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História Middle of the Night - Madara Uchiha x Oc - Capítulo 25


Escrita por: __Melanin__

Notas do Autor


²Imoto = irmã mais nova

Capítulo 26 - Capítulo 25


Fanfic / Fanfiction Middle of the Night - Madara Uchiha x Oc - Capítulo 25


-Está atrasada.

-Você nunca disse que tinhamos um horário marcado.

-E precisava? Achei que iria levar em conta os horários das nossas outras noites.

-Precisava sim. Aliás, meu dia foi cheio e cansativo.

Concentro chakra nos pés e atravesso o rio. Desde de manhã até a essa hora eu mal tive tempo para respirar. Os ataques dos Uchiha contra a Aliança diminuiram e, consequentemente, os dos Senju também. Tenho certeza que Madara tem influência nisso, mas isso foi por causa do que conversamos?

-Então, hoje é o dia número 4 do tratamento de Rei. Anota aí.- Entrego a ele meu caderno de anotações. Resolvi anotar tudo sobre o tratamento de Rei dia após dia, se estava fazendo efeito ou não. Caso o câncer não regrida, eu já terei alguma outra abordagem em mente.

-Preciso mesmo anotar? É inútil ao meu ver.

-Não, não é inútil. Cadê a garota?- Eu tenho tentado me aproximar mais de Rei, mas sei que ela não vai me perdoar tão cedo, talvez nunca me perdoe, e eu acho justo, também não perdoaria a pessoa que mataria meu otousan. Madara estranhamente tem estado mais aberto. Óbvio que ele não fala comigo tudo e nem metade do que pensa, mas é nítido que está tentando estabelecer uma relação.

E eu ainda guardo uma certa mágoa, não sei de que ou quem exatamente, mas continuo desconfiada dele e do resto do seu clã. E apesar de todo esse receio meu, eu quero conversar com Madara a noite inteira se eu puder. Estranho não? Tenho receio dele mas quero estar perto.

-Ela deve ter ido atrás de algum animal.- Ele estava puxando o ar para gritar o nome dela quando Rei surge com uma lebre nas mãos.

-O...oi...- Seu sorriso caiu um pouco quando me viu e soltou a lebre no chão quase que de imediato. O animal ficou desesperado e voltou para a floresta.

-Parece que seu amigo fugiu.

-Ele sempre volta.- Me respondeu. Seu olhar acompanha o animal, que se perdeu entre as folhagens rapidamente.- Podemos começar?

-Quando quiser.- Dou um sorriso e ela retribui com uma risadinha. Madara apenas olha nós duas. Ela faz o mesmo processo de sempre: estende um forro no chão e deita de barriga para cima, para facilitar tanto pra mim quanto para ela o tratamento. Embora o ideal seria tratar isso num lugar limpo e com assistência vinte e quatro horas, não posso arriscar ir para um lugar inimigo e nem ele.

-Não vai me contar como foi seu dia? Fez isso nas últimas três vezes que nos encontramos.

-Pensei que odiasse quando eu falava.- Ativo meu Chikara no Yin e começo o tratamento. Nesses últimos dias ele não tem doído mais.

-É uma distração indesejada.- Disse e deu de ombros.

-Por que não invertemos os papéis hoje? Você conta o seu dia e eu escuto.

-Porque minha vida é diferente da sua, sabe disso.- Respondeu com um certo tédio.

-Somos shinobis, então é diferente como?- Me fingo de boba na tentativa de incentivar ele a falar.

-Tem muita coisa particular que eu não posso compartilhar.- Ele não fez muita força para continuar com isso, queria encerrar esse assunto logo.

-Eu também tenho muito assunto particular, e nem por isso compartilho com você.- Digo, tem um quase dois meses que nos conhecemos e ele ainda continua sendo um mistério para mim, mas diferente de antes, sinto que ele está mais aberto comigo.- Então só me dê um resumo, como se fosse a sinopse de um livro.- A garota nos olhava curiosa, não entendia nossa relação e, honestamente, nem eu. Afinal, somos amigos ou inimigos?

-No geral, foi um  dia como qualquer outro.- Reviro os olhos em brincadeira e ele dá uma risada. Desde nosso encontro no País das Cachoeiras até aqui tenho achado ele uma pessoa atraente e, em parte, boa. As histórias sobre ele eram mentirosas em alguns momentos. É como se existisse dois Madara: um guerreiro cruel e um homem comum.

-Mas como é seu 'dia como qualquer outro'?

-Ah eu... acordei, treinei e passei o resto do dia resolvendo papeladas no escritório.

-Eu achei que, como líder, você tinha alguém cuidando disso.

-Não. Essas coisas faço eu mesmo. E quem provavelmente faria isso é Has...- Ele prendeu sua língua. Em vários momentos dos nossos encontros noturnos eu percebia que uma hora ele sentia que se soltava demais e se repreendia.

-Quem faria?

-Ninguém. Estava procurando um nome, mas acho que ninguém faria isso.- Ele encolheu os ombros e segurou suas pernas, colocando sua cabeça entre elas. Preferiu recuar sua frase do que mentir e dizer um nome qualquer.

-Bom, eu faria.

-Você?- Perguntou surpreendido.- A garota que passa o dia e a noite cuidando de pacientes e se recusa a sair de lá até que todos estejam bem ou estáveis?

-Eu só gosto de ter certeza que tudo vai ficar bem sem mim lá.- Me defendo. Rei já caiu no sono.- E queria que soubesse como é ruim ter que deixar seus pacientes nas mãos de outras pessoas e não ter certeza se vão cuidar e ter a mesma dedicação do que eu.

-Bom, se isso não for ser convencida eu nem sei o que é.- Dou um empurrão nele e ele sorri. Já é a segunda vez que ele expressa alegria essa noite, ele não é assim.

-Você está esquisito.

-Não, não estou.

-Está sim. Você está sorrindo.

-E isso não é bom?- Perguntou tentando me encurralar. Era como se fossemos ter um pequeno debate ali.

-É, mas você não sorri com facilidade. Você está mudando.

-Não estou, eu só...- Ele procura justificativas, mas pelo visto não tinha nenhuma.- ...não estou.

Na verdade, não me incomodo com ele sorrindo ou ficando alegre, até gosto. Mas é um pouco estranho lembrar que quase dois meses atrás ele mal queria manter contato e agora vamos nos ver todas as noites.

E, desde a viagem, me sinto um pouco estranha e desajustada em relação à ele, um pouco atraída talvez. Pode ser pelo fato de sermos inimigos e a idéia de 'amor proibido' animar qualquer pessoa, mas eu não o vejo como inimigo. Mesmo comigo estando ciente sobre quem ele é, aquela visão dele ser uma pessoa cruel e pervesa se esvai e, quando nos vemos, somos só pessoas normais; por alguns minutos, somos só eu e ele. Não o temível Madara Uchiha ou a famosa guerreira Amberly Johanssen, isso se torna tão estúpido que acabamos esquecendo a fama que carregamos conosco. É apenas eu e ele, e agora a Rei.

-No que está pensando?- Perguntou.

-Em nada muito relevante.

-Tão irrelevante que está parada olhando o nada por alguns minutos.

-Eu vou até Tatsuo de manhã. Ainda não avisei ele sobre a missão e já era para mim ter ido a muito tempo.

-Por que não foi assim que chegou?- Perguntou preocupado.

-Então você se importa?- Brinquei com ele, mas o deixou desconfortável.- Relaxa, eu também acharia estranho. Não fui ainda porque estive ocupada com muita coisa e só amanhã vou ter tempo para ir.- Suspiro fundo.- E daqui há alguns dias vou fazer uma viagem.

Depois da minha brincadeirinha ele ficou mais esperto, não perguntou ou demonstrou emoção alguma, mas senti que no fundo ele tinha ficado nem que seja um pouco, incomodado.

Alguns minutos se passaram e o silêncio continuou, até que consegui terminar o tratamento de hoje.

-Parece que está regredindo, mas não tão rápido quando pensei. Anota aí.- Ele começou a escrever no caderno. Não disse muita coisa, mas ele estava demorando um pouco para escrever.- Por que a demora?

-Minha mão está doendo. Escrevi o dia todo e agora estou escrevendo aqui.- Ele não disse como uma indireta, pelo ao contrário, parecia bastante a vontade.

Sua mão movia a caneta em um movimento tão suave que parecia está escrevendo com uma pena, ele levemente mexia a boca, mas nenhuma palavra saía de lá. Naquele momento ele me pareceu bastante bonito, é estranho ele ainda não ter alguém.

-Para de encarar. Está me incomodando.- Seu olhar sai do papel e agora está fixado em mim. Seus lábios nunca me pareceram tão atraente como estão agora. Se não fosse a situação na qual estamos, com toda certeza teria beijado ele agora.

-Se não demorasse tanto não precisaria disso.- Respondi voltando a realidade. Se tem uma coisa que aprendi durante a viagem no país das Cachoeiras aprendi é que Madara odeia pessoas o encarando tanto quanto estão atrás dele. Fiquei atrás dele algumas vezes e ele não fez questão de esconder o quão incomodado e irritado isso o deixava. Até que começei a encarar ele sem motivo aparente, apenas por brincadeira e descobri que ele odiava também.- Vamos, termine de escrever logo.

-Eu tenho algumas observações. Podem não ser relevantes, mas é sempre bom anotar.- Segundos depois ele fecha o caderno e me entrega.- Aqui. Vamos Rei.- Começa a sacudir a menina, que acorda sonolenta e logo volta a dormir.

-Parece que vai ter de levar ela no colo. Hoje o tratamento foi um pouco mais intenso que normalmente, então se ela vomitar, sentir tontura, apetite descontrolado e bastante sono é normal. E assim que eu voltar das minhas viagens eu continuarei o tratamento, mas até lá, recomendo que dê a ela bastante chá e peça as médicas do seu clã para usar o jutsu médico nem que seja por apenas 10 minutos, não vai ajudar a regredir mas acredito que com isso não vai evoluir também.- Digo enquanto procuro coisas que posso ter esquecido. Tenho andado tão sobrecarregada que às vezes até esqueço que tenho que cuidar de mim mesma.

Quando notei que não tinha deixado nada para trás olhei para Madara esperando alguma resposta ou confirmação, mas não tive nenhum dos dois. Ele me encarou de volta, não se movia ou fazia algo além disso, achei iria revidar dizendo algo como "está olhando o quê?" ou "pare de me encarar". Quando percebi que Rei tinha se levantado decidi tomar iniciativa e mudar aquela situação.

-Bom, tenho que ir. Ja nee Madara. Ja nee Rei.- Tento dar um beijo em sua testa, mas ela se move para trás. Para não ficar mais estranho do que já está passo a mão em seus cabelos, bagunçando um pouco. Ela tentou recuar outra vez mas não conseguiu, talvez tenha ficado mais lenta ou tonta por conta por tratamento.- Vou viajar, mas assim que eu puder vou voltar e terminar seu tratamento.- Dou um sorriso, mesmo sabendo que ela não vai se simpatizar comigo. Rei me olha bem nos olhos.

-Ja nee Amber.- Para a minha sorte, Madara consegue contornar aquela situação, minha atenção agora se voltou para ele.

-Ja nee.- Disse Rei e, como eu imaginava, ela estava meio lenta.

Enquanto Madara pega a garota no colo eu atravesso o rio tentando não virar para trás, não queria sair dalí por algum motivo. Meu esforço foi em vão porque assim que me virei eles não estavam mais lá.

Continuei seguindo o meu caminho até encontrar com Inoji em uma parte dele. Desde que cheguei ele está mais interativo, mais aberto e muito menos irritante. É estranho perceber que ele amadureceu assim tão rápido, me faz pensar que o tempo que fiquei fora na verdade foram anos.

-Onde ia?- Perguntei sem rodeios. A impressão que tenho em alguns momentos é que ele tem me perseguido.

-Estava te procurando, recebemos uma carta do Daiymo Tatsuo e é para você.- Inoji estica a mão para me entregar a carta, está intacta, não abriram ela.

-Obrigada.- Respondo e continuo andando enquanto abro a carta. Não esperava que ele estivesse descoberto tão rápido que já estou aqui.

-Onde vai todas as noites?- Inoji me pergunta, tirando minha concentração da carta. Não parecia nada muito ruim, apenas dizia que queria me ver o mais rápido possível.

-Eu apenas caminho por aí.- Guardo a carta e olho para Inoji que agora anda ao meu lado.- Por que a curiosidade?

-Nada. É só que surgiram alguns boatos sobre você.

-Eu? Eu não tenho feito nada de errado.- Uma meia verdade. Estou me encontrando com um inimigo, mas não estou passando informações e traindo a aliança.

-Alguns shinobis te encontraram no país das cachoeiras junto de um homem com cabelos enormes. Eles acreditam que o homem seja Hashirama Senju.- Menos mal.

-Tem vários homens com cabelos enormes, e ele era um bardo, tive que pegar informações com ele.

-Tudo bem, eu não duvido da sua lealdade, era apenas curiosidade.- Inoji passou um braço dele por cima do meu ombro, consequentemente me aproximando dele. Eu não ligo muito para isso, mas vindo dele isso é algo bem estranho.

-Por que está fazendo isso?- Perguntei calma.

-Isso te incomoda? Porque se tiver eu....

-Não, não incomoda. Só foi repentino.- Para não deixar ele constrangido com essa situação que sem querer causei, passo o braço por trás da sua cintura.

Pode ser loucura da minha cabeça, mas tem um tempo que tenho tido a impressão que ele possa gostar de mim.

De repende Madara me veio a mente. Não sei por qual motivo, mas lembrei dele na hora e insconsientemente desejei que fosse ele no lugar de Inoji, talve por preferir a companhia dele. Assim que faltava poucos metros dos portões Inoji tirou seu braço de cima dos meus ombros e eu fiz o mesmo, aquela proximidade não é algo muito bem visto, ainda mais se for de dois clãs aparentemente rivais.

-Eu tenho um pedido a te fazer. Minha imoto² está doente há uma semana e queria saber se poderia dar uma olhada.- Disse de imediato, talvez queria me falar isso tem um tempo.

-Tem outros médicos por aqui...- Tento não ser grosseira, não quero que pense que não quero ajudar ele quando na verdade eu quero, mas não tenho tempo.

-Eu sei, mas no momento você é a médica que mais confio.- Disse me virando de frente a ele e colocando ambas as mãos em meus ombros.

-Eu tenho que ir até Tatsuo...- Ele ia começar a me repreender.-... e sim, eu sei que deveria ir antes, mas não tive tempo e vou amanhã de manhã, e depois vou fazer uma viagem....- Deixei a frase sem completar, não tenho muito o que acrescentar agora.- Não é que eu não quero e não é de má fé, eu realmente não tenho tempo...

-Tudo bem...- Seu olhar parece tão suave.

-Eu sinto muito de verdade.

-Mas não tem problemas, de verdade.- Ele não parece irritado ou triste. Fico feliz que ele tenha compreendido.

Dou um abraço nele e ele retribui. Seu braços são mácios e parte de mim não queria se desapegar.

-Ja nee, tenho que ir.- Sussurro em seu ouvido.

-Ja nee.- Sussurrou de volta e começou a esfregar seus braços em minhas costas. Alguns segundos se passou e nos soltamos, cada um seguiu seu caminho.

Durante o trajeto tinha alguns shinobis do Norte bebendo e brigando entre si, acompanhados de músicas e risadas. Assim que chego em casa percebo que não tem ninguém além de mim. Subo as escadas tão rápido que me deu tontura, mas isso não me incomodou muito e fui direto ao meu quarto, praticamente me esparramando na cama de tão cansada que estou. Acabei pegando no sono alguns minutos depois.



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