POV: Maegi.
1 semana depois, 7h.
“Ok, tá tudo certo”
Repeti essa frase umas 10 mil vezes na minha cabeça. Estou prestes a apresentar meu trabalho individual de ciências, que vale minha última nota, e preciso passar senão já era a minha vaga em Cambridge. Revisei a parte teórica umas mil vezes e estou revisando mais uma vez.
- Maegi! - ouvi uma voz feminina me chamar, logo vi que era Li, uma das amigas da Ambre.
- Diga. - o que será que ela quer?
- Preciso da sua ajuda, não entendi muito bem a matéria da aula de história, e sei que você sabe a matéria de cor. Me ajuda? - ela fez carinha de cachorro pidao.
- Ok, o que é? - como eu adoro história, aceitei ajuda-la.
- Eu deixei a anotação no meu armário, vamos lá.
Eu a segui e ela me mostrou a anotação que era sobre a reforma protestante, um dos meus temas preferidos, ela até parecia interessada no assunto, o que me fez querer explicar mais e mais. Até que ela ficou satisfeita e agradeceu. Voltei para a sala de ciências, onde eu estava revisando a parte teórica da minha apresentação. Logo a Rosa chegou junto do Alexy e do Armin, que não está falando comigo, inclusive. Na verdade sou eu que estou ignorando-o, tanto faz. Também vi chegar a Emma, que sentou ao lado da Ambre. Enfim, preciso relaxar…
Olhei o relógio e já são 7h45, logo logo a professora vai chegar e ela ja disse que a minha apresentação será a primeira. Apoiei-me na mesa da Rosa e do Alexy, eles pareciam tranquilos, Alexy começou a fazer piadas e eu consegui relaxar, de vez em quando olhava pro Armin e ele estava jogando no PSP, achei melhor não me intrometer e seguir concentrada no meu futuro.
A professora chegou e eu aguardei ser chamada. Sentei-me ao lado do Armin e ouvi umas risadas vindo da mesa da Ambre, mas apenas ela ria, Emma a olhava com receio.
- Maegi, quero ver sua experiência. - a professora me chamou.
Levantei-me e peguei meus materiais, coloquei-os na mesa de experiências e comecei a misturá-los, mas, no meio da mistura, senti um cheiro estranho, de queimado, um cheiro que eu não senti antes nas mil tentativas que fiz dessa mesma experiência, toquei no recipiente e ele estava muito quente, vi que a mistura estava reagindo e o líquido começou a subir.
“BOOM”
30 minutos depois…
Abri meus olhos, encarei o teto branco acima de mim, pisquei algumas vezes, olhei pro lado e vi o Armin me olhando.
- Maegi? - ele levantou e se aproximou. - Graças a Deus!
- O que houve? - tentei levantar mas ele me impediu.
- O teu experimento explodiu, a sala foi interditada. Por sorte todos nós saímos a tempo, mas você estava tão perto da explosão que desmaiou.
- Nossa… - coloquei minha mão na minha teste. - Merda… - senti lágrimas escorrerem por meus olhos.
- Ei, calma. - ele beijou minha testa.
- Como posso ter calma? Eu preciso de uma nota boa nessa matéria, eu preciso ir pra Cambridge! - chorei mais ainda. - Ai… - minha cabeça começou a doer.
- O que foi? - ele nem me esperou responder e se afastou - Enfermeira! Ela acordou! - e voltou pra ficar ao meu lado.
A enfermeira se aproximou de mim e mediu minha temperatura e minha pressão. Ela disse que estou saudável, mas que a dor de cabeça pode ser resultado da inalação do odor forte do experimento. Ela me deu remédios para dor de cabeça e me liberou. Armin me levou até o vestiário do ginásio, para eu tomar banho e trocar de roupa, ja que tenho uma roupa extra no armário.
Despi-me e entrei no chuveiro, não consigo entender como tudo deu errado. Eu revisei essa experiência pelo menos umas 20 vezes, com os mesmos ingredientes. Terminei meu banho e coloquei minha roupa extra: uma blusa branca básica e uma bermuda jeans, amarrei meus cabelos em um rabo-de-cavalo e guardei minha roupa suja em uma sacola de plástico.
- Maegi? - Ouvi uma voz feminina me chamar, vi que era Emma.
- Oi Emma.
- Maegi, eu preciso te contar uma coisa. - ela sentou em um dos bancos que haviam entre os armários.
- Diga. - sentei-me ao lado dela, desconfiada.
- Eu sei quem mexeu no teu experimento. Eu sabia desde o começo, mas não imaginei que seria tão grave assim, me desculpa! - ela pegou nas minhas mãos.
- Do que você tá falando? - questionei.
- Ambre. Ela fez isso.
- Ambre? Mas por que?
- Ela queria se vingar porque acha que você foi o motivo do Kentin terminar com ela.
- O que? Emma, isso é muito infantil! - fiquei boquiaberta.
- Eu sei, por isso vim aqui te falar primeiro, peço que me perdoe, agora vou falar com a professora Delaney, pra ela te dar outra chance, já que você precisa dessa nota, pelo que ouvi dizer.
- Obrigada, Emma. - ela levantou - Pelo menos agora você já sabe que tipo de pessoa é a Ambre, espero que escolha melhor suas amizades de agora em diante.
- Com certeza. Obrigada.
Ela saiu do vestiário. Finalmente tudo faz sentido, agora sei porque a Li me procurou naquela hora, com certeza aquilo era uma distração! Nossa, que vaca!
Sai do vestiário e encontrei todos os meus amigos me esperando na arquibancada.
- Como você ta? - Rosa perguntou me abraçando.
- Estou bem. - sorri.
- O que a Emma queria? - foi a vez da Lety perguntar.
- Ela disse que a Ambre foi a culpada de tudo. - expliquei a história para todos.
- Que vaca! - Lety e Rosa falaram juntas.
- Não acredito que a Ambre fez isso só porque eu terminei com ela. - Kentin parecia chocado. - Maegi, me desculpa. Foi tudo culpa minha. - ele levantou e me abraçou.
- Para, Kentin. A culpa é somente dela. - retribui o abraço dele.
- E agora? Vai ficar por isso? - Anna perguntou.
- Bem, a Emma disse que vai falar com a professora. Vai contar a verdade e vai pedir pra ela me dar uma segunda chance, só que eu não sei o que fazer. - suspirei e olhei pro Armin, que sorriu e eu sorri de volta.
Segui para a aula de geografia, sentei novamente ao lado do Castiel. Alguns minutos depois o Nath entrou na sala e me chamou, ele me levou para o lado de fora da sala e estava com uma expressão muito séria.
- Aconteceu alguma coisa? - perguntei.
- Emma me contou sobre o que a Ambre fez. - ele não conseguia me encarar. - Eu sinto muito, a Emma também sente.
- Eu sei, ela já se desculpou comigo. Mas onde você quer chegar com esse assunto?
- É que eu quero me desculpar por ter me afastado, Ambre manipulou a Emma que acabou me manipulando, mas agora nos arrependemos. Eu espero poder te ajudar de alguma forma, vou falar com a professora Delaney pra ela te dar uma segunda chance, e prometo que vou te ajudar com a nova experiência!
- Nath, eu… - fiquei impressionada com as desculpas dele. - claro que eu te desculpo, você foi um dos meus primeiros amigos aqui! - abracei-o.
- Nossa, Maegi. Você não se contenta só com um, não é? - ouvi a voz do Dake soar ao meu lado.
- Aff, Dake. - revirei meus olhos. - vai lá jogar milho pras galinhas que te cercam e vê se me esquece. - ele ergueu as duas mãos em sinal de paz e entrou na sala.
- O que foi isso? - Nath perguntou.
- Dramas do passado. Bem, já que você ofereceu, eu aceito a ajuda. Qualquer coisa pode me avisar. - ele sorriu e entramos na sala novamente.
1 semana depois, 8h.
Consegui minha segunda chance com meu projeto de ciências, Ambre foi suspensa e eu recebi a ajuda do Nath e da Emma com meu novo projeto. Eles se reaproximaram de novo e isso me fez muito feliz, me sinto completa de novo. Bem, não tão completa porque sinto falta do Armin, que está cada vez mais distante. Enfim.
Apresentei meu trabalho e dessa vez deu tudo certo, a professora parecia bem satisfeita e eu recebi aplausos de todos no final. A aula passou rapidamente com as apresentações e no final a professora anunciou as notas: fiquei no 9,5 no final, o que é excelente!
Sai da sala e fui correndo até o grêmio. Abri a porta e abracei o Nathaniel. Foi um abraço sincero de agradecimento.
- Oi Maegi! - ele disse assustado.
- Nath! Muito obrigada! - apertei-o mais - tirei 9,5!
- Puxa, parabéns! - ele bagunçou meu cabelo.
- Que felicidade toda é essa? - Emma perguntou entrando na sala.
- Tirei 9,5! E vim agradecer ao Nath, e claro, a você também. - abracei-a. - Graças a vocês não perdi meu futuro.
- Sai do grêmio e fui pra casa, agora só restam duas semanas até o começo das férias de verão. Quero aproveitar o máximo dessas férias com meus amigos. Só não sei ainda o que fazer, mas sei que algo vai surgir.
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