História Meu Segredo com um Youkai - Cap.VI

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A buzina enlouquecida na porta de sua casa, fez Kagome saber que sua amiga estava de volta! Ela simplesmente “divou” com os cabelos soltos, usava um vestido laranja, sandálias e óculos escuros só faltou ela entrar em câmera lenta, quebrando os quadris com um sorriso magnífico, parecia uma atriz que ganhou um Oscar. Simplesmente ignorou Souta, que ficou com a boca aberta ao vê-la entrar. Abriu a geladeira pegando um refrigerante, subindo as escadas saltitando chamando a atenção para o bumbum, deve-se admitir que ela sabe vingar-se como ninguém. Autoestima a mil e um olhar malicioso, como se tivesse um segredo “cabeludo” para contar.

- Amiga! Arrumei um “boy” novo!!! – Yuka falava tomando um gole do refrigerante.

- Um “boy”? E o Souta já sabe? – A Miko não negou o sorriso, sabia que não dariam certo.

- Trocou-me por uma novinha... mas eu superei isso graças a Kami... – Voltou a sorrir. – Fui correr hoje cedo e conheci um gato, quer dizer, atropelei um gato que pagou-me um suco e me convidou para sair, e eu aceitei. – Mordeu os lábios. – Mas eu disse que só iria com um casal de amigos, no caso Kouga e Você.

- Entendi. Fazer o quê? – Deu de ombros, recebendo um abraço.

- Tá. Agora vai colocar uma roupa decente querida. – Falou mostrando o relógio para a Miko, que ainda não tinha se arrumado para ir à aula.

Depois de banho tomado e roupa escolhida, conjunto social calça e blazer azul marinho, com camisa azul turquesa de seda, salto preto e bolsa preta, cabelos soltos, finalmente estava pronta e bonita. Saíram conversando e Yuka foi na frente.

- Mano, Sayonara. – A Miko despediu-se do irmão.

- Sayonara. – Respondeu aborrecido.

Entrou no carro olhando para a amiga, e reunindo coragem para contar os últimos episódios de sua vida, e quando ela ligou o carro e saiu, a Miko começou a falar.

- Ontem à noite o Inuyasha veio aqui...

- Por favor me diga que não transou com ele. – Yuka questionou com uma voz de espanto.

- Claro que não! Ele veio aqui falar do passado, queria saber porque não nos falamos mais... – Olhou para a amiga que dirigia. – Você não quer saber porque não nos falamos?

- Não preciso. – A Miko encarou Yuka, meio incrédula. As vezes poderia jurar que ela era sim uma bruxa, ou que já a conhecia de muito antes sem saber ao certo o quanto. – Sério, não preciso.

- Ok! Enfim, ele falou algumas coisas que mexeram comigo, e eu meio que não me sinto mais à vontade com Kouga. – Agora Yuka encarou a Miko, abrindo a boca e baixando os óculos escuros.

- Eu acho que vou te dar um tiro, as coisas vão ficar mais fáceis depois disso te garanto. – Subiu os óculos novamente. – Ou eu posso dar na sua cara, ou ligar para a “corna mansa”, e dar sua localização, já que você é louca e quer se foder...

- Ai!!! Por que falar assim?

- Porque ele é lindo e gostoso, e se não fosse nosso código de conduta de não transar com ex da amiga, eu juro que dava um bote, então sossega esse seu coração besta ai. – Estacionou o carro na vaga da Universidade. – E chega de problemas, esse menino, o Inu não é má pessoa, mas não serve pra você ok?

- Ok. – A Miko ergueu as mãos em rendição, não adiantava discutir com Yuka.

Uma aula daquelas que faz você sentir a saudade de tomar um choque, assim descreveram a aula de gramática. O professor “tirava o couro”, passando milhões de atividades em sala e para serem feitas para entregar por e-mail, depois vieram as aulas de Filosofia que falam sobre a ética e moral que não iriam usar, e como isso influenciava na vida dos indivíduos. Acabaram as aulas da manhã,  o que era simplesmente cansativo, mas conseguiram acompanhar tranquilamente. Foram ao refeitório onde compraram sanduiches naturais, que comeram com suco. O celular de Yuka tocou, ela viu na tela um número desconhecido, atendeu.

“- Oi amor? – O tom de voz jovial fez Yuka imediatamente saber quem era.

- Oi amor! – Respondeu alegre.

- Então, eu adoraria levar a bela jovem para sair amanhã à noite, dançar na Sweet Garden. Nos encontramos lá as 00:00?

- Só um minuto ok? – Olhou para a Miko perguntando se as 00:00 estava bom e ela assentiu. – Sim esse horário está ótimo.

- Então está certo, até amanhã amor... – Prendeu-se a palavra “amor”.

- Até amor.” – Yuka desligou mordendo o lábio inferior e soltando um suspiro, que chamou a atenção da Miko ao vê-la tão empolgada com um rapaz, ele realmente devia ser lindo.

- Ele é lindo. – Falou olhando para a Miko, que estreitou os olhos.

- Pare de ler a minha mente Yuka. – A jovem virou para ela e sorriu. – Não preciso, sua cara é transparente. – A Miko sorriu de volta, revirando os olhos.

- Onde vamos amanhã? -  Kagome perguntou.

- Então... na Sweet Garden...

......................

- Vai Kagome, cacete! Liga pro seu namorado e ordena que quer sair. – Yuka falou rindo, com seu primo Koji deitado em sua cama de bruços, enquanto Kagome e Yuka estavam esparramadas no sofá que ela tinha no quarto.

- Como assim ordena? – A Miko achava absurdo o jeito da amiga.

- Ué se você dissesse para aquele homem que quer casar, no outro dia já estariam em lua de mel, vamos lá coragem!

- É por uma boa ação. – Koji manifestou-se erguendo as vistas do celular, olhando-as em seguida. – Desencalhar essa lacraia, que é insuportável sem namorado. – A prima jogou uma almofada na cabeça dele, que respondeu com um “Ai” afeminado, fazendo-as rir.

- Calada! Biba burra! – A prima falou enquanto Koji mostrava a língua.

- Tá vou ligar, fiquem quietos. – Ambos ficaram em silêncio enquanto a Miko discava o número no celular.

“- Oi! – Kouga respondeu ao 1º toque.

- Oi, bem... vamos sair amanhã? – Criou coragem e disse de uma vez.

- Onde quer ir? – Parecia ansioso.

- Hum, na Sweet Garden... Yuka vai encontrar um amigo e, achei legal, irmos juntos também. – Recebeu um positivo da amiga, com a mentira deslavada.

- Tudo bem, que horas quer ir?

- As 00:00.

- Nossa tão tarde, posso ir antes pra ficar um pouco com você?

A Miko suspirou, mas pensando melhor acabou achando que seria interessante.

- Sim, pode.

- Ótimo, quero mostra-la uma coisa. – Falou com empolgação na voz.

- Até amanhã... – Despediu-se sem jeito.

- Até, um beijo.” – Desligou o celular colocando-o na bolsa em seguida.

- Bicha você não tá nem cagando pro bofe. – Koji falou, enquanto Yuka balançava a cabeça em afirmativa.

- Como assim? – A Miko ficou perdida no assunto, enquanto eles trocavam olhares.

- Ai... tá sem tesão, mas o bofe é uma delícia e isso só faz-me pensar que existe outro... – O jovem de cabelos espetados falava fazendo um biquinho.

- Na realidade, o outro reapareceu na minha vida, desenterrando mágoas e não o amor... – A Miko olhava para o chão tristonha.

- Compras!!!!! Temos uma balada para ir e eu preciso de roupas novas!!! – Yuka cortou o clima “enterro”. 

Koji, Kagome e Yuka foram ao centro comprar roupas para o “evento”, olharam em diversas lojas até que finalmente escolheram os looks para a balada. Por curiosidade entraram em uma loja para fantasias, e Yuka resolveu provar algumas para passar o tempo.

- O que acharam? – Perguntou saindo do provador com uma fantasia de pirata.

- Está faltando alguma coisa... – Koji a observava atentamente, com uma mão no queixo esboçou um sorriso. – Lógico a burra não colocou tapa olho hahaha. – Ele levantou do banco em que estava sentado, entrando no provador e trazendo o adereço na mão, posicionou-se atrás da prima colocando-o no rosto dela.

- Por favor pare! – Pediu aflita, algumas gotículas de suor brotaram em sua face, e ela jogou o tapa olho longe, olhando-o como se fosse uma cobra venenosa, voltou ao provador e veio vestida em suas roupas.  –Vamos?

A Miko estranhou a atitude da amiga, afinal Yuka é sempre alegre e nunca a havia visto aflita. Depois do episódio com a fantasia seguiram para as rotinas de depois da aula, ir direto para casa e dormir.

....................

Kagome saiu do banho e enquanto passava seu hidratante em seu ritual de beleza, Souta bateu na porta do quarto.

- Oi querido?

- A mamãe está ao telefone, ela quer falar com você.

- Já vou. – A Miko vestiu uma camisola longa de malha, nem colocou calcinha ou soutien, saiu correndo com os cabelos pingando envolvidos em uma toalha.

“- Olá mamãe!

- Minha querida como estão?

- Muito bem, Souta acorda cedo todos os dias e faz o café, cuida e mim e dorme cedo. – Protegia o irmão sem o menor sinal de dor na consciência.

- Mana seu namorado acabou de chegar, vou abrir a porta e deixar ele te esperando na sala.

-O que? Que história é essa de namorado Kagome?

- Bem, é uma longa história mamãe... – A Miko estava em apuros, sua mãe não gostava que estranhos dormissem na sua casa, e a preocupação com a filha era natural.

-Me dê aqui. – Souta sussurrou pegando o fone das mãos da Miko. – Vá falar com ele.

- Mamãe? Sou eu Souta.

- Este rapaz não dorme ai não é?

- Claro que não! Eu não permitiria uma coisa dessas! E a Kagome também não ela sempre dorme cedo, e não fica fora de casa, nem sair com as amigas ela sai mamãe... tenha dó.

- Hum, está bem. Konbanwa meu amor, mande um beijo para Kagome.

- Hai. Sayonara. – Souta colocou o fone no gancho, soltando um suspiro enquanto sua irmã passava por ele, com Kouga subindo para o quarto. Mentirosos.

- O que o traz aqui? – Kagome perguntou diretamente.

- Senti sua falta, você não telefona para conversar e também não procura me ver. – O youkai-lobo estava com um jeans escuro e uma camiseta preta, com sapatênis bege. Tentava não parecer ansioso, mas movimentava a chave do carro na mão, e a atitude o denunciava.

 - Eu só estou... ah deixa pra lá. – Passou por ele irando a toalha dos cabelos, e ao erguer os braços ele notou que ela estava sem soutien.

- Está tudo bem?

- Hai.

- Está tudo bem, entre nós? – Olhou em volta sentando na cadeira, tocou no encosto puxando-a e sentando-se na mesma, levou a mão ao rosto e fechou os olhos, e quando a Miko foi ao banheiro para pendurar a toalha, ele aproximou-se do encosto para sentir melhor o cheiro que o havia perturbado, fechou o cenho aborrecido.

- Hai.

- Eu sei que ele esteve aqui. – Cruzou os braços no peito, olhando-a intensamente dentro dos olhos.

- Está me vigiando? – Questionou irritada.

- Senti o cheiro na cadeira. – Continuou a encarando, e agora ela cruzava os braços.

- Ele veio até aqui para conversar. – Ele continuou em silêncio, arqueando uma sobrancelha. – Conversamos e ele foi embora.

- Só isso?

- Hai! – Passou por ele, sentando-se na cama com força. Bufou algumas vezes irritada, ajeitando a camisola comprida de malha cinza claro, que emoldurava o corpo como uma segunda pele.

O youkai levantou da cadeira, sentando-se ao lado dela na cama pegando um travesseiro e o cheirando, depois puxando a colcha fazendo a mesma coisa.

- É, ele só sentou na cadeira mesmo. – Mostrou a língua para ela, que começou a rir.

- Que absurdo isso... – Ela disse enquanto ele aproximava-se dela, cheirando o pescoço e os cabelos molhados fazendo carinho nas costas delicadas por cima do tecido, estava com um cheiro instigador.

- Sinto a sua falta... – Continuou aspirando sua tez, acariciando suas pernas agora – Falta do seus carinhos. – Começou a beijar-lhe o canto da boca, enquanto uma das mão subia até os seios.

Ela tentou resistir até onde pôde, mas ele era tão gostoso e cheiroso, e o calor das suas mãos acordavam cada pedacinho do seu corpo, os lábios acariciando a boca pequena promovendo ondas de prazer que subiam do ventre ao pescoço.

- Maldito tesão... – Ela murmurou levando as mãos ao meio das coxas dele, que emitiu um gemido com a caricia.

- Eu sei. – Colou os lábios aos da Miko, num beijo lento e muito prazeroso, cuidando de cada detalhe da boca pequena e aveludada. Deliciou-se ao observa-la tirar sua camiseta admirando os músculos de seu abdome definido, tirar os tênis e meias, abrir sem pressa o cinto, depois o botão e por último o zíper da calça, tirando-a em seguida deixando-o apenas com a cueca box preta.

Ele queria reagir mais, mas só ficou olhando enquanto ela o admirava em sua beleza e seu calor, beijando-o no pescoço, arranhava seu peito defluindo as unhas até sua virilidade, tirando a última peça que o vestia com aquele sorriso falsamente inocente que ela tinha, sempre fora assim. Pousou sobre seu colo, com o contato visual que o dominava, ele detestava isso pois se sentia vulnerável de um jeito que só ela sabia o deixar. Ao subir as mãos pelas coxas até alcançar as nádegas, soltou um leve rosnado ao notar que ela estava sem calcinha todo esse tempo, e apesar da desagradável sensação de dominação se permitiu sujeitar aos desejos da Miko, que decidiu como transcorreria aquele encontro sensual, inserindo-o dentro de si mesma, definindo intensidade e limites do contato íntimo, permitindo a ele somente sentir.

- Não gosto dessa sensação de vulnerabilidade.  – O youkai sussurrou ao ouvido da jovem, que soltou-se do abraço tirando a camisola por cima dos ombros, atraindo a atenção dele para o seu corpo nu conectado ao dele.

- O que dizia? – Ela voltou a envolve-lo pelo pescoço, mas mantendo uma distância que permitia encará-lo, ele simplesmente fechou os olhos, envolvendo-a pela cintura pousando uma das mãos pelas costas nuas, enquanto ela movia-se demoradamente arrancando gemidos dele, que lutava para não deixar transparecer, orgulho idiota que os homens possuem.

Ele não respondeu apenas estreitou o abraço, ficando de joelhos na cama com ela sobre o colo, num encaixe profundo e perfeito.

- Você pode se sentir vulnerável comigo... – Disse enquanto movia-se sobre o corpo másculo, procurando os olhos do youkai.

- Você se sente assim comigo? – Ele finalmente mirou os olhos castanhos, mesmo absorto pelas sensações aprazíveis, ele ainda queria mais do que sentir, ele queria ouvir daqueles lábios o que ele representava na vida dela.

- Desde o primeiro beijo... – Respondeu em um murmúrio, tombando o tronco na direção da cama, enquanto ele acompanhava o movimento, pondo-se sobre ela, tomando posse dos lábios entrelaçando os dedos nos cabelos apoiando-a pela nuca. – Sempre soube que não me arrependeria.

Sim ele gostou de ouvir que a envolvia, e que sempre fora importante na vida da jovem, que sem esforço algum arrebatou o coração do Príncipe Youkai, já na primeira vez em que se viram. Nem mesmo 5 séculos conseguiram apagar o que sentia por essa garota, que o sujeitava às suas vontades, já não raciocinava mais diante a presença dela em sua vida. Continuavam em um ritmo pausado, aproveitando cada segundo como se fosse o último, entre os beijos que depositava gentilmente no pescoço delicado, recebendo gemidos como recompensa a cada investida no interior dela, momentos que duraram por muito tempo até senti-la pressiona-lo em seu íntimo, indicando sua satisfação encorajando-o a intensificar os movimentos para também em pouco tempo depois, derramar-se no cerne da jovem. Deitaram-se de lado, e permaneceram abraçados pelo resto da noite, dormiram juntos com uma tranquilidade diferente. Estavam diferentes, algo havia mudado naqueles indivíduos, mas fora para melhor como se finalmente as dúvidas acabassem.

............................

O despertador tocou e no primeiro soar do ruído estridente o youkai já estava de pé, reunindo as peças de roupas e vestindo-se, vez ou outra admirando o corpo feminil adormecido na cama.

- Ei, onde você vai? – A Miko abriu um olho, virando de bruços apoiando a cabeça com uma mão.

- Pretendia sair sem acordá-la, tenho que acertar alguns detalhes da compra de um imóvel.

- Compra de imóvel? – Ela perguntou entre um bocejo.

- É, eu comprei semana passada, pretendia mostra-lo a você mais tarde.

- Pretendia? – Mais um bocejo. – Não vai mais?

- Pretendo. – Se aproximou beijando o topo da cabeça da jovem. – Quer uma carona? – Ela assentiu enquanto ele saia do quarto com um sorriso.

A Miko sorriu levantando-se da cama enrolada no lençol, foi direto ao banheiro tomar uma ducha antes de ir para a faculdade. Lembrou que Yuka sempre vinha buscá-la então voltou ao quarto, pegou o celular e ligou avisando.

“- Ohayou Gozaimasu! – Cumprimentou.

- Oi Kagome, eu estou deitada ainda e nem pense em pedir para eu ir mais cedo!

- Não ia, na verdade eu quero avisar que vou com o Kouga hoje, então não precisa me buscar.

- Humm alguém fez sexo...

- Yuka! Como pode saber disso?

- Foi um palpite hahaha.

- Tá, até depois.

- Tchau querida, beijo!”

A Miko deixou o celular na mesinha e voltou ao banheiro, onde tomou uma ducha rápida, escovou os dentes e penteou o cabelo. Voltou ao quarto abrindo o guarda-roupa e escolhendo um conjunto bege, saia reta na altura dos joelhos, com um abertura atrás, uma camisa de crepe aquamarine com decote arredondado. Calçou uma sandália baixa nude, junto com uma bolsa pequena um tom mais escura que o sapato, colocou um par de brincos que eram de bolinhas de prata, pegou o blazer do conjunto e sua pasta com materiais e livros. Voltou a entrar no quarto, pegando o celular que estava na mesinha, colocando-o na bolsa dando uma última olhada ao redor. Desceu as escadas e encontrou Kouga e Souta na mesa tomando café, sentou ao lado deles com um sorriso discreto.

- Mana, para todos os efeitos ele nunca dormiu aqui. – Souta falou com um sorriso.

- Claro, Yuka também não. – Respondeu vendo-o mudar o semblante. – Sinto muito eu não queria te chatear.

- Eu sei... – O irmão respondeu cabisbaixo.

- Desculpem minha intromissão, mas o que houve? – O youkai estava confuso. A Miko olhou para o irmão que assentiu com a cabeça, dando-lhe permissão para contar o ocorrido.

- É que Souta está namorando uma menina que conheceu no Colégio, mas teve que terminar seu... relacionamento “diferente” com Yuka, e ela apareceu mais linda e gostosa como nunca aqui ontem, o ignorando por completo, então eu acredito que ele detestou a decisão que tomou...

- Putz... – Kouga se compadeceu da situação do cunhado, parecia entendê-lo bem. – Sinto muito, de verdade. É difícil tentar começar uma história com alguém com outra em sua cabeça, talvez devesse dar um tempo com sua namorada, antes que passe muito tempo e fique muito difícil depois.

- É tipo 500 anos... – A Miko provocou-o, mas ele apenas riu.

- É tipo 500 anos. – Repetiu o que a namorada dissera.

- Eu já fiz isso... mas ainda me sinto péssimo. – Souta completou. – Mas acredito que vá passar. – Sorriu.

- Claro que vai. Meu amor, hoje eu vou sair então já sabe né?

- Sei, e não se preocupe vou encobri-la se precisar. – Respondeu piscando um olho para a irmã.

- Vamos? – Kouga olhava para o relógio.

- Hai. – Respondeu enquanto o youkai levantava-se saindo da casa. – Sayonara. – Disse para o irmão antes de sair.

- Sayonara.

.....................

Kouga estacionou na frente da Universidade, atraindo olhares de milhares de curiosos para desespero da Miko. Para piorar a situação, antes de sair ele beijou a boca dela sem nenhum pudor, com direito a estalos de doer o ouvido. Yuka passou por eles e estacionou o carro na vaga de costume, depois discreta como um elefante bateu no vidro do carro como que bate em uma porta. A Miko abriu saindo do carro em seguida, mas antes que pudesse fechar a porta ela abaixou o suficiente para encará-lo.

- Ohayou Gozaimasu Sr. Otsuka! – Cumprimentou com um aceno.

- Yuka por favor, me chame de Kouga. – Sorriu com um charme arrebatador de sempre. – Meu amor? – Chamou a Miko, que sentiu-se abalada por ser chamada de “meu amor”. – Até mais tarde.

- Até. – Ela respondeu enquanto Yuka encostava a porta do carro, que se afastou em seguida.

A Miko lançou um olhar fulminante para a amiga, que ainda acenava de longe, virando-se para ela com a expressão “O que foi?” .

- Veja todos esses curiosos olhando, e você gritou aos quatro ventos “Sr. Otsuka”.

- Claro que gritei, não vou perder a oportunidade de esfregar na cara dessas galinhas, que minha amiga tem o “crush” mais delicia do Japão!!!

A Miko revirou os olhos e sorriu, não adiantava discutir com ela, simplesmente intensa e impulsiva, mas leal até a morte de um jeito único que Kagome só vira uma vez na vida, mas não pensou mais nesse assunto, subiram as escadas da Universidade conversando animadamente, sem se importar com os olhares invejosos de algumas colegas.

Assistiram as aulas da manhã, almoçaram na Universidade mesmo e partiram dali para mais uma maratona cansativa de conhecimentos, que fora vencida e agora era a vez de irem para casa descansarem, e se prepararem para a noite.

- Ei Kagome, vocês... poderiam me buscar? Pensei em ir de carro, mas sozinha... – Pediu enquanto a Miko descia do carro.

- Sim, esteja pronta então às 23:30 passamos te pegar tá bom? – Respondeu enquanto a amiga esboçava um sorriso.

- Obrigada. – Agradeceu e arrancou com o carro, enquanto a Miko subia as escadas do templo.

....................

Às 22:00 Kouga chegou ao templo para buscar Kagome, como ele havia pedido, a buscou um pouco mais cedo para passarem um tempo juntos. Estacionou o carro e já ia descer, mas ela alcançou-o antes disso.

- Olá. – A Miko cumprimentou enquanto abria porta do carro, entrando em seguida.

- Olá mocinh... – Parou quando viu a roupa que ela usava, apesar do ar condicionado do carro, sentiu calor. Era um vestido branco, com um decote generoso que a deixou como uma modelo de capa de revista, simplesmente tentadora. A ereção foi inevitável, o que podia fazer era disfarçar até que se acalmasse, se isso fosse possível.

- Onde vamos primeiro? – Perguntou notando-o tenso. – Está tudo bem? – Ele só assentia evitando olha-la novamente.

- Tudo, pensei em leva-la conhecer o apartamento que eu havia dito, mas não sei se é uma boa ideia.

- Por quê? – Encarou-o preocupada, ele apenas mostrou entre as coxas, o que arrancou risos da jovem.

- Eu hein... quanta alegria em me ver.

- Você está, muito bonita e seu cheiro... desculpe mas está fértil. – Mordeu o lábio inferior, atento ao trânsito.

- Ai, isso é estranho sabia? Meu namorado sabe quando estou ovulando... – Soltou alguns risos embaraçada. – Mesmo tomando anticoncepcional?

Ele apenas assentiu, coçando a testa sem jeito, depois franzindo o cenho. Muitas expressões faciais em um pequeno espaço de tempo. Parou em frente um condomínio de luxo, não muito longe da Otsuka Associados, entraram tranquilamente no local, sendo atendidos por um porteiro que foi muito educado e atencioso, o youkai apresentou Kagome como sua namorada e conduziu-a ao elevador. No 20º andar desceram e tinham apenas dois apartamentos, um de frente para o outro em todo o andar. O apartamento era o 308, simplesmente um luxo decorado com extremo bom gosto, amplo e magnifico.

- É lindo... deve ter custado uma fortuna. – A Miko entrou admirada com o tamanho e luxo do local. Foi abraçada por trás de um jeito possessivo, demorando uns 2 minutos para entender o que acontecia.

- Desculpe... – O youkai dizia entre beijos distribuídos pelos ombros e costas da Miko, enquanto o abraço ficava mais apertado e com conotação sexual.

- Tudo bem mas, o que está acontecendo? – Ele virou-a pressionando o corpo dela contra uma parede. – Não que eu não esteja gostando, eu até acho interessante uma coisa mais, digamos intensa, mas você está bem? – Ficando cada vez mais intrigada com a atitude urgente dele, ajoelhando em sua frente e tirando-lhe a calcinha, devorando-a com os olhos.

- Não consigo parar.... – Respondeu levantando-se enquanto suas mãos o acompanhavam no movimento, coladas ao corpo da jovem. – Seu cheiro, seu calor... – Beijava o pescoço da Miko, enquanto ela apenas suspirava. Estava curiosa com a reação estranha dele, tão primitiva... gostou do que via.

Sem mais explicações abriu a calça e penetrou-a, erguendo-a do chão enquanto o corpo da jovem subia e descia junto à parede. A respiração dele estava ofegante, e a beijava com luxuria e urgência. Ela até estranhou mas não estava nem aí, aproveitou do momento prazeroso agarrando-se a ele, e correspondendo a todas as caricias, se deliciando ao ouvi-lo gemer em seu ouvido, enquanto pulsava em seu interior. Desceu-a da parede, encarando-a meio sem jeito.

- Desculpe. – Parecia arrependido pela atitude, e isso a incomodou.

- Pelo que? Por fazer amor com sua namorada? Eu também quis e foi... ótimo. – Riu ao lembrar do vídeo que Yuka a havia mostrado essa semana, de um travesti que dizia ter sido ótimo ser abusado por dois rapazes em um motel.

- Foi instintivo... – Recuperou a respiração tranquila e parecia mais relaxado, ajeitou a roupas e foi até outro cômodo dizendo que iria tomar um banho, convidando-a em seguida. Tomaram uma ducha rápida, se vestiram e Kouga mostrou o apartamento para ela, que realmente ficara impressionada com o lugar. Quando chegaram a uma ampla cozinha, ele tirou um chaveiro que estava pendurado em uma parede entregando a Miko em seguida.

- Por favor Kagome, não se ofenda. – Disse olhando-a fixamente. – Se precisar ou sempre que tiver vontade, venha e fique aqui. Quando começar seu estágio você vai precisar de um lugar próximo para ficar, então aqui está. – Terminou abrindo os braços, mostrando o ambiente.

- Não dia que comprou só para isso?

- Eu também queria um lugar mais confortável para ficar com você, tem Ginta e Hagaku la em casa e eu quero privacidade pra ficar em sua companhia. – Estava tão sério.

- Tudo bem. – A Miko aceitou as chaves colocando-as na bolsa, onde aproveitou para olhar a hora e estavam 10 minutos atrasados para pegar Yuka. – Ai estamos atrasados, vamos?

- Vamos. – Ele acompanhou-a até a porta onde a Miko trancara com a própria chave, dando um sorriso meigo para o youkai-lobo.

...............

Chegaram à casa de Yuka, e ela saiu sem pressa, parecia meio ansiosa mas estava linda no vestido preto que usava, sua cor preferida.

- Konbanwa. – Saudou-os com um sorriso.

- Konbanwa. – Responderam ao mesmo tempo.

- Olha, estão tão animados que nem disfarçam que só estão indo por minha causa. – Falou tudo de uma vez, ajeitando os cabelos cacheados. Kouga riu e a Miko virou-se para trás.

- Boba! Mas eu espero que dessa vez arranje um excelente namorado! – Falou para a amiga recebendo um olhar de desdém.

- Hmm eu nem ligo pra você, só que... – Olhou para a Miko assim que a mesma tocou lhe a mão. – Nossa, está diferente.

- O que?

- Não sei... você. – Yuka olhava confusa para a Miko. – Me esqueça, ai chegamos....

Kouga estacionou em frente a boate, saindo do carro e abrindo a porta de trás primeiro para Yuka, e em seguida abriu para a Miko que enlaçou-se em seu braço. Ele entregou a chave do carro para um manobrista, e entraram por uma outra porta, que era entrada dos clientes VIP que estava vazia, diferente da outra que estava com uma fila gigantesca.

Music 2 Play*

O ambiente era sensacional, música boa tocando e muitos youkais presentes pelo que a Miko pode sentir, muitas presenças estranhas em meio aos humanos, que também estavam aos montes. O youkai-lobo as conduziu para uma espécie de camarote onde sentaram, em seguida fizeram os pedidos das bebidas, Kouga pediu uísque enquanto as duas pediram dois Paradise. Logo chegaram as bebidas, e elas começaram a sorve-las enquanto olhavam ao redor, curtindo o ambiente. Kouga estava estranhamente tenso, com os olhos perdidos no lugar.

Para desconforto geral Inuyasha aproximou-se deles, estava num look nostálgico de jeans preto com um moletom vermelho vivo, que imediatamente fez a Miko lembrar das vestes de pelo de rato de fogo.

- Olha o que eu achei! – O hanyou sorriu a todos, olhando em especial para o decote da Miko.

- Então Inu, me fale uma coisa não está com calor? – Yuka do nada chamou a atenção de todos, realmente era estranho vê-lo de moletom e capuz no meio de uma balada, e quando ele tirou entenderam o porquê, ele estava em sua forma humana, revelando os longos cabelos negros.

- Nossa que excêntrico... não tem medo dos seus cabelos caírem com a química do platinado? – A jovem questionou arrancando risos de todos.

A Miko olhou-a carinhosamente, segurou uma das mãos dela entre as suas e sussurrou no ouvido dela.

- Digamos que é mais uma formalidade... terá que passar por cima desta também.

- Entendi. – Ergueu as sobrancelhas sorrindo em seguida. – Mais um mistério dos amigos estranhos de Kagome.

- Você se inclui nisso. – O hanyou emendou sorrindo. – Afinal é amiga dela também.

- Eu sei... – Ela respondeu estreitando os olhos de um jeito que deixou o hanyou desconfortável, e a Miko ao notar aquilo lembrou-se de uma pessoa.

- Eu tenho certeza que vai gostar dessa surpresa Kagome. – O hanyou falou enquanto um rapaz ruivo de olhos verdes se aproximava da mesa. – Olhe como seu filhote cresceu.

Todos olharam na direção dele, e a Miko abriu um sorriso enorme.

- Eu não acredito! Shippou!!! – Correu para abraça-lo, e ficou ali por um tempo chegando até a chorar.

Yuka revirou os olhos, pensou que pronto, mais um ex da amiga que ela não poderia “comer” por respeito a mesma. O rapaz olhou em sua direção esboçando um sorrido incrível, o que a deixou desconfortável, não ficaria com um ex de sua amiga, mas ele soltou-se de Kagome e veio até ela, colando os lábios dos dois em um “selinho”.

- Que isso? – Kagome perguntou rindo. – Não acredito que seu encontro era com o Shippou!

- Pois é, mundo pequeno. – respondeu dando de ombros.

- Desculpe amor, não resisti a tentação de te beijar. – Shippou sorriu fazendo-a corar, pela primeira vez na vida dela provavelmente.

- Ei, eu vou lá cuidar das músicas, até depois. – O hanyou disse se afastando. E logo o repertório ficou mais animado.

Music 3 Play*

Shippou sentou na mesa ao lado de Yuka, enquanto a Miko voltou para o lado de Kouga, que trocou um beijo com ela.

- Vocês estão juntos? – O youkai-raposa questionou com uma expressão divertida.

- Hai, Kagome é a minha namorada. – Disse cheio de orgulho olhando para a Miko.

- Querida preciso ir ao toalete, você me acompanha? – Yuka pediu a Miko.

- Hai, já volto. – Deu mais um beijo em Kouga, levantando para acompanhar a amiga.

Chegaram ao banheiro e quando a Miko colocou a bolsa na pia para retocar a maquiagem, Yuka falou ansiosa.

- Você já namorou o Shippou? Porque se já, eu quero ir embora do Japão.

- Hahaha obvio que não! Ele é como um filho pra mim.

- Tá, isso foi um jeito estranho de falar, mas estou satisfeita. – Sorriu relaxando e voltando a ser ela mesma. – Agora eu preciso sair daqui e beijar aquela boca deliciosa, que só me fez vontade!

Saíram do banheiro voltando até a mesa, onde Yuka não perdeu nem um segundo sentando ao lado do youkai-raposa, beijando lhe a boca sem pudor algum. Ele a abraçou retribuindo a caricia e pareceu gostar muito. Kouga e Kagome trocaram um olhar e começara a rir, realmente eram amigos extravagantes o que eles tinham ali, mas ficaram felizes apesar da demonstração pública de troca de fluidos. O casal empolgado estava atraindo muitos olhares, o que levou a Miko a abraçar o youkai-lobo.

- Estão chamando a atenção para nós, que estamos só olhando. Vamos fazer igual... – Mordeu o lábio inferior, com um sorriso travesso.

Kouga tomou posse dos lábios dela, alheio aos olhares curiosos, afinal em uma boate “ninguém é de ninguém”. Depois de tantos beijos trocados, a Miko resolveu levantar para retocar a maquiagem. Pensou em chamar a amiga, mas ela estava tão “entretida” que ela achou maldade interferir, foi sozinha mesmo seria rápido, o que poderia acontecer?

Chegou ao banheiro colocando a bolsa sobre a pia novamente, abriu pegando o batom e quando ergueu os olhos para o espelho estreitou os olhos para o reflexo.

- Então é você a nova namoradinha do Kouga, depois de malditos 500 anos você saiu do inferno. – Ayame a olhava com fúria, e sua aura emanando pura hostilidade.

A Miko suspirou guardando o batom na bolsa, com certeza não seria tão simples sair daquele banheiro.

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