História Meu Vizinho Problemático - I Could Not Be Better

Bella POV

  Três anos haviam se passado. Agora, eu estava na faculdade e ainda morava com a minha tia Lauren, no Canadá. Bom, muitas coisas acontecerem nesses últimos anos, acho eu, que finalmente me encontrei, achei um propósito na vida. Ahh, e se lembram que eu disse que jamais iria me apaixonar de novo? Pois é, isso não foi totalmente verdade. Eu encontrei o melhor namorado que alguém poderia querer e, bem, sim, foi difícil, ele ficou um ano todo insistindo até que finalmente eu cedi, e me dei outra chance. E na boa, ele me faz muito bem. É uma pessoa incrível que me entende, posso ser eu mesma quando estou com ele. Mas calma, devem estar pensando de que versão de mim mesma eu estou falando, e na verdade, nem eu sei, um pouco dos dois eu acho. Agora, eu sei o que eu quero, sigo o meu propósito. E tudo isso a meu adorável namorado...Chaz Somers. Nada poderia ser mais perfeito.

  Eu estudava meio turno e no outro fazia estágio na empresa da minha tia. Lia manuscritos e fazia aquilo que eu mais gostava. Como minha tia era dona da empresa, as coisas eram mais fáceis, mas eu não me aproveitava disso. Estou a três anos com ela e nunca me senti melhor na vida, ela me recebeu e Vee também, que veio fazia um ano.

  No primeiro ano, eu estava atormentada com lembranças do passado. Parte do meu coração estava quebrado. Isso pode parecer bobagem, mas é. Eu me sentia vazia. Para começar, eu já fiz errado em negar que estava apaixonada. Segundo, eu cedi fácil de mais aos meus hormônios, e esse foi o pior erro, por que foi assim que "Vocês sabem quem " se aproveitou. Mas eu continuo falando e convencendo até a mim mesma que tá tudo bem, que eu perdoei ele por tudo que ele fez. Creio eu, que fiz isso no momento que decidi dar uma oportunidade para Chaz. Eu, não poderia ficar com esses tormentos se quisesse começar um relacionamento com ele. Bom, ele não sabe de tudo o que houve, achei melhor não contar, já que fazia parte do meu passado. Eu conheci Chaz por acaso, enquanto estava indo para meu estágio na empresa da minha tia. Lá estava eu, caminhando na chuva, até que um jovem cavalheiro apareceu do nada e me emprestou seu guarda chuva. Clichê né? Pois é, eu sei. Ele foi tão atencioso, mas já eu, fui rude, tava cansada e queria que todo mundo fosse pra puta que pariu. Depois, outra vez nos encontramos na faculdade, e ali começou. Eu perdi as contas de quantas foras eu dei nele, coitado, mas ele continuou insistindo. Pelo menos, ele não me fez sofrer, ele foi a melhor pessoa que poderia aparecer na minha vida.

  Eu não posso afirmar que consegui esquecer aquele loiro de olhos cor de mel, mas, tô seguindo em frente. A cada dia, cada gesto de Chaz, vou esquecendo um pouco mais, meu coração vai cicatrizando. Ele me fez uma pessoa melhor em certos aspectos, e não tô falando do Chaz. Aquele garoto que quase me atropelou um dia antes da volta as aulas pode ter mudado minha vida, mas não foi totalmente para pior. Grande parte do que ele fez, serviu para abrir meus olhos de que o mundo não é perfeito e nunca vai ser. As pessoas não são perfeitas, os relacionamentos não são perfeitos. Mas cada um vive da maneira que acha ser a melhor, e as pessoas que estão na sua vida, é o que importa. Eu não sei o que faria se visse ele de novo, e tento não pensar muito nisso.

  Basicamente, minha vida sofreu uma reviravolta nesses últimos três anos. Pessoas se foram mas também vieram. Laços se romperam mas também foram feitos. Agora, aqui estou eu, uma garota de 21 anos fazendo aquilo que gosta e seguindo os meus sonhos.

-Isabella Evans? Tudo bem? Está ouvindo? -Sou tirada de meu momento "reflexão" por uma das acionistas.

-Ah, sim, estou ouvindo. -Disse me ajeitando um pouco na cadeira.

-Então, como eu estava falando, a Enterprise está com alguns contratos em mente, mas preciso da opinião de vocês para isso. -Disse Verônica.

- Eu acho que podemos pensar no caso, ver se vale a pena, o que acha Bella? -Disse minha tia virando-se para mim. Obviamente ela percebeu meus devaneios.

- Eu concordo, podemos ver o que ele nos oferecem. -Dou de ombros e ela assente.

  Depois que a reunião acabou, minha tia e eu saímos da empresa e fomos à um café perto da empresa, segundo ela, tinha algo para conversar. Estranho.

-Então, diga tia. -Digo tomando um gole do meu café.

-É, bom, então, sua mãe me ligou, e ela...-Ela suspirava e gaguejava.

-Tia, o que houve? -Disse já preocupada.

-Bom, é seu pai, ele não está nada bem, e sua mãe pediu para que você voltasse para Los Angeles, e fosse vê-lo. -Disse ela engolindo seco.

-Mas o que ele tem??? -Encaro-a.

-Sua mãe não entrou em detalhes, apenas disse para falar isso. -Disse ela tomando se café. - Eu sei que você não quer voltar para lá, e por motivos óbvios, mas é seu pai... Meu vôo sai em 4 horas, se quiser vir comigo, tudo bem. -Disse ela suspirando.

-Não importa! Claro que eu vou, preciso ver meu pai. -Uma lágrima cai de meu rosto e minha tia limpa.

-Tudo vai ficar bem minha querida, confia em mim...-Disse ela compreensiva, como sempre.

-Espero...

  Quando cheguei em casa, liguei para Chaz e pedi para que ele viesse até minha casa, precisava desesperadamente dele.

(...)

-Amor, o que houve? -Disse meu adorável namorado vindo até mim.

-Ah, só me abraça. -Disse soluçando e chorando. Ele veio até mim e me envolveu nos seus braços são reconfortantes.

-Me diz, o que houve. -Disse ele me acariciando de leve.

-M-meu pai, ele...ele tá mal. -Disse entre soluços. -Vou voltar para Los Angeles em menos de uma hora, e precisava te ver antes. -Disse ainda envolvida nele.

-Confia que tudo vai ficar bem. -Disse ele tão compreensivo.

-Obrigada. -Lhe dei um selinho e ele me abraçou de novo.

  Menos de uma hora depois, lá estava eu novamente, no aeroporto, indo para Los Angeles, voltando para cidade que jurei esquecer.

  Quando eu fui chamada para o portão de embarque, pensei mesmo se eu iria, por que eu prometi nunca mais voltar lá.  Porém, meu pai está acima de tudo. Vee queria vir junto, mas não deixei.

-Vamos Bella.  -Disse minha tia me puxando.

  Suspirei e segui caminho.

     (...)

  Horas depois o avião já estava decolando em território americano, e lá estava eu de novo. Minha tia chamou um táxi e voltamos para minha antiga casa. Quando chegamos lá, me surpreendi em como as coisas estavam tão iguais, as casas, tudo. Não pude deixar de olhar para casa do vizinho, me trazia muitas lembranças. Será que ele ainda morava lá? Afastei meus pensamentos rapidamente e entrei em casa.

-Filha... -Disse minha mãe vindo me abraçar. -Tudo bem?

-Não muito. -Suspirei. -Onde está meu pai. -Falei me segurando para não chorar.

- Por aqui... -Disse minha mãe me levando até um quarto.

  Quando entrei lá, vi meu pai deitado numa cama, tão debilitado e branco, aquilo era de partir o coração. Me ajoelhei na beirada da sua cama e o abracei, ele estava dormindo, e acho que foi melhor, por enquanto... Lhe dei um beijo e sai do quarto, deixando -o descansar.

-As coisas estão iguais por aqui... -Disse olhando em volta.

-Sim, nada mudou Bella. -Disse minha mãe com um meio sorriso. -Quer ir no seu quarto?

  Eu não queria. Nem pensar. Nunca. Aquele quarto só me trouxe desgraças, tenho muitas lembranças de lá, mas, eu tinha que enfrentar tudo de uma vez.

  Entrei no meu quarto e suspirei, minha mãe me deixou sozinha e tranquei a porta, ficando sozinha.

-Muitas coisas aconteceram não é mesmo? -Pensei alto.

  Fechei os olhos e tentei pensar em como as coisas teriam sido se fossem diferentes...Provavelmente, eu não teria conhecido Chaz e possivelmente estaria com Justin. Esse nome. Me negava falar ou até mesmo pensar. Justin Drew Bieber foi minha perdição, mas também minha salvação. Se ele não tivesse feito o que fez, eu jamais teria me mudado para o Canadá e minha vida não estaria onde está agora. Eu não teria conhecido Chaz, não teria esse estágio maravilhoso, nada teria acontecido. Mas, em outras circunstâncias, talvez minha vida poderia ser boa aqui, se nada daquilo tivesse acontecido.

  Quando me dei conta, já estava noite, e lá estava eu, ainda no meu quarto pensando na vida. Fui até a janela e cada lembrança, cada dor, cada músculo do meu corpo congelou. E isso, ao ver a pessoa diante de mim na casa ao lado. Justin. Ele estava com suas roupas de sempre. Uma calça jeans rasgada e uma camisa branca que ia até o joelho, e tava tão lindo. Porém, quando sai do meu transe e olhei bem, vi que na verdade, não tinha ninguém ali. Dei um suspiro , só não sei dizer se foi de alívio ou de tristeza. O que tá acontecendo? Eu sabia que não era uma boa ideia ter voltado, graças a Deus que amanhã eu já iria voltar para o Canadá e tudo isso acabaria. E eu amo o Chaz, mas do que eu achava humanamente possível amar alguém. Eu acho.