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História Meu Segredo com um Youkai - Cap. XXVIII


Escrita por: Pifranco

Notas do Autor


Boa noite! Mais de um mês de sumiço... Pois é... Fazer o quê?

Enfim, cá estou com mais um capítulo!

Sem mais,
Boa leitura!

Capítulo 28 - Cap. XXVIII


Fanfic / Fanfiction Meu Segredo com um Youkai - Cap. XXVIII

 

  Algumas semanas se passaram desde a última ida ao médico do pequeno Seiji. Kagome já havia iniciado a dieta restritiva à açúcar no dia a dia do pequeno hanyou lobo, que apesar de muito forte e feliz, ainda assim parecia uma criança sempre cansada, reflexo de sua enfermidade. O filhote que crescia muito rápido, tomava na chuquinha um suco de laranja lima, enquanto assistia atento ao desenho na tela da televisão de 50 polegadas, sentado no tapete felpudo em frente ao aparelho.

    Kouga ainda de terno, mexia em seu smartphone realizando algumas transações bancárias, enquanto Kagome esperava a torta de frango assar no forno elétrico. Sentada ao lado do marido, analisava alguns processos junto à ele, logo sua licença maternidade terminaria e ela retornaria à antiga rotina de estudos e atividades formativas. Yuka havia continuado com os estudos normalmente, e estava um semestre adiantada, e ligeira como sempre, trazia suas atividades para resolver com sua amiga sacerdotisa.

— Kouga, dê uma olhada nisso. — estendeu o maço de papel grampeado para o marido.

— O que é isso? — desligou a tela do aparelho celular, pousando-o no sofá e aceitando os papéis.

— É uma parte da pesquisa da Yuka para a faculdade. Nesse seminário, ela escolheu a causa gay.

    Ele a olhou de lado, erguendo as sobrancelhas enquanto analisava o documento. Folheou as páginas em pouco tempo, sorrindo ao ver o filhote rindo com o desenho animado.

— Está ótimo. — devolveu o documento para a Miko.

— Sim, também achei. Ela tem a inspiração em casa, não é mesmo?

— Claro, o primo borboleta... — o youkai disse, rindo de um jeito anasalado.

— Kouga! — Kagome o repreendeu. — Até parece que não gosta deles...

— Gosto sim, como seres vivos, pessoas adoráveis, acaba aí o meu gostar. — piscou.

— Seu bobo! Não disse que você gostava, daquele jeito. — revirou os olhos.

    O forno fez o som característico do aviso de que o assado estava pronto, e a Miko levantou do assento indo até a cozinha para pôr a mesa. Com suas luvas retirou a torta do forno, colocando-a sobre os apoios de madeira que ficavam sobre a mesa. Depois, pousou a louça e os talheres, olhando satisfeita e carinhosa para a refeição que havia preparado para a sua família. Quem disse que mulheres de negócios, não podem ser donas de casa e mães maravilhosas?

— Kouga, vá trocar de roupa e lavar as mãos para jantarmos. — falou chegando na sala, e pegando o filho nos braços.

— Estou indo. — levantou do sofá estalando um beijo na bochecha da Miko, e bagunçando os cabelos negros do filho.

    A jovem levou o filhote até o lavabo, onde lavou as mãozinhas do filho e as próprias, indo novamente para a sala de jantar e colocando Seiji no cadeirão.

— Vamos papá? — perguntou ao filho, enquanto prendia o cinto nele.

    Kagome havia preparado uma refeição nutritiva para o pequeno. Frango cozido e desfiado com alguns legumes, pouco sal, mas muito amor. Kouga chegou na sala de jantar enquanto a Miko amassava a jantar do filho com a colher, alimentando-o com a massinha saborosa. O youkai serviu o próprio prato com um generoso pedaço de torta, deixando sua esposa satisfeita.

— Hum... Está gostoso? — questionou ao marido, enquanto limpava a boca do filho, já satisfeito e agora brincando com os talheres e prato de plástico.

— Muito!

— Que bom... — serviu-se também, e seu celular começou a tocar.

— Amor, atenda depois... — pediu a encarando com os olhos azuis, em uma expressão pidona.

— Está bem.

 

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 — Mas que vaquinha... — Yuka cantarolou impaciente, jogando o celular no sofá.

   Enquanto a morena voltava sua atenção à TV, Koji passava pela sala sério, e com roupas estranhamente sóbrias para o rapaz sempre colorido.

— Bi... Onde vai?

— Ao salão. — respondeu seco, pegando a carteira e a colocando no bolso.

— Ah! Então me espera, porque eu quero fazer as unhas! — levantou do assento, mas foi impedida pelo rapaz.

— NÃO!

— Por que não, Koji??? — levantou-se de uma vez, levando ambas as mãos à cintura.

— Er... Estou atrasado, tenho hora marcada. — respondeu ansioso, virando as costas na tentativa frustrada de uma fuga.

— AH! SUA BUNDA! Você sempre vai sem marcar hora, somos ricos esqueceu? Dã! — puxou-o pelo braço.

— Mas me deixa devassa! Quero ir e você demora pra arrumar essa cara!

— Não perderei meu tempo com isso, aproveito que vou ao salão e arrumo os cabelos também.

— Yuka... — resmungou impaciente.

— Koji, você está de arte! Me fala agora, por que não quer que eu vá? — encarou-o ameaçadora, como fazia quando eram crianças e ela queria alguma coisa.

— Ai sua maldita puta! Tá, eu falo... Vou mudar o visual. — chutou pedrinhas imaginárias.

— Nossa e essa mudança era para me seduzir? — debochou, pegando a bolsa e conduzindo-o para fora da casa.

— Ridícula que nojo, não como resto não.

— Então por que eu não posso ir? — olhou-o de canto. — Vai pintar o cabelo de laranja agora? Cansou do azul?

— Não... Vou tirar a tintura dos cabelos...

— Nossa, mas eu o acho tão bonito... Ah, fale a verdade. — abriu a porta do carro, entrando no mesmo em seguida, assim como seu primo o fez.

— Quero ficar mais discreto. — Falou resmungando.

— QUÊ? — encarou-o, confusa. — Como assim? Pra quê? Por quê?

— AI ME DEIXA!!!! — saiu do veículo, batendo a porta e correndo na direção da casa.

    Meio sem entender, Yuka seguiu o primo. A jovem estava ficando preocupada com o repentino descontrole de Koji, sempre tão animado e de bom humor, de repente, ansioso, querendo mudar o visual, tendo segredos... Justo com ela, a prima querida que o amava com todas as forças, e passara ao lado dele por todos os momentos mais importantes da sua vida.

    Chegou à porta do quarto do rapaz, ouvindo-o chorar baixinho, seu coração ficou apertado no peito.

— Koji... — chamou baixinho, dando suaves batidas no obstáculo entre ela e o primo. — Abre pra mim meu amor, prometo que pode me contar qualquer coisa, sempre estarei do seu lado.

    A jovem continuava o ouvindo chorar, mas ainda assim a porta permanecia trancada, e assim ficou por muito tempo, a ponto de ela se sentar no chão por não aguentar mais o cansaço. Sesshoumaru subia as escadas quando viu a esposa adormecida no carpete bege, se ajoelhado no piso e aferindo a frequência cardíaca da jovem em seu pulso, depois cheirando seu pescoço, suspirando ao percebê-la bem.

    Carregou a cacheada no colo, pousando-a na cama macia antes de voltar à porta do quarto do protegido. Bateu.

— Vá embora Yuka... — gemeu o rapaz chateado.

— Não é Yuka. — o tom grave fez o jovem se arrepiar.

— Sesshy? — a porta fora destrancada. — Desculpe.

— O que ela fez a você? — direto como sempre, o Lorde questionou ao rapaz de rosto inchado, sentando em uma das poltronas que haviam no quarto.

— Yuka? Nada...

— Então, o que há?

— Só estou chateado. — fungou.

— Mentir nunca foi a sua maior habilidade. — encarou o jovem por alguns segundos. — Você sempre gostou de desenhar, flores. Malditas flores, por todos lugares que possuíssem uma superfície.

    O jovem soltou um riso, lembrando com carinho da vez que pintara a geladeira com flores azuis, ainda era muito jovem, uma criança. Sesshoumaru criou Koji e Yuka quando eles perderam os pais, a ida da jovem com Kagome à Era Feudal, mudou o contexto do passado amargo do casal de primos.

— Sinto muito... — pediu, tirando os óculos e enxugando algumas lágrimas teimosas, que insistiam em cair.

— Tudo bem. — falou sereno, ainda muito atento às reações do rapaz de cabelos espetados. — Foi Riki?

— Oh! Não, meu doce e eu estamos muito bem. Graças a Kami!

— O que há?

— É que eu... Bem... Riki e eu, queremos adotar um bebê.

— Prossiga.

— Não quero magoar a devas... Digo, magoar a Yuka. Ela sofre toda a vez que falamos sobre filhos e tal...

— Hai. — concordou, acendendo a luz do abajur. — Mas creio que esconder dela a sua decisão, a magoará muito mais.

    Sesshoumaru permaneceu olhando para o jovem, que tinha a cabeça baixa, apoiada pelas mãos. Os cotovelos estavam nas pernas esguias do rapaz de cabelos azuis, que tinha em sua frente, o maior conflito existencial de todos os tempos. Até onde estamos dispostos a ir pela nossa felicidade?

 

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    Passados seis meses do casamento e marcação, Shippou e Camila já estavam de volta à Tóquio. A moça bonita e de cabelos espetados, sorria a todo momento no consultório ginecológico, pois havia tido a maravilhosa notícia, que confirmara suas suspeitas. Camila estava grávida de três meses, mas queria ter certeza absoluta, mesmo com Shippou tagarelando a todo momento que ela estava “prenha”, e que era um menino.

— Doutora? — a baixa mulher, chamou sua ginecologista.

— Pode falar querida.

— Confirma pra mim, é realmente impossível saber o sexo do bebê antes de 13 semanas? — franziu o cenho.

— Sim. Ainda mais o seu, que tá escondidinho e com as pernas bem coladinhas. Na realidade, somente a partir de 16 semanas podemos ter certeza do sexo pela ultrassom. Existem outros meios, como exames de sangue por exemplo. Você gostaria de fazer?

— Eu não! Só queria tirar a dúvida mesmo, prefiro a surpresa. — Camila disse sorridente.

— Está tudo bem com seu filho, volte daqui um mês para a consulta de rotina do seu pré-natal. — a médica, que era um senhora de cabelos brancos, sorriu para a jovem empolgada. — pode se vestir.

     Camila saiu do consultório triunfante, sorrindo ao ver o youkai raposa sentado na sala de espera da clínica, lendo algumas revistas sobre bebês.

— Sim, estou grávida. — disse, se sentando ao lado do ruivo.

— Eu já sabia disso. — piscou um olho, suas sardas brilharam sob a luz branca do local.

— Isso não significa nada. — mostrou a língua rosada, mal criada. — Ela me garantiu, que não tem como saber o sexo do bebê tão cedo.

— Isso para filhotes humanos, minha cria é meio youkai também! — cruzou os braços.

— Isso não significa nada Shippou! — contrariada, Camila pegou a bolsa e saiu batendo os pés.

— Baixinha chata! — O youkai resmungou enquanto ria, correndo na direção da esposa grávida.

    Os passinhos apressados da jovem de baixa estatura, foram alcançados com facilidade pelo ruivo alto. Aquela criaturinha, tão pequenina, era forte, corajosa, e incontestavelmente, teimosa. Quando tinha algo em mente, nada poderia mudar seu foco.

— Sai! Nem chega perto de mim! Enferrujado, sem graça... — espalmou as mãos miúdas, contra o peito largo do youkai.

— Mas meu amorzinho, por que tanta raiva?

— NÃO ESTOU COM RAIVA! — gritou.

    Para piorar a situação, Shippou achava linda, cada manifestação de raiva que Camila tinha, a enfezando cada vez mais, mas a atenção do ruivo fora tomada por um cheiro muito conhecido.

— Você está me ouvindo? — Camila repetira, pela terceira vez o chamado ao marido.

— Perdão?

— Estou te chamando... — resmungou, os braços cruzados no peito.

— Eu nem ouvi, desculpe. — beijou a mão da esposa. — Achei que tivesse visto alguém... — os olhos verdes do youkai, perdidos em uma esquina qualquer.

 

 

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    De fato, Shippou havia sentido o cheiro de Ayame, fortemente misturado com um odor muito próximo do enxofre. Ele queria perseguir aquela pista estranha, mas com sua esposa grávida, seria loucura se meter em uma “fria” dessas. Nada tirava da cabeça do ruivo, que era muito estranho a youkai lobo aparecer pelas redondezas pela terceira vez naquela semana. Por bem, Shippou achou melhor tomar medidas a esse respeito.

 

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Uma semana depois...

— Kéh! Tenho outras coisas pra fazer Shippou! — o hanyou reclamava, olhando para o relógio repetidas vezes.

— Cale a boca seu maldito, também tenho meus afazeres, porém, há algo a discutir. — Sesshoumaru arrematou, levando uma xícara de café quente aos lábios finos.

— O que pode ser tão importante, a ponto de fazermos uma reunião? — Kouga resmungava, olhando para o Rolex em seu pulso, ansioso igual Inuyasha.

    A porta do escritório do Dai-Youkai fora aberta, e por ela, Shippou passou com expressão preocupada. De cenho franzido e lábios curvados em um sorriso nervoso, o ruivo acomodou-se em uma das poltronas de couro, assim que a porta atrás de si, fora fechada pela secretária.

— Boa tarde à todos. — a raposa sorriu, depois, voltando ao semblante sério.

— Fale de uma vez! — Inuyasha pediu, cruzando os braços e fazendo um bico.

— Acredito que Ayame... — o ruivo começou.

— Ah não! Não quero saber da Ayame! — Kouga disse de uma vez, revirando os olhos.

— Kéh! Quem mandou não ter resolvido as coisas com aquela psicopata???

— Ora seu!

— Por mil demônios! — Sesshoumaru explodiu, massageando as têmporas com ambas as mãos. — Fale maldita raposa, antes que eu os incinere do planeta...

    Kouga e Inuyasha trocaram um olhar zombeteiro, e entre alguns sussurros ouviu-se “Ele não ganhou ontem”, o que fora o estopim para que o senhor do oeste chicoteasse aos dois com seu chicote venenoso, não os feriu, mas rasgou um pouco as roupas, e assim, a reunião pôde continuar normalmente.

— Desconfio que Ayame está tramando alguma coisa. — o ruivo disse de uma vez.

— Tipo o quê? — o youkai lobo questionou. — Você sabe de alguma coisa?

— Ela não está sozinha, não é mesmo? — Sesshoumaru falou, estreitando os olhos.

— Não, de fato, ela anda com alguma coisa... — Shippou começou, confuso. — Aquilo, às vezes é homem e às vezes é mulher.

— Aquilo, quem? — Inuyasha quis saber. — Ahhh! Aquela loira que você levou pro Motel Sesshou...

    O hanyou levou um soco na boca, sendo arremessado longe pelo irmão mais velho. Foi engraçado ver Shippou e Kouga trocarem um olhar, cheio de significados, zombando de Sesshoumaru e sua vergonha pública em sair com a “traveca” youkai, porém, não ousaram interferir na ira, já tão pronunciada do youkai cão.

— Enfim, elas andam circulando pelo meu bairro, e eu fico preocupado a Camila está prenha e... — o ruivo foi interrompido, pelo lobo.

— Meus parabéns cara! Finalmente não serei mais o único pai nessa bagaça!

    Kouga não falou por mal, mas a assertiva atingiu em cheio ao youkai branco. Era fato conhecido à todos daquele círculo de amizade, que a fêmea escolhida por Sesshoumaru tinha dificuldades em engravidar, e ele como qualquer macho dono de um “império”, queria desesperadamente um herdeiro. Claro, que apesar da rudeza conhecida do Lorde, ele não pressionava mais a esposa. Há pouco tempo ela havia se recuperado de uma depressão profunda¹, e o assunto natalidade, era evitado naquela família, fora o fato de que, Sesshoumaru lembrava que antes de sua esposa ir à Era Feudal, ela tinha um caso amoroso com o youkai raposa, e apesar de não ser dado à ciúmes, o assunto causava um pouco de mal-estar ao Dai-Youkai, por isso, apesar de ele e Inuyasha se lembrarem desse detalhe, ambos o ignoravam como se não o soubessem. Sesshoumaru se punha a pensar que “chumbo trocado não dói”, pois Camila, esposa de Shippou, era a reencarnação da pequena Rin, sua opção antes de conhecer Yuka.

— Ei, seu maldito! — o hanyou chamava ao irmão repetidas vezes, mas o mesmo demorou para responder. — Você está bem?

    Sem proferir outras palavras, o youkai branco levantou-se e caminhou até chegar à porta, abrindo-a e indicando a saída para os presentes com um movimento com a canhota.

— Ok! Entendi a mensagem. — Kouga foi o primeiro a sair, não parecia irritado, na verdade estava bem satisfeito por voltar para a sua casa, para a sua família.

— Vamos tomar uma atitude, não vamos? — Shippou perguntou, ao passar pela porta.

— Hai. — O Lorde respondeu, olhando para o irmão. — Saia também.

— Tudo bem, nos vemos depois.

    O hanyou parecia já ter se esquecido do momento tenso entre ele e o irmão, pegando o celular nas mãos e ligado para uma pessoa.

“ — Er... Oi? Sim, eu sei. Veja Kohaku, eu gostaria de encontrá-lo hoje... — o hanyou sorriu com a resposta. — Certo, te pego às oito.”

    Com um sorriso bobo, Inuyasha guardou o aparelho celular no bolso do terno, indo para casa em seguida.

 

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    Depois do episódio melancólico de Koji na semana anterior, ele e a prima acabaram indo juntos ao salão, porém, sem ela saber do motivo para a tal mudança no visual.

— Meu amor, por que mudar a cor dos cabelos? — a cacheada insistia.

— Ain!!! Chega disso devassa... E por que você está alisando os cabelos?

— Se eu não der um jeito nessa juba, vou cortar em casa mesmo! Ah, Sesshoumaru quer que eu mantenha esse cabelão, sendo que não entra nem um pente se não estiver molhado!

— É... Sua linhagem portuguesa... Te deixou peluda e com o cabelo ruim, fora os olhos enormes. — fez cara de falsa desdém.

— Ih, olha quanto veneno nessa boca, que vai ficar banguela, se não calar essa porcaria!!!

— Violenta, vingativa! Guarde seu ódio para a Hanaly, a sua depiladora Indiana Jones...

    Passaram pelo menos 4 horas com eles no salão, e mesmo usando das piadinhas, Koji também foi depilado por Hana. O casal de primos seguiu para casa, com aquele ar de “dever cumprido”. Entraram em casa e foram recebidos por Riki, que sorriu encantado ao notar a mudança em Koji.

— Baby, você está... Ual! — o moreno disse, bagunçando os cabelos do namorado, que agora tinham uma coloração amendoada, num castanho claro, bem próximo do loiro. — Ficou bem natural, e você está uma delícia.

— Own meu doce! — levou ambas as mãos ao peito. — Tá me encabulando...

— Eca! — Yuka se manifestou, tirando os óculos escuros.

— Pega leve, Lady Taisho. — o mais alto começou, abraçando Koji pela cintura delgada do rapaz. — Seu cônjuge está na biblioteca, chegou mais cedo e parece nervoso.

— Oh! — a morena levou a destra aos lábios. — Vou tentar falar com o todo poderoso, mas fiquem atentos, ok?

— Dramática... — Koji resmungou entre risos, enquanto sua prima revirava os olhos.

    A jovem deixou o casal homoafetivo na sala, caminhando meio hesitante até à ala leste da mansão. Nunca era uma boa ideia importunar Sesshoumaru, ainda mais quando ele estava de mau humor, o que acontecia quase sempre, mas ainda assim, ela resolveu ver se ele necessitava de alguma coisa.

— Olá querido!

— O que você fez com o seu cabelo?

    O youkai estava realmente aborrecido, em sua forma natural, coberto de marcas magenta, a meia lua na testa, garras e caninos pontiagudos, e ainda por cima, estava inclinado a implicar com a mudança nos cabelos da jovem, que agora os tinha bem lisos e longos, porém, bem aparados nas pontas.

— Gostou, meu bem? — fingiu não se importar com a cara feia, que ele ainda fazia. — Não estava sendo fácil lidar com eles...

    A frase interrompeu-se na garganta da morena, que meio sem saber o que fazer, apenas respirou fundo ao vê-lo se levantar da cadeira, rodear a mesa, e chegar em sua frente, em poucos segundos.

— Não cortou muito. — disse, por fim.

— Não Sesshy, eu apenas pedi para que alisassem. — ele estendeu a mão pálida. Yuka olhou meio desconfortável para as garras afiadas, passando a centímetros do seu rosto. Ele alcançou uma mecha dos cabelos castanhos, rodeando os dedos a se enroscar nas melenas compridas. — Foram só as pontinhas.

    Ela o achava atraente em sua forma youkai, mas algo não estava indo bem. A tensão se fez, quando o viu sério sentado em sua mesa na biblioteca, parecia irritado, e a impressão continuava. Deu um gritinho quando ele, bruscamente, a virou de costas, cheirando seu pescoço.

— Seu coração, está acelerado. — disse, enquanto erguia os cabelos da jovem, expondo seu pescoço e pondo-se a deslizar a língua pela pele arrepiada. A ela, só cabia a função de gemer.

    Durante uma espiadela “bem intencionada”, Koji e Riki arquearam as sobrancelhas com o que viam. O mais jovem ficou meio chateado, não gostou da forma que sua prima estava sendo pressionada contra à estante de livros, o rosto virado para o lado, sendo espremida entre o móvel e o corpo do youkai, que vez ou outra investia os quadris na direção das nádegas da jovem, em claras intenções sexuais.

— Vem, baby. — cochichou.

— Meu Kami... — murmurou, baixinho. — Não gosto quando ele fica assim...

— Assim como? — Riki questionou, gatinhando ao lado do namorado.

— Ah... Assim, demoníaco. Ainda mais daquele jeito, louco pra transar.

    Bateram a poeira dos joelhos, assim que se levantaram ao chegar na sala.

— Ele deve estar estressado, só isso. — o mais alto agarrou o namorado, beijando-o na bochecha rosada. — Nada melhor do que sexo, para tirar a tensão de um homem.

— Meu doce... Ele não é um homem, é um youkai. — suspirou.

— Mas baby, o que tem isso?

— Ele não vai fazer sexo de forma, “carinhosa”. — fez aspas com as mãos. — E a Yuka não anda muito bem...

— Ele deve saber disso. — tentou tranquilizar ao menor.

— Não meu doce, eu descobri sozinho... Eu ouvi ela se queixando de “dores” para a ginecologista dela, e ela não me contou nada. Eu sou o confidente dela e eu não sabia. Você acha mesmo, que ela disse isso à ele?

 

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         Ser jogada a cama, ela gostava disso, mas não hoje. Era difícil não se excitar com as carícias de Sesshoumaru em seu corpo, mas ele parecia ansioso, muito ansioso. Beijos, mordidas suaves, e arranhões que marcavam a pele de Yuka, a saliva que deixava os bicos dos seios molhados e durinhos, os cabelos longos e prateados e escorregavam pela sua pele, acompanhando o destino para o qual sua boca viajava. Dos seios ao umbigo, e por ali ficaram, os cabelos, pois a boca avançou muito além... Ser devorada entre as coxas era sempre aprazível, ainda mais com os lábios finos e sedentos do seu marido, que chupavam, com muito gosto, os grandes lábios da vulva umedecida, mas ainda não era o suficiente... A tensão permanecia assombrando a senhora Taisho, algo está errado... Como dizer?

    Ele não era bobo. Percebeu que ela não estava molhada como de costume, mesmo que estivesse sentindo prazer, ainda estava longe de ser o comportamento de sua afogueada esposa, que por vezes gritava, tamanho era o seu deleite. Dessa vez, ela gemia, baixo, mas gemia. Tentou se segurar, quis não continuar se algo a preocupava, mas seus desejos estavam à toda, seu corpo clamava pelo dela, desesperadamente. Puxou-a pelas canelas, até que o sexo dela estivesse na posição ideal para ser visitado, aberto para ele.

    Ela tentou fechar as pernas e se afastar, cobriu as mamas com um braço e se apoiou no outro, queria prolongar as preliminares. Não teve sucesso. Não estou pronta Sesshoumaru, ainda não. As palavras ficaram presas no pensamento, e novamente teve as coxas afastadas. Relaxe, vai ser bom... Sempre é bom, tentou se convencer.

    O gemido não pôde ser abafado por ele. O calor o envolvendo, e apesar da secura ainda era ensandecedor penetrar a vagina da esposa, que com os olhos bem fechados, respirava pesado e trincava os dentes. A morena sentia um desconforto extremo, suas paredes íntimas pareciam estar sendo escancaradas. Ela tentava relaxar, mas nem mesmo conseguia pousar os quadris no leito. O youkai acabou se rendendo ao momento, estocando algumas vezes, até que ela não suportou mais.

— Sesshoumaru, por favor... — se afastou dele, o empurrando e arrastando os quadris para trás, apoiada por ambos os braços no colchão. — Assim está doendo.

    Ele respirou fundo. Passou a destra pálida no rosto, fechando os olhos. A virilha doía de forma angustiante, o membro úmido apontava para o alto.

— Não podemos tentar de outro jeito? — deixou o orgulho de lado. Pediu para que continuassem.

— Eu posso te satisfazer meu amor, de outra maneira. — curvou levemente o tronco, afim de praticar felação para o marido, mas ele negou.

— Não quero isso! — falou impaciente, ela se encolheu entre os lençóis. — Venha aqui. — não foi uma ordem, pois o tom usado foi o de súplica.

    Erguendo os olhos por um instante, a morena se aproximou dele depois de um suspiro, já tendo seu pescoço como alvo de novas carícias. O corpo menor foi erguido com facilidade, e ela foi posta sentada de frente para o youkai, que também estava sentado na cama, com as pernas afastadas e joelhos levemente flexionados. A jovem deu um pulinho ao sentir a investida do falo rijo em sua entrada, mas forçou-se a continuar ali. Baixou o corpo, engolindo-o lentamente, até onde podia suportar.

— Vamos mulher... — rosnou ao seu ouvido, ansioso por não controlar mais o ato. — Mexa essa... Não estou mais aguentando... Vou explodir.

    Com calma ela o envolveu pelo pescoço, com ambos os braços. Os mamilos amorenados estavam entumecidos, e essa visão agradável, tomou a atenção do youkai por alguns instantes, o tempo suficiente para ela subir e descer sem muita pressa, pela extensão do órgão dele, que já latejava de tesão. Ele a olhou nos olhos enquanto ela realizava o sobe desce sexual, com os olhos estreitos de prazer, os lábios entreabertos, e gotinhas de suor espalhadas pelo rosto perfeito. Sacana... Está se segurando ao máximo..., a jovem pensou.

    Ele permanecia bem próximo à ela, mesmo sabendo que isso dificultava um pouco a movimentação. Era deleitoso ter os bicos dos seios dela vez ou outra, esbarrando em seu peito suado. Mantinha ambos os braços com marcas magenta, envolvidos na cintura fina, porém, carnuda da jovem morena, que tinha fios de cabelo colados ao suor de sua face. Ele pensou em arrumar isso, mas não queria se desprender dela, nem um segundo sequer. Estava muito bom...

    Como foi prazeroso para ele, percebê-la tirando proveito daquele irmanar especial. Aos poucos seu pênis foi sendo melhor acomodado pelo canal íntimo, e ela se aventurava em aprofundar um pouco mais a cada descida que realizava, umedecendo seu interior, aquecendo-o mais e mais.

— Quero... Eu quero... — ele começou a dizer, mas sentia seu orgasmo se aproximando. Segurou-a com força, trincando o maxilar e encarando-a por alguns instantes. — Quero meter em você. Vou enlouquecer se não deixar...

    Yuka encarou o marido com estranheza. Sesshoumaru não era dado à linguajares chulos, era estranho ouvi-lo assim, mas era extasiante em contrapartida, saber que o provocava nesse nível.

    Deitou o corpo rumo ao colchão, tendo as costas amparados pelo youkai, que movimentava-se junto à ela, tomando a posição dominante na cópula. O órgão grande foi novamente inserido no corpo menor, encontrando agora o abrigo perfeito, se encaixando quase que em totalidade na cavidade úmida, que se contraía levando-o ao delírio.

    Agora, ele me partirá ao meio..., pensou chorosa em seus enfoques, porém, sendo surpreendida positivamente pela realidade. As investidas vieram profundas de fato, mas não tinham força, ele não quis “meter” literalmente. Estava mais para um delicioso, colocar suavemente, inteiro, e tirar em seguida, repetidas vezes. E foi melhor do que o imaginado, pois todo esse momento a dois, veio coroado com mãos dadas. Ele se apoiava no colchão com a canhota, mas a mão livre tomou a mão pequenina, entrelaçando os dedos.

— Oh, Sesshoumaru... Eu te amo. — a declaração veio sem pretensões, pois, ela fechou os olhos, apenas ouvindo-o soltar o ar pelo nariz, próximo ao seu ouvido.

    Com estocadas mais curtas, em intervalos cada vez menores, ele alcançou um primoroso orgasmo, que durou por longos segundos, enquanto sua semente era despejada no interior de sua esposa, que dormiu pouco tempo depois de se retirar dela.

— Eu que amo você. — suspiro profundo. Não falou para ela ouvir.

 

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          Yuka acordou às 10:00, Sesshoumaru já havia ido trabalhar fazia muito tempo. Ao tentar se sentar no leito, uma dor aguda a alcançou no baixo ventre, como se fosse uma forte cólica menstrual, fazendo-a ver estrelas e gemer de agonia.

— Koji! — tentava gritar, mas doía muito, mas não tinha outro jeito. — KOJI!!!

    Não demorou, e o primo estava abrindo a porta da suíte principal.

— O que foi meu doce??? — se aproximou da cama, dando um grito de horror.

    Ao levantar o edredom de penas de ganso, viu a prima com a camisola impregnada de sangue. Uma hemorragia afligia à senhora Taisho.

— Aquele desgraçado! Como ele teve coragem!? RIKI!!! RIKI, PELO AMOR DE DEUS!

 

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    Hospital, internamento, cirurgia. Essas três palavras dançavam nas mentes dos presentes, na sala de espera da clínica da mulher, em Tóquio. Kagome permanecia atenta à movimentação dos médicos, volta e meia recebendo mensagens de Kouga, que havia levado o filho para o escritório com ele, tinha tudo o que um bebê poderia precisar à disposição do youkai, na Otsuka Associados.

    A Miko ainda estava em choque. Sua amiga e irmã de alma, passaria por um delicado procedimento cirúrgico, algo que a arrasaria pelo resto dos seus dias: A retirada do útero, tomado pelo sangue e infecção da endometriose, doença que não haviam diagnosticado antes, e alguns miomas. Parte dos intestinos, trompas e todo o corpo uterino foram afetados, e uma infecção havia se instalado de forma silenciosa, a jovem só vinha sentindo os sintomas de forma mais drástica, pouco tempo atrás. O pior, foi saber que ela já vinha procurando tratamentos para engravidar, e nenhum dos ginecologistas encontravam indícios da enfermidade, já bem avançada.

— A minha querida vai morrer de tristeza, Kah... — Koji murmurou, à lágrimas, sendo amparado por Riki.

— Oi gente, como ela está? — Inuyasha chegou ao hospital, acompanhado de um rapaz moreno, que Kagome sentia conhecer.

— Vão operá-la, Inu... — a Miko respondeu.

— Oh, desculpe. Este é o Yuri Kohaku. — o hanyou o apresentou com naturalidade.

    Um “click” aconteceu para Kagome, que olhou pra o Hanyou, tendo um meio sorriso de confirmação, porém, ficou em silêncio, não era hora para comemorações ou assuntos felizes.

— Muito prazer. — disse, apenas.

— O prazer é meu. Sinto muito que tenham me conhecido dessa maneira... — o rapaz disse sem jeito, se desculpando.

— Não é sua culpa. — Koji se meteu no assunto. — A culpa é dele! — apontou para Sesshoumaru, que sem entender, olhava para o protegido, que mantinha-se apontando o dedo indicador para o Dai-Youkai, em acusação.

 

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Notas Finais


A culpa NÃO é do Sesshoumaru!!!!! Isso foi uma fatalidade, e ele foi muito fofo com ela!!! Mas nossa biba borboleta não sabe né gente... Temos bomba!
Inu e Kohaku!!!!! ME JULGUEM! ME QUEIMEM NA FOGUEIRA! MEUS SHIPPS NÃO TEM LIMITES!!!
Sim, Ayame ataca novamentchi :) Não ligo, ela é a minha vilã possuída!
A FIC TÁ ACABANDO!!!!! Isso tá acabando é comigo... Meu bebê cresceu e vai embora de casa!
Beijos! Não me odeiem pelos shipps, é só uma história, tá?
Muito obrigada!

1 — Temos um artigo interessantíssimo sobre a Depressão, aqui neste link: http://www.vidadequalidade.org/a-depressao-profunda-ou-depressao-clinica-sintomas-e-tratamento/comment-page-2/


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