apenas voltou para o seu acento já pegando as coisas pra sair.

— me liga quando chegar em casa ok... Ela disse já saindo do carro. Eu fiquei imóvel, não me mexi, não falei nada, apenas a deixei ir, e com certeza a deixei  magoada. Olhei pra Chaeyoung e ela logo entou na cafeteria, mas antes de sumir de vista total, ela ainda olhou rápido, mas não sorriu e nem se despediu com um beijo no ar, que era  como ela sempre fazia. Soquei o volante a minha frente por conta da raiva e decepção que chegaram no mesmo instante a mim. Acelerei o carro novamente e sai com velocidade. Tinha pressa pra chegar em casa e acabar logo com tudo.

Estacionei o carro na minha vaga assim que cheguei em casa. Eu ainda pensei em enviar uma mensagem pra mais nova,  mas tive coragem o suficiente. Tinha sido rude com Chaeyoung sem ela ter feito nada pra         merecer.      Entrei em casa pela porta da cozinha e fui direto na geladeira pegar um copo com água, olhei em volta pra vê se via alguém mas não, tudo estava silencioso como sempre.

Subi para o meu quarto e me joguei na  cama de barriga pra cima.  Eu estava pensando em tudo, na noite turbulenta que tive, e na manhã maravilhosa que foi encerrada por uma grosseria minha. Levantei da cama e decidi tomar um banho, liguei a banheira e coloquei uns sais perfumados. Eu estava precisando de um bom banho e de preferência um bem relaxado. E assim o fiz, me despi toda e entrei na banheira, a água estava em uma temperatura perfeita. Peguei meu telefone  e coloquei os fones de ouvido, escolhi a playlist da minha cantora preferida e apertei play na primeira musica da lista. Fechei meus olhos e comecei a ouvir lorde.

(......)

   — entra. Falei assim que ouvi uma batida na porta, já estava sentada na minha cama com meu notebook sobre minhas pernas. 

— filha está ocupada?. Meu pai entrou no meu quarto com uma expressão meio diferente das que eu constumava sempre vê, olhei com a sobrancelha franzida após sua pergunta.

— não appa, aconteceu alguma coisa?.

— vem comigo, vamos almoçar juntos.

— já almocei appa.

— então vamos tomar um sorvete.

— appa eu não tô entendendo, oque houve?.

— filha não faz pergunta, só vem comigo por favor.   Ele disse já sério,  deixei meu notebook ao lado e saí da cama calçando meu tênis e  o seguindo até a garagem. Ele ligou o carro e começou a ir em uma direção diferente para mim. O caminho todo fomos em silêncio, eu queria perguntar novamente oque estava acontecendo e onde estávamos indo, mas não me pronunciei.  

Chegamos em um prédio incrivelmente lindo. O segurança do local deu permissão para entrar e seguimos em frente. Saímos do carro e ainda em silêncio, appa apertou o botão do elevador no 8° andar. Entramos em um apartamento não muito grande, mas também não tão pequeno. Tinha espaço suficiente para duas pessoas e até mesmo um filho ou um cachorro. O local estava todo mobiliado, logo na entrada tinha um sofá imenso e uma televisão também bem grande na parede, antes de chegar na varanda tinha uma porta imensa de vidro que dava entrada para o local, as paredes em um branco cor de gelo e o chão meio rústico, havia alguns quadros nas paredes, era um local aconchegante e lindo. Meu pai foi me mostrando cada parte do local, na varanda tinha duas cadeiras com uma mesinha de centro nela. A vista era para um campo esverdeado. Eu não conhecia aquele bairro, mas me parecia ser tranquilo e a moradia daquele prédio também parecia ser bastante calma , sem festas ou algazarras.

— você gostou?. Ele perguntou e sentou em uma das cadeiras na varanda, eu o segui e sentei na outra.

— é lindo appa, quem mora aqui?. Ele respirou fundo e pegou a chave do bolso.

— ele é seu filha.  Olhei surpresa para as chaves que ele estendia para mim.

— meu? Como assim?.

— comprei esse apartamento assim que você fez 18 anos, mas nunca disse nada porque tive medo de você vir morar sozinha, e você ainda estava muito envolvida com as drogas. Mas hoje você com seus 21 anos de idade já é bem diferente filha.

— appa eu não tô entendendo. Ele sorriu de lado e pegou minha mão colocando as chaves nela.

— estou me separando de sua mãe.

— o-oque?.

— filha nós não nos amamos, não mais, sua mãe é um pouco diferente, e ontem ela passou dos limites, eu sei que essa pessoa que entrou na sua vida te faz ser melhor, não é mesmo?. 

Eu olhava fixamente em seus olhos. Eu sempre vi meu pai como um idiota egoista e um viciado em dinheiro.  Mas agora eu vendo ele falar essas coisas estava mudando tudo que eu pensei em todos esses anos.

— eu sempre admirei você filha, sua personalidade, sua força. Eu errei, eu errei muito com você, eu não estive presente na sua vida e....

— não, não esteve e agora é que não vai estar mesmo, já que está sendo covarde e está pulando fora me deixando sozinha.

— Mina filha, eu..

— não appa, pelo amor de Deus, não me venha com esse teatrinho ridículo, eu já tô cansada de pessoas como você que se fazem de vítimas depois de ter fudido com a vida do outro. Levantei da cadeira onde estava sentada indo em direção a porta, eu não estava acreditando no que acabei de ouvir. 

— Mina para e me escuta. 

Antes de abrir a porta e ir para longe dele, sua voz como uma súplica, me fez parar, não entendi o porquê de ter parado já que eu novamente estava com ódio dentro de mim.

— eu não tô te pedindo que me ame, eu só tô pedindo uma segunda chance filha, só peço que me de uma segunda chance, todos merecem uma, e eu sei que é difícil, mas é tudo que peço Mina.

Virei de frente para ele e encarei seus olhos tristes. A raiva e ódio que sentia em mim se desfez no Instante em  que avancei para um abraço. Meu Deus,  e que abraço, eu sentia tanta falta, eu não lembro da última vez que fui abraçada por meu pai ou minha mãe, mas eu  estava agora em seus braços recebendo um carinho que eu sentia muita falta. Eu sentia ódio de mim mesma por ter esse coração tão frágil, tão vulnerável e tão entregue a perdões que não deveriam existir.

— eu te amo tanto appa, eu senti tanto sua falta.

— me desculpa filha...

O choro estava cessando. É difícil de acreditar que ele mudou, que tudo que está fazendo é somente por ter se arrependido mesmo, ou será apenas mais um golpe que irei receber em breve? A dúvida, a incerteza, a fé, a insegurança, e a desconfiança me dominavam o suficientemente.  Me desfiz do seu abraço e saímos do apartamento indo para uma sorveteria que tinha lá perto.  

— não me recordo de você gostar de morango. Ele disse assim que sentei à mesa com uma bola de sorvete sabor morango.

— ainda não amo, mas já posso comer uma vez ou outra. Novamente estava tomando sorvete de morango pela saudade da mais nova.

— e sobre sua namorada? Vai me apresentar quando? Preciso conhecê-la antes de ir. 

— onde você vai morar agora?.

— vou voltar para o Japão filha, lá é onde está todas as filiais das empresas e não vou precisar ter que viajar sempre. Pediria que fosse comigo mas não posso te tirar da nova vida que você tem agora.

— é, é uma nova vida sim appa, e eu não deixaria ela por nada.

As horas se passaram rápido, meu pai e eu voltamos para o apartamento e combinamos de comprar juntos mais algums coisas que ainda estavam faltando. O quarto por exemplo, ele deixou que eu o decorasse com as cores que eu mais gostava, a  caminho de casa olhei várias vezes para o telefone e não tinha nenhuma ligação ou mensagem da mais nova. Isso me deixou aflita já que eu é que deveria estar correndo atrás dela agora. Assim que chegamos em casa fomos recepcionados pela minha mãe que estava na sala de visitas. Meu pai fez sinal para que eu subisse direto para o meu quarto.

— onde pensa que vai Mina?. Volte aqui, ainda não terminamos nossa conversa. Desci um degrau novamente para poder encara-la.

— terminamos sim omma, estou indo ao meu quarto pegar minhas coisas...

— coisa? Que tipo de coisa você tá falando?

— Sachiko, Mina não vai mais morar aqui, ela tem seu próprio apartamento agora, a deixe em paz, ela não deve satisfação da vida dela para você, a respeite.

— apartamento? Espera, você deu um apartamento para ela é isso? Você vai apoiar essa loucura da Mina? Você não tem um pouquinho sequer de senso é isso? Vai deixá-la viver como um animal?.

— CALA A BOCA SACHIKO MINA NÃO É NENHUMA DOENTE, VOCÊ É QUE É, E EU NÃO VOU PERMITIR QUE VOCÊ A HUMILHE NOVAMENTE, VOCÊ NÃO MERECE A FILHA QUE TÊM.  Meu pai gritou a fazendo se calar no mesmo momento. Eu me assustei, nunca o vi levantar a voz pra minha mãe, ela sempre dominou tudo.

— appa, chega. 

— e pra deixar claro, eu também estou saindo de casa, não quero mais conviver sobre o mesmo teto que você. Quero o divórcio.

 Eu estava no pé da escada. Os dois estavam trocando olhares, Jeongyeon e Sana se aproximaram após ouvirem as discussões.

— pode ir Akira, eu não preciso de você, vá e a leve. Minha mãe passou por mim me encarando e subiu as escadas com passos pesados.  Meu pai entrou no escritório trancando a porta logo a seguir.

— obrigada Mina, por destruir nossa família. Jeongyeon falou e passou por mim indo em direção ao quarto de omma. Ao ouvir suas palavras tudo veio como uma bomba na minha frente. Eu não tinha pensado nisso, eu só pensei em mim, novamente somente em mim. Subi para o meu quarto e estava fazendo as malas quando Sana entrou.

— as minhas já estão prontas. Ela falou com empolgação e sentou na cama ao meu lado.

— acha mesmo que destruí a família?.

— não, eles que te destruíram, e graças a Deus o tio Akira acordou, ou íamos morar na ponte, mas não ia permitir que você ficasse aqui nem mais um minuto.

Depois de estar tudo pronto, desci com as malas junto a Sana. Meu pai já estava na sala pra se despedir, somente ele. Olhei pra cada canto da casa e senti uma saudade começar a apertar fundo. Não era bem isso que eu queria pra minha vida. Morar sozinha, ter minha própria família era tudo que eu queria sim, mas com a família ao meu lado. Não é fácil ter que conviver com uma família tão estruturada financeiramente, mas tão desestruturada emocionalmente.

Chegamos no apartamento e Sana gritava e corria de um lado para o outro com bastante eufória. Sentei no imenso sofá da sala com o telefone em mãos. Não parava de pensar em Chaeyoung, eu não liguei e  nem ela fez isso. Decidi então tentar, talvez ela não tivesse com tanta raiva ou muito machucada para me atender. Disquei seu número e dava todo o tempo desligado. 

— Sana tô saindo! Gritei e peguei minha bolsa que estava no centro da mesa.

— vai pra onde? Vamos fazer uma festinha nossa.

— pede alguma coisa pra comer, eu já volto, vou buscar Chaeyoung. Disse e sai correndo, apertei o botão do elevador aguardando chegar  e assim que ele abriu, uma garota saiu dele, eu me paralisei, ela era incrivelmente linda. 

— boa noite. Ela disse sorrindo, estava vestida com uma roupa de academia.

— boa noite. Respondi simpática.

— você é nova aqui?.

— sim, mudei hoje.

— que bom, eu sou a única moradora desse andar, é assustador. Ela sorriu e uma covinha apareceu me fazendo lembrar de Chaeyoung.

— sou Chou tzuyu

— Myoui Mina.

— ow idiota, pra onde você vai sem as chaves do carro. Sana apareceu gritando sem dar  conta de que eu não estava sozinha. Ela paralisou quando olhou pra garota alta, olhei pras duas e estavam uma trocando olhares com a outra.

— Sana essa é Chou tz...

— só Tzuyu. A garota me interrompeu e estendeu a mão para cumprimentar minha prima que estava agora rindo feito uma idiota.

 Deixei as duas sozinhas e desci pelo elevador. Entrei no carro e fui direto no caminho da casa da mais nova. Decidi passar  na  cafeteria que ela trabalhava pra comprar um bolo, e me surpreendi vendo a mais nova ainda no local. Não era mais hora do seu expediente, já era pra ter acabado a 3h. Ela ainda não tinha me visto mas logo percebeu quando cruzei seu caminho.

— oque ainda faz aqui?. Perguntei bem próxima a ela.

— Mina não posso conversar com os clientes, vou ser chamada atenção novamente.

— como assim?? Chaeyoung? Não sou cliente, sou sua namorada...

— Mina, por favor, você é cliente aqui dentro,  eu vou sair em meia hora, você me espera?. Assenti e fui até o balcão onde tinha pedido o bolo pra viagem. Voltei para o carro e fiquei aguardando até a hora que ela tinha dito. A cafeteria já estava fechando, esperei mais alguns minutos e logo a vi se aproximar com Dahyun. Ela entrou no carro e Dahyun entrou logo atrás. Chaeyoung e Dahyun estavam abatidas, começei então a me preocupar.

— tá tudo bem com vocês?. Cadê seu telefone? Te liguei várias vezes.

— ele quebrou.

— como assim? Oque aconteceu?. 

— Jay apareceu aqui Mina, fez um escândalo e quebrou o telefone de Chaeyoung, Lay a deixou de punição trabalhando mais do que devia pra poder pagar pelas comidas que Jay pediu e não pagou nada, porque pôs a culpa na Chaeng. Dahyun disse tudo enquanto eu olhava pra ela pelo retrovisor e pra mais nova que estava de cabeça baixa só ouvindo.

— mas foi minha culpa, eu ia mandar uma mensagem pra você quando me esbarrei com ele, meu telefone caiu e ele pisou em cima.

— não, não foi sua culpa amor. Para não deixar a raiva me dominar novamento, decidir mudar de assunto o mais rápido possível.  — Você tá muito ocupada?. 

— não, Jihyo está em casa com Daniel e Luhan, porque?.  Liguei o carro e não disse nada. Chaeyoung encostou a cabeça no vidro do carro e fechou os olhos,  em questão de minutos ela já estava dormindo. Olhei pelo retrovisor e Dahyun estava muito concentrada no telefone, aproveitei o sinal fechado e mandei uma mensagem com meu novo endereço pra Momo pedindo para ela ir correndo para o local..

— porque estamos demorando tanto pra chegar em casa?. Dahyun se pronunciou e olhou em volta. Ela se desencostou do banco traseiro, e se aproximou do banco da frente.

— onde estamos indo Mina?. 

— você vai vê. 

— Dahyun.

— hm?

— Jay fez mais alguma coisa com Chaeyoung?. Ela olhou pra mim e pra mais nova que ainda dormia com a cabeça de lado.

— não, ele se contentou com a humilhação pública que fez a ela, aquele cara é um psicopata Mina, como você o namorou?.

Eu não a respondi. Ela voltou para o seu lugar e voltou a mexer no celular. Jay estava ficando pior a cada dia, eu não sei oque mais ele vai fazer, e nem sei como vou parar com suas armações, mas não posso deixar as coisas ocorrerem naturalmente sem poder fazer nada.

— chegamos. Entrei no prédio após baixar o vidro e receber autorização com um sorriso simpático do segurança.

— meu Deus quem mora aqui? Dahyun abriu a boca surpresa. Eu sorri com a expressão que ela fazia. Puxei o freio de mão e desliguei o carro, Dahyun saiu logo em seguida e se espreguiçou do lado de fora.

— Chae, amor, chegamos. A mais nova acordou e coçou os olhos como uma criança. Olhou em volta sem entender nada e me olhou confusa.

— onde estamos?. 

— você vai vê, vem. Sai do carro e fui até o outro lado para abrir a porta pra ela. Fomos de mãos dadas até o elevador. Enquanto esperávamos ela repousou a cabeça no meu braço e eu a abracei de lado. Entramos no elevador e saímos logo em seguida. Assim que entrei no apartamento, Sana estava sentada assistindo um filme.

— Chae, Dahyun, essa é minha nova casa.

Após todo o alarde e toda a explicação. Momo chegou e  começamos uma pequena festa. Chaeyoung finalmente havia acordado de vez e agora estava sentada no meu colo no sofá. Momo e Dahyun estavam uma ao lado da outra sentadas no chão. Olhei pra Sana que estava sentada mais afastada sozinha.

— ei esquilinha, porque não chamou a vizinha pra se juntar a nós?.

— achei que você não fosse gostar.

— porque não? Eu gostei dela, vai lá e chama ela.

— posso mesmo?? Ela se levantou alegre.

— claro, vai lá, mas você sabe qual o apartamento dela?.

— sei simmm sei tudo. Ela correu porta a fora.

— oque foi isso?. Chaeyoung perguntou com a mão cheia de salgadinhos.

— amor vem aqui. A puxei e ela colocou todos na boca. Fomos até a varanda e ela se encostou olhando para o parque a frente.

— Chae me desculpa. Ela me encarou já lembrando do motivo que eu estava pedindo desculpas.

— amor eu sinto muito pelo que disse, você não tem culpa pelo que aconteceu, eu sinto muito.

— eu também sinto muito, não devia ser tão chata e metida.

— ei para, você não é nada disso, eu é que errei, foi eu, não diz isso nunca mais ok? Você é minha namorada, tem o direito de saber qualquer coisa sobre minha vida. 

— você está bem? Com tudo isso?. Ela falou com o rosto sobre meu peito, já que a tinha puxado para um abraço.

— eu ainda não sei, oque jeongyeon me disse foi bem forte.

— sabe que não é isso não é?.

— eu sei, só preciso de um tempo para absorver tudo que está acontecendo.

— eu te amo. Ela disse e ergueu o rosto, já esperando oque ela queria, eu a beijei. 

— amor, vamos viajar?.

— pra onde Minari? E quando?.

— nesse fim de semana, pra gangneung, meu pai tem uma casa de campo lá, é linda, oque acha?.

— eu acho que vai ser perfeito, precisamos disso, de um tempo só pra nós duas.

— combinado então....

.........









Notas Finais


Gente muito muito muito muito muito muito muito muito muito muito muito muito obrigada pelo apoio de todos tá!! Uma crítica sempre é bem vinda, desde que ela não venha acompanhada de palavras que derrubem ou menospreze o outro.... Vocês me deixaram bem feliz e com mais entusiasmo para continuar a história... Muito obrigada mesmo tá bom .... ❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️


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