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História M.i.a - I'm falling. You would let it burn.


Escrita por: nyymeria

Capítulo 8 - I'm falling. You would let it burn.


 

Eu fui para casa depois daquela festa.

Molly me mandou um correio coruja urgente, Teddy tinha pego um vírus forte parecido com varíola de dragão, e isso o havia feito ser internado às pressas no Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos. Não pensei duas vezes antes de aparatar do meu hotel para o hospital e ficar perto do meu menino até ele melhorar. Não pensei nos acidentes que eu poderia causar aparatando de uma distância tal grande, eu só não podia deixar que meu menino passasse por mais uma situação sozinho.

Teddy teve um processo de recuperação muito lento devido ao seu organismo diferente das outras pessoas, era algo com seu Metamorfomagismo, todos os vírus existentes batiam em seu pequeno corpo de forma diferente e muita das vezes mais intensa. Felizmente não era mesmo varíola de dragão, o que descartou qualquer possibilidade fatal no futuro de Teddy. Mas ainda assim passamos muitos dias no hospital e semanas em casa sem brincar no quintal, muitos livros de colorir e litros de chocolate quente.

Parece algo ruim de se dizer, mas cuidar de Teddy adoecido me deu sentido pra vida. Tinha objetivos, no que pensar. Algo real. Sentia que estava começando a viver novamente e a colocar minha vida pessoal em ordem.

Depois que Teddy pode sair novamente, nós compramos pergaminhos e livros de estudo. Ele sabia ler e escrever muito bem para um garoto da sua idade, mas eu queria ensinar mais, queria que ele fosse o melhor de Hogwarts quando chegasse a hora.

Eu também perdi meu preconceito em ter contato com trouxas e até comprei alguns livros para que Teddy entendesse melhor as diferenças dos mundos, não queria que ele fosse dono eu, tão mente fechada. Em uma dessas compras encontrei um livro de autoajuda sobre o luto que me encheu de esperança, segundo ele eu estava indo bem, superando a cada dia e estava no estágio de "por cada coisa em seu lugar e sorrir novamente".

Todos esses acontecimentos me distraíram de tal forma que Harry só passava pelo meu pensamento em dias parados e em datas específicas. E meu aniversário estava chegando.

Hermione pediu para que almoçássemos juntos, eu deixei Teddy como habitual com Molly e usei a entrada de Flu do Ministério para encontrar minha velha amiga. Me indicaram que ela estaria no andar dos Aurores o que me deixou levemente apreensivo.

Suas ordens em voz alta me alertaram que algo não estava acontecendo. Acompanhei de longe a fúria da Ministra.

- Nós precisamos da sala para os novos aurores em treinamento. - Disse o rapaz jovem.

- E resolvem fazer isso SEM a minha permissão. Ninguém tira nada dessa sala, nada sai, nada entra. - Ela dizia explicitamente nervosa.

Era a sala de Harry. Nem precisava chegar mais perto para saber, tinha um suéter dele jogado no chão como se fosse um trapo velho. Eu poderia ter feito a minha parte e brigar também, mas eu estava tão cansado... Eu estava indo bem, o último mês foi bom, não queria deixar aquele buraco abrir novamente, não queria deixar que ele me engolisse e fizesse meus pensamentos se confundirem.

Não era tão fácil escapar da escuridão, não quando Hermione expulsou todos do corredor e começou a colocar os objetos sozinha de volta no escritório. Corri para ajudá-la e passamos uma hora em completo silêncio até que tudo estivesse de volta na ordem de antes.

Quando nos sentamos para almoçar, eu não estava realmente com fome e brinquei com a minha salada de frango enquanto Hermione suspirava na minha frente.

- Você foi mesmo a Ministra da Magia com aquele Auror. - Fiz uma tentativa falha de piada.

- Eu agi como uma maluca. - Respondeu, empurrando o prato. - Enfim, como está Teddy?

- Melhor a cada dia que passa, ontem foi no quinto dia sem febre e ele consegue comer toda a refeição sem colocar pra fora em seguida. - A garota não estava escutando. - Tudo bem, Granger. Eu também não me livrei de nada dele ainda, é difícil, não estamos prontos.

Disse devagar, agora eu tinha sua atenção, os olhos castanhos em mim.

- Mas... Faz tanto tempo, nós não deveríamos estar vivendo normalmente? - Perguntou. Hermione nunca tinha dúvidas, vê-la daquele modo tão confuso era novo para qualquer um que a conhecesse.

Me perguntou se Harry um dia imaginou que a sua ida deixaria as pessoas daquela forma.

- Não será de um dia para o outro.

Não sei a graça no que eu disse, mas Hermione sorriu.

- Você está diferente. Falando coisas positivas, nem mesmo travou enquanto estávamos na sala do Harry.

Arregalei um pouco os olhos, Granger estava certa... Minhas ausências haviam diminuído muito. Essa era mais uma pedra que eu deixei para trás.

- Obrigado. Eu estou lendo um livro muito bom sobre luto, acho que pode te ajudar também. - De repente, eu fiquei empolgado com as minhas pequenas vitórias e queria dividir também.

Passei o livro que estava na minha bolsa para a mão de Hermione que o observou com cuidado, ela disse que encontraria uma cópia para que eu não ficasse sem o meu exemplar. Nosso almoço foi seguido de mim contando tudo que Teddy estava aprendendo com as minhas aulas particulares, como Rose estava crescendo e falando várias palavras e reclamamos sobre os chatos do Ministério. Como se nada tivesse mudado, pelo menos por algumas horas.

Ao sair Hermione sugeriu algo que me fez rir.

- Viajar? Eu estive viajando por meses.

Ela se encostou na porta.

- Eu sei, digo que viaje para descansar, me entende? Levar Teddy e conhecer lugares novos, seu aniversário está chegando.

É.

Estava.

Mais uma data sem meu marido. Seria demais ficar no meu quarto cheio de lembranças e fotos dele no meu dia.

Meus ombros ficaram tensos.

-x-

- Não QUERO ir! - Disse birrento.

Teddy tinhas as bochechas muito vermelhas, os lábios em bico e lágrimas marcadas pelo rosto.

- Tudo bem peanut, por favor não grite comigo. Se não quer ir, não vamos.

Eu havia feito um grande teatro, mostrando ao meu menino como seriam legal a Califórnia e os bruxos americanos, nós poderíamos até visitar alguns pontos históricos para as nossas aulas e passar muito tempo no mar.

Porém o pequeno teimoso estava decidido ficar na cidade, Molly iria fazer um grande acampamento para os netos e ele queria muito participar. Eu joguei baixo dizendo que era meu aniversário e nem isso o convenceu.

Meus planos estavam indo por água abaixo. Talvez eu devesse comprar alguma poção calmante, uma garrafa de vinho e dormir o dia cinco de junho inteiro. Dei de costas para Teddy enquanto pensava nesse segundo plano, então meu garoto puxou minha camisa pedindo atenção.

- Posso ficar com Tio Ron dessa vez? - Perguntou, os olhos brilhando.

- Mas... Eu não quero viajar sem você, peanut. Vamos ficar aqui, tudo bem? - Disse sorrindo, acariciando o queixo dele com o dedão.

- Você deveria ir, me trazer conchinhas! - Respondeu muito animado, tão precioso.

Eu o agarrei num abraço, quão irônico era os cabelos de Teddy estarem cheirando a praia?

-x-

Estava tendo um bom aniversário. Acordei com cheiro de mar, comi minhas coisas favoritas e recebi presentes ali onde eu estava. Monterrey, onde eu estava passando minha semana era quieta, calma, e pouco habitada, para melhorar eu ficava bem longe da cidade diminuindo mais ainda meu contato social.

Para a noite do meu aniversário eu tinha planos de beber na beira da praia e ver o sol nascer, mas precisava comprar bebida pra isso, coloquei uma roupa trouxa básica e aparatei para o centro da cidade.

Estava muito iluminado, a noite quente fez todos saírem para a rua. Tinha tantas pessoas felizes que me deu vontade de fazer como na Austrália, encontrar um grupo de desconhecidos, me tornar amigo deles. Talvez ter uma nova tatuagem.

Olhe só, eu estava rindo de mim mesmo.

Entrei no primeiro bar a minha esquerda. Cheio até o teto, eu quase não consegui chegar até o balcão. Imitei as pessoas no balcão, levantando minha mão para chamar a atenção do atendente, mas o lugar estava impossível com tantas vozes falando ao mesmo tempo.

- Eu manchei as cuecas de Merlin, que desrespeito! - Quase gritei quando um homem gigante se enfiou na minha frente.

Era meu aniversário, eu não iria deixar que aquilo me deixasse estressado. Não precisava de mais bebida, eu já havia bebido o suficiente aquela tarde. Resolvi sair pela segunda entrada do bar, que parecia estar mais vazia, tocava uma música que eu acredito conhecer, não tenho certeza, não agora, porque de repente ao meu redor o ambiente se tornou mudo.

Eu estava na direção de uma mesa de bilhar, obviamente com pessoas jogando, obviamente pessoas locais, que trabalhavam, que estava curtindo uma quinta-feira de calor com os amigos. Pessoas que não tinham família ou estavam com o seu respectivo. Aquele homem de olhos verdes e barba comprida estava destoando, ele segurava o taco e não percebia que eu estava ali. Ele não percebia que estava sendo procurado.

Ele deveria estar morto, mas era meu coração que queria parar de bater.

Acho que aparatei, ou então sai muito rapidamente. Não tinha ar, as luzes giravam.

- Eu encontrei, encontrei, encontrei Harry.

Em algum lugar da América, com palmeiras, com mar. Eu lembro do que a cigana havia me dito. Ele estava nesse lugar o tempo todo, enquanto eu corria o mundo, ele estava em um bar, numa mesa de bilhar talvez todas as noites que eu o procurei.

- É ele, ele está aqui.

Sei que tem pessoas me olhando, sei que estou repetindo palavras como um louco. Meus olhos estão caindo lágrimas, mas porque eu estou chorando? Porque dói desse jeito? Consegui chegar perto o bastante para ver os detalhes do seu rosto, ele tinha nossa aliança pendurada no colar.

A minha nunca saiu do meu dedo.

Te encontrei, Harry Potter.

...

 


Notas Finais


Desculpa qualquer errinho!


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