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História Meu Tio Brian - Twenty Three


Escrita por: ShinigamiSoul

Notas do Autor


Desculpem a demora para postar e responder os comentários anteriores!
Eu me esqueci... E isto é decepcionante para mim...
Me perdoem, não fiz por mal, não consegui responder antes porque também houve o imprevisto que meu PC resolveu desligar e não ligar mais, mas depois de muita paciência e esforço ele ligou!
Então muito obrigado a quem comentou e favoritou a fic, e a quem acompanha também!
Amo vocês!
Espero que gostem do capítulo!
Boa leitura ^^

Capítulo 23 - Twenty Three


Naquela manhã o dia nasceu nublado. Estava tudo quieto na casa e por um momento me perguntei se todos não tinham saído, mas ao descer as escadas e ver minha mãe e minha avó Suzy na cozinha tomando um café-da-manhã “entre mulheres” soube não estar sozinho. Percebi que havia algo triste e amargo tomando elas. Somente minutos mais tarde percebi que Jack tinha morrido, e este fato parecia distante da realidade.

Parei na porta da cozinha esperando as duas me notarem, assim quando minha mãe me viu e sorriu percebi que estava tudo bem invadir o espaço delas e compartilharmos o café.

— Acordou cedo? — perguntou minha mãe quando me sentei com elas, olhei o relógio na parede e somente ali constatei que eram seis da manhã.

— Não consegui dormir muito — disse me dando conta de que dormira mal.

— Zacky — começou Suzy — eu sinto muito por Jack — falou ao apertar meu ombro de forma solidária. Apenas sorri forçado dizendo que estava tudo bem.

— Vocês duas também não conseguiram dormir? — perguntei ao colocar o café na xícara.

— Jack era alguém bem próximo dessa família, era nosso vizinho e alguém presente em nossas vidas — disse minha mãe fazendo gestos tristes com a cabeça — é uma pena ter sido assim...

— O enterro será à tarde Zacky, se quiser não precisa ir — falou Suzy.

— Eu preciso ir, alias ele era alguém importante — a partir dali um silêncio tomou nós três, parecia que nenhum de nós queria ou estava disposto a falar de algo triste como a partida de Jack, então o silêncio pareceu a melhor opção.

Sai dali quando terminei de comer. Subi as escadas novamente com a desculpa de que precisava descansar mais, e sorrateiramente andei pelos corredores até chegar de frente ao quarto de Brian onde bati na porta delicadamente antes de escutar um preguiçoso “entra”.

Abri a porta e entrei no quarto escuro pelas cortinas fechadas e frio pela falta de luz solar. Brian estava deitado de bruços com os olhos fechados numa preguiça e sono invejáveis para quem não dormiu bem e estava com a insônia ponderando a mente.

Fechei a porta atrás de mim e segui silenciosamente até a cama na ponta dos pés onde Brian estava deitado, levantei o cobertor para me encaixar ali dentro e entrei no seu conforto me cobrindo e abraçando o corpo dele que ao sentir o abraço ergue a cabeça em minha direção e sorriu ocioso ao ver que era eu.

— O que está fazendo aqui? — perguntou com um sorriso nos lábios — achava que era Suzy perturbando meu sono real.

— Não consigo dormir e não quero ficar sozinho lá embaixo com o luto — disse ao me agarrar a ele. Brian se ajeitou ficando com o corpo frente a mim, me abraçou e deu um beijo gentil e rápido nos meus lábios seguido de uma expressão temerosa e compreensiva.

— Eu sinto muito por Jack...

— Quero que me prometa que vai ao enterro dele hoje à tarde comigo — disse lhe olhando firme.

— Por você eu vou — falou ele fechando os olhos os cobrindo de sono, e assim eu o deixei dormir me virei e ele abraçou meu corpo por trás transmitindo o calor corporal reconfortante que somente ele tinha.

Fechei os olhos um pouco para tentar relaxar, dessa vez com Brian comigo, assim dormi um pouco e só acordei quando a tarde chegou.

***

Quando me acordei olhei o relógio e vi serem duas da tarde, fechei os olhos de maneira triste ao pensar que dali a algumas poucas horas seria o enterro de Jack, acho que não estava preparado para aquilo, mas no fundo algo dizia que algumas coisas deviam acontecer e aquilo tinha acontecido.

Sai da cama escutando um resmungo de Brian, o olhei e o vi daquela forma displicente com o cabelo bagunçado, os olhos fechados fortemente e sua bochecha amassada pelo travesseiro, me permiti sorrir somente naquele momento, mas fechei a cara e lhe balancei pelo braço lhe acordando devagar.

— Brian acorda — eu falei ao lhe agitar com certa força — precisamos nos ajeitar, o enterro vai ser daqui a unas horas.

Brian me olhou e sorriu mais afirmativo que simpático se levantou preguiçosamente esticando os braços ao alto para afastar o sono ainda presente e se espreguiçou antes de bocejar e vir e minha direção dando um selo de lábios rápido me olhando nos olhos.

— Está pronto? — perguntou sério sem sinal de sono algum em sua voz.

— Claro que não, ainda preciso comer, tomar banho, trocar de roupa... — antes de terminar minha linha de raciocínio Brian me interrompeu.

— Não falava disso, estou perguntando se está pronto para ver Jack ir, dessa vez para sempre.

Aquela me pegou de surpresa e minha única reação foi um franzir de lábios junto a uma careta antes de um soluço triste seguido de uma ou duas lágrimas rolantes. Brian me abraçou e afagou meus cabelos gentilmente, assim apenas continuou a dizer coisas como “vai ficar tudo bem” antes de eu me recompor e sair do seu quarto para me preparar para o que fosse ser o enterro de meu vizinho.

Entrei no meu quarto para me vestir depois do banho, infelizmente tive de usar aquele terno preto deprimente que minha mãe me obrigara a usar centenas de vezes, disse que seria lamentável eu ir a um enterro vestindo uma camisa preta de alguma banda, seria desrespeito. Mas eu não me importava em ser desrespeitoso ou não, a verdade era que Jack se sentiria bem melhor sabendo que alguém fez do seu velório algo mais que uma série tortuosa de lágrimas, lamentos e tristezas usando uma camisa do Metallica.

Assim quando me aprontei e desci as escadas vi meu pai, minha mãe, Suzy e Brent, cada um me dando um olhar caridoso que eu detesto receber, menos Brent claro que apenas virou o rosto quando me viu.

— Cadê o Brian? — perguntei, minha mãe franziu o cenho, somente ali percebi que ela antes de ir para a viagem tinha lhe dado com um filho distante do tio e agora o via direto com ele.

— Ele já foi — disse meu pai sério — seu avô o Gates veio buscar ele e os dois foram juntos...

— Gates levou Brian? — perguntei em tom incrédulo.

— Eles precisavam resolver uma coisa de família — falou Brent depois de muito tempo sem dirigir uma única palavra para mim. Assim baixei o olhar e não deixei que nada atrapalhasse meus pensamentos nem minha amargura, às vezes sentir a tristeza como ela é não faz literalmente mal, às vezes é bom, principalmente num momento como aquele.

Segui junto a minha família a pé ao cemitério local da cidade que não passava de alguns poucos quarteirões da casa de Suzy, assim ao chegarmos ao cemitério cheio logo me afastei. Vi meu familiares se espalharem e falarem com outras pessoas dando seus pêsames e trocando palavras de conforto. Eu por  outro lado estava sem paciência para aquilo, para mim que cada um ficasse com sua dor.

Afastei-me e fiquei sentado debaixo de uma árvore sempre procurando manter uma distância dos outros e procurando com minha visão Gates e Brian que deveriam estar numa conversa que começava comigo e terminava com nós dois, eles estavam com certeza falando de nosso relacionamento não tão relacionamento assim e isso me deixava receoso.

Assim passei a tarde toda durante o velório debaixo daquela árvore, sentado, triste, querendo Brian comigo e pensando no mais variado tipo de idiotice existente. Somente quando Jack foi enterrado e todos foram embora que tomei o luxo de encaminhar-me até sua sepultura e lhe deixar uma rosa branca descansar em seu túmulo.

— Eu sinto muito Jack — sussurrei — se eu soubesse o que ia acontecer, teria feito algo...

Parei com o que iria ser um discurso porque sabia que não ia conseguir terminar, já que minha garganta parecia começar a queimar e sentia as lágrimas querendo saltitar de meu rosto. Assim deixei a flor e minha tristeza e fui embora. Voltei arrastando os pés e quando cheguei à casa de minha avó Suzy o mesmo ar fúnebre parecia tomar o lugar.

Entrei quase que imperceptível, já estava anoitecendo e assim que cheguei à cozinha vi minha avó e minha mãe trocarem sussurros furtivos como se comentassem algo perigoso. As olhei tentando sorrir, mas meu sorriso saiu meio diferente do que pretendia formando algo quase que como uma careta.

— Onde está o Brian? — não sei quantas vezes fiz aquela pergunta no dia e parecia na expressão de minha avó e minha mãe que somente agora parecia ter importância.

— Ele está no quarto — falou Suzy sorrindo amarga.

Subi as escadas correndo pronto para dessecá-lo pensando na maneira como ele tinha me deixado: sozinho no enterro de meu amigo que por acaso ele tinha assassinado, queria ver qual era sua desculpa para não estar comigo num momento difícil como aquele.

Bati em sua porta quando cheguei à frente da mesma, quase a derrubei para ser sincero, mas somente desse jeito Brian deu sua ordem de “entre” meio mórbido. Entrei no quarto me dando com um Brian triste sentado na cama, aflito, pensativo, raivoso, amargurado, fosse o que ele sentia naquele momento era um dos piores sentimentos que eu poderia descrever. Sentei-me ao lado dele passando minha mão nas suas costas num sinal de consolo, que para falar a verdade não sabia o que estava consolando.

— Ei você está bem? — perguntei preocupado.

— Precisamos conversar — falou sério.

— Claro — respondi apreensivo.

Para ser sincero o que ele disse foi à pior coisa que eu poderia ter escutado, porque no fundo eu o amava, e aquilo não era apropriado para ele dizer, principalmente num momento tão delicado como aquele em que eu perdera Jack.

— Eu vou embora...


Notas Finais


Então gostaram?
Espero e cruzo os dedos para que sim!
Me desculpem qualquer erro, e alias espero que me perdoem novamente pela demora para postar e responder os comentários!
Comentem e favoritem ^^
Até o próximo!


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