Tédio, ódio e tristeza. Nos últimos dias isso foi mais que constante.
Desde daquele maldito beijo eu estava daquela forma. Beijar o Allan foi como a porta do céu e do inferno pra mim, e quem dera fosse exagero meu. Desde aquele dia nossa amizade continuou da mesma forma e esse era o problema, afinal a amizade não mudou mas meus sentimentos por ele sim. Lá estava eu num drama adolescente, amando meu melhor amigo.
Que droga Alícia, o que deu em você garota?
Fazia questão de me perguntar isso toda manhã, que aliás após aquele beijo, sempre acordava pensando nele. Sabe o pior? Sinto que este sentimento não é de agora, ele vem de muito tempo e eu só abri meus olhos pra ver agora.
I need u de BTS começou a tocar, era o toque do meu celular interrompendo meus pensamentos. Deixei a música tocar um pouco e cantei junto, para uma army cantar BTS era a melhor coisa. Até que finalmente atendi, nem vi quem era.
- Quem ousa atrapalhar meus pensamentos e me fazer cantar junto com os garotos da minha vida? BTS, nunca irei me cansar - Soltei um suspiro.
- Sou eu Ali - Senti um arrepio percorrer minhas costas, e minha respiração começando a se atrapalhar. Allan, por que raios você tinha que me ligar? - E eu também não vou me cansar, BTS é a pura perfeição, tanto que mesmo eu sendo hétero, pegava os membros.
Ri abafado, ultimamente vem sendo difícil me controlar e me entender. Era difícil para mim ainda aceitar que eu amava ele, era difícil aceitar meu desejo por ele.
- Ligou pra que? - Perguntei e mordi o meu lábio inferior. Sabia que seria algum pedido e eu não estava conseguindo mais, agora doía ficar perto dele e não poder tocá-lo, doía muito fingir ser a namorada dele já que eu realmente sabia que tudo era encenação.
Estava na famosa e tão desagradável friendzone.
- Quero que à noite esteja preparada. Vai ter um jantar aqui em casa, meus avós e meus pais querem a sua presença - Tenho certeza que ele sorriu nesta parte, o conhecia o bastante para adivinhar suas expressões faciais, mesmo que pelo celular - Esteja linda, aliás você é linda.
Allan cala essa sua boca se for pra me iludir.
- Ah, obrigado, mais alguma coisa?
- Sim, quando você chegar na minha casa, diz que passei a tarde toda na sua casa? Só pra confirmar pros meus pais - Ele disse e olhei o relógio, era meio-dia... Ele estava em algum lugar e fazendo algo que não deveria, teria que mentir que ele passou a tarde comigo só para ele sair ileso e como santo.
- Só se me disser o porque - Acredite, eu me arrependi profundamente de ter falado isso " Por que não diz logo pra sua amiga que estamos nos pegando? É mais fácil " ouvi uma voz cínica e doce de uma mulher no fundo - Aliás, eu entendi, obrigado e que você se foda, literalmente.
Desliguei o celular e respirei fundo. A opinião dele naquelas hora nem me importava, o que me importava era que ele me machucava, ele havia parado de ser mulherengo. Começou novamente, só para cortar e ferir meu coração.
Allan, eu lhe peço, tenha piedade de mim.
Desço as escadas e vejo minha mãe cuidando da Júlia, respiro fundo e vou até elas.
- Mãe, ir pro Brasil é uma ótima idéia - Digo e vejo um certo espanto da parte dela - Devíamos ir o mais rápido possível não acha?
- Aconteceu alguma coisa? - Ela perguntou. Aconteceu sim mãe, eu amo meu melhor amigo e ele é um retardado - Bom, de qualquer forma vou conversar com seu pai pra adiantar as coisas.
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